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Filosofia da Educação - Aulas 06 à 10 - Resumo

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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO. 
Aula 06 – Filosofia moderna - II. 
 - René Descartes - (1596 – 1650) - Viveu em um tempo de profunda crise da 
sociedade, tempo de transição entre uma tradição que sobrevivia e outra que estava 
surgindo, resultando em uma nova visão de mundo. Ele acompanhou as grandes 
transformações da sua época. 
 * O início das grandes navegações e a descoberta das Américas. 
 * As teorias científicas de Copérnico e Galileu, que revolucionaram a maneira de se 
considerar o mundo físico. 
 * A escolástica medieval, que estava longe de desaparecer. 
 * A decadência do sistema feudal, substituído por uma nova ordem econômica baseada 
no comércio livre e no individualismo. 
 * A Reforma de Lutero, que abalou a autoridade universal da Igreja Católica no 
Ocidente, e a Contra Reforma, reação ao Protestantismo, que teve como consequência a 
Guerra dos Trinta Anos, na qual o próprio Descartes participou. 
 * A arte retomando os valores da antiguidade clássica, impondo uma cultura leiga, às 
vezes, de inspiração pagã. 
- É possível considerar Descartes como um dos iniciadores da modernidade, doravante, 
influenciará o desenvolvimento do pensamento filosófico. Com Descartes, a necessidade 
de contextualização do pensamento e o sujeito pensante entram em cena: “terei a 
satisfação de mostrar os caminhos que segui e apresentar minha vida como em um 
quadro”. Descartes sempre escreveu na primeira pessoa do singular. 
- Descartes foi excelente aluno, sobretudo interessado pela Matemática; viajou por 
diversos países da Europa; descobriu sua vocação filosófica decidindo dedicar-se a 
“descobrir os fundamentos dessa ciência admirável”. Ele considerou a Matemática como 
modelo de sua reflexão filosófica e, com isso, pretendia elaborar uma matemática 
universal para todos os assuntos. 
- Nesse tempo de conflitos, crises e incertezas, Galileu foi proibido de lecionar. Ao 
tomar conhecimento da condenação de Galileu, Descartes desistiu de publicar a sua obra 
- O tratado do mundo. Em 1637, Descartes publicou, em francês, seus tratados 
científicos que têm como introdução o discurso do método. Descarte adquiriu fama e sua 
obra foi condenada. 
- O homem da época de Descartes viveu uma grande diversidade de experiências. 
Devemos compreender o pensamento filosófico de Descartes como o resultado da 
reflexão sobre a experiência de vida. 
- O MÉTODO - Segundo Descartes, se no início do discurso do método, o bom senso (isto 
é, a racionalidade) é natural ao homem, o erro resulta na realidade de mau uso da 
razão. A finalidade do método é: por a razão no bom caminho. Portanto, o método visa o 
conhecimento, a elaboração de uma teoria científica. Este é o sentido das regras que 
Descartes formula. 
- AS REGRAS – As regras de Descartes se inspiram na geometria, são simples, mas 
devem ser seguidas à risca. Jamais devemos deixar de observá-las. 
 * REGRA 01 - Jamais aceitar como exata coisa alguma que eu não conheça 
evidentemente. 
 * REGRA 02 - Dividir cada dificuldade a ser examinada em tantas partes quantas 
possíveis e necessárias para resolvê-las. 
 * REGRA 03 - Impor ordem nos meus pensamentos, começando pelos assuntos mais 
simples de serem conhecidos. 
 * REGRA 04 - Fazer para cada caso enumerações tão exatas que esteja certo de não ter 
esquecido nada, assim nunca se confundirá o falso com o verdadeiro, chegando ao 
verdadeiro conhecimento. Utilizando esse método saberemos como usar da intuição. 
- O conflito entre os dois modelos de ciência, o antigo e o moderno, fazia com que 
alguns pensadores céticos se perguntassem se as futuras gerações não descobririam as 
teorias da ciência nova também de forma errônea. Então, Descartes assume a missão de 
legitimar e fundamentar essa ciência demonstrando de forma conclusiva que o homem 
pode conhecer o real de modo verdadeiro e definitivo. Assim, Descartes nega o 
ceticismo. Descartes se propõe a encontrar um certeza básica, imune ás 
- Descartes deixa bem claro que não se pode confiar na tradição, nos ensinamentos do 
saber adquirido, e constata que a tradição, ao contrário do que pretendia, estava muito 
longe de ter encontrado a verdade e de ter constituído um sistema sólido e coerente que 
lhe desse autoridade. A única alternativa possível parecia ser a interioridade, a própria 
razão humana, a luz natural que o homem possui em si mesmo, a sua racionalidade. 
Portanto, o homem traz dentro de si a possibilidade do conhecimento. 
- “Penso logo existo”, uma das mais célebres expressões filosóficas que existe. Com esse 
argumento, Descartes busca uma certeza imune ao questionamento cético. 
* A etapa inicial da argumentação cartesiana é a formulação de uma dúvida metódica, 
colocando tudo em questão. Começa-se duvidando de tudo: senso comum, argumento 
de autoridade, testemunho dos sentidos, das informações da consciência, da realidade 
do exterior e do próprio corpo. A cadeia de dúvidas se interrompe diante do seu próprio 
ser que duvida. Se duvido, penso: “Penso logo existo”. 
* Assim, Descartes introduz uma grande modificação no pensamento moderno: “A 
crença na autonomia do pensamento, a ideia de que a razão bem dirigida basta para 
encontrar a verdade sem precisar dos livros e dos dogmas”. 
* Para Descartes, o espírito humano tem em si os meios de alcançar a verdade, se 
souber cultivar sua independência e conduzir-se com método. A certeza é possível 
porque o espírito humano já possui ideias gerais, claras e distintas que são inatas 
(inerentes à capacidade de pensar), portanto, não estão sujeitas ao erro. A primeira 
ideia inata é o cogito pelo qual nos descobrimos como seres pensantes. 
- Mesmo hoje, o argumento do cogito e suas consequências suscitam grandes 
interesses. O objetivo de Descartes, contudo, é fundamental para a possibilidade do 
conhecimento científico. É necessário, portanto, encontrar um caminho de superação 
desse idealismo radical, no qual a única realidade certa é a existência do puro 
pensamento. No entanto, é fundamental encontrar uma ponte entre o pensamento 
subjetivo e a realidade objetiva. 
OBSERVAÇÕES: 
EMPIRISMO. 
Na filosofia, empirismo é uma teoria do conhecimento que afirma que 
o conhecimento vem apenas ou principalmente, a partir da experiência sensorial. Um 
dos vários pontos de vista da epistemologia, o estudo do conhecimento humano, 
juntamente com o racionalismo, o idealismo e historicismo, o empirismo enfatiza o papel 
da experiência e da evidência, experiência sensorial, especialmente, na formação de 
ideias, sobre a noção de ideias inatas ou tradições; empiristas podem argumentar, 
porém, que as tradições (ou costumes) surgem devido às relações de experiências 
sensoriais anteriores. 
Empirismo na filosofia da ciência enfatiza a evidência, especialmente porque foi 
descoberta em experiências. É uma parte fundamental do método científico que todas 
as hipóteses e teorias devem ser testadas contra observações do mundo natural, em vez 
de descansar apenas em um raciocínio a priori, a intuição ou revelação. 
Filósofos associados com o empirismo incluem Aristóteles, Alhazen, Avicena, Ibn Tufail, 
Robert Grosseteste, Guilherme de Ockham, Francis Bacon, Thomas Hobbes, Robert 
Boyle, John Locke, George Berkeley, Hermann von Helmholtz, David Hume, Leopold von 
Ranke, e John Stuart Mill. 
 
