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01 Inquérito Policial basico

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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
INQUÉRITO 
WALLACE FRANÇA 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização da StartCon Sistema de Ensino Online. 
Conteúdo 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ................................................................................................................. 2 
I. CONCEITO ........................................................................................................................................ 2 
INQUÉRITO POLICIAL ........................................................................................................................... 3 
II. POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA ADMINISTRATIVA ....................................................................... 4 
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ............................................................................................................ 5 
INQUÉRITO DE ATRIBUIÇÃO DA POLÍCIA DA CÂMARA E SENADO ................................................. 5 
III. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL .............................................................................. 6 
DISCRICIONARIEDADE ........................................................................................................................ 6 
IV. OBRIGATORIEDADE ........................................................................................................................ 8 
INDISPONIBILIDADE ............................................................................................................................. 8 
DISPENSABILIDADE ............................................................................................................................. 8 
V. OFICIOSIDADE ................................................................................................................................. 9 
INQUISITORIEDADE.............................................................................................................................. 9 
OFICIALIDADE ..................................................................................................................................... 10 
TEMPORARIEDADE ............................................................................................................................ 10 
VI. ATRIBUIÇÃO PARA INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL.................................................. 11 
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO .................................................................................. 11 
NOTITIA CRIMINIS (NOTÍCIA DO CRIME) .......................................................................................... 12 
INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL ........................................................................................ 12 
VII. TITULARES DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO ......................................................................... 15 
REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA ....................................................................................... 16 
CARÁTER OBJETIVO DA REPRESENTAÇÃO.................................................................................... 17 
VIII. REQUISIÇÃO DO JUIZ OU MINISTÉRIO PÚBLICO ....................................................................... 19 
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA ......................................................................................... 19 
PROVIDÊNCIAS ACERCA DA INFRAÇÃO PENAL ............................................................................. 19 
REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS ............................................................................................ 22 
INDICIAMENTO .................................................................................................................................... 22 
IX. ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO ................................................................................................ 24 
X. FUNDAMENTOS PARA O ARQUIVAMENTO ................................................................................. 26 
XI. PROCEDIMENTO DO ARQUIVAMENTO ....................................................................................... 27 
XII. NULIDADES NO INQUÉRITO ......................................................................................................... 29 
VALOR PROBATÓRIO ......................................................................................................................... 29 
INCOMUNICABILIDADE ...................................................................................................................... 29 
INVESTIGAÇÃO REALIZADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO .............................................................. 30 
 
 
 
 1 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização da StartCon Sistema de Ensino Online. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
I. CONCEITO 
Direito Processual Penal é conjunto de princípios e normas que regula a aplicação jurisdicional do 
Direito Penal, bem como a atividade persecutória da Polícia Judiciária. 
O que é jurisdição? Atividade judicial consistente na aplicação do direito ao caso concreto, de maneira 
definitiva, mediante provocação. Dentro da divisão funcional dos órgãos de Estado, ao judiciário coube o 
exercício da jurisdição (“dizer o direito”). A jurisdição se desenvolve através da aplicação do direito aos 
casos específicos levados ao judiciário para que resolva a questão aplicando o direito concretamente. O 
resultado da atividade jurisdicional é definitivo, pois ocorre a chamada coisa julgada material, fazendo com 
que a questão decidida pelo judiciário não possa mais ser discutida perante outro órgão estatal. Nesse 
caso difere da atividade administrativa de aplicar o direito, pois o resultado dessa atividade não é 
definitivo, podendo ser discutida a questão perante o judiciário. A atividade jurisdicional somente ocorre 
mediante provocação do órgão do judiciário, pois o princípio da inércia impede que o juiz possa atuar de 
ofício para iniciar o processo. 
O que é atividade persecutória? A atividade persecutória consiste na atividade desenvolvida pela polícia 
judiciária no sentido de diligenciar a respeito do fato definido como crime buscando descobrir a sua 
autoria. Ademais, essa atividade também é exercida pelo titular da ação penal mediante o oferecimento de 
ação penal buscando a condenação do infrator. 
FINALIDADE 
O direito processual penal tem como finalidade servir de instrumentalidade, viabilizando a aplicação do 
direito penal material. Em hipótese alguma o direito processual penal tem um fim em si mesmo. 
DIREITO DE PUNIR (JUS PUNIENDI) 
O direito de punir (jus puniendi) concentra-se na figura do Estado, como consequência do monopólio 
jurisdicional Penal. 
O direito de punir se expressa de maneira abstrata ou concreta. 
O direito de punir em abstrato (jus poenali) é representado pela previsão legal do tipo penal de crime, 
que se aplica a todas as pessoas dentro de determinado espaço. 
O direito de punir em concreto é representado pela persecução penal exercida em face da pessoa que 
comete qualquer fato definido como crime. 
Como decorrência do Direito de Punir em concreto surge a persecução penal, que pode ser dividida em 
dois momentos: 
1. Persecução penal extrajudicial; 
2. Persecução penal judicial. 
PERSECUÇÃO PENAL EXTRAJUDICIAL (EXTRAJUDICIO) 
A persecução penal extrajudicial ocorre através da Investigação criminal. Por isso, é que se pode 
afirmar que a persecução penal extrajudicialé uma atividade preparatória da ação Penal, de caráter 
preliminar e informativo. 
PERSECUÇÃO PENAL JUDICIAL (IN JUDICIO) 
A persecução penal judicial ocorre através da ação penal exercida em juízo. Por isso, pode-se afirmar 
que a persecução penal judicial é uma atividade que consiste no julgamento do fato objeto da ação. 
 
 2 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
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PROCESSO 
Processo é o instrumento de atuação da Jurisdição, pois sem o processo criminal (persecução penal 
judicial) não é possível ocorrer a aplicação da sanção penal ao autor de uma infração penal. 
É por meio do processo que o Estado exerce o poder Jurisdicional, permitindo o julgamento de uma 
pessoa pela prática de uma infração penal. 
INQUÉRITO POLICIAL 
O Inquérito Policial é o instrumento de atuação da persecução penal extrajudicial, que se desenvolve no 
primeiro momento da persecução penal. 
CONCEITO DE INQUÉRITO POLICIAL 
É um procedimento investigatório, administrativo, preliminar, presidido pelo Delegado de Polícia, 
consistente num conjunto de diligências que objetiva identificar o autor de uma infração penal e a colheita 
dos elementos de informação, servindo de base para o oferecimento da ação penal pelo seu titular. 
NATUREZA DO INQUÉRITO POLICIAL 
O inquérito tem natureza de procedimento administrativo e preliminar, tendo em vista que sua finalidade 
é colher elementos de informação para o início da ação penal, que poderá ser iniciada no futuro. 
Portanto, em hipótese alguma o Inquérito Policial tem natureza judicial, pois não busca a acusação ou 
condenação do autor da infração penal, mas tão somente a descoberta da autoria delitiva. 
FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL 
O Inquérito Policial tem por finalidade precípua a descoberta do autor da infração penal e a colheita dos 
elementos de informação relativos à infração. 
Ademais, o Inquérito Policial também contribui para decretação de medidas cautelares no decorrer da 
persecução penal. São situações em que o juiz utiliza os elementos informativos colhidos no Inquérito 
Policial para decidir e fundamentar a concessão de uma medida cautelar. 
O que é medida cautelar? É a medida judicial que consiste em resguardar e garantir a efetividade de 
qualquer procedimento. No caso da medida cautelar processual penal, a finalidade é resguardar e garantir 
a efetividade das diligências investigatórias, aplicação da lei penal e ordem pública. 
OBS: Existem medidas cautelares com a finalidade de resguardar algumas medidas assecuratórias de 
direito. 
Exemplo de medidas cautelares concedidas com base nos elementos informativos colhidos no Inquérito 
Policial: a prisão cautelar; a interceptação telefônica; a busca e apreensão domiciliar; as medidas 
assecuratórias. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Com relação ao inquérito policial, é presidido pela autoridade 
policial, da chamada polícia judiciária, pois atua em face do fato criminoso já ocorrido. 
GABARITO 
1 - CORRETO 
 
