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Sistemas Térmicos Aula 201 – Ciclo Brayton No bimestre passado estudamos um ciclo a vapor, chamado ciclo de Rankine. Muitos equipamentos utilizam, todavia, gases como fluido de trabalho, por exemplo motores a Diesel e a turbina a gás convencional. Esses ciclos, de uma forma geral, são modelados pelo chamado ciclo padrão a ar. Esse ciclo é fechado e possui cinco hipóteses: O fluido de trabalho é uma massa de ar fixa, modelada como gás ideal (sem escapamento) O processo de combustão é substituído por uma transferência de calor (caldeira) O ciclo é completo pela rejeição de calor por transferência de calor simples (em contraste ao escapamento) Todos os processos são reversíveis O ar tem calor específico constante O principal mérito desse ciclo é permitir um modelo para as muitas variáveis do ciclo. Ciclo brayton Observe o ciclo da figura. Esse ciclo, onde não há mudança de fase e todo o processo é realizado usando um gás como fluido de trabalho é chamado de ciclo Brayton. O ciclo é composto de dois processos isentrópicos (compressão e expansão) e dois processos isobáricos (trocas de calor). O rendimento do ciclo é calculado da seguinte forma: Colocando T1 e T2 em evidência: Pode-se usar as relações de operações isentrópicas: Ou: Assim, o rendimento do ciclo padrão a ar Brayton é função apenas da relação de pressão isentrópica. Veja isso no diagrama T-s. O ciclo com maior compressão possui mais calor sendo recebido, mas o mesmo rejeitado, aumentando o rendimento. Numa turbina a gás real, a temperatura máxima T3 é limitada por razões metalúrgicas. Assim, o ciclo real iria até o ponto 3”, reduzindo a quantidade de trabalho obtida, mas tendo um rendimento melhor que o ciclo original. Outra característica do ciclo Brayton é que o compressor utiliza uma grande quantidade de trabalho, proporcionalmente. O compressor pode chegar a consumir 40 a 80% da potência da turbina. Se o rendimento de um ciclo Brayton cai abaixo de 60%, isso significa que praticamente todo o trabalho do sistema é usado apenas para a compressão do gás, fazendo que o rendimento global do sistema seja nulo. Isso acontece porque num trabalho de compressão de líquido, o volume praticamente não sofre alteração. A equação usada para calcular o trabalho de compressão isentrópica é . Isso mostra uma vantagem inerente de trabalhar com ciclos que envolvam mudança de fase. Exemplo: Ar entra no compressor de um ciclo padrão a ar Brayton a 0,1Mpa e 15°C. A pressão na saída do compressor é de 1Mpa e a temperatura máxima do ciclo é 1.100°C. Determine a pressão e a temperatura em cada ponto do ciclo e o rendimento do ciclo. 1º Passo: Compressor Sabe-se: P1, T1, P2 Deseja-se: WC Da relação de um processo isentrópico: O k (razão de calor específico) é 1,4. O trabalho de compressão é: 2º Passo: Turbina Sabe-se: P3, T3, P4 Deseja-se: WT Da relação de um processo isentrópico: Assim, o trabalho líquido é: 3º Passo: Trocador de alta Sabe-se: T3, T4 Deseja-se: QH Por fim, o rendimento: Usando a equação das pressões:
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