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Aprendizado e Memória

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APRENDIZAGEM E MEMÓRIA
Francisco Lúcio A. Silva
Docente do curso de graduação em Fisioterapia e Educação Física na UNESA
Docente do curso de pós-graduação em Fisioterapia Neurológica e Traumato-ortopédica na UNESA
Coordenador de Qualidade e Gestão na UNESA Cabo Frio
francisco.lucio@estacio.br
Definição: A aprendizagem é um processo através do qual os seres
vivos adquirem novos conhecimentos, desenvolvem novas
competências e mudam os seus comportamentos, ou seja, a
aprendizagem é uma modificação de comportamentos e de atitudes
relativamente duradoura, que deriva da experiência e da prática e
não da maturação ou de transformações físicas e fisiológicas.
Aprendizagem
Existem 4 tipos de aprendizagem: 
• Aprendizagem por habituação;
• Aprendizagem por condicionamento clássico;
• Aprendizagem por condicionamento 
operante;
• Aprendizagem por observação e por 
imitação.
A aprendizagem por habituação consiste na diminuição da
tendência para responder a um certo estímulo. Este tipo de aprendizagem não
associativa dá origem a que o ser humano consiga ignorar o que lhe é familiar
e a focar o que realmente lhe interessa.
A habituação torna possível que nos desliguemos de estímulos
desnecessários e nos concentremos nas tarefas que estamos a realizar. Através
dela respondemos a novos estímulos que podem ser perigosos e ignoramos
estímulos que já reconhecemos serem inofensivos.
Aprendizagem por habituação
Exemplo: Imaginemos que você está em casa a estudar e que o vizinho de 
baixo começa a martelar pregos na parede. Ao início, você desconcentra-se e 
não consegue estudar, mas depois, você habitua-se ao barulho e consegue 
novamente concentrar-se no seu estudo. Nesta fase é como se o barulho 
proporcionado pelo martelo não existisse.
É uma forma de aprendizagem em que um estímulo neutro, ao
ser sucessivamente emparelhado com um estímulo incondicionado, acaba,
ao fim de algum tempo e em virtude deste condicionamento, por provocar o
mesmo tipo de resposta do que o estímulo com o qual foi emparelhado.
Torna–se assim um estímulo que por si só provoca uma resposta
condicionada, similar à desencadeada pelo estímulo incondicionado ou
natural.
Aprendizagem por condicionamento clássico
Pavlov ao estudar a fisiologia
da digestão, descobriu que os cães
utilizados salivavam perante estímulos que
não a comida (o som dos passos do tratador
ou a sua simples presença). Tal descoberta
levou a que Pavlov desenvolve-se estudos
que consistiam na apresentação ao cão de
um estímulo neutro (o som de uma
campainha) e logo imediatamente a seguir
um prato com carne em pó. O cão responde
a este estímulo (não - condicionado)
salivando. Depois de emparelhar o som da
campainha e a comida várias vezes (20
vezes pelo menos) Pavlov verificou que o
som da campainha era suficiente para
produzir a resposta de salivação. Como os
cães não salivam naturalmente em resposta
a sons, Pavlov concluiu que a salivação era
uma resposta resultante de aprendizagem:
o cão foi condicionado a salivar quando a
campainha toca (resposta condicionada).
Experimentação de Pavlov
Exemplos em seres humanos
O condicionamento clássico está sempre
presente no nosso quotidiano. Por exemplo, você
é um individuo que esteve na guerra do Vietname,
onde via e ouvia aviões de guerra, que disparavam
tiros mortíferos, a passar por cima da sua cabeça.
Agora, você mora numa cidade pacata mas, no
entanto, quando você ouve o som de um avião
comercial, associa esse som ao de um avião de
guerra e sentimentos como o medo, o perigo e o
desespero despertam como se estivesse perante
uma situação de guerra. Aqui, o estímulo neutro –
o som do avião comercial - é emparelhado com o
estímulo incondicionado – o som do avião de
guerra – que provoca uma resposta incondicionada
ou natural – incomodo e medo, causados pelo som
intenso. Por causa desta associação o estímulo
neutro perde a sua neutralidade e passa a
provocar o mesmo tipo de resposta do que o
estímulo incondicionado (que provoca uma dada
resposta sem ter de ser associado a nada).
1– Aquisição: formação de uma 
resposta aprendida a um estímulo 
neutro (não produtor de resposta) 
por o associarmos a um estímulo 
não condicionado.