 3 
 
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II. POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA ADMINISTRATIVA 
A polícia administrativa é aquela que atua com a finalidade de impedir a ocorrência da infração penal. 
Por isso, possui caráter preventivo e atuação ostensiva. 
A polícia administrativa tem sua participação na segurança pública antes da ocorrência da infração 
penal. 
A função de polícia administrativa é exercida especialmente pela Polícia Militar, no âmbito estadual e 
pela Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal, no âmbito federal. 
A polícia judiciária é aquela que atua com a finalidade de investigar a ocorrência da infração penal. Por 
isso, possui caráter repressivo e atuação reservada. 
A polícia judiciária tem sua participação na segurança pública após a ocorrência da infração penal. 
A função de polícia judiciária é exercida especialmente pela Polícia Civil, no âmbito estadual e pela 
Polícia Federal, no âmbito federal. 
 
INQUÉRITOS FORA DO ÂMBITO DA POLÍCIA JUDICIÁRIA 
A persecução extrajudicial é função exercida primordialmente pela polícia judiciária, conforme 
expressamente prescrito no art. 4º do CPP. 
Art. 4º. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas 
respectivas circunscrições (...). 
Entretanto, a atribuição legal de polícia investigativa e repressiva, no exercício da persecução penal 
extrajudicial, não coube exclusivamente à polícia judiciária, pois é possível o exercício da função 
investigativa por outros órgãos estatais, nos termos do art. 4º, § único do CPP. 
Art. 4º, Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de 
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO 
A Comissão Parlamentar de Inquérito é desenvolvida no âmbito das casas legislativas Estaduais e 
Federais, conforme dispõe o parágrafo 3º do artigo 58 da CF/88. 
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das 
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, 
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, 
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se 
for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade 
civil ou criminal dos infratores. 
As Comissões Parlamentares de Inquérito têm a competência para investigar assuntos de interesse 
público relevante, desde que a apuração seja de fatos determinados e com prazo certo para conclusão, 
sendo que esse prazo pode ser prorrogado até o término da legislatura. Entretanto, não têm competência 
para aplicar punição penal ou civil, pois a punição penal ou civil deve ser levada a efeito por decisão 
judicial, mediante requerimento do Ministério Público. 
 
 4 
 
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INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 
Conforme dispõe o parágrafo 4º do artigo 144 da CF/88 (in fine), as infrações penais militares estão 
excluídas do âmbito de atribuição de investigação da Polícia Civil. 
§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, 
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de 
infrações penais, exceto as militares. 
Assim, no caso da ocorrência de uma infração penal militar praticada por um militar, a atribuição para 
investigar essa infração é do órgão militar ao qual pertence o autor da infração, através do Inquérito 
Policial Militar. 
INQUÉRITO DE ATRIBUIÇÃO DA POLÍCIA DA CÂMARA E SENADO 
As casas legislativas federais e estaduais são detentoras do poder de polícia. Assim, caso ocorra um 
crime no âmbito de uma casa legislativa federal ou estadual, a atribuição para investigação é da própria 
casa legislativa através da Polícia Legislativa. 
Esta hipótese está fundamentada na súmula 397 do STF: 
“O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime 
cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em 
flagrante do acusado e a realização do inquérito”.Inquérito nos crimes praticados por autoridade com foro especial 
No caso do cometimento de um crime por uma autoridade detentora de foro por prerrogativa de função, 
a investigação desse crime será feita pela polícia judiciária, mas a presidência do Inquérito Policial fica a 
cargo de um membro do Tribunal (no caso de membro do MP, a autorização será do procurador geral) 
competente para julgá-lo. 
Nesse caso, o delegado de Polícia não pode instaurar o Inquérito Policial sem que haja uma 
autorização do Ministro ou Desembargador escolhido para presidir a investigação. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Exame de Ordem 2008.1) Quando, no curso das investigações, surgir indício da prática de 
infração penal por parte de membro da magistratura, após a conclusão do inquérito, a denúncia deve 
ser remetida ao tribunal ou órgão especial competente para o julgamento. 
GABARITO 
 1 - ERRADO 
 
 5 
 
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III. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
DISCRICIONARIEDADE 
O delegado de polícia conduz as investigações com liberdade de atuação, nos limites traçados na lei, 
ordenando as diligências que julgar necessárias para apuração da materialidade e autoria delitiva. 
O delegado de Polícia pode negar diligências requeridas pelo ofendido ou indiciado (art. 14, CPP). 
Entretanto não poderá negar os requerimentos relativos ao exame de corpo de delito, nos casos em que a 
infração penal deixar vestígios (arts. 158 e 184, CPP). 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial 
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da 
verdade. 
Entretanto, o delegado não poderá negar a realização das diligências requisitadas pelo juiz ou promotor 
de justiça (desde que sejam legais), artigo 13, II do CPP. Bem como não poderá determinar o 
arquivamento do inquérito. 
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: 
II. Realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público. 
ESCRITO 
Pelo fato de o Inquérito Policial ser um procedimento administrativo que visa fornecer elementos de 
informação ao titular da ação penal, deve ser escrito para preservação da colheita dos elementos e 
garantia do investigado. 
Art 9º. Todas as peças do inquérito policial serão num só processado, reduzidas a escrito 
ou datilografada e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 
Entretanto, a lei permite outras formas de documentação, como a gravação de som e imagem. 
Art. 405, § 1º. Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, 
indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação 
magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter 
maior fidelidade das informações. 
SIGILOSO 
Diferentemente do processo criminal, o Inquérito Policial não comporta publicidade, pois a surpresa e o 
sigilo são indispensáveis para própria eficácia das investigações. 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou 
exigido pelo interesse da sociedade. 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade 
policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito 
contra os requerentes. (Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012) 
 
 6 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização da StartCon Sistema de Ensino Online. 
O sigilo da investigação serve para a obtenção de êxito nas diligências e também para assegurar a 
preservação da honra do indiciado, não lhe entregando ao julgamento antecipado pela sociedade, 
garantindo a sua inocência presumida. 
Entretanto o sigilo não é absoluto, haja vista que o sigilo não se opõe ao: 
Juiz: tem acesso amplo e irrestrito ao Inquérito Policial; 
Promotor de justiça: tem acesso amplo e irrestrito ao Inquérito Policial; 
Advogado do investigado: em regra o advogado do investigado também tem acesso ao autor do 
Inquérito Policial, mas este acesso do advogado não é irrestrito. Pois, no caso de diligências em 
andamento que ainda não foram documentadas, o advogado não pode ter acesso. 
Esse entendimento encontra-se na súmula vinculante nº 14: 
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de 
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. 
Caso seja negado ao advogado o acesso aos autos do Inquérito Policial, fora dos casos de diligências 
em andamento ainda não documentadas, é possível a impetração de mandado de segurança para tutelar 
seu direito líquido e certo ou ajuizar Reclamação Constitucional perante o STF. Ainda, é possível a 
impetração de habeas corpus preventivo em favor do investigado para tutelar sua liberdade. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Promotor MPE-RO/2010) O IP é um procedimento sigiloso, não se estendendo o sigilo ao 
advogado, que poderá ter amplo acesso aos elementos de prova que já estiverem documentados nos 
autos e se refiram ao exercício do direito de defesa. 
GABARITO 
1 - CORRETO 
 