LIBERALISMO 
O liberalismo é a filosofia política que tem como fundamento a defesa da liberdade 
individual nos campos econômico, político, religioso e intelectual, da não-agressão, do 
direito de propriedade privada e da supremacia do indivíduo contra as ingerências e 
atitudes coercitivas do poder estatal. Suas raízes remontam ao taoísmo na China antiga, 
ao pensamento Aristotélico grego e ao renascimento e iluminismo. 
As influências literárias do liberalismo incluem John Locke, Frédéric Bastiat, David 
Hume, Martin Luther King, Alexis de Tocqueville,Adam Smith, David Ricardo, John 
Stuart Mill, Rose Wilder Lane, Lysander Spooner, Milton Friedman, David Friedman, Ayn 
Rand, Joseph Schumpeter, Friedrich von Hayek, Ludwig von Mises, Murray 
Rothbard e John Rawls . Seus principais conceitos incluem individualismo metodológico e 
jurídico, liberdade de pensamento, liberdade religiosa, direitos fundamentais, estado de 
direito, governo limitado, ordem espontânea, propriedade privada, e livre mercado.8 . 
 
MÈTODO EXPERIMENTAL. 
O método experimental é um método das Ciências Naturais aplicado às Ciências Sociais 
e Humanas, que tem quatro etapas: hipótese prévia, controle e manipulação de 
variáveis, técnicas de observação e registo e generalização de resultados. Em relação à 
segunda etapa temos alguns conceitos fundamentais: Variável dependente significa a 
variável cuja alteração vai ser estudada, como consequência da manipulação da variável 
independente. É aquela que flutua e que permite tirar conclusões dessa flutuação. 
Variável independente é a que o investigador manipula para verificar as modificações 
provocadas na variável dependente. Variável externa ou parasita são aspectos alheios à 
experiência, que, se não forem controlados pelo investigador, podem interferir e alterar 
os resultados, pondo, assim, em causa a fiabilidade da experiência. Estas variáveis 
devem ser, dentro do possível, neutralizadas. O grupo experimental é aquele em que o 
experimentador manipula a variável independente. O grupo testemunha é aquele que 
tem as mesmas características do grupo experimental exceto no que diz respeito à 
manipulação da variável independente. Permite comparar resultados, para verificar quais 
as alterações efetivamente provocadas pela manipulação da variável. O grupo amostra 
representativa é uma parte, um subgrupo da população (conjunto total de pessoas 
acerca das quais se pretende tirar conclusões), que consiste no grupo de elementos em 
relação aos quais se recolhem dados e que devem ser os mais representativos possíveis 
da população. Ler mais: http://psicdesenv.webnode.com.pt/temas/metodos-em-
psicologia/metodo-experimental/ 
 
EXERCÍCIO: 
1. 
Marque a opção que correlaciona corretamente os números com as letras. 
1 – Empirismo 
 
2 - Método experimental 
 
3 - Empirismo e Racionalismo 
 
4 – Locke 
 
5 - Liberalismo Político 
 
A - O conhecimento resulta da contribuição das faculdades da sensibilidade e do entendimento que 
constituem o sujeito do conhecimento. 
 
B - Significa posição filosófica que toma a experiência como critério de validade de suas afirmações, 
sobretudo nos campos da teoria do conhecimento. 
 
C - Tem como preocupação fundamental a formulação de um método que evite o erro e coloque o homem 
no caminho do conhecimento correto. Seu método é o da indução, que, com base em observações, 
permite o conhecimento do funcionamento da natureza; a observação de regularidade entre os 
fenômenos e o estabelecimento de relações entre eles, permite formular leis científicas que são 
generalizações indutivas. 
 
D - Otimista com relação à natureza humana e o convívio entre os indivíduos, considerando como princípio básico da 
existência da sociedade o entendimento racional entre os homens. Para ele, a mente é como uma “folha em branco” 
tabula rasa, na qual a experiência deixa suas marcas. 
 
E - Valoriza a livre iniciativa e a liberdade individual, no campo da política e da economia; no campo do 
conhecimento, valoriza a experiência individual, tanto intelectual (racionalismo), quanto sensível 
(empirismo). 
 1) 1D, 2C, 3E, 4A, 5B 
 2) 1A, 2E, 3C, 4B, 5D 
 3) 1C, 2B, 3C, 4D, 5E 
 4) 1B, 2C, 3A, 4D, 5E 
 
 
 