Existem cinco princípios básicos na aprendizagem por 
condicionamento clássico. 
2- Extinção: enfraquecimento e 
eventual desaparição da resposta 
aprendida. A extinção é, em suma, 
o resultado da repetida 
apresentação do estímulo 
condicionado sozinho.
3- Recuperação espontânea: 
reemergência de uma resposta 
condicionada extinta após algum 
tempo de descanso.
4– Generalização: Fala-se de 
generalização do estímulo quando 
a resposta condicionada é 
provocada não só pelo estímulo 
condicionado original como 
também por outros estímulos 
semelhantes a este.
5– Discriminação: consiste na
aptidão de discernir estímulos 
semelhantes, produzindo a 
resposta apenas no estímulo 
correto.
A aprendizagem por condicionamento operante consiste em
associar um comportamento às suas consequências e efeitos. O
condicionamento operante é uma forma de aprendizagem em que um dado
comportamento de caráter ativo (operante no meio) é reforçado ou
enfraquecido tendo em conta as suas consequências: conforme as
consequências da ação assim ela tenderá a aumentar ou a diminuir (ou a
extinguir-se) no futuro.
Aprendizagem por condicionamento operante
Considera-se que o condicionamento operante foi descoberto por
Edward Thorndike mais ou menos na mesma época em que Pavlov
descobria os reflexos condicionados nos seus experimentos com cães.
O experimento de Thorndike consistia no seguinte: colocou um
gato no interior de uma caixa com aspecto de jaula. No exterior estava, à
vista do gato, um recipiente com comida. O animal só poderia sair da caixa
se carregasse num pedal que, acionado, abria uma pequena porta. O gato
começou a arranhar e a morder ao acaso várias partes da caixa até que, de
uma forma eventualmente acidental, pressionou o pedal que a abria e
obteve a comida desejada. A partir daí, várias vezes colocado no interior da
caixa, o gato gastou cada vez menos tempo para dela sair. Da primeira vez
que repetiu a situação Thorndike reparou que o gato escapou da caixa em
15 segundos. Esta mudança de comportamento significava que o gato tinha
aprendido não mediante um reflexo condicionado mas mediante tentativas
cada vez mais eficazes que traduziam um papel ativo na aprendizagem.
Edward explicou esta aprendizagem gradual e progressiva através
da lei do efeito: Respostas ou comportamentos seguidos por consequências
ou efeitos satisfatórios tendem a repetir-se; respostas seguidas por
consequências desagradáveis tendem a não se repetir.
O primeiro projeto de investigação de
Skinner consistia numa análise ao
comportamento alimentar dos ratos. Skinner
utilizou um artefato por ele próprio construído
e que tem hoje o seu nome: A caixa de Skinner.
Colocou dentro um rato com fome. O rato só
poderia obter comida pressionando uma
alavanca que libertava pequenas bolas de
queijo de um recipiente numa das paredes da
caixa. O rato começou imediatamente a
explorar a caixa e ao fim de algum tempo,
acidentalmente, pressionou a alavanca e a
comida caiu. Progressivamente, o animal
começou a pressionar a alavanca em intervalos
de tempo cada vez menores...
Experimentação de Skinner
Segundo Skinner, isso significava que aprendeu a obter comida mediante
uma resposta condicionada pelas consequências ou efeitos da sua ação. A
partir desta e de muitas outras experimentações, Skinner definiu a tese
essencial do condicionamento operante: um organismo tende a repetir as
respostas que têm consequências favoráveis.
O condicionamento operante é segundo Skinner, uma forma
de aprendizagem naqual a probabilidade de ocorrência de uma
resposta ou comportamento aumenta ou diminui conforme a sua
consequência é um reforço (positivo ou negativo) ou uma punição.
Reforço e punição
Reforço: toda e qualquer consequência de uma ação que fortalece
a nossa tendência para a repetir.
Punição: toda e qualquer consequência de uma ação que
enfraquece a nossa tendência para a repetir.
Há ações que têm consequências boas e outras que têm
consequências más, por exemplo, se fazemos dieta para emagrecer
e emagrecemos efetivamente, é considerada uma ação com boas
consequências. Por outro lado, se assaltássemos um banco,
podíamos ser apanhados pela policia e aí a ação realizada seria
considerada uma ação com más consequências.