 7 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
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IV. OBRIGATORIEDADE 
Se o fato narrado perante a autoridade policial configurar em fato definido como crime, esta fica 
obrigada a instaurar o respectivo inquérito policial para investigar a infração penal. 
Entretanto, deve-se salientar que a autoridade policial tem autonomia para fazer juízo técnico-jurídico 
acerca da tipicidade ou atipicidade do fato narrado. Ademais, pode determinar a verificação prévia acerca 
da procedência das informações fáticas narradas. 
Se houver confirmação da procedência do fato narrado e este configurar crime, então, deve a 
autoridade policial instaurar o inquérito policial. 
INDISPONIBILIDADE 
A indisponibilidade reside na proibição de o Delegado de Polícia arquivar os autos de Inquérito Policial, 
uma vez iniciado este. Se diante do caso concreto o delegado perceber que o fato não é definido como 
infração, deixará de promovê-lo, entretanto uma vez instaurado se torna indisponível, em virtude do que 
prescreve o artigo 17 do CPP: 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
DISPENSABILIDADE 
Sempre que o Inquérito Policial servir de base para propositura da ação penal deve acompanhá-la. 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa sempre que servir de 
base a uma ou outra. 
Entretanto, o Inquérito Policial é dispensável para propositura da ação penal. Pois se os elementos de 
informação que servem de fundamento para ação penal forem colhidos por outro meio investigativo, 
habilitando o titular da ação penal a propô-la, neste caso não será necessário a existência de Inquérito 
Policial. 
Assim, por exclusão podemos afirmar, que se o Inquérito Policial nãoservir de base para ação penal, 
não terá que acompanhá-la, sendo dispensável nesse caso. 
Art. 39, § 5º. O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a 
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal (...). 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Exame de Ordem 2009.1) Nas hipóteses de ação penal pública, condicionada ou 
incondicionada, a autoridade policial deverá instaurar, de ofício, o inquérito, sem que seja necessária a 
provocação ou a representação. 
GABARITO 
 1 - ERRADO 
 
 8 
 
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V. OFICIOSIDADE 
No caso da ocorrência de uma infração penal que seja de ação pública incondicionada, tendo a 
autoridade policial conhecimento dessa infração, seja através de cognição espontânea ou cognição 
provocada, pode instaurar o inquérito para apurar a infração penal e a respectiva autoria, atuando de 
ofício. 
 Art. 5º. Nos crimes de ação pública (incondicionada) o inquérito será iniciado: 
I. De ofício. 
Já nos crimes de ação penal pública condicionada ou nos crimes de ação penal privada, o Delegado de 
Polícia depende da manifestação de vontade do ofendido para instaurar o inquérito, devendo no primeiro 
caso haver representação e no segundo caso haver requerimento. 
Art. 5º, § 4º. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, 
não poderá sem ela ser iniciado. 
Art. 5º, § 5º. Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder 
a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
 Nos casos de crimes de ação penal pública condicionada e nos crimes de ação penal privada, se o 
delegado instaurar o inquérito sem o permissivo legal (representação/requerimento), o ofendido poderá 
manejar o mandado de segurança para trancar o inquérito policial, isso porque foi violado direito líquido e 
certo do ofendido de não ver o inquérito policial ser deflagrado sem sua permissão. 
Também, é possível o investigado impetrar um habeas corpus preventivo com a finalidade de trancar o 
inquérito policial instaurado contra sua pessoa, pois houve violação da legalidade por parte da autoridade 
policial. 
INQUISITORIEDADE 
Pelo fato de o Inquérito Policial não se submeter ao contraditório e ampla defesa, pode-se dizer que é 
um procedimento inquisitório. 
Na atividade investigatória durante o Inquérito policial não existem partes, mas apenas uma autoridade 
que tem o objetivo de esclarecer os elementos de materialidade e autoria de determinado crime. 
Pelo fato de ser o Inquérito Policial de natureza inquisitória, o artigo 155 do CPP não permite que o juiz 
fundamente sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação. 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não 
repetíveis e antecipadas. 
Considerando que o Inquérito Policial é inquisitório, não há necessidade da presença de advogado para 
acompanhar o investigado, inclusive durante seu interrogatório no curso do inquérito policial. 
Entretanto, se o investigado constituir advogado para lhe acompanhar, isso não pode ser proibido pelo 
Delegado de Polícia. Mas, mesmo nessa hipótese não será deferida oportunidade de defesa pelo 
advogado. 
OBS: durante a lavratura do auto de prisão em flagrante, o delegado deve oportunizar ao preso o direito 
de advogado para acompanhar a lavratura do auto de prisão. Entretanto, se o preso não tiver advogado, 
isso não prejudica a lavratura do auto de prisão em flagrante. 
OBS: somente no Inquérito Policial instaurado com a finalidade de expulsar estrangeiro é que se exige 
a observância do contraditório e ampla defesa. 
 
 9 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização da StartCon Sistema de Ensino Online. 
OFICIALIDADE 
O órgão incumbido da atribuição de investigar, constituído pelos agentes estatais, é oficial. O Estado 
como titular do direito de punir tem a obrigação de desenvolver atos tendentes a resolução de infração 
penal, mesmo nas infrações penais de ação penal privada. 
Entretanto, é permitida a investigação privada feita pelo ofendido ou seu representante legal, desde que 
não viole direitos e garantias das pessoas. Entretanto, em nenhuma hipótese o ofendido ou seu 
representante legal poderá exercer atividade imperativa do Estado (ex.: convocar testemunhas ou 
investigado, determinar condução coercitiva de alguém, etc.). 
TEMPORARIEDADE 
O Inquérito Policial é um procedimento temporário, pois deve ser concluído dentro de um determinado 
prazo previsto na lei (art. 10, CPP). 
A temporariedade das investigações decorre da segurança jurídica que dever haver nos atos estatais. 
Pois, não seria admissível uma investigação contra determinada pessoa durante vários anos. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Procurador do Estado-PE/2009) A decisão judicial não se pode fundamentar, no inquérito 
policial, mesmo que não exclusivamente. 
GABARITO 
 1 - ERRADO 
 
