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Sanidade Animal - Resumão N2

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Epidemiologia e Sanidade Animal – 08/02/2018 Professora Cristiene 
 
Em sanidade animal para trabalhar é necessário conhecimento de várias áreas da 
veterinária: clínica, cujo objetivo é chegar no diagnóstico para definir o tratamento. 
Para trabalhar com a população é necessário conhecer os indivíduos dessa população. 
A patologia e laboratório clínico é muito utilizado para diagnóstico. O individuo que vai 
a óbito é muito importante e não pode negligenciar (anotar qual a causa da morte, 
quando) pensando em proteger os indivíduos que estão vivos. 
Quantos indivíduos estão afetados (por isso importante o registro para contabilizar) 
Prevenção e controle. 
Todo programa de sanidade deve ser acompanhado por uma ação de educação caso 
contrário pode não ser compreendido. 
 
 
Epidemiologia e Sanidade Animal – 15/02/2018 Professora Cristiene 
 
Cadeia Epidemiológica 
 
Me dá informação de como uma doença é transmitida e é composta por 5 elos. 
 
Usa muito para doença infecciosa (vírus, bactérias e fungos) 
Não usa muito para doença parasitária, pra parasitária usa um modelo diferente (o 
ciclo), normalmente trabalha o ciclo porque fica melhor representado, para parasitária 
nem sempre consegue definir os 5 elos. 
 
 
5 elos: 
1- Fonte de infecção; 
2- Vias de eliminação; 
3- Vias de transmissão; 
4- Portas de entrada; 
5- Suscetíveis; 
 
 
 
1- Fonte de Infecção; 
Sempre hospedeiro vertebrado que alberga e transmite o agente etiológico de alguma forma; 
(mosquito não é fonte de infecção porque não é vertebrado) 
 
2- Vias de Eliminação; 
Como o hospedeiro vertebrado vai disponibilizar o agente. Ele pode eliminar efetivamente do 
corpo ou pode disponibilizar, por exemplo, para um vetor. (exemplo um vetor hematófago que 
consegue adquirir um agente através do sangue) 
 
 
 
 
 
Exemplos: 
Vias de Eliminação Doenças 
Secreções oro-nasais Tuberculose, garrotilho, raiva, 
aftosa 
Secreções vaginais Brucelose, Metrites 
Urina Leptospirose 
Fezes Verminose 
Leite Mastites, brucelose, tuberculose 
Sangue Babesiose, anemia infecciosa equina 
Placenta Brucelose 
Cutânea Sarna, Micose 
 
 
Doenças veiculadas por vetor: (sangue: babesiose (carrapato) anemia infecciosa equina 
(moscas) 
 
A via de eliminação é extremamente importante para saber qual amostra colher para 
identificar o agente. A via de eliminação determina o mecanismo de transmissão! 
 
Outro fator importante para compreender a via de eliminação é que ela determina o 
mecanismo de transmissão, a forma que elimina está muito relacionado com a 
transmissão (o que estará contaminado? Como será feito o isolamento desses animais?) 
– Ex.: é muito comum em abrigo de gatos, aqueles que são positivos para FeLV ficam 
separado por uma grade. Será que é efetivo? Como será a forma de transmissão. Pra 
pacientes com FIV posso fazer a mesma coisa? Ou não é eficiente para nenhum dos 
dois? Então a via de eliminação nos ajuda a determinar esse isolamento também. 
 
 
3- Vias de Transmissão; 
É UM ELO CENTRAL NA CADEIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
Normalmente as ações de controle/prevenção estão relacionadas com a via de 
transmissão e por isso é importante estabelecer. 
É uma etapa critica porque depende muito da sobrevivência do agente no ambiente. 
Ex.: O vírus não envelopado (é muito mais resistente ao ambiente, quanto ele vai 
resistir? Qual a característica deste agente? A transmissão é imediata? O agente 
pode permanecer viável no ambiente por anos ? Qual a biologia do vetor para que 
eu possa intervir? 
 
Ex.: os programas de prevenção de carrapato são todos ligados a biologia do 
carrapato. Tanto que os equinos (que têm os carrapatos amblyomma e o 
dermacentor) para cada um deles tem um controle diferente porque as características 
biológicas dos carrapatos são diferentes. 
 
A forma de transmissão vertical (da mãe pro feto) pode ser empregada tanto para 
humanos quanto para animais. Dentro da cadeia epidemiológica, muitas vezes, a 
doença a princípio é no animal e o homem entra num sistema em que não pertence e 
acaba adquirindo a enfermidade ( a leishmaniose cutânea e visceral é um exemplo 
disso, onde o homem não faz parte do ciclo, mas acaba entrando acidentalmente). 
 
A transmissão acontece de um animal pra outro? De qual forma? 
 
 
Definição das rotas de transmissão: diretas 
 
• Aerógenas: particulas são passadas através do ar de um animal a outro (aerosol 
ou poeira) ex.: não varrer para não levantar e correr o risco de aspiração 
 
• Oral: (tanto pela via hídrica ou alimentos) - Consumir agentes causadores de 
doenças em alimentos ou fômites contaminados (água, lambendo ou mastigando 
objetos contaminados); 
 
• Contato Direto: Um animal susceptível fica exposto quando o agente da doença 
atinge diretamente feridas abertas, membranas, mucosas ou pele, através do 
sangue, saliva, nariz para nariz, contato, fricção, coito ou mordedura. 
 
• Reprodutiva: um subtipo de contato direto que inclui doenças propagadas 
através do acasalamento ou ao feto durante a gravidez (coito ou inseminação). 
As infecções verticais (da mãe pro feto) também entram nesse quesito. 
 
• Fômite: SEMPRE um objeto inanimado (bota, pá, luva, brinquedo) que esteja 
contaminado com agente patológico de um animal suscetível a outro. 
 
Veículo animado é diferente de fonte de infecção porque é um subtipo de 
transmissão de fômites em que um animal ou humano distribui material 
orgânico para outro local. 
Exemplo: um estagiário chega em casa com as mãos contaminadas e põe a mão 
em seu animal. O estagiário é o veículo animado que não foi infectado pelo 
agente, apenas carreou de um lugar para o outro. 
 
• Vetores : SEMPRE um invertebrado que adquire um agente da doença de um 
animal e transmite-o à outro. Pode ser um carrapato, uma mosca, pode ser uma 
mosca, um piolho, um mosquito, pulga, etc... que podem transmitir o agente 
etiológico da doença. 
- Vetor mecânico; (agente não tem dependência biológica com o vetor) 
- Vetor biológico; (ocorre alguma transformação biológica dentro do vetor) 
 
Exemplo: 
Vetor Mecânico: o agente não tem dependência biológica alguma com o vetor – 
Berne: a mosca do berne deposita os ovos em qualquer inseto alado que ela consiga 
capturar, esses ovos vão se desenvolver independentemente dos insetos que ela 
depositou, eles só aproveitam a carona sem ter nenhuma dependência biológica. 
Vetor Biológico: ocorre alguma transformação biológica dentro do vetor. Nesses casos 
observaremos que existem vetores específicos para determinadas enfermidades que 
pode ser multiplicação ou ainda uma mudança de fase. – Babesia: dentro do carrapato 
(vetor) a babesia muda de fase e se multiplica. 
 
Quando o vetor é biológico a gente tenta caracterizar esse vetor para poder achar o 
caminho de combate-lo. 
A contaminação ambiental sempre deve ser levada em consideração. 
 
4- Portas de Entrada; 
Uma vez que eu tenho a transmissão, para cada animal eu tenho uma porta de 
entrada, ou seja, a forma que ele irá se infectar. 
 
Porta de Entrada (vias) Forma de Contaminação 
Respiratória Gotículas de poeira e aerossóis 
Digestiva Água e alimentos contaminados 
Urinária Contágio direto, vetores, mãos 
contaminadas 
Conjuntiva Vetores mecânicos,gotículas, poeira 
Galactófora (canal do teto ) Mãos, equipamento de ordenha 
contaminados, solo, fomites. 
Onfaloflébica Solo, vetores, água, 
Cutânea Contágio direto, vetores, solo, água, fomites. 
 
5- Suscetíveis; 
Que vai ser o Novo hospedeiro. 
Importante estabelecer qual a suscetibilidade desses indivíduos. A gente observa 
nas enfermidades que alguns indivíduos são mais resistentes, outros são mais 
sensíveis e outros são refratários. 
 
ü Suscetibilidde x resistência 
 
ü Susceptibilidade natural x experimental 
A natural tem doses diferentes de inóculos, algumas enfermidadesa quantidade 
de inóculo pode ou não estabelecer manifestação clínica. No experimental já 
tem uma dose pré-concebida. 
 
ü Resistência natural x adquirida 
O indivíduo tem uma resistência natural (anticorpo materno) ou é mais mais 
resistente? Por que ele é mais resistente? 
 
ü Refratariedade 
 
ü Infecção x infestação 
 
 
ü Relação infecção – doença 
Nem sempre que o indivíduo se infecta ele terá a infestação. 
Infecção: ela é interna 
Infestação: ela é externa 
Fungo, vírus, bactéria a gente fala em infecção. 
Para parasitas usamos muito infestação (pulga, carrapato, piolho) 
Verminose alguns falam infestação e outros infecção. 
 
Fases do Processo Infeccioso da Doença 
 
ü Período da incubação: período da infeção até o início das manifestações 
clínicas. 
 
ü Período prodrômico: é bem no início da infecção, já tem algumas 
manifestações mas não são características (difícil diagnóstico) 
 
ü Período de convalescência: Depois da infecção, recuperação. (período que o 
animal cessa a manifestação entra na fase de recuperação) 
 
ü Período pré-patente: Vai da infecção ao início da eliminação do agente. 
Usa mais para agente parasitário do que infeccioso. O período pré-patente vai da 
infecção ao início da eliminação do agente, ou seja, quanto tempo leva para 
começar a contaminar o ambiente depois que se infectou? 
 
ü Período Patente: Período em que já tem eliminação do agente. Também 
chamado de período de transmissibilidade. 
 
 Exemplo: leptospirose em que após cura clínica continua eliminando o agente 
pela urina. Em algumas enfermidades eu consigo detectar 
 
É um período prolongado? Tem uma infecção crônica? 
No caso da febre amarela: Por quanto tempo vai eliminar esse agente? 
 