Reforço positivo ou negativo
Reforço positivo: está-se perante uma situação de reforço positivo sempre que
uma ação, em virtude das suas consequências, nos permite obter algo agradável.
Tendemos, por isso, a repeti-la, de modo a fazer com que o reforço ocorra de
novo. Ex.: Estudar muito para conseguir ingressar na universidade.
Reforço negativo: quando uma ação tem como consequência evitar uma
situação indesejável, remover um obstáculo ou pôr termo a uma situação
desagradável. Tende por isso a ser repetida. Ex.: Trabalhar bem e evitar
assim ser despedido.
Punição
Punir um comportamento é tornar provável que ele não se repita ou
pelo menos que diminua a sua frequência. Por exemplo, se você ajuda os pais
na lida da casa para poder ir sair à noite com os amigos, é muito provável que
o comportamento se repita no futuro para poder sair com os amigos sempre
que queira. O comportamento, ajudar os pais na lida da casa, é reforçado
negativamente: é um meio para evitar algo desagradável (não poder sair com
os amigos). Se você recusa ajudar os pais na lida da casa, os pais proíbem-na
de sair com os amigos. Assim, estamos perante uma punição, um meio para
retirar algo agradável ou para evitar que se repita algo de desagradável.
A aprendizagem por observação é uma forma muito frequente de
aprendizagem que ocorre quando o comportamento de um indivíduo é
influenciado ou condicionado pelo comportamento de outros indivíduos
denominados modelos. É uma aprendizagem social porque ocorre em
contexto social. Tendo em conta que aprendemos identificando-nos e
imitando um modelo (indivíduo que demonstra ou efetua uma ação
constituindo-se como potencial exemplo a seguir), este tipo de
aprendizagem recebe também o nome de aprendizagem por modelação.
Aprendizagem por observação e imitação
Formas de aprendizagem observacional:
• Aprendemos observando os outros, sem que essa observação se
traduza necessariamente em imitação;
• Aprendemos observando os outros e sendo diretamente reforçados,
por os imitarmos adequadamente;
• Aprendemos observando as consequências dos comportamentos dos
outros (aprendizagem por condicionamento vicariante ou indireto).
Condições necessárias para haver aprendizagem observacional:
• Atenção
• Retenção
• Execução
• Motivação e reforço
Não é suficiente observar. Deve-se prestar
atenção ao que o modelo observado faz,
identificando a sua conduta.
Para imitar o comportamento de um modelo
temos de o armazenar ativamente na
memória, o que implica a representação
mental das ações do modelo observado e a
prática dos elementos, sequências ou etapas
do comportamento.
Memorizado o comportamento desejado, é
necessário convertê-lo em ação, o que
pode exigir bastante tempo e treino.
O desempenho de algo que adquirimos
mediante observação depende da motivação
ou incentivo para o efetuar.
Fatores que influenciam a aprendizagem observacional:
• Estatuto do modelo:
As crianças, por exemplo, revelam uma acentuada tendência
para imitarem as ações de pessoas que consideram prestigiadas,
famosas e de quem gostam (pais, irmãos mais velhos, professores,
atletas, heróis de filmes de ação, estrelas rock). Esta tendência
depende da idade e dos interesses da criança.
• Nível de desenvolvimento do observador:
Conforme vamos crescendo somos capazes de concentrar a
nossa atenção por mais tempo, de processar cada vez melhor a
informação e de nos auto-motivarmos.
• Consequências vicariantes:
Observando as consequências das ações dos potenciais
modelos obtemos informação sobre o que é apropriado para nós e
sobre as prováveis consequências da imitação da conduta de quem
observamos. As consequências positivas (que não são
necessariamente reconhecido de valor moral) motivam os
observadores.
• Autoeficácia:
Os observadores tendem a imitar determinados modelos
quando acreditam que são capazes de aprender e de desempenhar
o comportamento modelo, isto é, quando possuem um certo nível
de autoconfiança e de autoeficácia.
Experimentação de Bandura
Para demonstrar a sua teoria sobre a aprendizagem por modelação,
Bandura mostrou a crianças com quatro anos de idade um filme em que um adulto
esmurrava e pontapeava um boneco insuflável. Bandura dividiu o grupo de 66
crianças em três grupos de 22 elementos cada. No filme um modelo adulto
encaminhava-se na direção do boneco insuflável e ordenava-lhe que saísse da sua
frente, o boneco não obedecia e era vítima de uma série de atos agressivos. Todas
as crianças assistiram a estes comportamentos agressivos mas o pequeno filme
tinha um final diferente por cada grupo de crianças, ou seja, três versões
diferentes das consequências do comportamento do adulto eram exibidas.