 10 
 
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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização da StartCon Sistema de Ensino Online. 
VI. ATRIBUIÇÃO PARA INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
O Delegado de Polícia que detém atribuição para instaurar o inquérito é aquele que exerce suas 
funções na circunscrição em que se consumou a infração. 
Art. 4º. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas 
respectivas circunscrições (...). 
Entretanto, será mera irregularidade o fato de o inquérito tramitar em local diverso da consumação da 
infração penal, afinal, a violação de critérios de atribuição não tem o condão de invalidar o futuro processo 
penal. 
Se houver essa irregularidade poderá ser impetrado mandado de segurança com a finalidade de que o 
presente inquérito que tramita em circunscrição diversa seja remetido para a circunscrição da consumação 
da infração penal. Mas, caso o Inquérito Policial seja concluído em circunscrição diversa da que deveria 
tramitar, isso não causa a invalidade do mesmo ou invalidade de futura ação penal que seja fundamentada 
nesse inquérito policial. 
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO 
O inquérito deve ser realizado dentro de um prazo determinado, não podendo se eternizar no tempo, 
por isso o CPP dispõe a respeito dos prazos da investigação. 
REGRA GERAL 
Caso o indiciado esteja solto, o prazo da conclusão do Inquérito Policial é de 30 dias. 
Entretanto, o Inquérito Policial deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado estiver preso, seja 
prisão em flagrante ou prisão preventiva (artigo 10, CPP). 
Se o indiciado tiver sido preso na prisão preventiva, o prazo de 10 dias começa correr do dia em que se 
efetivou a prisão preventiva. 
Se o indiciado tiver sido preso em flagrante, o prazo de 10 dias começa da data da prisão em flagrante. 
Entretanto, se o investigado estiver preso na prisão temporária, o prazo de duração do Inquérito Policial 
é o mesmo prazo de duração da prisão temporária, qual seja: 5 dias (prorrogável por mais 5 dias), no caso 
de crimes não hediondos ou equiparados. 30 dias (prorrogável por mais 30 dias), no caso de crimes 
hediondos ou equiparados.Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso 
em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir 
do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver 
solto, mediante fiança ou sem ela. 
Caso o indiciado esteja solto, e a investigação seja de difícil elucidação, é permitido a prorrogação dos 
prazos para conclusão do Inquérito Policial. 
Art. 10, § 3º. Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a 
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que 
serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
A prorrogação deve ser requerida pelo Delegado de Polícia e concedida pelo juiz, que indicará o tempo 
de prorrogação, de acordo com o caso concreto. Haja vista, que a lei não previu o tempo nem quantas 
vezes poderão ser prorrogados os prazos de conclusão do Inquérito Policial. 
 A lei não mencionou se é possível a prorrogação do prazo de conclusão do Inquérito Policial se o 
investigado estiver preso. Diante de tal situação, a doutrina e jurisprudência passaram a entender que é 
possível a prorrogação do prazo para conclusão da investigação. Entretanto, o investigado deve ser 
liberado da prisão, pois se não existe fundamento, ainda, para propositura da ação (haja vista que o 
Inquérito Policial está em andamento), não razoável manter o investigado no cárcere. 
OBS: Apesar de a lei não prever a manifestação do promotor quanto à prorrogação, a doutrina entende 
que este deverá ser ouvido, pois se estiver satisfeito com as informações colhidas no Inquérito Policial 
poderá desde já propor a ação. 
 
 11 
 
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PRAZOS ESPECIAIS 
INQUÉRITOS EM TRÂMITE PERANTE A POLÍCIA FEDERAL 
Se o indiciado estiver preso o prazo é de 15 dias, prorrogável por igual período se houver autorização 
judicial, artigo 66 da Lei 5.010/66. 
Se o indiciado estiver solto o prazo será de 30 dias, pois neste caso deve seguir a regra geral do artigo 
10 do CPP, pois houve silêncio da lei. 
INQUÉRITOS NO CASO DA LEI ANTITÓXICOS 
A lei prevê o prazo de 30 dias, para o término das investigações, prorrogável por mais 30 dias, estando 
o indiciado preso, e de 90 dias, prorrogável por mais 90 dias, estando o indiciado solto. A prorrogação 
deve ser requerida pelo Delegado de Polícia ao Juiz competente, que decidirá depois de ouvir o Ministério 
Público. 
Art. 51 da Lei 11.343/06: 
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado 
estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. 
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, 
ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia 
judiciária. 
NOTITIA CRIMINIS (NOTÍCIA DO CRIME) 
CONCEITO 
É o conhecimento que a autoridade policial tem a respeito da ocorrência de um fato criminoso. Este 
conhecimento pode ser espontâneo, provocado ou coercitivo. 
a) Cognição direta ou espontânea: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato 
criminoso de maneira direta, ou seja, sem que alguém tenha provocado a autoridade policial a respeito 
de alguma infração. O conhecimento direto do fato criminoso pode ocorrer por meio de investigação 
prévia feita pela polícia, por comunicação da imprensa ou por rumor popular. 
b) Cognição indireta ou provocado: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato 
criminoso de maneira indireta, ou seja, através da provocação de terceira pessoa ou da própria vítima. 
A provocação pode ocorrer por meio das seguintes peças: representação; requisição do Ministro da 
Justiça; requerimento; delatio criminis; requisição do juiz ou Ministério Público. 
c) Notitia criminis coercitiva: ocorre nos casos em que o conhecimento do suposto fato criminoso é 
apresentado à autoridade policial juntamente com o suposto autor do fato, preso em flagrante. O auto 
de prisão em flagrante delito será peça formal suficiente para dar início ao inquérito, não necessitando 
de uma portaria expedida pelo Delegado de Polícia. 
INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL 
O Inquérito Policial pode ser instaurado: 
1. De ofício; 
2. Delatio Criminis (delação do crime); 
3. Representação da vítima ou representante legal; 
4. Requisição do Ministro da Justiça; 
5. Requerimento da vítima ou representante legal; 
6. Requisição do Juiz ou Ministério Público. 
 
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DE OFÍCIO 
A instauração do Inquérito Policial de ofício pelo Delegado de Polícia ocorre no caso da prática de 
crimes de ação pública incondicionada, quando o conhecimento do suposto crime tenha ocorrido de forma 
espontânea (notitia criminis direta) ou por delatio criminis (provocação de terceiros). A partir do 
conhecimento do suposto crime, o Delegado expedirá portaria instaurando inquérito. 
Art. 5º. Nos crimes de ação pública (incondicionada), o inquérito policial será iniciado: 
I. De ofício. 
Apesar de o dispositivo citado mencionar que o Inquérito Policial possa ser instaurado de ofício nos 
crimes de ação penal pública (sem especificar a espécie de ação pública), é pacífico que nos crimes de 
ação penal pública condicionada à representação o Inquérito Policial somente pode ser instaurado a partir 
da representação da vítima (ou representante legal). Isso ocorre porque o parágrafo 4º do artigo 5º do 
CPP exige tal provocação para que se possa iniciar o Inquérito Policial. 
DELATIO CRIMINIS (DELAÇÃO DO CRIME) 
A instauração do Inquérito Policial de ofício pode ocorrer por meio de uma provocação da autoridade 
policial, a respeito do fato criminoso, por meio de terceira pessoa, ou seja, qualquer pessoa do povo que 
tiver conhecimento do fato criminoso. 
Essa provocação da autoridade policial por terceira pessoa é chamada de delatio criminis qualificada. 
Art. 5º, § 3º. Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração 
penal em que caiba ação pública (leia-se ação pública incondicionada) poderá, 
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a 
procedência das informações, mandará instaurar inquérito. 
A delatio criminis é a possibilidade que qualquer pessoa tem de comunicar a ocorrência de suposta 
infração penal ao Delegado de Polícia. Entretanto, a delatio criminis somente é admitida nos crimes de 
ação pública incondicionada. 
Apesar de o dispositivo citado mencionar que a delatio criminis possa ocorrer nos crimes de ação penal 
pública (sem especificar a espécie de ação pública), é pacífico que nos crimes de ação penal pública 
condicionada à representação o Inquérito Policial somente pode ser instaurado a partir da representação 
da vítima (ou representante legal). Isso ocorre porque o parágrafo 4º do artigo 5º do CPP exige tal 
provocação para que se possa iniciar o Inquérito Policial. 
A partir da delação feita por terceira pessoa, o Delegado de Polícia verificará a procedência das 
informações. Caso as informações sejam verdadeiras, o Delegado expedirá Portaria determinando a 
instauração do Inquérito Policial. 
DELAÇÃO APÓCRIFA 
Delação apócrifa também é conhecida como delatio criminis inqualificada ou notitia criminis 
inqualificada (denúncia anônima). A inqualificação decorre da forma como a notícia do crime é dada à 
autoridade policial,isto é, sem que haja qualificação da pessoa (indicação de nome, estado civil, idade, 
profissão, domicílio) que transmite a notícia do fato criminoso. 
Por isso, a delação apócrifa é a notícia do fato criminoso levada ao conhecimento do Delegado de 
Polícia, sem que a pessoa delatora se qualifique perante a autoridade policial. 
A jurisprudência e a doutrina admitem que a delação apócrifa possa dar início ao Inquérito Policial, mas 
antes dessa instauração, a autoridade policial deve proceder a verificação das informações a respeito do 
fato criminoso, assim como ocorre com a delatio criminis prevista no art. 5º, § 3º do CPP. 
Assim como ocorre com a delatio criminis, a delação apócrifa somente pode dar ensejo à instauração 
de Inquérito Policial nos crimes de ação penal pública incondicionada. 
 