ü Disseminação: Importante tanto para parte clínica como para a parte de 
diagnóstico. O agente é localizado ou disseminado? 
Exemplo: corona vírus está localizado no intestino, se eu quiser fazer PCR de 
onde vou fazer? Não adianta fazer PCR do sangue sendo que ele está no 
intestino. 
 
 Nem todo hospedeiro tem manifestação clínica!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade: 
Traçar a cadeia epidemiológica da: Febre Amarela Silvestre e Urbana. 
 
(Artigos em PDF anexados) 
 
Febre Amarela 
 
1 – Fonte de Infecção 
Silvestre: Primatas não humanos (Macaco Prego e Guariba); 
Urbana: Seres Humanos; 
Há relatos de marsupiais arboreais e preguiças como papel secundário. 
 
2- Via de eliminação 
Ambas: liberação das partículas virais na corrente sanguínea. 
O vírus se multiplica no linfonodo e nas células dendríticas , musculares (estriadas e 
lisas) e em fibroblastos. O período de incubação demora de horas até dois dias ou até 
mesmo de 05 a 07 dias em casos mais graves (no ser humano). 
 
 
3- Vias de Transmissão 
Silvestre: Vetores Mecânicos - Haemagogus janthinomys e Sabethes 
Urbano: Vetores Mecânicos – Aedes aegypti (homem introduz o vírus na área urbana) 
 
4- Porta de Entrada 
Silvestre: Via cutânea; 
Urbana: Via cutânea; 
 
4- Suscetíveis: 
Ser humano, com prevalência maior em pessoas do sexo masculino, turistas 
 
 
Por que no Brasil a prevalência é de ciclo silvestre sendo que em bairros locais 
vemos várias pessoas infectadas? 
O ciclo silvestre é caracterizado pela transmissão através do mosquito Haemagogus e 
Sabethes que estão localizados em ambiente de mata, ou seja, é o mosquito que 
determina que a doença não se alastre além dessa caracterização ambiental. As pessoas 
acabam se contaminando com a doença entrando no ambiente deste vetor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epidemiologia e Sanidade Animal – 22/02/2018 Professora Cristiene 
 
Indicadores Epidemiológicos ou Indicadores de Saúde. 
 
Quando trabalha com população precisa de um parâmetro para saber se a saúde está 
melhorando, se não foi alterada ou se ela piorou. 
Os indicadores epidemiológicos ou indicadores de saúde são parâmetros da população 
através da representação numérica onde se pode enxergar se a população vem 
melhorando, piorando, se a medida de saúde aplicável teve sucesso, se houve redução 
de mortalidade. É SEMPRE UMA FREQUÊNCIA RELATIVA. 
 
Ou seja, é uma expressão numérica de diversos eventos (risco de óbito, risco de ficar 
doente) que podem ocorrem numa população e dentre eles destacam morbidade, 
letalidade, mortalidade e natalidade. 
 
Quais são as situações que são importantes estes indicadores? 
- analisar a situação de saúde naquele momento de uma determinada situação; 
- fazer comparação (ex. número de morte/ano de pessoas que adoeceram de febre 
amarela – do total que adoeceu, quantos morreram?) 
- ver mudanças ao longo do tempo; (como doença vão se espalhando?) 
 
Coeficientes (ou taxas) 
Expressa o risco, a probabilidade que um indivíduo do denominador tem de apresentar o 
atributo ou evento que consta no numerador. 
Exemplo: taxa de letalidade é o risco que o indivíduo doente tem de morrer. 
 
Se refere a um determinado período de tempo (ano, mês, semanas, dias), a um 
determinado local (cidade, estado, bairro) numa determinada população (espécie, idade, 
sexo, etc). 
 
Número de óbitos por tuberculose na cidade “X” no ano “Y”= 0,035 
Número de casos de tuberculose naquela cidade naquele ano 
 
Referem-se à um determinado: 
ü Período de tempo (ano, mês, semana, dias) 
ü Local (propriedade, município, estado, país) 
ü População (espécie, idade, sexo) 
 
 
Morbidade 
Frequência de doença numa população; 
Avalia a dimensão de um problema numa determinada população, ou seja, avalia o risco 
de um indivíduo de uma determinada população adquirir uma doença. 
 
Temos dois tipos de coeficiente de morbidade: 
ü Morbidade incidente ou incidência; 
ü Morbidade prevalente ou prevalência. 
Incidência (“I” ou Coeficiente de Morbidade Incidente): 
 
Avalia a frequência com que surgem casos novos numa população 
 
Quantos casos novos ocorreram no período em que eu observei ? 
Ex.: Incidência da febre amarela em Janeiro de 2018. Só vou contabilizar indivíduos 
que contraíram febre amarela em janeiro de 2018. 
 
 
 
 
 
 
População suscetível à doença na mesma localidade e período 
I = Casos Novos de determinada doença na localidade “X” no Período “Y” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O 
que essa figura representa? 
A população dessa propriedade são 100 animais. 
Cada tarja preta representa o período em que um animal ficou doente (quando adoeceu e 
quando teve a resolução). Por enquanto não estamos falando se ele morreu ou se ele se 
curou, apenas que acabou. 
No gráfico temos a observação de ano de 2005 e ano de 2006. Vamos trabalhar 
somente com o primeiro semestre de 2006. 
 
Quantos casos eu tenho nesse primeiro semestre de 2006? 
Tenho 08 casos (animais doentes) neste período 
No total de casos entram os casos novos + os casos antigos 
 
Quantos casos novos eu tenho no primeiro semestre de 2006? 
Tenho 06 casos novos neste período. 
Nos casos novos só contabilizo os animais que adoeceram no período em questão 
 
 Como vamos calcular a incidência deste caso? 
A incidência é a porcentagem de casos novos na população neste período. 
 
Então no exemplo eu tenho 06 casos novos numa população de 100 bovinos: 
 
 
 6 casos I 
 
100 Bovinos 100% Incidência = 6% 
Em resumo a incidência são todos os casos novos (que adoeceram) no período em 
questão. 
 
Prevalência (“P” ou Coeficiente de Morbidade Prevalente): 
 
Avalia a frequência de casos de doenças existentes numa população em um determinado 
momento ou intervalo de tempo restrito, sem distinguir os casos novos dos casos 
antigos. 
 
Ou seja, alguns dados referente a riscos de adquirir a doença não são feito 
acompanhamentos tão dinâmicos, devido falta de interesse, restrição financeira, etc. 
No Brasilhá muitos dados animais de doenças que têm interferência na produção 
(interesse econômico) ou zoonoses, para as outras doenças não há tantos dados. 
Muitas vezes quando vou estudar uma população animal não tenho condições de ficar 
acompanhando mês a mês, semana a semana e por isso muitas vezes eu vou num 
determinado local e faço uma coleta de todos os animais. Nesse momento não tenho 
condições de diferenciar quais casos são antigos e quais casos são novos. Então quando 
trabalho com esses dados mais ‘grosseiros’ em que eu não tenho uma referência de 
determinar quais casos são antigos ou novos chamamos de morbidade prevalente. 
Morbidade porque também é um risco do animal contrair a doença e prevalente porque 
estou trabalhando tanto com casos novos quanto com antigos. 
 
É um dado que é como se fosse uma foto no tempo, onde eu registro aquele momento 
para que eu tenha noção do que está acontecendo. O que aconteceu antes ou o que vai 
acontecer depois eu não sei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voltando ao exemplo da fazenda Boa Sorte: 
 
Se a Incidência é 6% e a Prevalência considera casos novos e antigos qual vai ser a 
Prevalência deste local? 
 
100 bovinos 100% 
 8 casos P 
 
 
Letalidade (ou Fatalidade): 
 
População suscetível à doença na mesma localidade e período 
P = Número de casos de determinada doença num dado período e local” 
 
Tanto incidência quanto prevalência são dados de morbidade, e ai depende das funções 
que eu tenho para acompanhar. 
A incidência é muito melhor pois um acompanhamento mais real, mais de perto, mais 
dinâmico porém custa muito mais caro. 
A prevalência é um dado estagnado, uma foto de um momento e o custo é bem menor. 
Prevalência = 8% 
Letalidade (ou fatalidade) Mede a intensidade da virulência na relação hospedeiro-
parasita, permitindo avaliar a gravidade da doença. 
Expressa o risco de morrer por determinada doença, a que estão exposta os indivíduos 
por ela acometidos e oferece elementos para prognóstico da doença. 
 
É o risco que o indivíduo tem uma vez que foi infectado de vir a óbito. 
 
Ou seja, é o risco dele morrer pela doença que foi acometido. 
A letalidade não é um dado estático, pode tanto diminuir quanto aumentar. Não é fixo 
da doença. 
A letalidade de uma doença pode variar de uma espécie pra outra 
 
Ex.: a letalidade da febre amarela em um bugio é diferente da letalidade em um macaco 
prego. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voltando ao nosso exemplo da Fazenda Boa Sorte: 
 
Observe a nova imagem: 
 
 
 
Número de casos da doença na mesma localidade e período 
 
L = Número de óbitos por determinada doença na localidade “X”e período “X” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
População de Bovinos: 100 
Total de Casos (Novas + Antigos) = 8 
Casos Novos = 6 
Óbitos pela Doença = 4 
 
Neste caso, quais são os indivíduos que correm o risco de morrer? A população total ou 
só os acometidos? 
Os que correm risco de morrer são aqueles que estão acometidos, então aqui vou usar o 
total de casos da doença em relação ao risco de óbito. 
Se em 08 animais doentes ocorreu 4 óbitos, o que vai acontecer em 100% desses 
animais ? 
 
 
8 animais doentes 4 foram a óbitos 
100% dos animais L 
 
 
Ou simplesmente: 4 (óbitos) ÷ 8 (animais doentes) x 100 = 50% 
 
Lembrando que a letalidade é um dado dinâmico que pode sofrer alterações. 
 
 
Letalidade = 
50% 
Mortalidade 
 
O coeficiente geral de mortalidade reflete o risco que um indivíduo de determinada 
população corre de morrer por qualquer causa, durante o período considerado. 
Expressa de maneira muito genérica a qualidade de vida da população. 
 
Dentro da mortalidade há outros extratos desse coefiente. 
 
Coeficiente Geral de Mortalidade: 
 
 
 
 
 
Mostra o risco de uma população vir a óbito por qualquer causa. Esse coeficiente dá 
uma ideia de qualidade de vida dessa população. Quanto menor de vir a óbito maior a 
qualidade de vida. É muito utilizado para humanos mas dependendo da população 
animal também dá pra usar. 
 
