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Aula 01 Direito do Trabalho II Férias

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Professora Andreza Molinario – andrezamolinario@gmail.com 
 
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AULA 01 – DIREITO DO TRABALHO II 
FÉRIAS 
Extraída de: DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 16 ed. São Paulo: LTr, 2017. 
Atualizado com a Reforma Trabalhista 
 
1.1 Conceito: 
As férias visam o descanso ao trabalhador, após certo período de trabalho. Estudos realizados no âmbito da 
medicina do trabalho revelam que o trabalho contínuo é prejudicial ao organismo, prejudicando, até mesmo, 
a execução dos serviços. 
Férias são o período do contrato de trabalho em que o empregado não presta serviços, mas aufere 
remuneração do empregador, após ter adquirido o direito no decurso de 12 meses, portanto, é uma forma 
de interrupção do contrato de trabalho. 
As férias atendem metas de saúde e segurança laborativa e de reinserção familiar, além de sócio-econômica 
já que neste período há um gasto maior por parte dos empregados com viagens ou compra de mercadorias. 
 
 
Objetivos e/ou fundamentos das férias, dentre outros: 
 
(i) recuperação das energias físicas e mentais do empregado; 
 
(ii) instrumento de realização da plena cidadania do indivíduo; 
 
(iii) mecanismo de política de desenvolvimento econômico e social, vez que proporciona intenso fluxo de 
pessoas e riquezas (turismo). 
 
As férias visam proporcionar descanso ao trabalhador, tratando-se de direito irrenunciável. A CRFB/88 trouxe 
uma importante novidade pois, além de prever o gozo de férias anuais remuneradas, concedeu um terço a 
mais do que o salário normal (art. 7º, XVII). 
Súmula 328, TST. 
Art. 134 e ss CLT 
 
1.2 Natureza jurídica: 
É um direito-dever, já que, é um direito do empregado de gozar as férias e um dever do empregador em 
concedê-las. 
 
(i) Não têm caráter de prêmio, mas, sim, de direito trabalhista, a que corresponde uma obrigação 
empresarial. Não resultam as férias, pois, de conduta obreira mais (ou menos) favorável ao empregador; são 
elas direito trabalhista, inerente ao contrato de trabalho. 
 
 
Professora Andreza Molinario – andrezamolinario@gmail.com 
 
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(ii) O fundamento das férias é de política de saúde pública e bem estar coletivo. 
 
(iii) Sua classificação no conjunto das parcelas integrantes do contrato não é uniforme, variando em função 
do cumprimento (ou não) pleno de suas funções no contexto contratual. 
 
1.3 Período aquisitivo / concessivo 
Período aquisitivo: 
 
Nos termos do art. 130, da CLT, para que o empregado tenha direito às férias, necessário se faz o 
cumprimento de um período, denominado aquisitivo, assim, após cada período de 12 meses de vigência do 
contrato de trabalho, o empregado tem direito a gozar as férias. 
Durante o período de férias, o contrato de trabalho fica interrompido, mas o empregador continua com a 
obrigação do pagamento de salários. 
 
_ Atualmente, com a edição da Lei 11.324/06, tanto as férias dos trabalhadores urbanos quanto as dos 
trabalhadores domésticos, são de 30 (trinta) dias corridos, acrescidas sempre de 1/3 sobre a remuneração. 
 
_ As férias são concedidas em regime de proporcionalidade com o número de faltas cometidas pelo 
empregado, assim, o art. 130, da CLT, especifica que: se o empregado tem de 6 a 14 faltas, o período de 
férias reduz para 24 dias; se tem de 15 a 23 faltas, 18 dias de férias; se tem de 24 a 32 faltas, 12 dias de 
férias. Acima de 32 faltas, o empregado perde o direito as férias. 
 
_ Computa-se o período de férias como tempo de serviço, ressalvado, apenas, as férias indenizadas que não 
são computadas, com exceção do previsto no art. 148 da CLT. 
 
_ Se a falta é considerada justificada pelo empregador, ou se mesmo ausente o empregado, é pago o dia 
correspondente, tais faltas não poderão ser descontadas para cálculo da redução das férias. (Súmula 89, TST) 
 
_ Os empregados que trabalham em regime de tempo parcial, também tem direito à férias, nos termos do 
artigo 130, CLT. A Reforma Trabalhista excluiu a proporcionalidade antes prevista no artigo 130-A, revogado. 
 
_ O art. 131, da CLT, excepciona quais são as ausências que não serão consideradas faltas, para o cálculo do 
período de férias. (Com relação ao serviço militar, somente o obrigatório justifica a ausência do empregado). 
 