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REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA OU DE SEU REPRESENTANTE LEGAL 
A representação é a manifestação de vontade da vítima ou seu representante legal autorizando a 
instauração do Inquérito Policial. 
A representação também é chamada de delatio criminis postulatória. 
A representação da vítima ou de seu representante legal é condição necessária para instauração de 
Inquérito Policial nos crimes de ação penal pública condicionada. 
Desta forma, a representação funciona como condição de procedibilidade nos crimes de ação penal 
pública condicionada, pois somente se houver representação do ofendido ou seu representante legal o 
Inquérito Policial poderá ser iniciado. 
Art. 5º, § 4º. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, 
não poderá sem ela ser iniciado. 
Caso o delegado de Polícia viole esse direito da vítima, de decidir sobre a representação, instaurando o 
Inquérito Policial sem que a vítima ou seu representante legal tenha representado, é passível a impetração 
de mandado de segurança para tutelar esse direito da vítima. 
Também, é possível o investigado impetrar um habeas corpus preventivo com a finalidade de trancar o 
inquérito policial instaurado contra sua pessoa, pois houve violação da legalidade por parte da autoridade 
policial. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/TJRJ/2008) Se a ação penal for de iniciativa privada, o inquérito será instaurado a 
requerimento da vítima ou de seu representante legal. 
2. (CESPE/Perito Criminal - TO/2008) O inquérito policial realizado por delegacia incompetente em razão 
de sua circunscrição territorial é nulo de pleno direito. 
3. (CESPE/Perito Criminal - TO/2008) Nos crimes de ação pública, o inquérito policial será iniciado de 
ofício, mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
GABARITO 
1 - CORRETO 
2 - ERRADO 
3 - CORRETO 
 
 14 
 
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VII. TITULARES DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador 
com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do 
Ministério Público, ou à autoridade policial. 
São titulares do direito de representação: 
1. A vítima do crime, caso seja plenamente capaz (maior de 18 anos e mentalmente capaz); 
2. O representante legal da vítima, se esta for incapaz (menor de 18 anos ou doente mental. 
OBS: Apesar de o procurador com poderes especiais não ser titular do direito de representação, este 
pode atuar em nome da vítima ou seu representante legal caso seja outorgada procuração com poderes 
especiais para finalidade de representação. A vítima somente pode outorgar a procuração se for capaz. 
Caso a vítima seja incapaz, o seu representante legal é quem pode outorgar procuração. 
DESTINATÁRIOS DA REPRESENTAÇÃO 
1. Delegado de Polícia: se a representação for direcionada ao Delegado, este, verificando que o fato 
representado é típico, instaurará o Inquérito Policial. 
Caso, a representação tenha sido dirigida ao Delegado que não detém atribuição para instaurar o 
Inquérito Policial, este remeterá a representação à autoridade com atribuição para tal. 
Art. 39, § 3º. Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial 
procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. 
2. Juiz: se a representação for dirigida ao Juiz, este, verificando que o fato representado é típico, 
requisitará ao Delegado de Polícia a instauração do Inquérito Policial, remetendo a representação 
juntamente com a requisição. 
Em hipótese alguma o Juiz pode investigar o fato criminoso pelo qual a vítima representou, sob pena de 
violar o princípio da imparcialidade do julgador. 
Art. 39, § 4º. A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, 
será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito. 
3. Ministério Público: se a representação for dirigida ao Ministério Público, este, verificando que o fato 
representado é típico, requisitará ao delegado a instauração do Inquérito Policial, remetendo a 
representação juntamente com a requisição. 
O Ministério Público poderá também, desde já, oferecer a ação penal em juízo, dispensando o Inquérito 
Policial, se a representação contiver os elementos necessários para o oferecimento da denúncia. 
Art. 39, § 5º. O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a 
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, 
neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. 
 
 15 
 
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PRAZO PARA REPRESENTAÇÃO 
A vítima ou seu representante legal tem o prazo decadencial de 6 meses para oferecer representação, 
contados do dia em que souber quem é o suposto autor do crime, sob pena de decair do direito de 
representação. 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá do 
direito de (...) representação se não o exercer dentro do prazo de 6 meses, contado do 
dia que vier a saber quem é o autor do crime (...). 
O prazo para o oferecimento da representação deve ser contado incluindo o dia do início do prazo (dia 
em que conheceu quem é o autor do crime) e excluindo o dia do final do prazo (último dia do prazo é 
excluído). 
O prazo para o oferecimento da representação é um prazo decadencial, ou seja, se a vítima deixar de 
representar dentro do prazo de 6 meses, acarretará a decadência do direito de representação, extinguindo 
a punibilidade. 
Por se tratar de prazo decadencial, não se admite a interrupção, suspensão ou prorrogação desse 
prazo. 
REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
A pessoa jurídica quando vítima de infração penal pública condicionada poderá representar por 
intermédio de seu representante designado no estatuto ou contrato social, no silêncio destes, por seus 
diretores ou sócios-gerentes (art. 37 do CPP, por analogia). 
Art. 37, CPP. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão 
exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou 
estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes. 
REPRESENTAÇÃOEM CASO DE MORTE OU AUSÊNCIA DO OFENDIDO 
Se a vítima estiver morta ou declarada ausente por decisão judicial, o direito de representação passará 
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Estes são os sucessores do direito de representação. 
Art. 24, § 1º, CPP. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por 
decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão. 
A ordem dos legitimados substitutos é uma escala de precedência. Assim, o cônjuge terá precedência 
sobre o ascendente, que terá precedência sobre o descendente, e assim sucessivamente. 
REPRESENTAÇÃO PELO CURADOR ESPECIAL 
O código de processo penal prevê a possibilidade de nomeação de curador especial pelo juiz 
competente para ação penal, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, para exercer o 
direito de representação, caso o ofendido seja menor de 18, mentalmente enfermo ou retardado mental 
(incapaz), se não tiver representante legal; ou se tiver representante legal, mas seus interesses sejam 
conflituosos com os interesses do representado (art. 33, CPP, por analogia. 
Art. 33, CPP. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou 
retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com 
os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de 
ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo 
penal. 
O curador especial nomeado pelo juiz não está obrigado a representar, pois lhe pertence a ponderação 
e discricionariedade para o oferecimento da representação, em face da proteção dos interesses da vítima. 
 