 
Voltando ao exemplo da Fazenda: 
 
 
População de Bovinos: 100 
Total de Casos (Novas + Antigos) = 8 
Casos Novos = 6 
Óbitos pela Doença = 4 
 
 
 
 
A mortalidade é calculada em toda população do local onde mensura o número de 
morte e qualidade de vida 
 
Não confundir letalidade com mortalidade. 
Exemplo: A letalidade da leptospirose seria o risco de um indivíduo acometido pela 
leptospirose vir a óbito pela doença. 
Mortalidade pela leptospirose numa população é o risco de um indivíduo daquela 
população vir a óbito pela leptospirose, não necessariamente ele está acometido. 
 
Quando a gente fala em mortalidade a população que está sobre risco é a população 
total (indivíduos sadios + indivíduos acometidos pela doença em questão + acometidos 
por qualquer outra doença). 
 
A letalidade é sobre o risco que o indivíduo que tem determinada doença tem de morrer. 
 
Mortalidade por causa definida nos diz o risco de determinado indivíduo que pertence 
aquela população tem de ir a óbito. 
 
 
Número de óbitos por todas as causas na localidade “X”e período “X” 
 População da localidade no período 
 
4 óbitos ÷ 100 (população) x 100 = 4% 
ü Natimortalidade: 
 
Calcula o número de nascidos mortos no local em determinado período. 
Ou seja, de todos os nascimentos daquela propriedade qual é o risco de nascer um 
natimorto? 
Só me aponta o risco! A população sobre risco na natimortalidade são os indivíduos que 
ainda vão nascer. 
 
 
 
 
 
ü Motalidade intra-uterina: 
 
Calcula o risco de aborto. Ou seja, o risco de correr um abortamento em um animal 
prenhe. 
A população sobre risco são fêmeas prenhes. 
 
 
 
 
 
Se eu tenho muito aborto o que pode ser? Manejo? Alimentação inadequada? 
Medicamento? 
 
 
ü Fecundidade 
 
Número de fêmeas efetivamente prenhe após coito ou cobertura. 
Seria a porcentagem de fêmea que foram cobertas/inseminadas que realmente 
emprenharam. 
Analisa qualidade do sêmen, manejo do funcionário, se o animal é eficiente na monta, 
etc. 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios: 
 
01. EXERCÍCIO: Explique o que é taxa ou coeficiente. 
 
02. EXERCÍCIO: (CETRO) O Coeficiente (ou Taxa) de Incidência é expresso pela seguinte fórmula: 
a) Nº de casos existentes (novos + antigos) em dado local / momento / período x 10n 
População do mesmo local e período 
b) Nº de casos de uma determinada doença em dado local e período x 100 
População exposta ao risco 
c) Nº de óbitos em um dado período x 1.000 
População do mesmo local e período 
Número total de nascimentos ocorridos na localidade e período 
Número de nascidos mortos na localidade “x” e período “y” 
Número de abortos ocorridos na localidade “X”e período “Y” 
Número de concepções efetivas na localidade e período 
Número de fêmeas efetivamente cobertas na localidade e período 
Número de concepções efetivas na localidade “X”e período “Y” 
d) Nº de casos novos de uma doença em um local e período x 10n 
População do mesmo local e período 
e) Nº de óbitos pela doença em determinada área e período x 100 ou 1.000 
Nº total de pessoas com a doença na mesma área e período 
 
03. EXERCÍCIO: Foi realizado um estudo para determinar a soroprevalência de cinomose no ano de 
2014, em uma população de caninos não vacinados de um bairro de Santa Maria, estimada em 1000 
animais. Dessa forma, 470 amostras de soro foram considerados sororreatores para o vírus. Durante 
o ano seguinte, 2015, foi feito um acompanhamento da doença na população, e os pesquisadores 
constataram que 100 casos novos no bairro e47 destes morreram comprovadamente de cinomose. 
a) Qual a soroprevalência para cinomose detectada pelo estudo nessa população para o ano de 
2014, em percentual? 
 
 
04. EXERCÍCIO: De acordo com o enunciado do EXERCÍCIO 03, determine a letalidade para o ano de 
2015, em percentual. 
 
 
 
05. EXERCÍCIO: (VUNESP) O coeficiente de letalidade deve ser entendido como relação entre 
 
a) total de mortos na população / população total. 
b) número de mortos por dada doença / total de acometidos pela mesma doença. 
c) total de mortos na população / total de doentes da população. 
d) número de mortos por dada doença / população total. 
e) número de mortos por dada doença / total de doentes da população. 
 
 
06. EXERCÍCIO (CETRO) Assinale a alternativa correta. 
a) A taxa de letalidade expressa a frequência relativa de casos novos na população, em uma dada 
região, durante um determinado período de tempo. 
b) O coeficiente de morbidade incidente expressa a frequência de uma doença em uma 
população de uma região refletindo o risco ou a probabilidade que apresenta um indivíduo 
dessa população de morrer. 
c) O coeficiente de morbidade revela a capacidade que um agente tem de causar a morte de um 
indivíduo de uma dada população, em uma região definida, durante determinado período de 
tempo. 
d) O coeficiente de morbidade prevalente reflete a frequência de todos os casos existentes em 
uma população, novos e antigos, num determinado momento ou período de tempo. 
e) A taxa de letalidade indica a probabilidade de morte de um indivíduo de uma dada população, 
em uma região definida, durante determinado período de tempo. 
 
 
07. EXERCÍCIO: a) Calcule o coeficiente de mortalidade geral (por mil habitantes) para os municípios 
de Salvador e Porto Alegre em 2000. 
b) Preencha as células vazias com os coeficientes de mortalidade (por mil 
habitantes) para os municípios de Salvador e Porto Alegre em 2000. 
SALVADOR 
 
PORTO ALEGRE 
 
Faixa 
etária POP % OBITOS % CM* 
 POP % OBITOS % CM* 
<1 41888 1,71 1237 9,75 29,53 21171 1,56 349 3,54 
1 a 4 166531 6,82 157 1,24 0,94 82905 6,09 60 0,61 0,72 
5 a 9 206311 8,44 72 0,57 0,35 102252 7,52 26 0,26 
10 a 14 223746 9,16 93 0,73 107317 7,89 53 0,54 0,49 
15 a 19 281938 11,54 294 2,32 125149 9,20 127 1,29 1,01 
20 a 29 503201 20,60 854 6,73 1,70 229941 16,90 473 4,80 2,06 
30 a 39 399208 16,34 940 7,41 2,35 208102 15,29 587 5,95 
40 a 49 292184 11,96 1341 10,57 4,59 192396 14,14 822 8,34 
50 a 59 163064 6,67 1652 13,03 10,13 130816 9,61 1187 12,04 9,07 
60 a 69 93847 3,84 1944 15,33 87005 6,39 1701 17,26 19,55 
70 a 79 49888 2,04 2070 16,32 41,49 52961 3,89 2199 22,31 41,52 
80 e + 21301 0,87 2028 15,99 95,21 20575 1,51 2274 23,07 110,52 
total 2443107 100 12682 100 total 1360590 100 9858 100,00 
* Coeficiente de mortalidade por faixa etária (por mil habitantes) 
 
08. EXERCÍCIO: (PREFEITURA DE SÃO PAULO) No ano de 2006, em um Município que possui uma 
população estimada em 61.841 pessoas, foram registrados 1.778 casos de leptospirose, dos quais 
20 morreram. Os coeficientes de morbidade, letalidade e mortalidade por leptospirose, expressos 
em percentual, são, respectivamente, de 
a) 0,032; 2,88 e 1,12. 
b) 0,032; 1,12 e 2,88. 
c) 1,12; 0,032 e 2,88. 
d) 2,88; 0,032 e 1,12. 
e) 2,88; 1,12 e 0,032. 
 
 
09. EXERCÍCIO: (VUNESP) Durante a campanha de vacinação anti-rábica canina, realizada no mês de 
agosto de 2002, o Serviço Municipal de Controle de Zoonoses de Monte Azul, SP, realizou um 
inquérito sorológico para a leptospirose no qual, de 400 animais examinados, 100 foram 
classificados como soro-reatores, titulo ³ 100 para o sorovar canicola. Os reatores ao teste 
sorológico tiveram um acompanhamento clinico e laboratorial e, destes, 15 morreram com clinica 
sugestiva de leptospirose que foi confirmada pelo exame de suspensões de tecido hepático 
submetidas à microscopia de campo escuro, ao cultivo e à técnica de PCR. Os coeficientes de 
morbidade, letalidade e mortalidade por leptospirose, expressos em percentual, são, 
respectivamente, de 
a) 3,75; 15,00 e 25,00. 
b) 15,00; 25,00 e 3,75 
c) 25,00; 15,00 e 3,75. 
d) 20,00; 10,00 e 3,5. 
e) 25,00; 3,75 e 15,00. 
 
 
 
 
 
 
Respostas: 
 
Exercício 1 - É a relação entre o número de casos de um evento e uma determinada 
população, num dado local e época. É a medida que informa quanto ao “risco” de 
ocorrência de um evento. Exemplo: número de óbitos por febre amarela no estado de São 
Paulo, em relação às pessoas que residiam nessa cidade em cada ano; nº animais 
infectados por determinada doença em relação aos animais de determinada população. 
 
Exercício 2 – Alternativa D 
A – errada, pois na incidência os casos antigos não entram, apenas os novos. 
B – errada, pois não especifica se são casos novos ou antigos. 
C – errada, pois na incidência não são o número de óbitos, e sim de animais doentes. 
D – Alternativa correta. 
E – errada, pois novamente cita número de óbitos. 
 
Exercício 3 
a) População total: 1000 animais 
 Animais contaminados: 470 animais 
 
 Casos Novos: 100 
 Número de óbitos: 47 
 
 
Soroprevalência 2014 à 1000 população 100% 
 470 contaminados X 
 
 
 
b) Incidência 2015 à 1000 população total 100% 
 100 casos novos I 
 
 
Exercício 4 – Letalidade ano de 2015 
 
Número de óbitos: 47 
 
 
 
Exercício 5 – Alternativa B 
A – errada, pois está relacionado ao número de mortes por dada doença e pelos 
indivíduos acometidos. 
B – alternativa correta. 
C – errada, pois não é da população total e sim daquela acometida por dada doença. 
D – Alternativa correta. 
E – errada, pois apesar de ser o número de mortos por dada doença não é sobre o total 
de doentes da população e sim o total de doentes pela dada doença. 
Exercício 6 – Alternativa D 
A – errada, pois letalidade não está relacionada ao risco de ter a doença e sim ao risco 
do indivíduo já doente vir a óbito. 
B – errada, pois morbidade é o risco de doença e não de morrer. 
C – errada, pois novamente é o risco de doença e não de morte. 
D – Alternativa correta. 
E – errada, pois a letalidade indica a probabilidade de morte de um indivíduo por uma 
dada doença. Na alternativa eles se referem a mortalidade e não letalidade. 
 