Assim, um grupo de crianças viu que o adulto agressivo era
recompensado por um outro adulto que o elogiava chamando-lhe, campeão, e lhe
dava uma grande quantidade de doces e de refrigerantes. Bandura designou este
grupo de crianças como grupo do modelo recompensado;
O segundo grupo de crianças, que, é claro, estava a ver o filme numa sala
diferente, assistiu a uma versão final completamente diferente: o adulto agressivo
foi asperamente censurado por um outro adulto que lhe chamou, má pessoa.
Bandura deu a este grupo de crianças o nome de grupo do modelo punido;
Quanto ao terceiro grupo, assistiu aos comportamentos agressivos mas
não lhe foi exibido nenhum final mostrando se as consequências de tais
comportamentos eram positivas ou negativas. Bandura deu-lhe o nome de grupo
de condição neutral.
Depois da exibição das diferentes versões do filme foi permitido às
crianças dos vários grupos brincarem com o boneco insuflável e outros
brinquedos. Como Bandura previra, as crianças do grupo que vira o adulto
ser recompensado pelo seu comportamento agressivo mostraram maior
índice de agressividade do que as outras, imitando os atos do adulto.
As crianças de todos os grupos tinham aprendido de igual modo a
reproduzir mentalmente os diversos comportamentos agressivos observados,
isto é, estavam em condições de desempenhar o comportamento do modelo
igualmente bem e de forma precisa.
Que conclusões retirou Bandura destes resultados?
• O que condiciona a performance do que foi
aprendido é a expectativa do reforço.
• O fator motivação é crucial para a performance ou
desempenho efetivo do que foi aprendido.
• Há muito mais probabilidade de que um indivíduo
imite um comportamento se houver da sua parte a
expectativa de que tal produzirá reforço ou
recompensa.
Assim, virtualmente, todas as 
crianças eram capazes de 
imitar o comportamento 
agressivo visionado, mas a 
tendência a traduzir o 
aprendido em comportamento 
efetivo era bem mais 
acentuada no grupo do 
modelo recompensado do que 
no grupo do modelo punido.
Métodos de aprendizagem
• Aprendizagem espaçada:
É um método de aprendizagem que distribui ao longo do
tempo e de forma regular o que se está a aprender. É considerado
o melhor método para consolidar e armazenara longo prazo as
aprendizagens efetuadas.
• Aprendizagem concentrada:
É um método de aprendizagem que consiste em estudar
intensivamente e sem intervalos de tempo significativos.
Memória
A memória é o processo dinâmico que consiste na codificação,
armazenamento e recuperação de conteúdos mnésicos ou de informação.
Adquirimos e armazenamos informação para a utilizarmos nas mais
diversas situações da vida.
Sabe-se que a memoria implica tratamento de informação. Para tal,
distinguem-se três tipos de operações que se interligam entre si, de modo,
que umas não poderiam existir se as outras não existissem.
Os tipos de operações existentes são: Codificação, armazenamento e
reatualização.
Princípios básicos da memória
Codificação Toda a aquisição de informação implica a
codificação dos dados informativos, isto é, a
sua transformação de modo a poder ser
armazenada na memória, ou seja, a
codificação é a primeira fase do processo
de formação de novas memórias; nova
informação é introduzida, umas vezes
automaticamente e outras mediante
repetição ou elaboração na memória.
Armazenamento É o processo mediante o qual mantemos na
memória a informação que foi adquirida. A
simples repetição da informação não é a
forma mais eficaz de reter ou armazenar a
informação. A melhor forma de o fazer
consiste em analisar o significado da nova
informação relacionando-a com informação
já existente na memória. Recebe o nome de
repetição elaborada.
Somente a informação muito bem
repetida e a informação registada de forma
bem elaborada pode ser transferida para os
armazéns da memória. São também
importantes o caráter relevante da
informação e o fato de ser nova e em pouca
quantidade de cada vez.
Reatualização A reatualização implica a recuperação dos
conteúdos mnésicos de acordo com o modo
como foram adquiridos e armazenados, ou
seja, em fazer regressar à consciência o
que fora memorizado. Ao reatualizar
reconstruímos os dados mnésicos.