 
Aula 07 – Filosofia moderna - III. 
- EMPIRISMO - A corrente empirista desenvolveu-se, sobretudo, na Inglaterra e entre os 
filósofos de língua inglesa, estando diretamente ligada à criação da Real Sociedade de 
Londres para o Progresso do Conhecimento Natural. Essa sociedade foi fundada em 1660 
e patrocinada pelos ricos comerciantes de Londres, que tinham interesse nas possíveis 
aplicações técnicas desses conhecimentos, desde as questões de navegação até os 
estudos sobre linguagem que permitiam a comunicação com os povos das novas terras 
com que negociavam. Contudo, o empirismo não se restringiu ao contexto de língua 
inglesa, encontrando repercussão também na França e em outros países. O empirismo e 
o racionalismo (pensamento cartesiano) constituíram conjuntamente algumas das 
principais correntes do pensamento moderno na sua fase inicial. 
- A palavra empirismo, deriva da palavra grega “empeiria”, que significa basicamente 
uma forma de saber derivado da experiência sensível, e de informações acumuladas com 
base nesta experiência, permitindo a realização de fins práticos. 
- Podemos dizer que o empirismo é a posição filosófica que toma a experiência como 
guia e critério de validade de suas afirmações, especialmente nos campos da teoria do 
conhecimento e da filosofia da ciência. 
- O grito de guerra do empirismo é a frase de inspiração aristotélica: “Nada está no 
intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”. Ou seja, todo conhecimento 
resulta de uma base empírica, de percepções ou impressões sensíveis sobre o real, 
elaborando-se e desenvolvendo-se a partir desses dados da realidade sensorial. Os 
empiristas, portanto, rejeitam a noção de ideias inatas ou de um conhecimento anterior 
à experiência ou independente desta. 
- Bacon e o método experimental - Podemos distinguir dois aspectos inter-relacionados 
da contribuição de filosófica de Bacon: 
1) A concepção de pensamento crítico contida na teoria dos ídolos - A filosofia de Bacon, 
assim como a de Descartes, caracteriza-se por uma ruptura bastante explícita em 
relação à tradição anterior, sobretudo a escolástica de inspiração aristotélica. A 
preocupação fundamental de Bacon é com formulação de um método que evite o erro e 
coloque o homem no caminho do conhecimento correto. É nesse contexto que 
encontramos a sua teoria dos ídolos. Os ídolos são ilusões ou distorções que, segundo 
Bacon, “bloqueiam a mente humana”, impedindo o verdadeiro conhecimento. Os ídolos 
podem ser de quatro tipos: ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do foro e ídolos do 
teatro. 
2) A defesa do método indutivo no conhecimento científico e de um modelo de ciência 
antiespeculativo e integrado com a técnica. Bacon propõe um modelo para a nova 
ciência. Segundo ele, o homem deve despir-se de seus preconceitos, tornando-se “uma 
criança diante da natureza”, somente assim alcançará o verdadeiro saber. O novo 
método científico é o da indução que, a partir da observação atenta da natureza, permite 
formular leis científicas que são generalizações indutivas, a partir das quais se pode 
controlar a natureza e dela tirar benefícios para o homem. Bacon é um pensador que 
acredita no progresso. Para ele, o conhecimento se desenvolve na medida em que 
adotamos o método correto e a experiência como guia. Ele teve uma importância 
fundamental no sentido da ruptura com a tradição. 
- A teoria das ideias de Locke e a crítica ao inatismo - Locke vê a filosofia como uma 
tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um modelo 
empirista, antiespeculativo e antimetafísico de conhecimento. 
- Locke afirma que todas as nossas representações do real são derivadas de percepções 
sensíveis, não havendo outra fonte para o conhecimento. Portanto, não existem ideias 
inatas. Isto é, o conhecimento não é inato, mas resulta da maneira como elaboramos os 
dados que nos vêm da sensibilidade por meio da experiência. 
- Para Locke, a mente é como uma folha em branco, a “tábula rasa”, na qual a 
experiência deixa as suas marcas. Desta forma, para processarmos o conhecimento em 
nossa mente, precisamos da reflexão, assim como distinguir entre asqualidades 
primárias e as secundárias das substâncias. 
- Locke é considerado como um dos primeiros filósofos do período moderno a 
desenvolver uma filosofia da linguagem, mais especificamente uma teoria do significado. 
Ou seja, para esse filósofo, o significado das palavras é a ideia correspondente a elas em 
nossa mente, e é por meio das ideias que as palavras se referem às coisas. Esta é para 
Locke a semântica ideacional. A Linguagem é, assim, a expressão de um pensamento, 
criado anteriormente à linguagem e independente dela. 
- O ceticismo de David Hume – David Hume foi, sob muitos aspectos, o mais radical dos 
empiristas, levando essas teses às suas últimas consequências e assumindo uma posição 
filosófica cética. 
- O ceticismo de Hume pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a 
dois princípios ou pressupostos fundamentais da tradição filosófica: a causalidade e a 
identidade pessoal. 
* Casualidade - Segundo Hume, a causalidade é uma forma nossa (humana) de 
perceber o real, uma ideia derivada da reflexão sobe as operações de nossa própria 
mente, e não uma conexão necessária entre causa e efeito, uma característica do mundo 
natural. 
* Identidade pessoal - Para Hume, jamais podemos apreender a nós mesmos sem algum 
tipo de percepção. O “eu” (self) é um feixe de percepções que temos em um 
determinado momento e que varia na medida em que essas percepções variam. 
Estamos, assim, em constante mudança, pois a cada momento novas percepções são 
acrescentadas ao feixe, e outras empalidecem ou desaparecem. A única coisa que 
assegura o nosso “eu” , o que somos e temos, é a força do hábito, do costume e da 
memória que conseguimos. Portanto, para esse filósofo, jamais temos um conhecimento 
certo e definitivo; toda a ciência é apenas resultado da indução, e o único critério de 
certeza que podemos ter é a probabilidade. É neste sentido e por esses motivos que ele 
é considerado um cético. Por outro lado, Hume também afirma que a maneira pela qual 
conhecemos e pela qual agimos no real depende apenas de nossa natureza, de nossos 
costumes e de nossos hábitos. Por esta razão ainda não se chegou a definir se ele é 
mais cético ou mais naturalista. 
- A contribuição valiosa de Jean-Jacques Rousseau - Rousseau (1712-78) nasceu em 
Genebra e foi um dos mais importantes pensadores franceses do século XVIII no campo 
da política, da moral e da educação, influenciando os ideais do Iluminismo e da 
Revolução Francesa (1789). 
- O ponto de partida da filosofia de Rousseau é uma concepção de natureza humana 
representada pela famosa ideia: “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe” 
(Contrato Social, livro I, cap. 1), à qual se acrescenta a ideia de que “o homem nasce 
livre e por toda parte se encontra acorrentado”. 
- Para Rousseau, é possível, portanto, formular um ideal de sociedade em que os 
homens sejam livres e iguais, ideal este que servirá de inspiração à Revolução Francesa. 
- A grande questão para Rousseau consiste em saber como preservar a liberdade natural 
do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar que a vida em 
sociedade pode lhe oferecer. Sua resposta se encontra fundamentalmente no “Contrato 
Social”, mas também é possível observá-la em outros textos. 
- Segundo a teoria do contrato social, a soberania política pertence ao conjunto dos 
membros da sociedade. O fundamento dessa soberania é a vontade geral, que não 
resulta apenas na soma da vontade de cada um. A vontade particular e individual de 
cada um diz respeito a seus interesses específicos, porém, enquanto cidadão e membro 
de uma comunidade, o indivíduo deve possuir também uma vontade que se caracteriza 
pela defesa do interesse coletivo, do bem comum. 
- Segundo a teoria do contrato social, é papel da educação a formação da vontade geral 
dos membros da sociedade transformando, assim, o indivíduo em cidadão, em membro 
de uma comunidade. 
- O processo educativo pressupõe o conhecimento profundo e deve dar a devida 
importância às leis psicológicas do desenvolvimento do educando. Essas leis devem 
orientar todo o processo educativo, deixando de lado todas as especulações teóricas a 
esse respeito. 
- Na proposta de Rousseau, para que o processo educativo não degenere num exercício 
estéril e até nocivo, é indispensável partir da estrutura específica do educando. Não se 
deve ver na criança um adulto em miniatura, como era costume na época, uma etapa 
passageira, provisória, da existência humana, pois a criança tem uma existência própria 
e acarreta direitos específicos. 
EXERCÌCIO: 
Marque a opção que correlaciona corretamente os números com as letras. 
1 – Locke 
 