 
Exercício 7 
 
a- Calcule o coeficiente de mortalidade geral (por mil habitantes) para os municípios de Salvador e 
Porto Alegre em 2000. 
 
2014 
2015 
Prevalência = 
47% 
Incidência = 10% 
b- Preencha as células vazias com os coeficientes de mortalidade (por mil habitantes) para os 
municípios de Salvador e Porto Alegre em 2000. 
 
 
SALVADOR 
 
PORTO ALEGRE 
 
Faixa 
etária POP % OBITOS % CM* 
 POP % OBITOS % CM* 
<1 41888 1,71 1237 9,75 29,53 21171 1,56 349 3,54 16,48 
1 a 4 166531 6,82 157 1,24 0,94 82905 6,09 60 0,61 0,72 
5 a 9 206311 8,44 72 0,57 0,35 102252 7,52 26 0,26 0,25 
10 a 14 223746 9,16 93 0,73 0,41 107317 7,89 53 0,54 0,49 
15 a 19 281938 11,54 294 2,32 1,0 125149 9,20 127 1,29 1,01 
20 a 29 503201 20,60 854 6,73 1,70 229941 16,90 473 4,80 2,06 
30 a 39 399208 16,34 940 7,41 2,35 208102 15,29 587 5,95 2,82 
40 a 49 292184 11,96 1341 10,57 4,59 192396 14,14 822 8,34 4,27 
50 a 59 163064 6,67 1652 13,03 10,13 130816 9,61 1187 12,04 9,07 
60 a 69 93847 3,84 1944 15,33 20,71 87005 6,39 1701 17,26 19,55 
70 a 79 49888 2,04 2070 16,32 41,49 52961 3,89 2199 22,31 41,52 
80 e + 21301 0,87 2028 15,99 95,21 20575 1,51 2274 23,07 110,52 
total 2443107 100 12682 100 5,19 total 1360590 100 9858 100,00 7,24 
* Coeficiente de mortalidadepor faixa etária (por mil habitantes) 
 
Como a conta foi feita? Dividido número de óbito pelo POP e multiplicado por 1000 
(mil), pois o enunciado solicitava por mil habitantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercício 8 – Alternativa E 
 
População total: 61.841 
Total de casos (novos e antigos) 1778 
Número de óbitos: 20 
 
 
ü Morbidade: 
 
61.841 população total 100% 
 1778 número casos M 
 
OU ENTÃO: 1778 ÷ 61.841 x 100 = 2,88% 
 
ü Letalidade: 
 
1778 animais doentes 20 foram a óbito 
Morbidade = 2,88% 
Letalidade = 1,12% 
 100% dos animais L 
 
Ou então: 20 ÷ 1778 x 100 = 1,112% 
 
 
ü Mortalidade: 
 
61.841 população total 20 mortes 
100% (todos indivíduos) M 
 
Ou então: 20 ÷ 61.841 x 100 = 
 
 
Exercício 9 – Alternativa C 
População Total: 400 animais 
Animais Doentes: 100 
Número Óbito: 15 
 
ü Morbidade 
 
400 população total 100% 
100 número casos M 
 
Ou então: 100 ÷ 400 x 100 = 25% 
 
 
ü Letalidade 
 
 100 número casos 15 foram a óbito 
 100% dos animais L 
 
Ou então: 15 ÷ 100 x 100 = 15% 
 
 
ü Mortalidade 
 
400 população total 15 óbitos 
100% dos animais M 
 
Ou então: 15 ÷ 400 x 100 = 3,75% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mortalidade = 0,032% 
Morbidade = 25% 
Letalidade = 15% 
Mortalidade = 
3,75% 
 
 
Epidemiologia e Sanidade Animal – 08/03/2018 Professora Cristiene 
 
 
Características dos Métodos Diagnósticos 
 
Utilizado para confirmar presença ou ausência de uma doença ou prevalência e 
incidência. 
Se eu tenho suspeita de uma enfermidade preciso fazer um teste para provar a existência 
ou ausência dela. Por exemplo, um animal não tem a manifestação mas está eliminando 
o agente, o teste me ajuda a saber. 
 
Também serve para verificar prevalência x incidência. Toda vez que a gente faz a conta 
prevalência x incidência os gráficos/mapas são todos de casos confirmados por métodos 
diagnóstico. 
 
É importante ressaltar que todo teste tem uma margem de erro. 
 
Teste Direto e Indireto: 
 
Métodos Diretos 
O método direto consiste na pesquisa do antígeno, ou seja, um “pedaço” de um 
determinado agente. 
 
Objetivo: Pesquisar presença ou ausência de um agente etiológico. 
 
Exemplos de Métodos Diretos: 
ü Coproparasitológico; 
ü Raspado Cutâneo; 
ü Cultura (fúngica, bacteriana); 
ü Citologia; 
ü Histopatológico; 
ü Imunohistoquímica; 
ü PCR (imunodiagnóstico); 
 
Obs.: Os métodos sorológicos se baseiam na interação do antígeno com o anticorpo. 
 Imunodiagnóstico são os principais métodos diagnósticos que utilizamos para 
monitorar uma população. 
Quando o sistema imunológico produz um anticorpo este anticorpo não é capaz de se 
ligar em qualquer antígeno, pois é uma resposta imune adaptativa, ou seja, é 
específica... logo um anticorpo é direcionado a um único antígeno. Caso contrário não 
precisaria de uma V10, uma V8. 
Sabendo disso eu uso a especificidade do anticorpo para procurar um agente. (interação 
antígeno x anticorpo correspondente) 
 
Exemplo: na estrutura dessa bactéria há vários antígenos que terá 
seu respectivo anticorpo. Essa resposta é tão especifica que para 
cada antígeno apresentado será produzido o seu anticorpo. 
 
Bactéria 
Nos testes diretos a gente tem a pesquisa do antígeno, porque se eu estou pesquisando o 
antígeno estou pesquisando parte deste agente. 
 
Como funciona na pratica? Tenho um kit e quero pesquisar um antígeno específico. 
Tem ou não tem o agente? 
Se eu não sei se tenho o agente eu preciso conhecer o outro lado, colocando no local o 
anticorpo para aquele agente. 
 
Como a reação funciona? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Posso ter no meu tubo de ensaio até outros antígenos, porém como o anticorpo é 
específico ele só vai se ligar no antígeno específico. 
 
Se eu estou verificando se um animal tem cinomose (representado como triângulo) e o 
parvovírus é a bolinha verde .... o anticorpo vai se ligar especificamente no antígeno 
correspondente. 
 
Como a gente enxerga isso? Esses testes imunológicos emitem um sinal físico que pode 
ser presença de uma linha, presença de uma cor, presença de aglutinação, algum sinal 
visual de que foi ligado ao antígeno e ai eu considero esse teste como positivo ou 
negativo. 
 
 
Exemplo de Métodos imunológicos Diretos: 
ü Elisa; (cinomose, parvovirose, FeLV) 
ü Imunofluorescência direta; (raiva) 
ü Imunocromatográfico; 
 
 
Em resumo: sempre que eu vou procurar o agente eu falo em método direto! 
 
 
 
Cinomose 
Y Y 
Y Y 
Y Y Y 
Amostra com Antígeno Amostra sem Antígeno 
Y 
Y Y 
Y Y Y 
z 
z 
Y Y Y 
Y Y Y 
 
Métodos Indiretos 
 
Eles vão pesquisar alterações decorrentes da presença desse agente, ou alterações 
decorrentes da passagem desse agente pelo organismo. 
 
Ex.: Uma produção de anticorpo é alteração decorrente da presença ou passagem de um 
agente, alterações em órgãos como inflamação, aumento, mudança coloração, etc. 
 
Sendo assim o método corpoparasitológico não pode ser um método indireto pois está 
pesquisando o agente, e não as alterações dele. 
 
Exemplo de Métodos Indiretos: 
ü Citologia (vejo alterações na célula); 
ü Urinálise; 
ü Histopatológico; 
ü Hemograma e Bioquímico; 
ü Ultrassom 
ü Raio X e Tomografia; 
ü Imunodiagnóstico; 
 
O imunodiagnóstico pode ser direto ou indireto, quando pesquiso anticorpo ele é um 
método indireto porque anticorpo é uma alteração deixada pelo agente. 
Se eu estou pesquisando o antígeno ele é direto. 
 
Método Indireto – Pesquisa do Anticorpo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O método me diz se na amostra o anticorpo correspondente está presente ou ausente. 
Numa amostra eu posso ter vários tipos de anticorpos, mas o que se ligará é o anticorpo 
correspondente. 
 
 
Exemplo de Métodos imunológicos Indiretos: 
ü Elisa; 
ü Imunofluorescência Indireta (RIFI); 
z 
z 
z 
z z 
z z 
Presença Ac Correspondente 
 + 
Ausência Ac Correspondente 
 - 
z 
z z
 
z 
z Y Y 
Y 
Y 
Y
 
Y 
Y Y 
ü Imunocromatográfico; 
 
Uma manifestação clínica, um método bioquímico não tem uma sensibilidade tão 
grande, por isso cada vez mais se pesquisam métodos mais sensíveis, específicos para 
melhorar o diagnóstico. 
 
O método sempre tem que ter 2 características: sensibilidade e especificidade. 
 
Sensibilidade e Especificidade de um Método Diagnóstico 
 
Quando usaria um ou outro? Se eu tenho um único indivíduo posso ir acumulando 
método e fazer um diagnóstico muito mais primoroso. Numa população, por questão de 
custos não posso fazer. 
 
Sensibilidade: Capacidade do método de determinar como positivas amostras 
provenientes de animais infectados. 
 
Na população quando estou pesquisando uma enfermidade eu tenho dois lados: a 
população infectada e a não infectada. 
A sensibilidade está de olho na população infectada, então a capacidade do método é de 
determinar como positiva amostras de indivíduos que tem o atributo pesquisado. 
 
Exemplo: vou padronizar um método diagnóstico que consiste na inoculação de 
camundongos. 
 