Reatualizar a informação depende do modo
como a mesma está organizada na M.L.P. e
do uso de pistas que permitam iniciar a
procura do que desejamos recuperar.
Os testes que os estudantes fazem
é um exemplo puro de reatualização, pois
eles recordam a informação que foi
aprendida, que está armazenada na M.L.P,
para a realização do teste.
Memória a curto prazo
A memória a curto prazo é um sistema temporário de
armazenamento que guarda a informação durante o tempo que ela é
utilizada. Atualmente os estudiosos preferem o termo memória de trabalho,
porque é com ela que trabalhamos sempre que conversamos, realizamos
uma tarefa. Tal como uma secretária é uma área de trabalho onde
utilizamos determinados materiais (caneta, caderno, livros, etc.) a M.C.P. é
a área onde se atualizam e são utilizados os conteúdos mnésicos
necessários em dados momentos.
A informação selecionada para determinados efeitos pela memória
a curto prazo encontra-se na memória a longo prazo.
Dentro da M.C.P. tem duas grandes componentes, a memória de trabalho e
a memória imediata.
Memória de trabalho
A memória de trabalho é a área onde se colocam e são utilizados os
conteúdos mnésicos necessários em dados momentos. Utilizamos a memória
de trabalho sempre que realizamos uma tarefa, como por exemplo,
conversar com outra pessoa.
Esta é uma forma de memória caraterizada por ser um espaço ativo
de trabalho onde a informação está acessível para uso temporário.
Memória imediata
A memória imediata é uma forma de memória com fraca
capacidade de armazenamento e de reduzida durabilidade, apenas
consegue fixar 7 peças ou itens e, tem a capacidade de manter a
informação captada num espaço de tempo de cerca de 20 a 30 segundos.
Memória a longo prazo
A memória a longo prazo é um tipo de memória relativamente
duradoura na qual a informação é armazenada para ser utilizada
posteriormente. Para os estudiosos, a M.L.P. tem a capacidade de
armazenar grandes quantidades de informação durante longos períodos de
tempo. A informação é armazenada sobretudo mediante uma codificação
semântica, que assenta no significado da informação. Os elementos
informativos recém-chegados são associados e integrados em contextos
significativos já formados. Podemos dizer então que a M.L.P. é um sistema
composto por redes de associações entre conceitos.
A memória a longo prazo é um sistema que se divide em dois
subsistemas: a memória declarativa e a memória não–declarativa.
Memória declarativa
A memória declarativa é um tipo de memória a longo prazo que
armazena fatos, informações gerais e episódios ou acontecimentos
pessoais. A memória declarativa subdivide-se em memória episódica e
memória semântica.
Memória semântica especializada no armazenamento de
conhecimentos gerais. É denominada por
muitos como enciclopédia mental.
Memória episódica contém a memória dos acontecimentos
que vivemos pessoalmente. É uma
memória autobiográfica que armazena
ou grava como se fosse um diário mental
os episódios mais ou menos significativos
da nossa vida.
Memória não-declarativa
A memória não-declarativa é o tipo de memória que guarda as
informações adquiridas que nos permitem saber como realizar
procedimentos motores.
Comer com faca e garfo, guiar um automóvel, andar de bicicleta,
tocar guitarra, piano, escovar os dentes, etc., são aptidões adquiridas de
forma relativamente lenta, mas, uma vez adquiridas tornam-se
comportamentos quase automáticos, que se executam com pouco esforço
consciente e que duram, normalmente, toda a vida.
Esquecimento e memória
O esquecimento é uma condição necessária à memória, não sendo
considerada uma doença. Sem o esquecimento muita informação inútil,
incômoda e conflituosa não poderia ser afastada, o que perturbaria a nossa
adaptação à realidade.
O esquecimento pode ocorrer devido a interferências entre os
conteúdos aprendidos; a falhas na recuperação dos conteúdos mnésicos;
e/ou a um esquecimento motivado (esquecimento de recordações
desagradáveis).
Interferência
A interferência é um acontecimento que ocorre quando certos
conteúdos mnésicos perturbam e impedem a reatualização da informação
que procuramos. De acordo com esta explicação o esquecimento não
significa que a recordação de algo desapareceu mas sim que outro conteúdo
mnésico semelhante ao que tentamos recuperar provocou uma confusão
entre elementos informativos tornando-se assim uma barreira à
reatualização da informação pretendida.