2 – Rousseau 
 
3 – Hume 
 
4 – Bacon 
 
 
A - Sua grande questão consistia em saber preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a 
segurança e o bem-estar que a vida em sociedade pode lhe dar. 
 
B - O ceticismo desse filósofo pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou 
pressupostos fundamentais da tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal. 
 
C - Sua preocupação fundamental é com formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho 
do conhecimento correto. 
 
D - Otimista com relação à natureza humana e o convívio entre os indivíduos, considerando como princípio básico da 
existência da sociedade o entendimento racional entre os homens. Para ele, a mente é como uma “folha em branco” 
tabula rasa, na qual a experiência deixa suas marcas. 
 
 1) 1D, 2A, 3B, 4C 
 2) 1C, 2B, 3A, 4D 
 3) 1A, 2C, 3B, 4D 
 4) 1B, 2D, 3C, 4A 
 
 
Aula 08 – Filosofia moderna - IV. 
- O ILUMINISMO - O Iluminismo foi um movimento de grande importância a partir da 
segunda metade do século XVIII. 
- Abrange não só o pensamento filosófico, mas também as artes, as ciências, a teoria 
política, as teorias pedagógicas e a doutrina jurídica. 
- Reflete a necessidade de tornar transparente à razão. O pressuposto básico do 
iluminismo afirma que todos os homens são dotados de racionalidade que é uma espécie 
de luz natural. 
- Possui caráter pedagógico. O pensamento iluminista é fortemente voltado para o laico 
e o secular. 
- Volta-se contra toda autoridade que não esteja submetida à razão e a experiência. O 
homem poderá atingir o que Kant chama de sua maioridade, quer dizer pensar por si 
mesmo. Por isso o Iluminismo tem caráter ético e emancipador. 
- O pano de fundo do Iluminismo é a filosofia crítica, que tem como características três 
pressupostos básicos: a liberdade; o individualismo e a igualdade jurídica. Nesse sentido 
a Revolução Francesa (1789) pode ser considerada uma tentativa de concretização 
desses ideais: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Os homens nascem e permanecem 
livres, é o artigo primeiro da Declaração dos Direitos do Homem. A Enciclopédia é um 
projeto monumental pedagógico que pretendeu ser uma espécie de grande síntese do 
saber da época, sua publicação teve grande influência na Revolução Francesa e 
contribuiu para a contestação da monarquia absoluta, e do poder da Igreja. 
- Vamos conhecer as propostas do alemão Immanuel Kant, nosso último expoente deste 
bloco empírico-racionalista e fazer um amálgama entre as duas correntes. 
- A obra de Kant pode ser vista como um marco na filosofia moderna e se notabiliza por 
duas obras clássicas, em especial: a “Crítica da Razão Pura”, na qual desenvolve a crítica 
do conhecimento, e “Crítica da Razão Prática”, em que analisa a moralidade. 
- Entre os neo-humanistas, foi o principal que proclamou a saída do homem do estado 
de incapacidade, em que jazia sob o peso da tradição da autoridade. Ele desafiou o 
homem a se atrever servir da razão. 
- Kant define a filosofia como “a ciência da relação de todo conhecimento e de todo uso 
da razão como fim último da razão humana”, caracterizando-se pelo tratamento de 
quatro questões fundamentais: 
* O que posso saber? - Diz respeito à metafísica, no sentido kantiano de investigação 
sobre a possibilidade de legitimidade do conhecimento. 
* O que devo fazer? - Cuja resposta é dada pela moral. 
* O que posso esperar? - O problema da esperança, de que trata a religião. 
* O que é o homem? - Objeto da antropologia, à qual em última análise se reduzem as 
outras três e que é na verdade a mais importante das quatro. 
- Tendo em vista estas questões, o filósofo deve determinar: as fontes do saber 
humano, a extensão do uso possível e útil de todo saber e os limites da razão. 
- O pensamento de Kant também se insere dentro do movimento de crítica à educação 
dogmática. Embora não concebesse as normas e os modelos conforme a própria 
existência concreta e variável (mas de um sujeito universal), nem por isso admite o 
modelo tradicional de ideal, que se impôs exteriormente ao indivíduo. Para ele, são as 
leis inflexíveis e universais da razão pura e da razão prática que constroem o 
conhecimento e a lei moral, o que significa a valorização definitiva do sujeito como ser 
autônomo e livre, para o qual tanto o conhecimento como a conduta são obras suas. 
- A importância atribuída por Kant à educação encontra-se fundamentada nas obras 
mais clássicas, como a Crítica da Razão Pura e Crítica da Razão Prática. A Crítica da 
Razão Pura visa investigar as condições de possibilidade do conhecimento, ou seja, o 
modo pelo qual, na experiência de conhecimento, sujeito e objeto se relacionam e em 
que condições. Esta relação pode ser considerada legítima, sujeito e objeto são termos 
relacionais que só podem ser considerados como partes da relação de conhecimento. 
- Kant elabora uma teoria que investiga o valor dos nossos conhecimentos. Condena os 
empiristas, para quem tudo o que conhecemos vem dos sentidos e também não 
concorda com os racionalistas, para quem tudo o que pensamos vem de nós. Para ele, a 
razão não é capaz de conhecer as realidades que não se oferecem à nossa experiência 
sensível, tal como Deus. O filósofo mostra que além do ato do conhecimento, o indivíduo 
é capaz de outra atividade espiritual, o exercício da consciência moral. Kant concluiu que 
só o ser humano é moral e agir moralmente é agir pelo dever. Desse raciocínio decorre 
que a pessoa não realiza espontaneamente a lei moral, mas a moralidade resulta da luta 
interior. Neste sentido, a verdadeira ação moral tem por fundamento a autonomia e a 
liberdade. 
 