Veja abaixo uma caixinha com 10 camundongos (onde será padronizado um método) e 
inoculei com um agente, logo eles estarão infectados, portanto terei uma população 
100% infectada. 
 
Eu irei determinar qual o método de leitura do meu método: 
ü se o animal no dia seguinte morrer é porque minha 
amostra tinha o agente;ü se o animal no dia seguinte estiver vivo é porque minha 
amostra não tinha o agente; 
 
Aqui eu infectei, mas depois eu vou usar esse método 
diagnóstico na população e na população eu não sei quem vai 
estar infectado ou não, por isso eu preciso de um critério de 
interpretação. 
 
Em todo método diagnóstico se faz isso, usa amostra sabidamente positiva e 
sabidamente negativa para padronizar o meu método. 
 
Então no exemplo o critério, inoculei camundongo e estabeleci um critério. Se o 
camundongo sobreviver é negativo (na amostra do animal não tinha o agente) e se ele 
morrer ele é positivo (tinha o agente). 
 
Por exemplo, o diagnóstico de raiva é feito através de inoculação em camundongos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quantos animais foram positivo? 8 = 80% e negativo foram 2 = 20%. 
 
Se o resultado deu positivo é um dado verdadeiro! Logo posso falar que o resultado é 
um verdadeiro positivo. 
 
Se o resultado deu negativo mas o animal está infectado o resultado é falso, logo é um 
falso negativo. 
 
Quando eu tenho um falso negativo? (o animal está infectado mas o método me diz que 
não) 
 
Se o animal foi infectado ele vai desenvolver uma imunidade específica e vai produzir 
anticorpo. Quando é que numa pesquisa de anticorpo de uma animal infectado esse teste 
pode dar falso negativo? 
 
- Em causa de imunossupressão severa onde não consegue soroconverter; 
- Animais em exaustão onde não respondem mais; 
- Início de infecção; 
- Período de incubação; 
 
 
Cada método diagnóstico tem um limiar de detecção, ele precisa de uma quantidade 
mínima de anticorpo para enxergar se o animal é ou não positivo. 
 
Por exemplo, o meu Elisa tem um limiar X e enquanto não chegar ao mínimo da 
produção exigida o resultado será negativo, no caso um falso negativo. 
 
Um outro tipo de pesquisa seria a pesquisa de antígeno ou material genético. 
Quando a gente pode ter um falso negativo pra pesquisa de antígeno ? Quando o 
indivíduo já está infectado mas ainda não está eliminando (período pré patente que vai 
da infecção ao início da eliminação do agente). 
Leitura da caixa com 10 camundongos inoculados no dia 
seguinte: x 
 
x 
 x 
 x 
 
x 
 x 
 x 
 
x 
 
Critério de Leitura: vida ou morte 
 
 Vivo – Negativo = 2 
Morte – Positivo = 8 
Por exemplo, na FeLV o gato pode estar infectado pelo vírus, esse vírus estará com o 
genoma conectado ao genoma da célula hospedeira mas ainda não terá produção viral. 
O Elisa, por exemplo, pra FeLV pesquisa partículas virais, se essas células ainda não 
estiverem produzindo partículas virais teremos um resultado negativo. 
 
Amostras enviadas para o diagnóstico também podem dar problema. Exemplo: estou 
com um animal com suspeita de leishmaniose, de onde vou coletar material para 
amostra com a maior chance de encontrar o agente? Orgãos linfoides (baço, linfonodo, 
medula óssea) e muitas vezes mandam para diagnóstico sangue sendo que não é o lugar 
de predileção para o agente estar presente. 
Por isso é importante conhecer a patogenia da enfermidade. 
 
 
Sensibilidade e Especificidade de um Método Diagnóstico 
 
Sensibilidade 
 
Qual a utilidade de um teste altamente sensível? Vai ser usado numa emergência 
clínica, ou seja, enfermidades que são graves deixar de atender/tratar do que se entregar 
com tratamento sem diagnóstico. 
Exemplo: na erliquiose, é muito mais grave deixar de tratar um paciente do que tratar 
erroneamente um falso positivo. 
 
Nesse caso citado preciso de um teste altamente sensível para detectar o máximo de 
indivíduos que poderiam estar infectados. 
 
Uma outra situação importante seria para gente utilizar em teste de triagem (teste 
inicial) para verificar presença ou ausência de indivíduos doentes. 
 
O terceiro ponto é quando preciso manter animais sabidamente negativos. Um teste 
altamente sensível vai procurar naquela amostra o menor sinal do atributo a qual ele 
está procurando, seja um Ac, um Ag, um material genético. 
Quanto mais sensível o método menores concentrações do atributo ele consegue 
detectar e as vezes ele é tão programamado para pesquisar que se ele ver alguma 
semelhança com o atributo ele falará que é positivo, dando um falso positivo. 
 
Ex.: estou pesquisando Ac anti leishamania, a gente sabe que nessa pesquisa posso ter 
reação cruzada com animais que tiveram erliquiose porque as ligações do anticorpo são 
semelhantes, causando o que chamamos de ligação inespecífica, gerando um falso 
positivo. 
 
Se ele não achou o atributo na amostra posso acreditar no resultado porque ele é tão 
minucioso na pesquisa que se ele não achou é porque realmente não tem. 
 
Sendo assim nos testes altamente sensíveis acreditamos muito quando dá negativo. 
Já o resultado positivo podemos duvidar porque se o atributo for parecido ele se liga e 
da positivo. 
 
 
Eu uso o teste de triagem (normalmente é um teste inicial) onde eu vou detectar o 
máximo de positivos possíveis e os indivíduos que eram negativo provavelmente não 
tem infecção (comum usar para animais que são doadores de sangue). 
 
Para Brucelose no rebanho bovino usa bastante o teste de triagem, onde mantem só os 
animais negativos, os positivos verá se será feito uma contraprova. 
 
A sensibilidade está muito preocupada com a população infectada, a especificidade está 
preocupada com a outra parte da população. 
 
A especificidade também tem que ser padronizada, assim como a sensibilidade e só 
depois utilizar como um método diagnóstico. 
 
Especificidade 
 
É a capacidade do método de determinar como negativa amostras provenientes de 
animais sem a infecção. 
 
Continuando no método que estou padronizando, como ele constitui da inoculação eu 
preciso inocular esses animais, porém agora estou estudando animais sem infecção. Vou 
lá e inoculo uma outra caixa de camundongos com soro fisiológico, ou seja, esse 
camundongos estão livres de infecção. Eu coloco soro porque nas amostras 
provenientes de animais sem infecção eu também vou inocular. 
 
 
 
 São 10 animais inoculados com soro fisiológico, livres de 
infecção. Como é o mesmo método que eu estou padronizando 
o critério continua sendo o mesmo: 
Se o camundongo permanecer vivo ele é negativo e se ele 
morrer eu vou considerar a amostra como positiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No momento da leitura observou-se um camundongo morto e ai na minha leitura 
quantos eu considero como negativo? 9 = 90% e um eu vou considerar como positivo. 
 
Esses negativos é um dado verdadeiro porque o animal não tem infecção e o método me 
diz que são negativos, ou seja é um resultado verdadeiro negativo. 
 
Agora o animal que morreu, ele não tinha infecção e o método me disse que ele era 
positivo... neste caso temos um resultado falso positivo. 
 
O animal que morreu pode ser morrido por qualquer motivo e caracteriza um erro do 
teste. Todo teste está sujeito a isso, tanto para positivo quanto para negativo. 
Neste caso o animal não tinha infecção mas o método está dizendo que sim. 
 
Quando é que eu posso ter um falso positivo? 
- Memória imunológica;* 
- Vacinação (presença Ag e Ac vacinal); 
- Anticorpos maternos; 
- Reação inespecífica; 
 
* Na erliquiose o animal pode manter a produção de anticorpos circulantes até 34 meses 
após a cura. Tratei o animal, eliminei a erlichia mas pela memória imunológica ainda 
mantem anticorpos circulantes. 
 
Quando se usa vacina atenuada o microrganismo vai se multiplicar no organismo do 
animal, mas não é uma infecção só que o método não vai conseguir distinguir isso e 
poderá dar falso positivo. 
 
Uma outra causa de falso positivo pode ser por reação inespecífica, principalmente por 
pesquisa de anticorpo, ou seja, um animal onde pesquiso anticorpos anti leishmania e 
esse animal nunca teveleish mas já teve erliquiose, isso é uma reação inespecífica. 
 
Leitura da caixa com 10 camundongos inoculados no dia 
seguinte: 
Critério de Leitura: vida ou morte 
 
 
Vivo – Negativo = 9 VN 
Morte – Positivo = 1 FP 
X 
 
Anticorpo e antígeno é uma combinação como chave na fechadura, quando essa ligação 
é específica é como se eu tivesse usado a chave certa. Uma reação inespecífica seria 
como uma chave que até encaixa na fechadura mas não consegue abrir... o encaixe é 
parecido mas não é o mesmo. 
 
Reações inespecíficas podem acontecer muito quando tenho uma alta sensibilidade 
porque como ele detecta poucas quantidades de anticorpos pode acabar sendo 
inespecífico. 
 
Quando o método precisa de uma quantidade muito maior de anticorpos para determinar 
positividade raramente vai ser uma ligação inespecífica. 
As ligações inespecíficas não ocorrem em grandes quantidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na amostra 2 eu tenho uma quantidade maior, um teste muito sensível consegue 
detectar pequenas concentrações do anticorpo. 
 
Lembrando que os testes altamente sensíveis as vezes vê o que não existe, então tenho a 
cima a amostra X em que esses anticorpos não são os que estou pesquisando, são outros 
e ele acaba confundindo podendo dar um falso positivo. 
 
Quando o teste é altamente específico e neste caso estou falando em pesquisa de 
anticorpo, ele normalmente perde sensibilidade. Em imunodiagnóstico quando eu 
aumento a especificidade eu diminuo a sensibilidade e ao contrário também é real. 
 
Ou seja, num teste altamente específico para pesquisa de anticorpo, eu tenho que ter 
uma quantidade maior de anticorpo para que ele tenha certeza que aquela amostra é 
positiva. 
Y 
Y 
Y 
Y 
Y Y 
Y Y 
Y Y Y 
Y 
O teste altamente específico não consegue enxergar pequenas quantidade do atributo, 
porque pra ele pequenas quantidade pode dar falso positivo. 
Um teste altamente específico não consegue enxergar a amostra 1 e 2, para ele é como 
se o animal fosse negativo. Ele só vai determinar como positivo quando realmente for, 
quanto o atributo que ele estiver pesquisando for maior (amostra 3). 
 
