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CONCEITOS E PRECONCEITOS NA MODALIDADE EJA

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CONCEITOS E PRECONCEITOS NA MODALIDADE EJA 
 
Eliane Oliveira Santos1 
Matheus Dal Zot Camillo² 
Lucimar de Freitas Novais³ 
 
RESUMO 
Este artigo tem como principal objetivo discutir a questão do preconceito no ensino 
de EJA. Por meio de uma abordagem histórica, demonstrou como essa influenciou 
na atual concepção do Ensino de Jovens e Adultos. Tal estudo foi desenvolvido para 
avaliar a atual situação dos conceitos e preconceitos a que sujeitos e a própria 
instituição estão sofrendo na atualidade. Para que se pudesse ter conhecimento 
sobre isso, desenvolveu-se uma pesquisa no Centro de Educação de Jovens e 
Adultos (CEEJA) Seis de Julho. Para tal foi aplicado um questionário 
semiestruturado com questões relevantes ao tema. Onde obteve-se resultados 
animadores em relação a pessoas nunca ter sofrido ou presenciado nenhum tipo de 
preconceito, mais ainda preocupantes pois mesmo em pequena proporção a má 
conceituação e a discriminação existem. 
 
 Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. História. Preconceito. 
 
 
1
Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas - IFRO-Campus Colorado do Oeste. e-
mail: elianesto1@hotmail.com 
²Graduando do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas - IFRO-Campus Colorado do Oeste. e-
mail: matheusdalzot@hotmail.com 
³Professora no IFRO, graduada em Pedagogia, Especialista em Metodologia e Didática do Ensino 
Superior, Mestre em Ciências em Educação Agrícola. e-mail: lucimar.freitas@ifro.ed.br 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O termo “LER E ESCREVER” foi por vários anos a concepção que orientou a 
maioria das campanhas de alfabetização de jovens e adultos em todo o mundo. 
Primeiramente com a criação de campanhas que sustentavam a ideia de que em 
poucos meses se pudesse ensinar o principio básico da decodificação de letras e 
fonemas e então o individuo estaria apto a usá-lo a seu proveito. Essa ideia levou a 
maioria das campanhas de alfabetização de adultos ao fracasso. 
Ao término da campanha os indivíduos simplesmente retomavam às suas 
vidas cotidianas. Em um ambiente em que a linguagem escrita estava praticamente 
ausente, bastando um par de meses para que a grande maioria esquecesse tudo 
que havia aprendido, passando para uma situação, onde o indivíduo consegue 
decodificar a letras, mas, não consegue domina-las ou utiliza-las de maneira crítica. 
Alfabetizar jovens e adultos é uma prática antiga, que anteriormente tinha a 
finalidade de capacitar o indivíduo para realizar determinadas funções como 
catequização (no caso dos indígenas), leitura do catecismo e cumprimento de 
ordens vindas da corte. Nos dias atuais essa concepção de educação vem mudando 
e com ela suas preocupações, por não se tratar apenas de um exercício meramente 
escolar para aquisição de um título, mas por perpassar conhecimentos históricos e a 
construção moral e social do indivíduo, incluindo-o socialmente (FREIRE, 1996, p. 
59). 
Pois a educação está intrinsicamente relacionada às expectativas e anseios 
por mudanças de vida social e cultural de pessoas que não tiveram oportunidade de 
frequentar o ensino regular e que veem esta defasagem educacional como um 
empecilho que retarda seu desenvolvimento como ser humano. Sobre isso Fuck 
(1994) diz: 
Que a educação seja o processo através do qual o indivíduo toma a história 
em suas próprias mãos, a fim de mudar o rumo da mesma. Como? 
Acreditando no educando, na sua capacidade de aprender, descobrir, criar 
soluções, desafiar, enfrentar, propor, escolher e assumir as consequências 
de sua escolha. Mas isso não será possível se continuarmos bitolando os 
alfabetizandos com desenhos pré-formulados para colorir, com textos 
criados por outros para copiarem, com caminhos pontilhados para seguir, 
com histórias que alienam, com métodos que não levam em conta a lógica 
de quem aprende (FUCK, 1994, p. 14 - 15). 
 