- Para Kant, cabe à educação formar o caráter moral - “o homem só pode tornar-se 
homem pela educação”, “ele é tão somente o que a educação fez dele”, e ainda 
“mandamos em primeiro lugar, as crianças à escola, não na intenção de que nela 
aprenda alguma coisa, mas a fim de que se habitue a observar pontualmente o que se 
lhes ordena”. 
- Kant redefine a relação pedagógica, reforçando a atividade do aluno que deve aprender 
“pensar por si mesmo”. O saber é ato de liberdade. O princípio kantiano foi reexaminado 
no século XX, por diversos autores na área da moral e da educação, como Piaget ou 
ainda Habermas. 
EXERCÍCIO: 
Marque a alternativa que correlaciona corretamente os números com as letras. 
A) Crítica da razão pura 
B) Crítica da razão prática 
C) Enciclopédia 
D) Três pressupostos básicos do Iluminismo 
E) Caráter pedagógico do iluminismo 
F) Iluminismo 
G) Immanuel Kant 
 
1) O posso saber? O que devo fazer? O que posso esperar? O que o home? 
 
2) A liberdade, exemplificada pela defesa da livre iniciativa no comércio; o individualismo, que baseia na existência 
do indivíduo livre e autônomo e 3) a igualdade jurídica, que visa garantir a liberdade do indivíduo contra os 
privilégios. 
 
3) Seu caráter pedagógico visa o projeto de formação do individuo, podendo se visto também como herdeiro do 
humanismo iniciado no Renascimento. Considera que todos os homens são dotados de uma espécie de luz natural, de 
uma racionalidade, uma capacidade natural de aprender, capaz de permitir que conheçam o real e ajam livre e 
adequadamente para a realização de seus fins. 
 
4) Movimento do pensamento europeu característico basicamente da segunda metade do séc.XVIII. Abrange o 
pensamento filosófico, as artes, a literatura, as ciências, a teoria política e jurídica. 
 
5) Obra que trata da ética no sentido no sentido puro e seus princípios são leis universais que definem os nossos 
deveres. Portanto princípios morais resultando da razão prática e se aplicam a todos os indivíduos em qualquer 
circunstância. 
 
6) Obra mais representativa do Iluminismo e de sua concepção do papel da filosofia, das artes e da ciência, isto é do 
saber em geral. Representou um monumental projeto editorial e pedagógico, sendo a grande síntese do saber da 
época. 
 
7) Contém a teoria do conhecimento de Kant, ou seja, sua análise das condições de possibilidade do conhecimento, 
por meio do qual se pode delimitar a ciência da pseudociência. Consiste de um lado no exame da constituição 
interna da razão; por outro lado, no exame de seu funcionamento. 
 1) 1F, 2A, 3E, 4B, 5C, 6D e 7G 
 2) 1G, 2B, 3A, 4F, 5D, 6C e 7E 
 3) 1G, 2D, 3E, 4F, 5B, 6C e 7A 
 4) 1E, 2A, 3B, 4F, 5G, 6C e 7D 
 