_ Além do empregado que tem acima de 32 faltas, o art. 133, da CLT, elenca outras ausências que serão 
consideradas como efetivas faltas, e conseqüentemente, reduzem o período de férias a que tem direito o 
empregado. 
 
Obs.: No caso do inciso I, do art. 133, da CLT, se o empregado for readmitido antes de completados os 60 
(sessenta) dias, retoma-se a contagem, recomeçando a correr o período aquisitivo, do ponto em que houve a 
interrupção; caso contrário, se o empregado for admitido após os 60 (sessenta) dias, inicia-se um novo 
período aquisitivo. 
 
Período concessivo: 
 
Nos termos do art. 134, da CLT, as férias serão concedidas no período de 12 (doze) meses subseqüentes à 
data em que o empregado haja adquirido o direito às férias. 
É o empregador quem irá fixar a data da concessão das férias, de acordo com a época que melhor atenda aos 
interesses da empresa. 
 
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_ A regra geral é que as férias sejam concedidas num só período. Entretanto, em casos excepcionais, as férias 
poderão ser gozadas, com a concordância do empregado, em até 03 períodos, desde que 1 deles não seja 
inferior a 14 dias corridos e os outros dois não inferiores a 05 dias, Artigo 134 § 1º CLT. 
 
Se o menor for estudante, terá direito de fazer coincidir suas férias com as férias escolares. (art. 136, §2º, da 
CLT). 
 
_ Os membros de uma mesma família que trabalhem na mesma empresa, terão direito de gozar suas férias 
no mesmo período, desde que assim o requeiram e não cause prejuízo ao serviço. (art. 136, §1º, da CLT) 
 
_ Trabalhando para duas empresas do mesmo grupo econômico, mediante único contrato de trabalho, terá 
direito a um único período de férias, sendo contratos distintos, o empregado tem direito a dois períodos de 
férias. 
 
_ O empregado que ficar doente no curso das férias, não tem o seu gozo suspenso, entretanto, persistindo a 
doença após as férias, terá o direito de receber da empresa os primeiros 15 (quinze) dias de trabalho. 
 
_ As férias devem ser comunicadas por escrito ao empregado, com antecedência mínimo de 30 (trinta) dias, 
da qual o empregado dará recibo. (Art. 135, CLT). 
 
_ É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal 
remunerado, Art. 134 § 3º CLT. 
 
_ O pagamento das férias deverá ser feito até 2 dias antes do seu início. (art. 145, CLT). 
 
_ Durante as férias, o empregado está proibido de prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver 
obrigado a fazê-lo por força contratual (art. 138, CLT). 
 
 
Férias extemporâneas: 
 
Sempre que as férias forem concedidas após o período concessivo, ou seja, após os 12 meses subseqüentes à 
aquisição do direito, deverão ser pagas em dobro. (art. 137, da CLT). 
 
_ Ainda que somente um período seja concedido a destempo, sobre esse período deverá incidir a dobra 
(Súm. 81, TST). 
 
_ Com relação ao terço constitucional, a dobra também incide sobre o terço constitucional, Súmula 450 TST. 
 
 
1.4 Remuneração e abono 
 
Remuneração das férias: 
 
A remuneração das férias é a que seria devida ao empregado na data de sua concessão, ainda que se refira a 
período anterior, acrescido de 1/3. (art. 142, CLT c/c art. 7º, XVII, da CF/88). 
 
_ Nos casos de remunerações variáveis, segue-se o estipulado nos parágrafos 1º, 2º e 3º, do art. 142, CLT. 
 
 
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_ Os adicionaisnoturno, de insalubridade ou periculosidade serão computados no salário para efeito do 
cálculo da remuneração das férias (§5º, do art. 142, da CLT). 
 
_ A gratificação semestral não repercute nos cálculos das férias, ainda que indenizadas (Em. 253, TST). 
 
_ A Súm. 328 do TST, dispõe que, o pagamento das férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou não, na 
vigência da Constituição da República de 1988, sujeita-se ao acréscimo do terço previsto no art. 7º, inciso 
XVII. 
 
Abono pecuniário: 
 
O empregado tem a faculdade de converter 1/3 de suas férias em abono pecuniário, no valor da 
remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. (art. 143, CLT). 
 
_ O abono de férias deverá ser requerido 15 dias antes do término do período aquisitivo. 
 
_ O abono é uma faculdade do empregado, independe da concordância do empregador, salvo no caso de 
férias coletivas, em que, a concessão do mencionado abono será objeto de acordo coletivo, 
independentemente de requerimento individual. 
 