Obs.: isso vale para teste imunológico, PCR é outra regra pois é a sequência genética 
que estará sendo pesquisada. O PCR é um método molecular que pode ser altamente 
específico e altamente sensível. 
 
Quando ele precisa de uma quantidade maior do atributo, ele está perdendo 
sensibilidade, sensibilidade seria pegar uma quantidade mínima... logo aumenta 
especificidade e diminui a sensibilidade. 
 
Num teste específico a gente acredita MUITO no resultado positivo! Porque ele só vai 
dar positivo quando a evidência for muito forte. 
O grande problema é no falso negativo. 
 
 
Em resumo: 
- Testes altamente sensíveis: problema com falso positivo; 
- Testes altamente específicos: problema com falso negativo; 
 
 
Títulos de Anticorpos 
 
Titulação de Anticorpos: Corresponde a maior diluição da amostra que o método é 
capaz de detectar a presença de anticorpo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amostra 1 
1:40 
Y 
 
Y 
 
Y 
 
1:40 1:80 1:160 1:320 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns métodos diagnósticos são qualitativos, eles liberam positivo ou negativo. 
Alguns métodos são quantitativos, eles liberam resultado em quantidade de anticorpos, 
isso é título. 
 
A titulação de anticorpos está me dando uma noção de quantidade de anticorpo. 
Isso é muito utilizado!!! 
 
O que é a diluição de um amostra? O quanto eu estou colocando de diluente. 
Exemplo: o que seria 1:40? 1:40 é a própria diluição da amostra, eu tenho uma parte 
dessa amostra (ex.: 1mL), para 40 (40 mL) de solução total (amostra + diluente). 
 
A própria diluição é o título, então acima temos uma parte de amostra + 39 de diluente 
ficando 1:40 de solução total. 
 
Na titulação fazemos várias diluições (vide imagens acima) 
Qual diluição é maior ? É a última (1:320) porque tenho muito mais diluente e muito 
menos amostra. E a tendência é que ocorra como na imagem: quanto mais diluída a 
amostra menos anticorpo terá nela. 
 
Na amostra 1 a maior diluição que conseguimos enxergar anticorpo é 1:40, então o 
título da amostra 1 é 1:40. 
 
Na amostra 2 a maior diluição que conseguimos enxergar anticorpo é 1:160, então o 
título da amostra 2 é 1:160. 
 
É exatamente assim que funciona uma titulação de anticorpos. 
 
Qual desses animais tem a maior quantidade de anticorpo? 
O da amostra 2 e quanto maior o título maior será a concentração de anticorpos num 
animal. 
 
Provavelmente qual desses animais (1 ou 2) poderia estar no estágio inicial da 
infecção? 
O animal 1 pois é o que tem a menor quantidade de anticorpos. 
 
 
Vamos pensar em um animal hipotético cuja a titulação deu 1:40. 
1:40 é uma titulação muito baixa e a gente corre o risco de não ser uma ligação real, 
Amostra 2 
 1:160 
Y 
 
Y 
 Y 
 
Y 
 Y
 
 Y
 
 
Y Y Y Y Y 
Y Y 
Y 
 
1:40 1:80 1:160 1:320 
Pode ser que esse animal seja um falso positivo. 
 
O que fazer para confirmar se essa ligação é inespecífica? 
Podemos utilizar um outro método para confirmar ou então eu posso refazer o teste 
depois de um período. Se esse animal realmente tiver infectado a tendência é que esse 
título aumente porque aumentará a quantidade de anticorpos. 
 
1:40 para leishmaniose, por exemplo, é uma titulação muito baixa para gente considerar 
esse animal como positivo para a doença. 
 
 
Quando utilizar um teste altamente específico ? 
Quando, por exemplo, o resultado do diagnóstico resultará na eutanásia do animal. 
Se eu utilizar um método altamente sensível para determinar a eutanásia do animal eu 
posso ter um falso positivo como consequência. 
 
Então como é uma característica dos testes altamente específicos acreditar muito no 
positivo eles serão usados em casos como no exemplo acima, ou em casos em que o 
tratamento têm efeitos colaterais muito fortes. 
 
No caso de suspeita de Leishmaniose eu vou optar por um teste altamente específico 
porque o tratamento é caro e que pode causar severas alterações renais/hepáticas. 
 
Outra utilização para o teste altamente específico é para confirmação. 
Ex.: num banco de sangue onde para triagem das bolsas foi utilizado um método 
altamente sensível (muito problema de falso positivo), para confirmação deve utilizar 
um método altamente específico. 
Se der positivo no primeiro e positivo no segundo está infectado. 
Se der positivo no primeiro e negativo no segundo ou eu considero esse indivíduo livre 
de infecção ou deixo de observação. 
 
 
Tem um outro ponto que pode interferir na especificidade e sensibilidade do método 
que é a prevalência da doença na população. 
Lembrando que prevalência mensura casos novos e antigos de morbidade, ou seja, 
frequência de doença na população. 
 
A prevalência e incidência pode interferir nos resultados do método mesmo ele sendo 
sensível ou específico. 
 
Uso de Métodos em Populações 
 
Quando uma população tem alta prevalência da doença, ou seja, a frequência de animais 
doentes nessa população é alta o melhor método a ser usado é o altamente sensível, 
porque quando a gente tem uma prevalência alta a tendência é que o método acerte 
muito mais resultados positivos. Dentre o total de resultados positivos que ele libera eu 
tenho um aumento nessa quantidade. Chamamos isso de valor preditivo positivo que é 
o acerto de resultados dentre os resultados positivos que esse método libera. 
 
Valor preditivo positivo: é a porcentagem de acertos do método em relação ao total de 
resultados positivos que ele libera. 
 
Valor preditivo negativo: é a porcentagem de acertos para negativo do total de 
resultados negativos que o método libera. 
 
Obs.: o método vai variar de região pra região, depaís pra país .... 
 
Numa prevalência baixa, se eu utilizar um método altamente sensível o erro de 
resultado é muito grande, então deve utilizar métodos de alta especificidade. 
 
Ou seja, numa população com prevalência de 80% eu vou usar o método de alta 
sensibilidade. E numa população com prevalência de 5% eu vou usar um método de alta 
especificidade. 
 
 
Em resumo: 
 
↑Prevalência de enfermidade: Utilizar método de alta sensibilidade; 
↓Prevalência de enfermidade: Utilizar método de alta especificidade; 
 
Perguntas: 
 
Na anemia infecciosa equina animais positivos devem ser eutanasiados. O que eu vou 
priorizar? Sensibilidade ou Especificidade? 
Resposta: Especificidade. 
 
 
Eu vou introduzir clamidiose em aves. Se eu introduzo uma ave com clamidiose no 
viveiro eu posso espalhar a doença para vários animais. Para introduzir de maneira 
segura o que eu vou priorizar? 
Resposta: Sensibilidade. 
 
 
 
Epidemiologia e Sanidade Animal – 15/03/2018 Professora Cristiene 
 
 
Programa Nacional de Erradicação de Brucelose e Tuberculose Animal 
 
Tuberculose Animal 
 
Enfermidade infecto-contagiosa crônica de caráter zoonótico. 
 
Não tem vacina e não trata bovino com tuberculose. 
O controle visa diminuir prevalência e atualmente a prevalência não é alta. 
Tende a ser alta no gado leiteiro e é veiculada por via aerógena. 
 
Escritório Internacional de Epizootias 
OIE 
Declaração obrigatória; 
Doenças dos bovinos; 
 
Doenças que têm importância socioeconômica e/ou para saúde pública e consequências 
significativas no comércio internacional de animais e seus produtos. 
 
Etiologia: 
Família Mycobacteriacea 
Gênero Mycobacterium. 
 
Espécie: 
M. bovis – Tuberculose Bovina. 
 
A tuberculose é uma doença crônica e raramente se vê um quadro agudo. Isso se dá pela 
própria resposta do organismo e comportamento da bactéria. 
O grande problema é que por ser uma doença crônica apresenta manifestação clinica 
tardiamente, porém no período de incubação (infecção até aparecimento dos sintomas) 
ele já disseminou para os contactantes. 
O programa propõe identificar o animal e eliminar do rebanho. 
Não tem vacina e não trata bovino com tuberculose porque esses animais não paga o 
tratamento (longo e caro) 
Em relação a tuberculose o programa diz que deve identificar a fonte e eliminar a 
mesma. 
 
A primeira parte do controle visa diminuir prevalência. 
Bovinos de leite tendem a ter maior incidência devido ao confinamento mas também 
pode acometer bovino de corte. 
 
É obrigatório a notificação a OIE 
 
Características: 
ü Parasita intracelular obrigatório; 
ü Bastante residente e sozinhos não se espalham pelo corpo; 
ü Crescimento lento; (por isso a doença é crônica) 
ü Bacilos curtos aeróbios; 
ü Imóveis; 
ü Álcool-ácido- resistentes (corado pela coloração de Ziehl Neelsen) 
 
Obs.: este corante é especial para bactérias que têm essa parede rica em lipídeos 
que são chamadas álcool-ácido-resistente. 
 
Importância Econômica: 
ü Morte; 
ü Queda de ganho de peso; 
ü Diminuição da produção de leite; 
ü Descarte precoce; 
ü Eliminação de animais de alto valor zootécnico; 
ü Condenação de carcaças; 
ü Perda de 10 a 25% da eficiência produtiva; 
ü Perda de credibilidade da propriedade; 
 
 O animal perde peso, perde massa muscular e como não consegue eliminar o bacilo ele 
precisa de recursos porque a resposta imunológica é contínua, o que faz ser uma doença 
debilitante levando o mesmo a morte. 
 
Saúde Pública 
 
Infecções humanas – 30 milhões de mortes. 
Grupos ocupacionais: trabalhadores de rebanhos infectados e trabalhadores de indústria 
da carne. 
 
É uma doença ocupacional, onde pessoas envolvidas no processo que trabalham com 
esses animais podem ser afetados. 
 
Epidemiologia 
Distribuição mundial com variação regional 
Brasil: 206 milhões de cabeças (2006) 
 
Infecção de 0,9% a 2,9% por animal. 
Rebanho 6,2 a 23,6% 
3,5 milhões de animais infectados; 
 
Suscetíveis: mamíferos domésticos, bovinos, humanos e selvagens. 
Reservatórios: animais domésticos doentes e animais silvestres. 
 