Este trabalho tem por objetivo analisar, qual a visão da sociedade em relação 
à modalidade de EJA. Para tal proposta, alunos do CEEJA Seis de Julho do 
município de Cabixi - RO foram questionados sobre o tema. 
2. ASPECTOS HISTÓRICOS DA EJA NO BRASIL 
A educação de jovens e adultos é trabalhada no Brasil desde os tempos em 
que era colônia de Portugal. Na época esta modalidade era empregada à serviçais 
da coroa para que pudessem cumprir ordens e para a catequização do povo nativo. 
Para os indígenas essa educação era uma forma de aculturação pois havia perda de 
sua língua e cultura (PAIVA, 1973). 
A primeira escola noturna surgiu em 1854 com a finalidade de alfabetizar 
trabalhadores analfabetos. Até o ano de 1874 já existiam 117 escola e algumas 
delas possuíam fins específicos (PAIVA, 1973). 
Em 1920 e 1930 a Educação de Jovens e Adultos (EJA) começa a fazer 
história na educação brasileira. É neste espaço de tempo que a EJA sofre reformas 
drásticas, mas de forma positiva (PAIVA, 1973, p. 168). Com a criação do plano 
nacional 1934 fica estabelecido como dever do estado o ensino primário que se 
estendia para adultos. No decorrer da década de 40 também aconteceram grandes 
mudanças para a EJA. A necessidade de aumentar a base eleitoral favoreceu o 
aumento das escolas de EJA, pois o poder de voto não era dado aos analfabetos. 
Na década de 40 o governo lançou a primeira campanha de Educação de adultos, 
tal campanha propunha alfabetizar em três meses, houve muitas críticas entre os 
educadores e políticos, mas também elogios a esta campanha, o que fica claro é 
que com esta campanha a EJA passou a ter uma estrutura mínima de atendimento. 
Ainda nesse período a o surgimento de programas de educação profissionalizantes 
que em muitos momentos une-se a EJA (GADOTTI; ROMÃO, 2006). Ainda na 
década de 40 houveram dois eventos importantes para a EJA, que foram o 1º 
Congresso Nacional de Educação de Adultos em 1947 e do Seminário 
Interamericano de Educação de Adultos, em 1949. 
No Governo de Getúlio Vargas há uma grande preocupação com a EJA. 
Neste governo ouve a criação de escola rurais onde seria aplicado currículo básico, 
visando a alfabetização e a expansão agrícola (DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001). 
Logo após no governo de Juscelino Kubitscheck de Oliveira houve a criação 
Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA), que visava diminuir 
 
os índices de analfabetismo (por falta de incentivo este programa foi extinto em 
1963). 
Segundo Codato (2004), quando ocorreu o 2º Congresso Nacional de 
Educação de Adultos, nasceu a ideia de um programa permanente de EJA, o Plano 
Nacional de Alfabetização de Adultos (PNAA), extinto pelo Golpe de Estado em 
1964. 
Em 1967, surge o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). O 
projeto MOBRAL permite compreender bem esta fase ditatorial pela qual passou o 
país. A proposta de educação era toda baseada aos interesses políticos vigentes na 
época. Por ter de repassar o sentimento de bom comportamento para o povo e 
justificar os atos da ditadura, esta instituição estendeu seus braços a uma boa parte 
das populações carentes, através de seus diversos Programas (BELLO, 1993, p.38). 
Em 1971 a Lei nº. 5.692 (BRASIL, 1971) regulamenta o Ensino Supletivo 
(esse grau de ensino visa a contemplar os jovens adultos) como proposta de 
reposição de escolaridade. Na sequência, o Parecer do Conselho Federal de 
Educação nº. 699, publicado em 28 de julho de 1972 e o documento “Política para o 
Ensino Supletivo”: 
[...] o Ensino Supletivo visou se constituir em “uma nova concepção de 
escola”, em uma “nova linha de escolarização não-formal, pela primeira vez 
assim entendida no Brasil e sistematizada em capítulo especial de uma lei 
de diretrizes nacionais”, e, segundo Valnir Chagas,poderia modernizar o 
Ensino Regular por seu exemplo demonstrativo e pela interpenetração 
esperada entre os dois sistemas (HADDAD; DI PIERRO, 2000, p. 116). 
A partir de 1985 com a redemocratização do país, o Movimento Brasileiro de 
Alfabetização (MOBRAL) é extinto e em seu lugar surge a Fundação EDUCAR, com 
as mesmas características do MOBRAL, porém sem o suporte financeiro necessário 
para a sua manutenção. Com a extinção da Fundação EDUCAR em 1990 ocorre a 
descentralização política da EJA, transferindo a responsabilidade pública dos 
programas de alfabetização e pós-alfabetização aos municípios. 
Na década de 90 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 
Institui a modalidade EJA (BRASIL, 1996). 
A mudança de ensino supletivo para educação de jovens e adultos não é 
uma mera atualização vocabular. Houve um alargamento do conceito ao 
mudar a expressão de ensino para educação. Enquanto o termo “ensino” se 
restringe à mera instrução, o termo “educação” é muito mais amplo 
compreendendo os diversos processos de formação (SOARES, 2002, p. 
12). 
 