Aula 09 – Filosofia moderna - V. 
A urbanização acelerada do século XIX, proveniente do capitalismo industrial, criou forte 
expectativa com respeito á educação, pois a complexidade de trabalho exigia melhor 
qualificação da mão-de-obra. 
- Augusto Comte (1798-1857) - Primeiro pensador positivista, para Comte, a 
humanidade (e o próprio indivíduo na sua trajetória pessoal), passa por diversos 
estágios até alcançar o estado “positivo”, que se caracteriza pela maturidade do espírito 
humano. 
- O positivismo de Comte exprime a exaltação provocada no século XIX pelo avanço da 
ciência moderna, capaz de revolucionar o mundo com uma tecnologia cada vez mais 
eficaz: “Saber é poder”. Esse entusiasmo desembocou em várias correntes de 
pensamento, dentre elas destacamos o cientificismo. 
- Segundo Comte, o método das ciências da natureza (baseado na observação, 
experimentação e matematização), deveria ser estendido a todos os campos de 
indagação e a todas as atividades humanas, inclusive a educação como veremos a 
seguir. 
- Augusto Comte estava convencido de que a educação deveria levar em conta, em cada 
indivíduo, as etapas que a humanidade percorrera: o pensamento fetichista da criança 
seria superado pela concepção metafísica, e esta, finalmente, pela positivista, no 
momento em que atingisse a idade madura. 
- O positivismo passou, então, a permear de maneira eficaz a pedagogia, ora de maneira 
explícita, ora implícita. Essa doutrina também atuou de maneira marcante no conteúdo e 
na forma de educar das escolas estatais, sobretudo, na luta a favor do ensino laico das 
ciências e contra a escola tradicional humanista religiosa. 
- No século XX, ainda permaneceu viva a influência do positivismo. Por exemplo, a 
psicologia comportamental de Watson e Skiner serviu de base a muitas teorias 
pedagógicas. No Brasil, o positivismo influenciou as medidas governamentais do início da 
República e, na década de 1970, a tentativa de implantação da escola tecnicista. 
- Johann F. Herbart (1776-1841) - Herbart trouxe grande contribuição para a pedagogia 
como ciência, buscando o maior rigor de método. Ele também é considerado o precursor 
de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia, mesmo que essa psicologia 
conservasse alguns sinais de metafísica e ainda utilizasse uma avaliação matemática de 
valor discutível, ela se tornou um avanço em relação às teorias anteriores. 
- Segundo Herbart, a conduta pedagógica deve seguir três procedimentos básicos: o 
governo, a instrução e a disciplina.* O governo - É a forma de controle da agitação infantil, levado a efeito inicialmente 
pelos pais e depois pelos mestres, a fim de submeter a criança às regras do mundo 
adulto e tornar possível o início da instrução. 
* A instrução - É o processo principal da educação, supõe o desenvolvimento dos 
interesses. Para Herbart, interesse tem um sentido bem específico de poder ativo que 
determina quais ideias e experiências receberão atenção. Herbart compreende a 
instrução como construção, o que leva a não separar a instrução intelectual da moral, já 
que uma é condição da outra. 
* A disciplina - É aquilo que mantém firme a vontade educada no propósito da virtude. 
Enquanto o governo é exterior e heterônomo, mais usado com crianças pequenas, a 
disciplina supõe a autodeterminação característica do amadurecimento moral, que leva à 
formação do caráter proposto. 
- Herbart, insatisfeito com a precária assimilação do que se ensinava nas escolas, 
afirmava que sua ineficiência se devia aos métodos mal aplicados, que em nada se 
relacionavam com os conhecimentos adquiridos na prática dos alunos, e que só geravam 
uma memorização superficial que logo era esquecida. 
- Herbart, insatisfeito com a precária assimilação do que se ensinava nas escolas, 
afirmava que sua ineficiência se devia aos métodos mal aplicados, que em nada se 
relacionavam com os conhecimentos adquiridos na prática dos alunos, e que só geravam 
uma memorização superficial que logo era esquecida. 
- O caráter de objetividade de análise, a tentativa de psicometria, o rigor dos passos 
seguidos e a sistematização são aspectos característicos do pensamento de Herbart que 
determinam a sua grande influência no pensamento pedagógico. 
- Além dos seus cinco passos formais que marcaram de maneira vigorosa o ensino 
expositivo da escola tradicional, que adquiriu um caráter de rigor por emprestar do 
método científico a indução, Herbert afirma que o caminho do raciocínio vai do concreto 
para o abstrato. 
- Para Herbert, o conhecimento é oferecido pelo mestre ao aluno, que só depois vai 
aplicá-lo na sua experiência de vida. 
- Friedrich Froebel (1782-1852) - Froebel também trouxe valiosa contribuição para a 
educação. 
- A principal contribuição pedagógica de Froebel resulta da atenção para com as crianças 
na fase anterior ao ensino elementar, ou seja, a educação da primeira infância. Foi 
pioneiro na fundação do “jardim de infância”, em alusão ao jardineiro cuidando da planta 
desde pequenina para que cresça bem, pressupondo que os primeiros anos são básicos 
para a formação humana. 
- Froebel valorizou as atividades lúdicas no trabalho com as crianças, por perceber o 
significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor, e 
inventou métodos para aperfeiçoar as habilidades. Ele estava convencido de que a 
alegria do jogo levaria a criança a aceitar o trabalho de forma mais tranquila. 
- Para estimular os impulsos criadores da atividade lúdica, Froebel inventou cuidadosos 
equipamentos, de acordo com a fase em que se encontravam as crianças. As 
construções da primeira série foram por ele chamadas de “dons”, como se fossem 
“dádivas divinas”. 
- Além dos dons, Froebel destaca as ocupações: tecelagem, dobradura, recorte e, 
também, o canto e a poesia como instrumentos importantes para facilitar, sobretudo, a 
educação moral e religiosa. 
- Embora a fundamentação teórica de sua psicologia tenha sido objeto de críticas 
severas, é inegável a influência da pedagogia de Froebel expressa na difusão dos jardins 
de infância espalhados pelo mundo. 
- Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) - Estudioso de Rousseau, Pestalozzi sempre se 
interessou pela educação elementar, especialmente das crianças pobres, e fez algumas 
tentativas educacionais inéditas e audaciosas ao trabalhar com crianças em situação 
social bem precária. Por isso, ele é considerado um dos defensores da escola popular 
extensiva a todos. 
- Pestalozzi reconhecia firmemente a função social do ensino, sem restringi-lo à 
formação do homem-gentil. Além disso, alertava que não bastava a simples instrução do 
povo, mas, sobretudo, a formação completa, pela qual o indivíduo é levado à plenitude 
do seu ser. 
- Para Pestalozzi, o indivíduo é um todo cujas partes devem ser cultivadas: a unidade 
espírito-coração-mão corresponde ao importante desenvolvimento da tríplice atividade 
conhecer-querer-agir, por meio da qual se dá o aprimoramento da inteligência, da moral 
e da técnica. Daí a importância dos métodos para a organização do trabalho manual e 
intelectual. Segundo Pestalozzi, deve-se partir sempre da vivência intuitiva, para só 
depois introduzir os conceitos. 
- Em outras palavras, o método de Pestalozzi para educar se funda em um princípio 
simples: seguir a natureza. A família constitui a base de toda a educação por ser o lugar 
do afeto e do trabalho comum. Também é positiva a experiência religiosa, contudo não 
confessional. 
EXERCÍCIO: 
Marque a alternativa que correlaciona corretamente os números com as letras. 
1 – Froebel 2 – Iluminismo 3 – Herbart 
4 – Positivismo 5 – Augusto Comte 6 – Pestalozzi 
 
A. O progresso no campo da ciência é ilimitado, sob condição de emancipar a razão de todos os entraves que a 
tradição lhe opõe. Aquilo que não se justifica à luz da razão não pode ser julgado real. 
B. Exprime a exaltação provocada no século XIX pelo avanço da ciência moderna, capaz de revolucionar o mundo 
com uma tecnologia cada vez mais eficaz: “Saber é poder”. 
C. O processo educativo deve iniciar-se desde a primeira infância. O educando deve receber cuidados e alimentação 
adequados para esse desenvolvimento se realizar num processo contínuo e propício. 
D. O processo educativo só alcança seus fins mediante a instrução, a disciplina e o governo. 
E. A dimensão social deve ocupar o primeiro lugar no processo educativo, na formação do educando, pois o objetivo 
da educação é prepará-lo para o que deve ser na sociedade. 
F. Estava convencido de que a educação deveria levar em conta, em cada indivíduo, as etapas que a humanidade 
percorrera: o pensamento fetichista da criança seria superado pela concepção metafísica, e esta, finalmente, pela 
positivista, no momento em que atingisse a idade madura. 
 1) 1C, 2A, 3D, 4B, 5F e 6E 
 2) 1D, 2A, 3F, 4B, 5C e 6E 
 3) 1A, 2B, 3D, 4F, 5E e 6C 
 4) 1D, 2A, 3F, 4E, 5B e 6C 
 