Interferência proativa
Interferência retroativa
Passado --» Presente
Passado «-- Presente
Falha na recuperação do conteúdo mnésico
Esta hipótese explicativa consiste em afirmar que a informação
armazenada na memória permanece intacta e disponível estando, contudo,
perdida (temporariamente, em muitos casos) a pista adequada que a
tornaria acessível. Os defensores desta hipótese defendem que, não estando
o material memorizado perdido, não se trata tanto de o relembrar mas si de
o reconhecer.
As falhas de recuperação são muito frequentes. Dependem ou
devem-se em muitos casos ao modo deficiente como a informação é
codificada.
Ex: Uma vez você disse a um amigo que um dos melhores filmes que alguma vez vira
era, The Official Story. O amigo retorquiu que nunca o tinha visto. Tenho a certeza
de que já o viste, você insistiu. Há aquela cena incrível em que Norma Alejandro
ouve a descrição que a sua amiga faz do modo como foi torturada pelos militares.
Mais uma vez o seu amigo deu a entender não estar a saber do que ele falava. Você,
voltando à carga... Está bem, é o filme em que o professor pouco a pouco se
apercebe de que a sua filha adotiva era provavelmente a filha de uma mulher
assassinadapelos militares argentinos… Fez-se subitamente luz! Ah! o filme sobre a
Argentina! Porque não disseste logo?
Esquecimento motivado
O esquecimento motivado significa que esquecemos porque temos
razões (estamos motivados) para esquecer, habitualmente porque uma
recordação é desagradável e perturbadora. Existem duas formas de
esquecimento motivado:
Supressão
Repressão
Esforço deliberado e consciente para
esquecer fatos, pessoas e experiências
que podem provocar ansiedade,
sentimentos de culpa e outras
perturbações.
Recordações desagradáveis e, por vezes,
inconfessáveis, são impedidas de aceder
à consciência, não tendo a pessoa
qualquer consciência de que os eventos
traumáticos tenham alguma vez
ocorrido.
É a aprendizagem que determina o nosso pensamento, a nossa
linguagem, as motivações, as atitudes e a personalidade. Existem
aprendizagens simples e aprendizagens complexas que implicam uma
atividade mental diversificada. Inerente aos processos de aprendizagem
está a memória. Só a memória nos possibilita reter o que aprendemos, para
responder adequadamente à situação presente e proporcionar a
possibilidade de projetar o futuro. A memória é a condição que torna
possíveis os processos de aprendizagem.
Só aprendemos quando o que adquirimos é retido e passível de
recuperação. O próprio conceito de aprendizagem implica o de memória.
Com efeito, a aprendizagem é uma mudança relativamente estável no
comportamento como resultado da prática e da experiência. A estabilidade
e a mudança dependem da memória: o novo saber só é novo se o anterior
não tiver desaparecido e enquadra-se ou engloba os saberes possuídos como
ultrapassados. Não poderíamos aplicar o saber adquirido a novas situações
sem a relativa permanência que a memória assegura.
Relação entre aprendizagem e memória 
Doenças relacionadas com a memória
• Amnésia:
É a perda parcial ou total da capacidade de reter ou evocar
informações. Qualquer processo que prejudique a formação de uma
memória a curto prazo ou a sua fixação em memória a longo prazo pode
resultar em amnésia.
• Alzheimer:
Uma porção significativa da população acima dos 50 anos sofre de
alguma forma de demência. A mais comum é a doença de Alzheimer, na
qual predomina a perda gradativa da memória, pois ocorrem lesões
inicialmente nas áreas cerebrais responsáveis pela memória declarativa,
seguidas de outras partes do cérebro.
Tanto a aprendizagem como a
memória são funções e capacidades
essenciais para a nossa vida. A
aprendizagem permite-nos adquirir novos
conhecimentos, desenvolver novas
competências e mudar os nossos
comportamentos. A memória permite-nos
adquirir e armazenar informação para a
utilizarmos nas mais diversas situações
da vida.
A aprendizagem não existe sem
a memória e vice-versa. Sem a
aprendizagem, não conseguiríamos fazer
coisas que nos são tão comuns, como por
exemplo, ser estudante. Sem a memória,
seriamos incapazes de existir
simplesmente, pois, por exemplo, é
através dela que conseguimos realizar
até os mais básicos movimentos
psicomotores.
Obrigado!

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