3. FUNÇÕES E FINALIDADES DA EJA 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que tem 
por objetivo permitir que as pessoas jovens ou adultas que por qualquer motivo, não 
tiveram oportunidade de concluir o ensino fundamental e/ou o médio na idade 
convencional, possibilitando assim recuperar o tempo perdido. 
Considerando ser a Educação de Jovens e Adultos uma modalidade 
educativa direcionada, basicamente, para os setores mais vulneráveis, do 
ponto de vista socioeconômico, e que seus atores carregam marcas 
profundas causadas pela desigualdade das oportunidades sociais e 
educativas (ANDRADE, 2004b, p. 17). 
O Parecer CNE/CEB nº 11 (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2000), 
das Diretrizes Curriculares para a EJA descreve esta modalidade da seguinte 
maneira: reparadora, equalizadora e qualificadora. Esta medida é uma forma de 
quitação de uma divida do estado para com a população (BRASIL, 2000, p. 1). 
Assim, 
A educação de jovens e adultos representa uma dívida social não reparada 
para com os que não tiveram acesso a e nem domínio da escrita e leitura 
como bens social, na escola ou fora dela, e tenham sido força de trabalho 
empregada na constituição de riqueza e na relação das obras públicas 
(BRASIL, 2000, p. 2). 
Cada uma das três maneiras do parecer citado anteriormente tem uma 
especificidade: 
A reparadora, 
Significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela restauração de 
um direito negado: o direito a uma escola de qualidade, mas também o 
reconhecimento daquela igualdade ontológica de todo e qualquer ser 
humano. Desta negação, evidente na história brasileira, resulta uma perda: 
o acesso a um bem real, social e simbolicamente importante (BRASIL, 
2000, p. 7). 
A equalizadora, 
Vai dar cobertura a trabalhadores e a tantos outros segmentos sociais como 
donas de casa, migrantes, aposentados e encarcerados. A reentrada no 
sistema educacional, dos que tiveram uma interrupção forçada seja pela 
repetência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportunidades de 
permanência ou outras condições adversas, deve ser saudada como uma 
reparação corretiva, ainda que tardia, de estruturas arcaicas, possibilitando 
aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos 
espaços da estética e na abertura dos canais de participação (BRASIL, 
2000, p. 9). 
E a qualificadora, sustenta que, 
 