_ Não sendo excedente de 20 dias do salário do obreiro, o abono não integra a remuneração para efeitos da 
legislação do trabalho (art. 144, CLT), logo, não há incidência de FGTS. 
 
_ Além do abono, o empregado poderá requerer também nos termos do §2º, do art. 2º da Lei 4.749/65, o 
pagamento referente à metade do 13º salário, junto com as férias, exceto no mês de janeiro e dezembro. 
 
1.5 Férias coletivas 
Férias coletivas: 
 
Férias coletivas são aquelas concedidas a todos os empregados de uma empresa, no mesmo período, ou de 
determinado estabelecimento/setor da empresa (art. 139, da CLT). 
Normalmente, ocorrem no final do ano, coincidindo com o Natal e o Ano Novo, ou então no período em que 
diminui sua produção ou a procura de seus produtos. 
 
_ As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais. Entretanto nenhum deles poderá ser inferior a 
10 dias corridos. (§1º, do art. 139, CLT) 
 
_ O empregador deverá comunicar o Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias a 
data do início e do fim das férias coletivas, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela 
medida, essa comunicação não obriga às Micro-Empresas e as empresas de pequeno porte (Lei 8.864/94). 
Também deverá ser feita a comunicação aos Sindicatos representativos da Categoria. O não cumprimento do 
prazo estipulado, implica multa administrativa (§§2º e 3º, do art. 139, da CLT). 
 
_ Quando o número de empregados contemplados com as férias coletivas for superior a 300, a empresa 
poderá promover, mediante carimbo, anotações da concessão das férias. Esse carimbo deverá ser aprovado 
pelo Ministério do Trabalho, no qual dispensará a referência ao período aquisitivo a que correspondem, para 
cada empregado, as férias concedidas. 
 Adotando o procedimento do carimbo , caberá à empresa fornecer ao empregado cópia visada do 
recibo de que trata o art. 145, da CLT. 
 
 
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1.6 Efeitos da cessação do contrato de trabalho 
Dos efeitos da cessação do contrato de trabalho: 
 
Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a 
remuneração simples ou em dobro, das férias vencidas, ou seja, as férias cujo o empregado já tenha 
adquirido o direito e não as tenha gozado, bem como as férias proporcionais no caso de demissão sem justa 
causa e demissão a pedido do empregado (Súm. 261, TST). 
 
_ Pagas as férias na rescisão do contrato de trabalho, estas terão natureza indenizatória. 
 
_ Os empregados dispensados por justa causa, não tem direito a férias proporcionais. 
 
_ Nos termos do art. 148, da CLT, para efeito de falência, a remuneração de férias, mesmo após a cessação 
do contrato de trabalho, terão natureza salarial. 
 
Prescrição de férias: 
 
A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remuneração é 
contada do término do prazo mencionado no art. 134, CLT (período concessivo), ou se for o caso, da 
cessação do contrato de trabalho. 
No caso das férias terem sido pagas incorretamente, conta-se a partir desta data a prescrição. 
 
 
 
Férias e a Convenção nº: 132: 
 
A ratificação da Convenção nº: 132 da OIT pelo Brasil alterou a legislação celetista a respeito das férias. A 
referida Convenção entrou em vigor no País em 23/09/1999, ensejando bastante conflito de normas jurídicas 
em face da CLT. 
A exemplo disso, discutiu-se durante muito tempo qual legislação seria aplicável, a CLT ou a Convenção, 
portanto, em virtude do princípio da proteção do trabalhador, deveria ser verificado qual norma seria a mais 
beneficia. Imperioso ressaltar que alguns doutrinadores aplicavam ambas as normas somente nas questões 
que lhe fossem mais benéficas de forma cumulativa, o que é vedado pelo nosso Tribunal já que, o TST adota 
a teoria do conglobamento, ou seja, quando se tem duas normas no mesmo sentido, porém, com objetos 
diferentes, deverá ser utilizada uma única norma de forma global, desde que mais favorável ao trabalhador. 
O TST veda a teoria da acumulação. 
Portanto verifica-se que a Convenção é prejudicial ao trabalhador em relação à CLT em vários pontos, como 
por exemplo: está revogada o direito ao abono pecuniário, o período de férias seria de três semanas, 
enquanto que a CLT prevê que é de 30 dias. 
Nesse sentido, hoje é pacífico o entendimento que, para o fim de férias, deverá ser aplicado a CLT, que é a 
norma mais favorável ao empregado em sua totalidade.

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