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Fundamentos de Condutimetria Análise Química Instrumental A condutividade de uma solução eletrolítica é a expressão numérica quantitativa da sua capacidade de transportar a corrente elétrica. É definida como sendo o inverso da resistência elétrica de 1 cm cúbico do líquido a uma temperatura de 25ºC. Ao contrário do que ocorre nos condutores metálicos, nos quais a corrente elétrica é transportada por elétrons livres, o transporte de cargas nas soluções eletrolíticas é realizado por íons. Todos os íons presentes na solução participam dessa condução e, por essa razão, pode-se dizer que a condutividade fornece uma informação global, por natureza não específica (Em contraste com a determinação do pH de uma solução, que é específica, visto que ela indica somente a concentração dos íons H+). A maioria dos ácidos, bases e sais inorgânicos são bons condutores da corrente elétrica ao passo que substâncias orgânicas, que não se dissociam em solução (benzina, gasolina, açúcares por exemplo), não são condutoras. Concentração Global Em Espécies Ionizadas ◦ Quanto maior a quantidade de íons numa solução, maior será sua condutividade. ◦ Em geral, para soluções aquosas de eletrólitos inorgânicos, observa-se um aumento quase linear da condutividade com o aumento da concentração (até concentrações de 10 ou 20% em peso). Tipo de Íons ◦ Quanto menor o íon, maior será sua mobilidade e, portanto, maior sua condutividade. Também para diâmetro igual, íons bivalentes e trivalentes conduzem mais que íons monovalentes. Natureza do Solvente ◦ Solventes polares (água, amônia, álcool metílico, etc...) exaltam a ionização das substâncias dissolvidas e, portanto, favorecem a condutividade. Interações Entre o Solvente e os Íons Dissolvidos. ◦ Um solvente muito polar, como a água, pode ser visualizando como um conjunto de dipolos elétricos em permanente movimento caótico. ◦ A tendência dos dipolos associarem-se com íons é tanto maior, quanto menor forem os íons. ◦ É o caso do íon alcalino Cs+ (Césio), relativamente pequeno, que fixa facilmente as moléculas de água, tornando-se hidratado e, conseqüentemente, pouco condutor. Temperatura. ◦ A condutividade eletrolítica aumenta com a temperatura. ◦ De modo geral esse efeito é devido ao fato de que a mobilidade individual dos íons aumenta com a temperatura e que a viscosidade do solvente diminui. Condutimetria direta Titulação Condutimétrica Controle da pureza: Em água destilada e deionizada, condensados, substâncias orgânicas. Determinação dos eletrólitos residuais: Em água potável, água desmineralizada, água para alimentação de caldeiras, efluentes. Concentração de sais: Em banhos de salmoura, salinas, fertilizantes, fibras e têxteis, banhos de anodização, galvanização e eletrodeposição, soluções fisiológicas (diálise), alimentos e sucos de frutas. Força de ácidos e bases: Em processamento dos ácidos e bases inorgânicos diluídos e concentrados, oleum, soluções alcalinas corrosivas. Contaminações de sais: Em trocadores de calor, circuitos de arrefecimento. Processamento químico: Detecção do fim de lavagem de precipitados, determinação da solubilidade de sais pouco solúveis, titulações condutométricas. A condutividade pode ser medida aplicando uma corrente elétrica (I) alternada entre dois eletrodos imersos na solução e medindo a voltagem resultante(V). Durante este processo, os cátions migram para o eletrodo negativo, o os anions migram pra o eletrodo positivo e a solução atua como um condutor elétrico. Resistência ◦ A resistência da solução (R) pode ser calculada usando a lei do ohm (V = R x I). R = V/I ,onde: V = tensão (volts) ; I = corrente (ampères) ; R = resistência da solução (ohms) Condutância (G) ◦ A condutância da solução (G) é definida como o recíproco da resistência elétrica (R) de uma solução entre dois elétrodos. G = 1/R (S) Constante da célula ◦ É a relação da distância (d) entre os elétrodos e a área (a) dos elétrodos. K = d/a ; K = constante da célula (cm-1) a = área efetiva dos elétrodos (cm2) d = distância entre os elétrodos (cm) Condutividade ◦ A condutividade é a habilidade de uma solução de passar a corrente elétrica. A leitura da condutividade de uma amostra mudará com temperatura = G . K = condutividade (S/cm); G = condutância (S), onde G = 1/R ; K = constante da célula (cm-1) Resistividade ◦ É o recíproco do valor da condutividade é medido em ohm.cm. É limitado geralmente à medida da condutividade da água que é muito baixa. Calibração ◦ A determinação da constante da célula é requerida para converter leituras de condutância em resultados de condutividade Solução padrão ◦ Uma solução de condutividade conhecida é usada para calibrar a condutividade medida. Temperatura de referência ◦ Leituras de condutividade são geralmente referenciadas para uma especifica temperatura, tipicamente 20°C ou 25°C, para finalidades comparativas. Um medidor típico de condutividade aplica uma corrente alternada (I) em uma determinada freqüência a dois elétrodos ativos e mede o potencial(v). A corrente e o potencial são usados calcular a condutância (I/V). O medidor de condutividade usa então a condutância e a constante da célula para mostrar a condutividade. Condutividade = constante da célula x condutância A célula é um dos elementos mais importantes de um sistema de medição da condutividade. Basicamente, ela consiste em duas placas metálicas cujas áreas e distância são precisamente fixadas, montadas rigidamente numa cavidade construída em material isolante, vidro ou plástico. Essa cavidade serve a delinear um pequeno volume constante do líquido a medir e, conseqüentemente, torna a medição da condutividade independente do volume total da amostra e da proximidade de superfícies tais que paredes dos tanques ou tubulações. As placas metálicas, chamadas eletrodos, são construídas em metais inalteráveis, geralmente platina, e são revestidas por um depósito eletrolítico de negro de platina. Esse depósito poroso limita os efeitos da polarização. Escolha a constante de célula em função da faixa de condutividade da solução a medir, seleciona-se, em seguida, o tipo de célula que melhor se adapte ao processo químico a controlar. Fatores determinantes para essa seleção incluem pressão e temperatura de trabalho, presença de partículas sólidas no líquido e tipo de agitação existente no sistema, grau de corrosividade da solução processada. Para obter uma medição satisfatória da condutividade todos esses fatores devem ser levados em consideração. O critério usado na seleção de uma célula é que ela tenha uma constante tal que a resistência da solução em teste esteja dentro desses limites. Devemos escolher uma célula com baixo valor da constante para medir soluções de baixa condutividade. E de alto valor da constante para soluções de condutividade elevada. C = 0,01 cm-1 (para soluções de muito baixa condutividade tal como água bidestilada ou substâncias orgânicas muito pouco condutoras) C = 1 cm-1(para soluções com condutividade intermediária tal como água mineralizada, água potável e águas residuárias, substâncias orgânicas condutoras) C = 10 cm –1(para soluções com boa condutividadetal como água do mar, ácidos, bases e sais diluídos, soluções fisiológicas) C = 100 cm-1(para soluções muito condutoras tal como ácidos, bases e sais concentrados, banhos de galvanização, efluentes industriais fortemente carregados em substâncias inorgânicas).
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