A tarefa de propiciar a todos a atualização de conhecimentos por toda a 
vida é a função permanente da EJA que pode se chamar de qualificadora. 
Mais do que uma função, ela é o próprio sentido da EJA. Ela tem como 
base o caráter incompleto do ser humano cujo potencial de 
desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em quadros escolares 
ou não escolares. Mais do que nunca, ela é um apelo para a educação 
permanente e criação de uma sociedade educada para o universalismo, a 
solidariedade, a igualdade e a diversidade (BRASIL, 2000, p. 11). 
Estas práticas tem por finalidade a inclusão do individuo na sociedade. Tal 
inclusão deve ser feita sem prévios julgamentos e independentemente da sua classe 
social, cultura ou talentos, objetivando suprir as necessidades dos indivíduos 
(KARAGIANNIS; STAINBACK, W; STAINBACK, S., 1999, p. 21). O Parecer 
CNE/CEB nº 11/2000, diz ainda que, o foco principal desta modalidade é o trabalho 
conjunto e interdisciplinar, feito por docentes que realmente compreendam o sentido 
da EJA (BRASIL, 2000), possibilitando o acesso do jovem ou adulto a um de seus 
direitos previstos na constituição. 
4. PRECONCEITO, UMA REALIDADE SOCIAL 
Em todas as sociedades existem conceitos que são advindos do 
conhecimento empírico ou produzidos a partir de informações incompletas que 
eventualmente trazem os pontos negativos mais acentuados. Quando esta 
informação chega a cidadãos não críticos isso se torna uma verdade, e esta é 
reproduzida, muitas vezes tendo grande repercussão. 
O preconceito é um julgamento negativo e prévio dos membros de um 
grupo racial que pertença, de uma etnia ou de uma religião ou de pessoas 
que ocupam outro papel social significativo. Esse julgamento prévio 
apresenta como característica principal a inflexibilidade, pois tende a ser 
mantido sem levar em conta os fatos que o contestem. Trata-se do conceito 
ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou 
conhecimento dos fatos. O preconceito inclui a relação entre pessoas e 
grupos humanos. Ele inclui a concepção que o indivíduo tem de si mesmo e 
também do outro (GOMES, 2007, p. 54). 
Muitas pessoas ainda confundem a modalidade supletivo, com o atual 
sistema de Educação de Jovens e Adultos (MACHADO, 2008). Esta correlação 
soma-se com a ideia de que o ensino é aligeirado e de baixa qualidade. Este 
preconceito, segundo Freitag (1986), está ligado a uma educação superficial que 
visa resultados quantitativos e não qualitativos, onde a população que deveria ser 
auxiliada e incluída fica a mercê da própria sorte. Cidadãos diplomados mais que 
não tiveram acesso a educação como prevista nas leis atuais. 
 
Tendo-se o preconceito como situação problematizadora, buscou-se a analise 
prática deste tema voltado ao ensino de EJA. 
5. ANÁLISE DO PRECONCEITO NO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 
DE JOVENS E ADULTOS (CEEJA) SEIS DE JULHO 
Para a analise do preconceito no CEEJA Seis de julho foi utilizada a 
metodologia de questionário semiestruturado. O questionário foi produzido com base 
em leituras feitas previamente. De acordo com Parasuraman (1991) ele deve ser 
elaborado de maneira simples e de fácil compreensão, e ainda de forma que aborde 
as reais necessidades do tema proposto. Sendo assim foram propostas três 
questões objetivas, mas que estavam abertas a comentários pessoais. Para 
obtenção dos dados, foram distribuídos vinte e seis questionários de forma aleatória 
para alunos do ensino fundamental e médio do CEEJA. Houve a leitura do 
questionário com os alunos, apenas com o objetivo de esclarecer acerca do 
questionário, sem que essa leitura interferisse ou induzisse nas respostas. 
Com a obtenção das informações requeridas pelo formulário, houve a 
tabulação dos dados e a quantificação dos resultados, para verificar se os alunos 
e/ou a instituição sofrem ou já sofreram algum tipo de preconceito. 
O questionário foi respondido por vinte e seis pessoas, obtendo 65,3% das 
amostras de pessoas do sexo feminino e 34,5% de pessoas do sexo masculino. 
A primeira pergunta do questionário indaga sobre preconceitos ou objeções 
que os alunos por ventura teriam antes de ingressar na EJA, e se tivessem, se esta 
visão teria mudado no decorrer do curso. Como resposta obteve-se 96% de 
indivíduos afirmando que nunca tiveram nenhumpreconceito ou objeção ao ensino 
de EJA. E apenas 4,0% apontaram ter objeções ao ensino de EJA alegando, achar 
que o programa tenha uma durabilidade muito pequena, mas que com o passar do 
tempo percebeu ser um ensino de qualidade. 
A segunda pergunta esta relacionada com o preconceito ou descriminações 
sofridas por estudarem na EJA. Das respostas obtidas 30,7% dos alunos disseram 
já ter sofrido algum tipo de discriminação. 
“Sim, pessoas já me disseram que não iria aprender nada.” 
“Sim, porque, falam que a escola é pra velho e muito mais!” 
 