 16 
 
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RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO 
Enquanto não oferecida a denúncia pelo Ministério Público é admitida a retratação da representação 
pela vítima, obstando que a ação penal seja iniciada. 
Art. 25, CPP. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. 
Logo, após o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público não será possível a retratação. 
Vale ressaltar que em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, o prazo para retratação 
da representação é até o recebimento da denúncia, em audiência específica perante o juiz. 
Lei 11340/06 - Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da 
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o 
juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da 
denúncia e ouvido o Ministério Público. 
A retratação nada mais é do que um arrependimento da vítima, desejando que a ação penal não seja 
iniciada. 
Discute-se na doutrina se é possível, após a retratação, uma nova representação da mesma infração 
penal (retratação da retratação). 
 Para doutrina majoritária isso é possível, desde que não tenha transcorrido prazo decadencial de seis 
meses para nova representação. 
CARÁTER OBJETIVO DA REPRESENTAÇÃO 
A representação é feita em relação a cada infração penal, não dizendo respeito às pessoas que tenham 
praticada a infração penal. Por isso, se houver representação pelo crime de estupro, por exemplo, contra 
determinada pessoa, essa representação se estende para todos que tenham praticado o referido crime. 
A INFORMALIDADE DA REPRESENTAÇÃO 
A representação não exige formalidade para que tenha efeito. Segundo o STJ, o simples ato de narrar o 
fato à autoridade policial competente pela vítima ou seu representante legal, desde assinado, pode servir 
como representação pela infração penal. 
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA 
A requisição, assim como a representação, não exige forma especial, devendo tão somente conter, 
sempre que possível, informações acerca da infração penal. 
A requisição pode ser feita dentro de qualquer prazo, desde que não tenha ocorrido prescrição. Assim, 
conclui-se que o Ministro da Justiça não está sujeito ao prazo decadencial, como ocorre na representação. 
CRIMES QUE EXIGEM REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA 
1. Crime contra honra do Presidente da República ou contra Chefe de Governo estrangeiro (art. 145, § 
único, CP); 
2. Crime praticado por estrangeiro contra brasileiro, no exterior (art. 7º, § 3º, CP). 
REQUERIMENTO DO OFENDIDO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL 
O requerimento é uma solicitação da vítima do crime ou do seu representante legal para que seja 
instaurado o Inquérito Policial. 
Através do requerimento, o ofendido ou seu representante legal expõe o fato criminoso à autoridade 
policial e requer a abertura do inquérito policial. 
 
 17 
 
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O requerimento é uma condição necessária para a instauração do Inquérito Policial em crimes de ação 
penal privada, sem a qual o Delegado de Polícia não poderá proceder a qualquer investigação. 
Art. 5º, § 5º. Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder 
a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
Ademais, se a autoridade policial instaurar o Inquérito Policial sem que a vítima ou seu representante 
legal tenha feito o requerimento, haverá violação do direito da vítima, sendo possível a impetração de 
mandado de segurança para tutelar esse direito da vítima (de não ser instaurado Inquérito sem o seu 
requerimento). Também, o próprio investigado poderá impetrar um habeas corpus para trancar o Inquérito 
Policial instaurado ilegalmente contra sua pessoa. 
 No requerimento, a vítima ou seu representante legal deve informar todos os elementos que 
contribuam para investigação, sempre que possível. 
 § 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: 
a) A narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) A individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de 
presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) A nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
O requerimento da vítima ou do seu representante legal feito ao Delegado de Polícia pode ser 
indeferido, se este entender que o fato narrado não constitui crime (fato atípico). 
Se o requerimento para instauração de Inquérito Policial for indeferido, é cabível recurso administrativo 
ao chefe de polícia. 
Art. 5º, § 2º. Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá 
recurso para chefe de polícia. 
O requerimento para investigar crime de ação penal privada deve ser feito dentro do prazo de 06 (seis) 
meses. Isso porque, a ação penal privada deve ser oferecida em juízo pelo querelante dentro do prazo de 
06 (seis) meses. Assim, se o prazo para oferecer ação penal privada é de 06 (seis) meses, o Inquérito 
Policial com a finalidade de servir de base para essa ação penal, obviamente, deve ser concluído antes da 
finalização desse prazo de 06 (seis) meses. 
Ademais, cumpre informar que nem mesmo a pendência do Inquérito Policial é capaz de prorrogar o 
prazo para o oferecimento da ação penal privada em juízo pelo querelante. Assim, se o Inquérito não 
estiver concluído dentro do prazo de 06 (seis) meses, o querelante deve oferecer ação penal privada em 
juízo, requerendo que o Inquérito seja juntado à ação penal após a sua conclusão. 
A INFORMALIDADE DO REQUERIMENTO 
O requerimento não exige formalidade para que tenha efeito.Segundo o STJ, o simples ato de narrar o 
fato à autoridade policial competente pela vítima ou seu representante legal, desde assinado, pode servir 
como requerimento para instauração de inquérito. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Defensor Público-CE/2008) Em crime de ação penal pública condicionada, a autoridade 
competente poderá iniciar o inquérito policial de ofício. Todavia, se, no prazo decadencial de seis 
meses, o ofendido ou seu representante legal não formularem a representação, o inquérito será 
arquivado. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
 
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VIII. REQUISIÇÃO DO JUIZ OU MINISTÉRIO PÚBLICO 
A requisição é a exigência para realização de alguma atividade, fundamentada em lei. 
O Inquérito Policial também pode ser instaurado a partir de requisição do Juiz ou do Ministério Público. 
A requisição é feita pelo Juiz ou Ministério Público ao Delegado de Polícia. 
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
II. Mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público (...). 
Considerando que os crimes de ação penal pública incondicionada autorizam a instauração do Inquérito 
Policial de ofício pelo Delegado de Polícia, o Juiz e o Ministério Público podem requisitar a instauração do 
Inquérito Policial de ofício nesses crimes, ou seja, sem que haja representação ou requerimento. 
Entretanto, nos crimes de ação penal pública condicionada ou nos crimes de ação penal privada, 
considerando que sempre se exige representação ou requerimento para instauração do Inquérito Policial, 
não poderão o Juiz ou o Ministério Público requisitar a instauração de Inquérito Policial sem que a vítima 
ou seu representante legal tenha oferecido representação ou feito requerimento. 
 Caso o Juiz ou o Ministério Público requisite a instauração de Inquérito policial ao Delegado sem que a 
vítima ou seu representante legal tenha oferecido a representação ou feito o requerimento, o Delegado 
pode oficiar a estes órgãos requisitantes informando a falta de representação ou requerimento (condição 
necessária para instaurar o Inquérito Policial). 
A requisição, caso não esteja eivada de nenhuma ilegalidade, deve ser acatada pelo Delegado de 
Polícia. 
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA 
Alguns crimes de ação pública são condicionados à requisição do Ministro da Justiça, não podendo ser 
instaurado inquérito sem a sua permissão. 
 A requisição não está sujeita ao prazo decadencial, podendo ser exercida a qualquer tempo, desde 
que não esteja extinta a punibilidade por qualquer causa (artigo 107 do CP, extinção da punibilidade). 
Exemplos de crimes condicionados à requisição do Ministro da Justiça: 
1. Crimes contra a honra do Presidente da República ou Chefe de Governo estrangeiro (art. 145, §único, 
CP); 
2. Crime praticado por estrangeiro contra brasileiro no exterior (art. 7º, § 3º, CP). 
PROVIDÊNCIAS ACERCA DA INFRAÇÃO PENAL 
I. Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação 
das coisas, até a chegada dos peritos criminais. 
O local da prática do crime deve ser preservado, pois é uma excelente fonte de prova para o 
esclarecimento dos fatos. A perícia só conseguirá desenvolver um trabalho satisfatório para elucidação do 
crime se o estado e conservação das coisas forem preservados. 
II. Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos 
criminais. 
Após os peritos desenvolverem seus trabalhos, o delegado poderá apreender os objetos que serviram 
de instrumento do crime como também todos aqueles que puderem servir para esclarecimento do fato. 
Os objetos acompanharão os autos do Inquérito do Policial, conforme determina o artigo 11 do CPP: 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, 
acompanharão os autos do inquérito. 
Algum outro objeto que interessar à prova da infração penal e não for possível apreender no local, 
poderá ser conseguido através de busca e apreensão determinada pelo Juiz. 
 
