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Principais jusnaturalistas modernos

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Principais jusnaturalistas modernos, Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau, acreditavam que o Estado e a ordem estabelecida nele, surgiram através de um “contrato social”, onde os homens concordaram (hipoteticamente) em assinar um pacto, que abrisse mão do poder individual para viver em sociedade (“estado social”). Os três entendiam que a humanidade tinha passado por um estágio inicial, conhecido como “estado de natureza”, caracterizado pela desorganização e ausência de um poder controlador. Embora parecidos em alguns aspectos, os três contratualistas apresentam diferentes pontos de vista em relação a várias outras questões.
Para Hobbes (1651), o homem viveu uma verdadeira guerra em seu “estado de natureza”. Em virtude da liberdade e da igualdade (onde cada indivíduo tem o direito a tudo), e em consequência também, da ausência de um estado regulador, surgiram assim inúmeros   conflitos, baseados na ideia de Guerra de todos contra todos (“O Homem é o lobo do homem”). Assim, Hobbes define que o direito natural é a liberdade que cada indivíduo possui para usar seu poder e sua força, de acordo com suas vontades. Como solução possível para esse “caos” existente, Hobbes acredita em um contrato social, baseado na criação e no funcionamento de um governo, liderado por um soberano, isto é, um centralizador do poder. Esse soberano tem o poder ilimitado e além de poder legislar sobre a vida e a morte dos indivíduos, têm como única obrigação: acabar com a guerra de todos contra todos. Além disso, ele é uma autoridade inquestionável, ou seja, nenhum individuo tem o direito de julgar (criticar) o soberano e nem tirar ele do poder, pois segundo o contrato, foram eles mesmos que o colocaram ali naquele posto (ex.: Monarquia Absolutista).
A linha de pensamento de J. Locke (1689) é em sua estrutura, semelhante à de Hobbes. Em relação ao “estado de natureza”, Locke acredita que esse estado não se caracteriza como um período histórico, mas sim uma situação que decorre, independentemente do tempo. O contrato social de Locke, diferentemente do de Hobbes, se baseia na questão da confiança. Para Locke, os indivíduos de uma comunidade escolhem um representante de confiança, que possa centralizar o poder geral em suas mãos, em prol do bem da população. Uma vez que esse pacto de confiança é estabelecido, cabe ao escolhido retribuir o poder à sua população, garantindo a segurança da comunidade; prevalecendo os direitos individuais de cada um; assegurando a segurança jurídica; e garantindo, principalmente, o direito da propriedade (não só a terra e imóveis, mas tudo o que o individuo acabou conquistando; diferentemente do contrato social hobbesiniano, que não garante o direito de propriedade aos seus indivíduos). É a partir da questão da confiança no governador, que conseguimos estabelecer a principal diferença entre o contrato social hobbesiniano e o de Locke. No primeiro, os indivíduos não tem o direito de julgar seu soberano, pois foram eles que o escolheram para assumir tal poder (ilimitado). Já no contrato social de Locke, os súditos tem o direito de reclamar do governante, caso ele estiver abusando de seu poder e não estiver respeitando o desejo geral da população (Democracia Representativa). Eles podem chegar a tal ponto, de causar uma rebelião contra o representante, isso se a deposição do mesmo atender a vontade geral da comunidade.
Já, Jean-Jacques Rousseau (1762) apresenta uma visão mais pessimista em relação à razão, pois segundo ele, ela é a causadora de todos os males humanos. De acordo com o francês, os homens nascem livres, iguais e bons (“estado de natureza”). Esse estado é apresentado como um momento de ampla felicidade, onde os seres humanos não tinham a preocupação de se sociabilizarem e não havia desigualdades. Porém, em um determinado momento, a sociedade acaba destruindo com a liberdade natural do individuo. Como Rousseau mesmo afirma: “O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe”. A partir daí então, torna-se necessário o estabelecimento de um contrato social que devolva ao indivíduo seu direito natural e a sua liberdade. Esse contrato social estabelecido por Rousseau difere-se dos consensos formulados pelos outros dois contratualistas, pois segundo o francês, o poder não é centralizado em uma só pessoa, e sim destinado ao povo inteiro. Na concepção de Rousseau, os indivíduos firmam o pacto social para garantirem que a liberdade esteja assegurada na vontade do povo e não na vontade individual. Cada membro enquanto elemento ativo do estado social, ao obedecer às leis, obedece a si mesmo. Assim, Rousseau aponta em seu contrato social para uma Democracia Direta, onde a soberania é pertencente ao povo e não a um governante centralizador (diferentemente das concepções estabelecidas pelos outros dois contratualistas modernos).
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