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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA TEOREMA DO VALOR MÉDIO Disciplina: Cálculo I (105131) Professor: Ricardo Nobre dos Santos Aluno(a): Luíza de Jesus Meneses Turma: T3 Data: 15/07/2011 SÃO CRISTÓVÃO 2011 � Ponto crítico Dada uma função f definida em um intervalo [a,b] e seja c ∈ (a,b), dizemos que c é um número crítico ou ponto crítico para f quando f '(c) = 0 ou f '(c) não existe. O ponto crítico pode ser um máximo, mínimo ou ponto de inflexão. A partir do sinal da segunda derivada da função nestes pontos, pode-se diferenciá-los entre si: (i) Ponto máximo se f ''(c) < 0; (ii) Ponto mínimo se f ''(c) > 0; (iii) Nada se pode afirmar se f ''(c) = 0. Exemplo: f (x) = x², definida sobre [–1,2], possui x = 0 como ponto crítico, pois f '(0) = 0. � Ponto de máximo e ponto de mínimo � Local Uma função f tem um máximo local (ou máximo relativo) em c se f (c) ≥ f (x) quando x estiver nas proximidades de c. [Isso significa que f (c) ≥ f (x) para todo x em algum intervalo aberto contendo c.] Analogamente, f tem um mínimo local em c se f (c) ≤ f (x) quando x estiver próximo de c. Figura 1 Gráfico da função f (x) = x² definida sobre [–1,2]. Figura 2 Gráfico de uma função f contendo máximo local em x = a e mínimo local em x = b. Sendo o gráfico a seguir de uma função qualquer, tem-se que: x1 = abscissa de um ponto de máximo local x2 = abscissa de um ponto de mínimo local x3 = abscissa de um ponto de máximo local As retas tangentes r1, r2 e r3 nos pontos de abscissas x1, x2 e x3, respectivamente, são paralelas ao eixo x, logo, a derivada de f anula-se para x1, x2 e x3, ou seja: f '(x1) = f '(x2) = f '(x3) = 0 ▫ Teste da segunda derivada para extremos relativos Seja a função f diferenciável no intervalo aberto I e suponha que c seja um ponto em I, tal que f '(c) = 0 e f ''(c) exista: (i) Se f ''(c) > 0, então f possui um mínimo relativo em c, pois a função possui concavidade para cima na vizinhança de c; (ii) Se f ''(c) < 0, então f possui um máximo relativo em c, pois a função possui concavidade para baixo na vizinhança de c. Exemplo 1: A função parabólica definida por f (x) = x² sobre o intervalo [–1,2], possui dois pontos de máximo local, que ocorrem quando x = –1 e x = 2, mas o ponto em que x = 2 é um ponto de máximo para f. Exemplo 2: A função f (x) = 3�� – 12x² tem um máximo relativo em c1 = 0, pois existe o intervalo (–2,2) tal que f (0) ≥ f (x) para todo x ∈ (–2,2). Em c2 = –√2 e c3 = +√2, a função dada tem mínimos relativos, pois, f (–√2) ≤ f (x) para todo x ∈ (–2,0) e f (√2) ≤ f (x) para todo x ∈ (0,2), conforme a figura seguinte. Figura 3 Representação gráfica de máximos e mínimos locais. Figura 4 Gráfico de f (x) = x² sobre o intervalo [–1,2]. � Global Uma função f tem máximo absoluto (ou máximo global) em c se f (c) ≥ f (x) para todo x em D, onde D é o domínio de f. O número f (c) é chamado valor máximo de f em D. Analogamente, f tem um mínimo absoluto em c se f (c) ≤ f (x) para todo x em D, e o número f (c) é denominado valor mínimo de f em D. Os valores máximo e mínimo de f são chamados valores extremos de f. Em geral, não se pode garantir a existência de tais máximos e mínimos, mesmo para funções reais contínuas limitadas. No entanto, é possível mostrar que toda função real definida num compacto assume tanto um máximo como um mínimo. Exemplo: A parábola definida por f (x) = 1 – x² sobre o intervalo [–1,1], possui um ponto de máximo global em x = 0 e o valor máximo de f é f (0) = 1. Possui também dois pontos de mínimo global, que ocorrem em x = –1 e x = 1 e o valor mínimo global de f é f (–1) = f (1) = 0. * Observações: 1ª - Uma função poderá não ter pontos de máximo nem pontos de mínimo sobre o seu domínio. Um exemplo é a função identidade f (x) = x definida sobre (–1,2). Os extremos só poderiam ocorrer nas extremidades do intervalo (–1,2), x = –1 ou x = 2, mas tais pontos não pertencem ao domínio de f. Figura 5 Gráfico da função f (x) = 3�� – 12� . Figura 6 Gráfico da função f (x) = 1 – x² sobre o intervalo [–1,1]. 