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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização da StartCon Sistema de Ensino Online. 
III. Colher todas as provas que servirem para esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias. 
A autoridade policial deve estar atenta para que não haja perecimento de elementos informativos, pois 
isso dificultará a determinação do autor da infração. Essa colheita de provas (elementos informativos) se 
desenrolará durante todo inquérito. 
As provas colhidas durante o inquérito são chamadas de elementos informativos, pois são colhidos sem 
a submissão ao princípio do contraditório e ampla defesa. 
Assim, os elementos informativos têm como finalidade servir de base para: 
a) Oferecimento da ação penal em juízo; 
b) Concessão pelo juiz de alguma medida cautelar; 
c) Auxiliar na fundamentação da condenação do infrator. 
Os professores Nestor Távora e Rosmar Antonni enunciam que “deverá proceder à colheita de todo 
material probatório não só que demonstre a autoria e a materialidade da infração, revelando os seus reais 
autores, mas também que elimine, por exclusão, o vínculo equivocado de pessoas inocentes à prática do 
crime” (Curso de direito processual penal, 2ª edição, editora Jus Podivm, Salvador, BA). 
IV. Ouvir o ofendido. 
As declarações da vítima podem ser primordiais para o esclarecimento dos fatos. 
Apesar de ser interessada na resolução da causa, isso não impede que o Delegado a ouça, entretanto 
deverá ponderar suas declarações. 
O ofendido será intimado para prestar esclarecimentos, sempre que possível, e caso deixe de 
comparecer sem motivo justo, poderá ser conduzido à presença da autoridade. 
Art. 201, § 1o. Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o 
ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. 
O ofendido não será compromissado a dizer a verdade, pois não é testemunha, e caso deixe de dizer a 
verdade do que souber e lhe for perguntado não cometerá crime de falso. Entretanto, se der causa a 
instauração de investigação policial imputando crime ou contravenção de que o sabe inocente, estará 
cometendo o crime de denunciação caluniosa (art. 339, CP). 
V) Ouvir o indiciado. 
A oitiva do investigado deve ser feita de acordo com os artigos 185/196 do CPP, naquilo que for 
aplicável ao Inquérito. 
Antes do interrogatório, o Delegado deve informar o investigado do seu direito ao silêncio (não 
responder as perguntas que lhe forem feitas), e tudo o que disser poderá ser usado como elemento de 
informação para investigação do crime. 
Pelo fato de o Inquérito Policial não ser elaborado com a observância do contraditório e ampla defesa 
(inquisitoriedade), o advogado do investigado não precisará, necessariamente, estar presente na oitiva. 
Entretanto, se o advogado do investigado estiver presente, poderá acompanhar a oitiva do mesmo, mas 
não terá o direito de manifestação de defesa em favor deste. 
Se o investigado for intimado a comparecer ao interrogatório, e não o fizer, sem justificativa, poderá ser 
conduzido coercitivamente à presença da autoridade. 
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou 
qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar 
conduzi-lo à sua presença. 
Parte da doutrina entende que a condução coercitiva é inconstitucional, na medida em que a 
constituição garante o direito ao silêncio (artigo 5º, LXIII,CF/88). 
 
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VI) Proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações. 
O reconhecimento de pessoas e coisas consiste na identificação de determinada pessoa ou coisa vista 
anteriormente (arts. 226/228, CPP). 
A acareação é o ato pelo qual, havendo divergência relevante sobre o fato ou circunstância no 
depoimento de testemunhas, ofendido ou investigado, os que divergirem serão interrogados novamente, 
para esclarecimentos das divergências (arts. 229/230, CPP). 
VII) Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer 
outras perícias. 
O corpo de delito é conjunto de vestígios materiais deixados pelo crime, são os elementos que podem 
ser percebidos pelos sentidos (por exemplo, sangue, hematomas, porta arrombada, cadáver etc.). 
O exame de corpo de delito é a perícia a ser desenvolvida a partir do corpo de delito. Em outras 
palavras, o exame de corpo de delito tem por base o corpo de delito. 
 Art. 158. Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
Assim, a materialidade (existência do crime), nos crimes que deixarem vestígios, será verificada através 
da realização do exame de corpo de delito. A confissão do suspeito nunca suprirá a ausência do referido 
exame. 
Pode acontecer de não ser possível a realização do referido exame (se houver desaparecimento do 
corpo de delito), hipótese em que a prova testemunhal poderá supri-lo. 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os 
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
O exame de corpo de delito e as perícias necessárias para elucidação do crime devem ser 
determinadas de ofício pelo Delegado de Polícia. 
Porém, se o exame de corpo de delito e as demais perícias não forem determinadas de ofício pelo 
Delegado, o ofendido ou investigado poderão requerê-las. Em havendo requerimento, não poderá haver 
denegação no que tange ao exame de corpo de delito, mas as outras perícias poderão ser denegadas 
pelo Delegado de Polícia, se não for necessária para o esclarecimento dos fatos. 
 Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial 
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da 
verdade. 
VIII) Ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer 
juntar aos autos sua folha de antecedentes. 
A identificação pelo processo datiloscópico é chamada de identificação criminal. 
A identificação criminal é um procedimento que serve para revelar a identidade da pessoa, em 
substituição da identidade civil. 
A regra constitucional é que não haverá identificação criminal do civilmente identificado, salvo nos 
casos previstos na lei (artigo 5º, LVIII, CF/88). 
Assim, a identificação criminal passa a ser exceção, só podendo ser admitida nas hipóteses 
expressamente autorizadas pela lei. A Lei 12.037/09 regulamenta as hipóteses em que se admite 
identificação criminal da pessoa que esteja civilmente identificada. 
A identificação criminal inclui o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da 
comunicação da prisão em flagrante ou inquérito policial, devendo ser tomadas as providências para que 
não haja constrangimento do identificado. 
O delegado também juntará aos autos as folhas de antecedentes do indiciado/investigado, servindo 
para esclarecer a vida pregressa, reincidência, etc. 
 
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IX) Averiguar a vida pregressa do indiciado, do ponto de vista individual, familiar e social, 
sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e 
durante ele, e quaisquer elementos que contribuírem para a apreciação de seu 
temperamento e caráter. 
A averiguação da vida pregressa se faz por meio das folhas de antecedentes, informações de vizinhos 
do indiciado, etc. 
A sua finalidade é de facilitar para o Juiz no momento da dosagem da pena, onde se analisará as 
circunstâncias do crime, motivos, etc. 
REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS 
Art. 7º. Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado 
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que 
esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
A reprodução simulada dos fatos, também chamada de reconstituição do crime, serve para esclarecer o 
modo, as circunstâncias e outros elementos de como foi o crime praticado. 
A simulação é uma providência facultativa a ser tomada pelo Delegado de Polícia, não podendo ser 
realizada nas hipóteses em que: 
a) Contrariar a ordem pública (ex. parar o trânsito); 
b) Contrariar a moralidade da sociedade (ex. crime de estupro). 
Cumpre lembrar que o indiciado não está obrigado a participar da reprodução simulada dos fatos, pois 
não está obrigado a produzir provas contra si mesmo (não autoincriminação), em virtude do direito de 
permanecer em silêncio (artigo 5º, LXIII, CF/88). 
INDICIAMENTO 
O indiciamento é o ato pelo qual o presidente do Inquérito Policial atribui a alguém a prática de uma 
infração penal, baseado em indícios suficientes e convergentes de autoria. 
O indiciamento é ato privativo do Delegado de Polícia, não podendo o Ministério Público indiciar alguém 
no curso do Inquérito Policial. A única hipótese em que o Ministério Público pode indiciar o investigado 
ocorre no curso do Procedimento de Investigação Criminal, procedimento conduzido pelo Ministério 
Público como instrumento para investigação. 
O investigado, inicialmente mero suspeito da prática do crime, após o indiciamento passa a ser 
considerado provável autor. 
Para que se possa falar em indiciamento é necessário existir lastro mínimo probatório (justa causa), que 
ocorre através da prova da existência do crime e indícios de autoria. Não há como vincular alguém a uma 
infração sem ter ao menos indícios suficientes da autoria. 
O ato de indiciamento deve ser fundamentado pelo Delegado de Polícia, indicando as razões que o 
levaram a proceder ao indiciamento do suspeito, nos termos do art. 2º, § 6º da Lei 12.830/2013. 
Art. 2º, § 6º. O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato 
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, 
materialidade e suas circunstâncias. 
Se o delegado indiciar alguém, sem ter nenhum lastro probatório (indícios de autoria) é cabível o 
Habeas Corpus, para fulminar o indiciamento, tendo em vista a ameaça de prisão que o indiciamento pode 
causar. 
Se o indiciamento for de uma pessoa jurídica e seu diretor é cabível o mandado de segurança em 
relação à pessoa jurídica, tendo em vista que nunca poderá sofrer ameaça de prisão, mas em relação ao 
seu diretor, caberá o Habeas Corpus. 
 