“Sim, que eu não estudei quando mais jovem, não seria em um EJA que iria 
aprender alguma coisa, que o ensino do EJA é muito inferior ao que 
realmente necessitamos.” 
Já 69,2% disseram nunca ter sofrido nenhum tipo de preconceito ou 
discriminação. 
Para a terceira pergunta questionou-se, sobre preconceitos por meio da 
sociedade contra a EJA. Como resultado obteve-se uma amostra de 34,5% de sim e 
65,38% de não. 
“sim porque muitos dizem que a escola não ensina muito bem” 
“sim, já ouvi pessoas dizendo que alunos da EJA, não tem a menor chance 
de passar em um vestibular.” 
 Machado (2008) afirma que esses relatos são frutos da falta de conhecimento 
e pela confusão feita entre o atual sistema de Ensino de Jovens e Adultos Com o 
antigo Supletivo e até mesmo com o MOBRAL. 
6. CONCLUSÃO 
Observando os resultados obtidos pode-se concluir que o preconceito e a 
discriminação contra a modalidade são realidades no cotidiano da EJA. 
Mesmo com a comprovação da existência de certos conceitos e preconceitos 
que a EJA enfrenta, observou-se que a maioria dos estudantes que responderam o 
questionário demostraram não ter preconceitos antes de iniciarem as atividades e 
disseram ainda nunca ter sofrido ou presenciado nenhum tipo de preconceito. No 
entanto aproximadamente um terço dos alunos descreveu já ter sofrido ou 
presenciado algum tipo de preconceito. 
Mesmo os relatos de preconceito sendo baixos em relação a aqueles que 
disseram nunca ter sofrido, este índice não deve ser considerado normal. Pois o 
papel da EJA é promover a inclusão e não ser um pivô de exclusão ou de 
diferenciação social. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, Eliane Ribeiro de. A educação de jovens e adultos e os jovens do “último turno”: 
produzindo outsiders. 228 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal 
Fluminense, Niterói, 2004b. 
BELLO, José Luiz de Paiva. Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL. História da 
Educação no Brasil. Período do Regime Militar. Pedagogia em Foco, Vitória, 1993. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de out de 1988. Constituição da 
República Federativa do Brasil. Brasília: Senado. 
BRASIL. Lei nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° 
e 2º graus, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 1971. 
BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. 
CODATO, A. N. O golpe de 1964: luta de classes no Brasil: a propósito de “Jango, por Silvio 
Tendle. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, PR, n. 36, maio 2004.Disponivel em: 
<http://www.espacoacademico.com.br>. Acesso em: 20 set. 2014. 
DI PIERRO, M. C.; JOIA, O. ; RIBEIRO, V. M. Visões da educação de jovens e adultos no 
Brasil. Caderno Cedes, Campinas, SP, n. 55, p. 58-77. 2001. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra, 1996. 
FREITAG, B. Escola, Estado e Sociedade. São Paulo: Moraes, 1986. 
GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. Educação de jovens e adultos: teoria prática e proposta. 8. ed. 
São Paulo: Cortez, 2006. 
GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais 
no Brasil: uma breve discussão In: Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 
nº 10.639/03. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, 
Alfabetização e Diversidade, 2005. p. 39-62. Disponível em <http://www.ceao. 
ufba.br/livrosevideos/pdf/livro4_EducacaoeRER-04.09.14.pdf>. 
HADDAD, S.; DI PIERRO, M. C. Escolarização de jovens e adultos. Revista Brasileira de 
Educação, São Paulo, n. 14, p. 108-130, 2000. 
KARAGIANNIS, A.; STAINBACK, W.; STAINBACK, S. Fundamentos do ensino inclusivo. In: 
STAINBACK, S.; STAINBACK, W. In: Inclusão: um guia para educadores. Trad. Magda 
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MACHADO, Maria Margarida. A prática e a formação de professores na EJA : uma análise 
de dissertações e teses produzidas no período de 1986 a 1988. In: REUNIÃO ANUAL DA 
ANPED, 23., 2000, Caxambu/MG. Disponível em: <http://www.forumeja.org.br/gt18>. 
Acesso em: 18 set. 2014. 
PAIVA, V. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Loyola 1973. v. 1.(Temas 
Brasileiros, 2). 
PARASURAMAN, A. Marketing research. 2. ed. Addison Wesley Publishing Company, 1991. 
 
SOARES, L. J. G. Educação de jovens e adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

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