 
Aula 10 – Questões Filosóficas Atuais e Desafios à Prática Educacional. 
- Qual foi o significado da transição do pensamento moderno para o contemporâneo com 
relação à educação? 
No século XX, a filosofia contemporânea é em grande parte o resultado da crise do 
pensamento moderno do século XIX. Este pensamento entra em crise a partir das 
críticas de Hegel, que aponta para a necessidade de se levar em conta o processo 
histórico de formação da consciência, e de Marx, que questiona seus pressupostos 
idealistas. Essa ruptura já vinha se manifestando tanto com relação ao racionalismo 
quanto ao empirismo, no que se referia ao conhecimento e à ciência como modelos 
privilegiados de relação do homem com a realidade. 
No campo da educação, surge a necessidade de uma teoria educacional indissociável de 
um saber prático. A ação pedagógica deve integrar-se na experiência concreta, nos 
interesses e nas necessidades do educando, tornando-se um processo individualizado. 
Os educadores que pensam a educação concebem-na como um processo que permite ao 
educando recriar e reconstruir o conhecimento da realidade através da experimentação. 
- Em que consiste o processo educativo contemporâneo? 
O processo educativo contemporâneo é influenciado pela crise e a instabilidade às quais 
o mundo está sujeito desde o início do século XX, tanto no campo social, político e 
econômico, como também no campo da educação. 
- O importantenessa aula é compreender a fundamentação da complexidade da época 
contemporânea e analisar as ideias básicas dos educadores que marcaram o século XX e 
o início desse novo século. 
Não resta dúvida de que o século XX foi bastante rico em experiências educacionais e no 
pluralismo de teorias pedagógicas. 
Constatamos notáveis transformações tanto no campo, quanto na cidade e na 
mentalidade, de tal forma que podemos identificar a crise que a humanidade passa na 
transição do milênio. Há a constatação do envelhecimento de alguma coisa que não 
serve mais, e ao mesmo tempo o esforço no sentido de encontrar novos caminhos de 
saídas. 
A crise estando generalizada, é claro que a educação também será profundamente 
afetada. Na busca de novos caminhos, a educação passa a ter um caráter político, 
devido à importância que exerce na sociedade, sendo instrumento de transmissão da 
cultura e formação da cidadania. 
A sociedade contemporânea marcada profundamente pela mentalidade utilitarista e 
pragmática em que tudo gira em torno do que dá retorno imediato, status e poder, 
precisa com urgência encontrar soluções. 
- John Dewey (1859-1952) - John Dewey, defensor do pragmatismo, trouxe para a 
educação uma contribuição com avanços em termos de preocupação com a realidade do 
aluno, mas que ficou limitado ao conhecimento da dimensão psicológica deste, não 
conseguindo envolvê-lo num projeto maior que garantisse a transformação da mesma. 
Para Dewey o processo educativo depende essencialmente da ligação da escola ao lar e 
à comunidade que o educando faz parte. 
- O processo educativo deve integrar-se na experiência concreta, nos interesses e 
necessidades do educando, deve também se tornar processo individualizado. Nesse 
processo, as atividades manuais, práticas, assumem a mesma importância que 
desempenham na vida real. 
- O processo educativo agrupará os educandos não por idade ou nível de instrução, e 
sim, por interesses reais, por tipo psicológico ou grau de capacidade intelectual. 
- Nessa visão do processo educativo, o educador vem a ser o animador dentro de um 
processo de autoeducação. A melhor educação será aquela em que o educador menos 
intervém. Trata-se de imagem-ideal como energia ativa e criativa. 
- A verdade do conhecimento não se considera mais como função relacional objetiva da 
mente com o objeto, mas sim, com aquilo que é eficaz na prática, aquilo que serve 
efetivamente como guia e orientador da ação concreta. 
- Dewey, apoiando-se em Willian James, afirma que o essencial no processo educativo 
consiste na educação pela ação manual e intelectual, bases da própria experiência. O 
processo educativo consiste, portanto, na constante reconstrução da experiência. Mas 
essa reconstrução depende da ação responsável e consciente do educando. 
- Para cumprir essa função, o processo educativo deve evitar toda a aprendizagem 
mecânica e formal; deve evitar tudo que é rotina ou repressão, sem, no entanto cair no 
anarquismo. 
- A eficácia de todo o processo educativo depende do interesse produtivo do educando, 
que se mostra em um ambiente propício à liberdade e iniciativa. Trata-se de desenvolver 
o processo educativo dentro de um ambiente natural, onde o educando aprende a viver, 
e não num ambiente onde só se aprende informações, que só se referem à vida real de 
uma maneira oblíqua e indireta, ou que dizem respeito a um futuro remoto, que talvez o 
educando nunca venha a viver. Em outras palavras, a escola deve ser a réplica em 
miniatura da própria comunidade. 
- O processo educativo deve levar o educando a assumir, de acordo com os interesses, 
os valores culturais da comunidade, a integrar a sua experiência na experiência da 
comunidade, pois são as forças da comunidade que atuam na sua vida e com estas ele 
terá que operar. O educador deve levar o processo de tal maneira que não haja conflito 
entre esforço e interesse. 
- Concretizar o ideal da socialização do processo educativo implica na sua crescente 
individualização, com o objetivo de aproximar-se melhor do meio em que o educando 
deve desempenhar suas aptidões e capacidades. Portanto, deve fundamentar-se nas 
características individuais do educando, principal agente do processo educativo. 
- Anísio Teixeira (1900-1971) - O Pragmatismo de Dewey e a Escola Nova serão trazidos 
para o Brasil, através do educador Anísio Teixeira que foi aluno e seu admirador nos 
Estados Unidos. 
- O universo educacional de Anísio Teixeira aponta para uma íntima relação entre escola 
e sociedade, o que traz como consequência a concepção de uma escola ativa, baseada 
na ciência, na democracia e no trabalho. Se a sociedade passava por mudanças era 
preciso que a escola preparasse o novo homem, o homem moderno, para integrar-se à 
nova sociedade que deveria ser essencialmente democrática. É o fazer, através do 
método experimental, que deve definir a escola ativa e democrática. 
- Os nossos sistemas de educação abrigam eternos vícios do intelectualismo, do 
dogmatismo e de uma burocracia que impede enveredar por caminhos mais eficazes, 
portanto teóricos educadores tentaram buscar soluções para essa situação. 
- A concepção da escola nova, de um lado, resgatou a importância do sujeito da 
aprendizagem, mas de outro, acabou dando margem para chegar a uma visão intimista, 
individualista do tipo “cada um é cada um”, mas na verdade cada um é um pouco do 
outro, do grupo ao qual pertence. 
- Anísio Teixeira, sendo aluno de John Dewey nos Estados Unidos, compartilha com seu 
professor dessa nova visão de trabalhar a educação. Anísio traz e implanta a tendência 
da Escola Nova para a educação brasileira. 
- Paulo Freire (1921-1997) - Outro educador que trouxe perspectivas diferentes para a 
educação foi Paulo Freire. 
- Ele introduziu uma nova visão e apresentou uma proposta muito mais profunda do que 
Dewey, pois via na educação a possibilidade da transformação da sociedade. Acreditava 
que isto seria possível por meio da conscientização que o educando tinha de si próprio e 
dos problemas que afetam a sociedade. 
- A proposta de educação de Paulo Freire está voltada para a transformação da realidade 
não só educacional, como a social em um sentido amplo. 
- Freire parte da análise da realidade vivida pelo povo brasileiro, aposta em um processo 
educativo que reconheça os direitos das massas populares a uma educação popular; 
reconhece a urgência da democratização da cultura nacional. 
- Para Freire, o sucesso do processo educativo depende essencialmente da liberdade do 
educando. É tendo liberdade que este será motivado para uma participação crítica no 
processo educativo e, consequentemente, social. 
- A visão de Freire o leva a substituir a escola tradicional, monoliticamente estruturada, 
por outro veículo educativo mais maleável, mais participativo e baseado no diálogo: o 
círculo de cultura. 
- No círculo de cultura, o próprio educando se coloca em primeiro plano, desde a 
primeira etapa da programação do processo. Desde o início, ele é orientado pelo 
educador, que procura esclarecer e despertar sua consciência para perceber e 
compreender a realidade em que vive. 
- O processo educativo não é transmissão, tampouco doação, mas sim, participação em 
uma situação concreta desafiadora de onde brota significação para o educando. 
- A alfabetização e a conscientização são inseparáveis das situações desafiadoras e de 
relevância social e política. Todo o processo educativo deve levar à conscientização 
quanto à significação real dessas situações vividas pelo educando. É fundamental que 
ele tome consciência dos seus interesses e lute para defendê-los, em prol de um bem 
maior: a sociedade. Seguindo esse caminho, ele terá uma visão mais ampla de suas 
possibilidades de se afirmar como sujeito e não mais como objeto na história. Desta 
forma, o processo educativo levará o sujeito ase libertar do peso da exclusão e da 
expulsão da órbita de decisões que lhe foi imposto. 
- Paulo Freire conseguiu chegar até onde chegou graças à sua abertura, esperança, 
sonho. Isto se concretizou através de suas experiências e caminhada ao longo de sua 
vida, sempre disposto a aprender, pesquisador de sua prática e leitor curioso dos 
grandes filósofos e educadores. 
- Ao ser banido do Brasil no Golpe Militar, Paulo Freire levou consigo aquilo em que mais 
acreditava: suas esperanças com a educação. 
- No exílio, teve oportunidade de diálogos com outras culturas, confrontos, novas 
experiências e trocas e não restam dúvidas de que isso somado à novas leituras, 
aportou contribuições que possibilitaram enriquecer mais a sua prática e avançar saindo 
da visão escolanovista para uma visão de transformação da sociedade. 
EXERCÌCIO: 
Marque a alternativa que correlaciona corretamente os números com as letras. 
1 – Pragmatismo 2 – Pedagogia do Oprimido 3 – John Dewey 
4 – Princípios da Escola Nova 5 – Anísio Teixeira 6 – Filosofia Contemporânea 
7 – Paulo Freire 
 