Esses mamíferos podem transmitir a doença mas tem uma importância epidemiológica 
menor do que os bovinos. 
 
Vias de transmissão: ar, alimento, água, comedouro, bebedouros e fômites 
contaminados. 
 
Vias de eliminação: secreções oronasais e como é uma bactéria muito resistente pode 
contaminar os fômites e ficar por muito tempo no ambiente e também pode ser 
transmitida pelo ar (facilita transmissão em rebanho de confinamento). 
 
Aquisição de animais Infectados: 
 
Manejo / Instalações inadequadas à Propagação! 
 
Comprar animais de propriedades que fazem controle, ou deixar animal de quarentena e 
testar os animais. 
 
Sobrevivência Mycobacterium bovis 
ü Instalações: 2 anos; 
ü Fezes: 2 anos; 
ü Água: 1 ano; 
ü Solo: 2 anos; 
ü Pastagens: 2 anos; 
ü Carcaça: 10 meses; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modo de Transmissão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É mais comum transmissão bovino bovino via aerógena ou pelo leite que infecta o 
bezerro sendo via entérica. 
 
Além disso eu posso ter contaminação de outros mamíferos por via entérica através do 
leite contaminado e eventualmente esses mamíferos podem transmitir pra outros 
bovinos. 
 
Desinfecção: 
O M. bovis é extremamente resistente aos desinfetantes. 
O agente precisa ficar em contato com o desinfetante no mínimo 3 horas. 
 
Desinfetantes: 
ü Fenol 5%; 
ü Formol 3%; 
ü Hipoclorito de Cálcio 5%; 
ü Hipoclorito de sódio 5%; 
 
Calor: 
 
No calor ele pode ser eliminado 
 
ü Autoclavação: 120ºC por 20 minutos; 
ü Pasteurização lenta: 65ºC por 30 minutos; 
ü Pasteurização rápida: 72 a 74º C por 15 a 20 segundos; 
ü Fervura; 
 
O principal órgão alvo é o pulmão, mas muitas vezes os granulomas podem estar 
espalhados pelo corpo inteiro do animal levando a um comprometimento maior da 
carcaça. 
 
A função do macrófago que está no tecido é fagocitar e destruir essa bactéria, processar 
antígeno e levar até os linfonodo regional para desencadear a resposta específica. Na 
tuberculose o grande problema é que o macrófago não consegue destruir todas essas 
bactérias e quando chega no linfonodo regional esse agente ainda está vivo e no 
linfonodo tem um foco secundário da infecção e pode ter um granuloma. É o próprio 
macrófago quem espalha essa bactéria pelo organismo uma vez que ela é imóvel. 
Podemos ter um granuloma localizado ou espalhado por diferentes órgãos. 
 
Esse granuloma vai ter a caseificação e o organismo começa a calcificar esse material 
caseoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na imagem acima em vermelho é o mycobacterium, tudo que é amarelo é macrófago e 
tudo que é branco é linfócito. Como o macrófago não consegue destruir essa bactéria há 
ativação de imunidade específica e começa a mandar os linfócitos para o local. Esses 
linfócitos recrutam macrófagos e os potencializam, aumentando seu poder de 
destruição, de apresentar antígeno, etc. Mesmo assim muitas bactérias continuam 
viáveis levando o macrófago à morte e novos macrófagos são requeridos, ocorre a fusão 
de macrófagos (células gigantes). 
Nessa parte central começa produção de material amorfo (conteúdo caseoso) e o 
organismo constrói uma prisão viva através da constante recrutação de macrófago que 
Morrem e recrutam novas. 
O granuloma é dinâmico, está sempre sendo renovado. Quando o organismo começa a 
ficar extremamente debilitado esse isolamento para de existir e é ai que o animal 
começa a apresentar manifestações clínicas. 
 
 
 
Animal apresenta um emagrecimento progressivo que é típico de tuberculose. 
Também apresenta tosse e dificuldade respiratória e pode ocasionar alterações 
digestórias como diarreia e constipação. 
 
 
 Granuloma em bovino com 
tuberculose que é aquilo queenxergamos macroscopicamente 
 
O granuloma é exatamente o que 
vimos na ilustração anterior. 
 
 
 
 
 
 
Quando o animal chega nesse 
estado ele está tão debilitado que 
ele é negativo para o diagnóstico 
porque ele não responde mais e 
o diagnóstico é baseado na 
resposta imunológica. 
 
Isso indica uma fase bem 
avançada da doença. 
 
 
 
 
A base da resposta imunológica da tuberculose é essencialmente celular! Não tem uma 
resposta humoral importante. 
 
 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico da tuberculose vai se basear na resposta imunológica celular do animal. 
 
Aplico o antígeno e observo a resposta desse animal. Se eu estou verificando uma 
alteração deixada pelo agente é um diagnóstico indireto. 
Para diagnóstico in vivo o diagnóstico utilizado será indireto. 
 
O método de diagnóstico é o que chamamos de tuberculina ou tuberculização. 
Que consiste na aplicação intradérmica de PPD 
 
O exame clínico não tem valor muito relevante. 
 
O PPD é o antígeno que vai verificar se esse animal já tem infecção ou se ele nunca viu 
aquele Ag. Antes. 
O teste tuberculino eu tenho 3 tipos: teste prega caudal, teste cervical simples e teste 
cervical comparado. 
 
Post mortem pode se fazer um diagnóstico direto para pesquisar o agente ou algum 
componente dele, como histopatológico, bacterioscópico para ver o agente na amostra 
ou ainda o diagnostico molecular para buscar material genético. 
 
Teste da Tuberculina 
 
Vejo uma alteração pela presença do agente. 
 
Vantagens: 
ü Diagnóstico alérgico; 
ü Alta eficiência dos testes padronizados; 
ü Consegue pegar infecções recentes; 
ü Fácil execução (simples); 
 
Somente veterinários credenciados podem fazer o teste da tuberculina. 
 
Desvantagens: 
ü Possibilidade de reações inespecíficas; (principalmente bact. Mesmo grupo) 
ü Ocorrência de animais anérgicos; (animais que não respondem mais) 
ü Exigência de intervalo mínimo entre testes; (3 a 4 meses)* 
ü Exigência de duas visitas à propriedade; 
 
* se não der esse espaço de tempo pode ocorrer um falso positivo 
 
Tuberculina: 
 
Composição: tubérculo-proteína oriunda do cultivo de M bovis AN₅ ou M. avium D₄ 
 
Apresentação: 
- PPD bovina: líquido incolor; 
- PPD aviária: líquido avermelhado; 
 
Esse PPD é um extrato purificado da bactéria. 
 
PPD bovino é utilizado nas 3 provas de tuberculina e o aviário só é utilizado na prova 
cervical comparada para verificar se não é reação cruzada em caso de resultado 
positivo. 
 
 
 
Tuberculina – Resultados Falsos 
 
Falsos Negativos: 
- Logo após o parto; 
- Puerpério; 
- Anergia; 
 
Falsos Positivos: 
- Animal infectado melo Mycobacterium aviarium (cama de frango) 
- Outros mycobacterium; 
- Infecção por Nocardia sp que dá uma reação cruzada; 
 
A seringa utilizada é padronizada e própria para aplicação. Tem seringa específica para 
o Mycobacterium avium e pelo Mycobacterium bovis, não pode confundir na hora de 
apicar porque tem inoculação errada e o teste dá errado. 
 
A aplicação é intradermica e a quantidade do conteúdo é padronizada. 
 
Tem um cutímetro para medir o tamanho do nódulo formado e um aparelho de barbear 
porque eles raspam o pelo para saber onde o antígeno aplicado na cervical foi 
inoculado. 
 
Teste da Prega da Caudal (TPC) 
É uma modalidade do teste da tuberculina. 
Só é feito em gado de corte!!!! 
 
Esse método só é utilizado o PPD bovino e é um método de triagem. 
 
Deve-se padronizar o lado da cauda que será inoculado. (6 a 10 cm base cauda) 
 
Leitura: 72 horas. 
Qualquer reação que apareça na prega da cauda considera o animal positivo. 
 
Interpretação: avaliação visual e palpação. 
ü Animal reagente: qualquer aumento na prega inoculada. 
ü Não reagente: ausência de qualquer reação no local da aplicação. 
 
 
O aumento do volume ocorre pelo mesmo motivo do granuloma. 
 
 
Por que forma o nódulo? 
Em vermelho é a 
tuberculina, amarelo 
macrófago e em azul os 
linfócitos. 
 
Se esse animal não tem 
memória ele vai ser 
fagocitado pelo macrófago 
e vai sensibilizar o animal, 
como é a primeira 
apresentação não vai ter 
uma resposta importante. 
O que intensifica a resposta 
imunológica é a memória. 
 
Se esse animal estiver infectado ele já tem memória, já tem linfócitos específicos e esses 
linfócitos migram para o local da inoculação e começam a recrutar macrófagos. 
 
 
 
Teste Cervical Simples (TCS) 
 
Também é um método de triagem 
Pode ser feito em gado de leite e gado de corte 
 
 
O local de inoculação é na tábua do pescoço ou na espinha da escápula. Deve raspar o 
local antes de inocular. 
 
Só é utilizado o PPD bovino de maneira intradérmica. 
 
Leitura: 72 horas. 
 
Interpretação: Ela é mais padronizada: mensura nódulo com cutímetro. 
ü 0 a 1,9 mm é negativo; 
ü 2,0 a 3,9 mm é indeterminado/inconclusivo; 
ü Maior do que 4,0 mm é reagente. 
 
∆B (mm) Sensibilidade Consistência Outras Alterações Interpretação 
0 a 1,9 - - - Negativo 
2,0 a 3,9 Pouca dor Endurecida Delimitada Inconclusivo 
2,0 a 3,9 Muita dor Macia Exsudato necrose Positivo 
> 4,0 - - - Positivo 
 
 
Normalmente os animais que são positivos na prova de triagem são descartados. Não se 
faz com frequência a prova comprovatória, porque se eu for esperar para repetir o 
exames (3-4 meses depois), se ele tiver infectado estará disseminando a doença. Sai 
mais barato descartar esse animal do que correr o risco de contaminar outros. 
 
 
Teste Cervical Comparativo (TCC) 
 
Teste confirmatório permitido em estabelecimento gado de leite e corte; 
Teste diagnóstico para rebanhos com ocorrência de reações inespecíficas; 
 
Utiliza tanto o PPD bovino quanto o aviarum 
 
Local de inoculação: ou na tábua do pescoço ou na escápula. 
 