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Nada impede que a autoridade policial, ao entender, no transcurso das investigações, que a pessoa 
indiciada não esteja vinculada ao fato criminoso, promova o desindiciamento, seja no transcurso das 
investigaçõesou no relatório de conclusão do Inquérito Policial. 
Ademais, cabe enfatizar que o indiciamento somente pode se feito durante a fase investigatória, não 
podendo o Ministério Público indiciar a pessoa no curso da ação penal. 
O indiciamento, somente pode ser feito pelo Delegado de Polícia, de acordo com seu entendimento a 
respeito dos fatos. Assim, não pode o Juiz ou Ministério Público requisitar ao Delegado o indiciamento de 
determinado investigado. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Promotor MPE-RO/2010) A oitiva do indiciado durante o IP deve observar o mesmo 
procedimento do interrogatório judicial, sendo-lhe assegurado o direito ao silêncio e a assistência de 
advogado, que poderá fazer perguntas durante a inquirição e acompanhar a oitiva das testemunhas. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
 
 
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IX. ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO 
O encerramento do inquérito ocorre com o relatório minucioso, no qual o Delegado informará todos os 
elementos levantados no curso da investigação. 
Art. 10, § 1º. A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará os 
autos ao juiz competente. 
O relatório deve ser realizado de maneira objetiva, isento de todo juízo de valor da autoridade relatora. 
No entanto, prevê a lei de drogas uma exceção a essa regra, pois, conforme artigo 52, I da lei 11.343/06 
(lei de drogas), para classificação do delito, se porte para consumo ou tráfico de drogas, o delegado se 
justificará das razões que levaram a classificação do delito. 
Lei 11.343/06 - Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade 
de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: 
I. Relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a 
levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou 
do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação 
criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes 
do agente; 
Entretanto, sendo o Inquérito Policial um procedimento de caráter informativo, a ausência de relatório 
não terá condão de anulá-lo, nem de prejudicar eventual ação penal, isso constitui mera irregularidade. 
Ademais, não poderá o Juiz ou Ministério Público requisitar ao delegado a confecção do mesmo, caso 
este deixe de elaborá-lo. 
Após o relatório, se não estiverem esgotadas todas as diligências, o delegado requererá prorrogação do 
prazo ao juiz para solucionar o caso (consultar sobre prazos). 
REMESSA DO INQUÉRITO AO JUDICIÁRIO 
Se as diligências estiverem todas esgotadas e o caso esclarecido, o delegado enviará o relatório 
juntamente com os autos do Inquérito Policial para o cartório judicial criminal, onde ficará a disposição do 
Ministério Público para que tenha vista dos mesmos. 
Ao enviar o Inquérito Policial ao judiciário, o Delegado deve oficiar ao instituto de identificação, 
informando os dados relativos a infração e a pessoa indiciada. 
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade 
policial oficiará ao instituto de identificação e estatística, ou repartição congênere, 
mencionando o Juiz o a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração 
penal e a pessoa do indiciado. 
Isso é importante, pois funciona como um banco de dados do indiciado para Estado, e caso sejam 
necessárias informações para outro inquérito ou processo estará à disposição. 
Em relação aos inquéritos policiais em que se investigam crimes de ação penal privada, o inquérito será 
enviado ao juiz competente e aguardará a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal. 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão 
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu 
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. 
 
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VISTA DO INQUÉRITO AO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Uma vez enviado o Inquérito Policial ao judiciário, o Ministério Público terá vista do mesmo, para que 
possa requerer o que entender. 
O Ministério Público, ao ter vista do Inquérito Policial, pode tomar as seguintes decisões: 
1) Requisitar a devolução do Inquérito Policial ao Delegado 
Se o Ministério Público entender que não estão presentes os requisitos para o oferecimento da ação 
penal poderá requisitar a devolução do Inquérito ao Delegado. 
Entretanto, o Ministério Público somente poderá requisitar a devolução do Inquérito Policial ao 
Delegado para mais investigações se necessitar de novas diligências imprescindíveis ao oferecimento da 
ação penal contra o indiciado. 
Art. 16. O ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade 
policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 
Assim, Caso o Ministério Público não esteja satisfeito com a apuração dos elementos da justa causa 
(materialidade e autoria), sendo necessário para oferecimento da ação penal novas diligências, deverá 
requisitar diretamente ao Delegado de Polícia, mas terá que informar o Juiz a respeito dessa requisição, 
para que este não entenda que houve perda do prazo para oferecimento da ação penal. 
Entretanto, se o promotor entender que não há indícios de autoria e materialidade suficientes para 
oferecer denúncia, e nem mesmo a possibilidade de correção dos elementos existentes no Inquérito 
Policial, poderá requerer o arquivamento do inquérito. 
2) Requerer o arquivamento do Inquérito Policial 
Em primeiro lugar, faz-se necessário destacar que o Delegado, em hipótese alguma, poderá determinar 
o arquivamento do Inquérito (art. 17). 
O pedido de arquivamento de Inquérito é privativo do Ministério Público, titular da ação penal pública, 
somente este poderá dizer se existe fundamento para oferecimento da ação. 
O pedido de arquivamento se dirige ao juiz competente, que decidirá se é caso de arquivamento ou 
não. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Analista Judiciário-STF/2008) Como o inquérito policial é peça dispensável ao oferecimento 
da denúncia, o MP pode, mesmo sem o inquérito, oferecer denúncia, desde que entenda que há 
indícios mínimos de autoria e de materialidade de fatos supostamente criminosos. Todavia, uma vez 
instaurado o inquérito, o MP não pode oferecer a denúncia sem o relatório final da autoridade policial. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
 
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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização da StartCon Sistema de Ensino Online. 
X. FUNDAMENTOS PARA O ARQUIVAMENTO 
1) Falta de justa causa para oferecimento da ação penal, no que tange ao elemento autoria do crime 
contra o investigado; 
2) Atipicidade formal ou material da conduta; 
3) Presença evidente de alguma causa excludente de ilicitude; 
4) Presença evidente de alguma causa excludente de culpabilidade (exceto a inimputabilidade penal); 
5) Presença de alguma causa extintiva de punibilidade; 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Delegado de Polícia-PB/2008) Sendo o crime de ação penal pública incondicionada, se o 
promotor de justiça com atribuições para tanto requisitar a instauração do IP, a autoridade policial pode 
deixar de instaurá-lo,

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