A. O processo educativo depende essencialmente da ligação da escola ao lar e à comunidade de que o educando faz 
parte. O processo educativo deve integrar-se na experiência concreta, nos interesses e necessidades do educando, 
deve tornar-se processo individualizado. 
 
B. Com atuação sempre marcante desde a década de 1920, trouxe para o Brasil, a teoria da Escola Nova. 
 
C. Uma proposição é verdadeira quando “funciona”, isto é, permite que nos orientemos na realidade, levando-nos 
de uma experiência a outra. A verdade não é, desse modo, rigidamente estabelecida de uma vez por todas, mas está 
em constante movimento. 
 
D. Educador brasileiro que revolucionou a educação, e refere-se a dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos 
dominantes e a pedagogia do oprimido. 
E. É em grande parte o resultado da crise do pensamento moderno no século XIX, que entra em crise a partir das 
críticas de Hegel que aponta para a necessidade de levar em conta o processo histórico de formação da consciência e 
de Marx que questiona seus pressupostos idealistas. 
 
F. O processo educativo deve evitar toda a aprendizagem mecânica e formal; deve evitar todo que é rotina ou 
repressão, sem, no entanto cair no anarquismo. A eficácia de todo o processo educativo depende do interesse 
produtivo do educando, o qual, se mostra tão somente num ambiente propício à liberdade e iniciativa. 
 
G. Sua proposta de educação está voltada para a transformação da realidade não só educacional como a da 
sociedade. Ele parte da análise da realidade vivida pelo povo brasileiro, aposta num processo educativo que 
reconheça os direitos das massas populares a uma educação popular; reconhece a urgência da democratização da 
cultura nacional. 
 
 1) 1G, 2F, 3B, 4C, 5A, 6E, 7D 
 2) 1C, 2G, 3B, 4E, 5A, 6F, 7D 
 3) 1C, 2F, 3D, 4A, 5B, 6E, 7G 
 4) 1C, 2G, 3A, 4F, 5B, 6E, 7D

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