Nesse caso é feito em 2 locais distintos, onde normalmente na parte mais anterior aplica 
o PPD aviarium e na posterior o PPD bovino numa distância médica estabelecida. 
 
A leitura também é feita após 72 horas. 
 
 ∆B Delta Bovino 
 ∆A Delta aviário 
 
 ∆B - ∆A x mm Interpretação 
∆B < 2,0 - Negativo 
∆B < ∆A < 0 Negativo 
∆B > ou = ∆A 0,0 a 1,9 Negativo 
∆B > ∆A 2,0 a 3,9 Inconclusivo 
∆B > ∆A > ou = 4,0 Positivo 
 
A mensuração é pela diferença das duas medidas: pego o tamanho da reação do PPD 
bovino e subtraio pela reação do PPD aviário. Só vai ser positivo o animal que 
apresentar nessa diferença > 4 mm. 
Do contrário ele continua inconclusivo. 
 
Para triagem posso usar Teste Cervical Simples ou Teste da Prega Caudal à se for 
positivo o sacrifício é o indicado. 
 
Animais com maiores valores zootécnicos posso fazer o teste para confirmar. 
Se for inconclusivo posso descartar ou fazer a prova cervical. 
 
Para confirmatório vou esperar de 3 a 4 meses para fazer comparativo cervical: 
Se der negativo o animal é liberado porque provavelmente foi uma reação cruzada. 
Se der inconclusivo de novo e não quiserem abater o animal ele tem mais uma chance 
 
Para essa propriedade ser certificada ela precisar ter 3 testes negativos (não precisa fazer 
o confirmatório pois ele é utilizado quando quero salvar o animal). 
 
 
Certificação de Propriedades Livres: 
- Todos os animais acima de 6 semanas devem ser testados; 
- Animais positivos devem ser descartados; 
- Após 3 testes negativos tem a certificação; 
- O último teste é acompanhando por um veterinário do serviço de saúde para 
evitar fraude; 
 
Há muitos casos de fraude devido o uso de dexametasona porém isso causa muito 
aborto. 
 
Uma vez que obtém a certificação todo ano o teste deve ser refeito. 
 
Deve-se preocupar muito com a compra de novos animais, sendo de preferência animais 
certificados. 
 
Na certificação não é necessárioo teste comparado, somente os de triagem. 
 
Se o primeiro der negativo preciso esperar para fazer o segundo. 
Se no segundo todo rebanho der negativo, depois de 6 a 8 meses faz o terceiro. 
Só ai a propriedade pode ter a certificação cuja vantagem é comercial 
 
 
O veterinário credenciado deve fazer um contrato dizendo que se tiver algum animal 
positivo ele irá notificar. 
 
 
Diagnóstico Direto: 
 
Não é utilizado in vivo; 
É utilizado para diagnóstico individual; 
 
O isolamento do mycobacterium é difícil e demorado!!! 
 
A utilidade do diagnóstico individual está ligada ao apoio ao programa – sistema de 
vigilância e a estudos epidemiológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epidemiologia e Sanidade Animal – 05/04/2018 Professora Cristiene 
 
Brucelose Bovina 
 
A brucelose é uma doença causada por uma bactéria do gênero Brucella que não é 
resistente no ambiente ( a bactéria que causa tuberculose é muito mais resistente). 
A brucelose depende muito das condições, onde o calor faz com que a sua viabilidade 
seja diminuída, no bovino é causada pela Brucella abortus que compromete 
especificamente o sistema reprodutivo gerando perdas, inclusive, econômicas. 
 
Ao se trabalhar com essa bactéria através de isolamento, laboratório, etc., é importante 
saber que trata-se de uma bactéria muito delicada chamada de coccobacillus ou bacillus 
curto pois quando se vê ora se enxerga coccus, ora bacillus. 
 
É uma bactéria fastidiosa com crescimento muito lento e para diagnostico não é fácil 
trabalhar com isolamento de brucella pela dificuldade de crescimento ou pela 
contaminação concomitante da amostra onde pode ser que cresça outro tipo de bactéria, 
dominando a amostra e comprometendo a mesma. 
 
Para isolamento de brucella se usa sangue, hemocultura. O grande problema é que não 
tem bacteremia constante, pode ser que colha o sangue e consiga isolar, mas pode ser 
que colha o sangue e não tenha crescimento algum. Não é um exame sensível e portanto 
não pode ser usado para população (custo, dificuldade de crescimento, demora, etc.) 
 
A Brucella abortus tem característica de colônia lisa e a importância dessa identificação 
de da 
 
Bactérias que crescem em colônias lisas tem LPS e tem antígeno O (cadeia O). 
Toda bactéria gram negativa tem LPS que é um lipídeo chamado de lipídeo A e as 
bactérias de colônias lisas além do lipídeo A tem a cadeia O que é um antígeno. 
Quando o animal se infecta com colônias lisas ele produz anticorpos anti-cadeia O e nós 
usamos isso no diagnóstico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brucella Abortus 
Colônias Lisas 
Cadeia O 
Produção de Ac anti O 
Utilizado no Diagnóstico 
O diagnóstico de brucelose bovina é baseado na 
detecção deste anticorpo específico para cadeia O. 
 
As brucellas que têm cadeia rugosa não tem este 
antígeno, então se fizer um teste de diagnóstico para 
animais que são infectados por Brucella canis, 
Brucella ovis não vai dar negativo. 
Agora se animal estiver infectado por Brucella 
melitensis, Brucella suis pode dar positivo porque tem 
a cadeia O. 
 
A vacina da brucelose é feita com a brucella abortus 
colônia lisa onde tem antígeno O. Animais vacinados 
podem produzir anticorpos anti Ag. O 
 
 
 
Em laboratório foi desenvolvida uma cepa rugosa de brucella abortus (uma mutação que 
não acontece na natureza) para fazer a vacina chamada de RB51 (colônia rugosa) 
 
Se o animal receber essa vacina (RB51) não vai ter produção para o Antígeno O e 
portanto não pode ter problemas de falsos positivos. 
 
A principal porta de entrada da Brucella é através de mucosas orofaringe (conjuntiva, 
digestória, solução de continuidade da pele) – a mucosa vaginal não é o melhor local 
para crescimento da brucella porque o próprio pH local ajuda a inibir o crescimento. 
 
A primeira célula que chega para tentar combater é o neutrófilo que não consegue 
combater essa bactéria persistente e então chega o macrófago posteriormente. 
O macrófago faz fagocitose mas também não consegue eliminar porque a bactéria 
produz substâncias que inibem as enzimas que causariam a destruição. 
Portanto a bactéria impede essa interação e parasita o macrófago onde consegue se 
espalhar pelo organismo. 
 
O macrófago vai até o linfonodo e leva pro linfócito onde terá uma resposta mais forte, 
acionando a resposta adaptativa mas mesmo assim não consegue eliminar a brucella que 
persiste no organismo. Ou seja, é uma bactéria que não consegue se livrar no 
organismo. 
Quando trata o animal com atb nunca se tem o sucesso completo do tratamento, o 
animal sempre será portador. 
 
Em rebanho animais positivos para brucelose são eliminados porque sempre 
disseminarão a bactéria. 
 
Do linfonodo a bactéria começa a se disseminar para órgãos linfoides (baço, fígado, 
linfonodos supramamários) onde permanecerão para sempre. 
 
Enquanto o animal não entra na puberdade a Brucella se multiplica de maneira mais 
lenta porque não tem hormônios sexuais estimulando o crescimento da bactéria. 
A partir da maturidade sexual ganha importância de crescimento em gl. mamária, útero, 
testículos, articulações. 
 
Quando a vaca emprenha há produção de substancias (em especial eritritol) que 
estimula fortemente a multiplicação levando ao aborto nas primeiras gestações 
(normalmente no terço final da 1ª e 2ª gestação). A partir da 3ª gestação o animal 
continua eliminando porém para de abortar. 
 
Quando o macho entra na maturidade sexual há migração da bactéria para o testículo 
que gera orquite e regressão do epidídimo levando a infertilidade, porém antes de ficar 
infértil esse animal já eliminou muita brucella pelo sêmen. 
 
Via de eliminação: produto do aborto, secreções e/ou envoltórios fetais, etc. 
 
A vacina é com bactéria viva atenuada onde a virulência estará diminuída. Quando 
inocula uma vacina viva atenuada no animal a cepa vacinal se multiplica dentro do 
hospedeiro aumentando a resposta imunológica. 
Nós utilizamos a vacina com cepa B19 que produz anticorpos anti O. 
Para resolver o problema do diagnóstico criou-se por regra só vacinar VACAS e 
ANTES da puberdade (até os 8 meses de idade) porque a cepa vacinal da brucella vai se 
multiplicar pouco e conferir imunidade duradoura protegendo o animal contra a 
bactéria. 
Essa memoria do antígeno O decresce e vale lembrar que o antígeno O não tem 
relevância na proteção do animal e sim para o diagnóstico. 
 
Vacina Brucelose B19 – bezerras entre 3 e 8 meses de idade (programa Nacional) 
Não se faz antes dos 3 meses de idade devido imunidade passiva 
 
Depois dos 8 meses não se faz mais a vacina porque o animal vai produzir tanto 
anticorpo Anti O que perco o controle em relação a doença do território (reação 
cruzada). 
 
Cadeia Epidemiológica: 
 
Fonte de infecção – Bovinos e Bubalinos (centro de controle no Programa Nacional) 
 
Via de eliminação – produto do aborto, anexos fetais, leite, secreções vaginais, sêmen 
(inseminação artificial), fezes e urina. 
 
Via de Transmissão – água, pastagem e fômites contaminados, sêmen (congelado não 
mata a bactéria), leite e derivados crus, oral. 
 
Porta de Entrada – orofaringe, mucosas (conjuntiva, respiratória, genital), pele com 
solução de continuidade. 
 
Suscetíveis – todos os mamíferos domésticos e silvestres, principalmente o homem que 
se contamina principalmente por leite e derivados ou pela carne ou que trabalham muito 
próximo, veterinário que manipula animais, etc. 
 
No programa nacional visa nos primeiros 10 – 20 anos diminuir a prevalência para que 
ela fique muito baixa e depois desse período começa a falar em erradicação através de 
uma norma mais rígida para eliminar de fato. 
Atualmente o Brasil ainda está trabalhando com a diminuição de prevalência, onde 
primeiro está tentando diminuir os focos. 
O programa ainda é novo (cerca de 7 anos) no controle.

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