2ª - Uma função poderá ter infinitos pontos de máximo e também infinitos pontos de mínimo sobre o seu domínio. Por exemplo, a função f (x) = cos(x) definida sobre toda a reta real. 3ª - Se f é uma função diferenciável num intervalo aberto I e c é um ponto de máximo ou de mínimo relativo, então f '(c) = 0. Porém, se I não for aberto, a sentença anterior pode não ser verdadeira. Como exemplo, temos a função f (x) = x definida em [1,2]. Os pontos a = 1 e x1 = 2 são, respectivamente, pontos de mínimo e de máximo e a derivada de f não se anula nesses pontos. � Teorema do valor extremo Se uma função f for contínua em um intervalo fechado [a,b], então f assume um valor máximo absoluto f (c) e um valor mínimo absoluto f (d) em algum número c e d em [a,b]. Os valores máximo e mínimo de uma função são denominados extremos da função e os pontos de máximo e de mínimo da função são denominados pontos de extremos da função. Figura 9 Representação gráfica do Teorema do valor extremo. Figura 7 Gráfico da função identidade f (x) = x definida sobre (–1,2). Figura 8 Gráfico da função f (x) = cos(x). Exemplo: Seja uma função f = f (x), cujo gráfico está representado na figura abaixo. Os valores extremos são f (a), f (b), f (c), f (d) e f (e). Os pontos extremos são os pares ordenados (a, f (a)), (b, f (b)), (c, f (c)), (d, f (d)) e (e, f (e)). � Teorema de Rolle × Teorema do valor médio � Teorema de Rolle Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipóteses: 1. f é contínua no intervalo fechado [a,b] 2. f é diferenciável no intervalo aberto (a,b) 3. f (a) = f (b) Então existe um número c em (a,b) tal que f '(c) = 0. � Teorema do valor médio Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipóteses: 1. f é contínua no intervalo fechado [a,b] 2. f é diferenciável no intervalo aberto (a,b) Então existe um número c em (a,b) tal que f '(c) = �� � �� ��� Figura 10 Gráfico da função f = f (x) mostrando os valores extremos e os pontos extremos da função. Figura 11 Representação gráfica do Teorema do valor médio. Em geral, o Teorema do valor médio pode ser interpretado como se existisse um número no qual a taxa de troca instantânea seja igual à taxa de troca média ao longo de um intervalo. O Teorema do valor médio é uma generalização do Teorema de Rolle. Aplicando-se o primeiro, chega-se ao segundo em poucas linhas. Comumente, nos livros de cálculo, é utilizado o Teorema de Rolle para provar o Teorema do Valor médio (o contrário também pode ser feito) e o Teorema do valor extremo para provar de o Teorema de Rolle, tratando o caso de f (x) ser constante separadamente do caso de f (x) ser uma função qualquer. * Observação: Todos os teoremas citados acima são exemplos do que é chamado teorema da existência, já que eles garantem que existe um número com uma certa propriedade, mas não mostram como encontrá-lo. � Consequências do Teorema do valor médio A primeira consequência é a recíproca do fato trivial de que a derivada deuma função constante é igual a zero, ou seja, se a derivada de uma função é zero, a função é constante. Isto é mostrado no Corolário 1 a seguir. Nesse corolário e nos seguintes, consideramos f e g contínuas no intervalo fechado [a,b] e deriváveis em (a,b). � Corolário 1 (Funções com derivada zero) Se f '(x) = 0 em (a,b), então f é uma função constante em [a,b], isto é, existe um número real K, tal que, f (x) = K, qualquer que seja o ponto x de [a,b]. Demonstração: Seja x ∈ (a,b]. Apliquemos o Teorema do valor médio em [a,x]. Então existe c ∈ (a,x), tal que: f (x) - f (a) = f '(c)(x – a) Como f '(x) = 0 em (a,b), tem-se f '(c) = 0. Assim, f (x) = f (a), para todo x em (a,b]. Porém, obviamente, esta igualdade vale para todo x em [a,b]. Assim, f é constante em [a,b]. � Corolário 2 (Funções com derivadas iguais) Suponha que f '(x) = g'(x) para todo x no intervalo (a,b). Então f e g diferem por uma constante, isto é, existe um número real K, tal que: f (x) = g(x) + K, para todo x em [a,b]. Demonstração: Considere a função h(x) = f (x) – g(x). Então h'(x) = f '(x) – g'(x) = 0, para todo x em (a,b). Logo, pelo Corolário 1, h(x) = K para todo x em [a,b] e alguma constante K real, ou seja: f (x) – g(x) = K, que é equivalente a f (x) = g(x) + K Exemplo: Suponha que f '(x) = K em um intervalo [a,b] com K real. Prove que f é uma reta. Solução: Seja g(x) = Kx + b. Então, g'(x) = K. Logo, f e g diferem por uma constante, ou seja, f (x) = g(x) + c, onde c é real. Assim: f (x) = Kx + b + c = Kx + d, onde d = b + c. Logo, f é uma reta. � Corolário 3 (Funções crescentes e decrescentes) (i) Se f '(x) > 0 para todo x em [a,b], então f é uma função crescente em [a,b]; (ii) Se f '(x) < 0 para todo x em [a,b], então f é uma função decrescente em [a,b]. Demonstração de (i) (ii é análogo): Sejam m e n pontos de [a,b], tais que m < n. Aplicamos o Teorema do valor médio no intervalo [m,n]. Como este intervalo está contido em [a,b], as hipóteses do Teorema do valor médio continuam válidas em [m,n]. Assim, existe um ponto c em (m,n) tal que: f (n) – f (m) = f '(c)(n – m) Como, por hipótese, f '(c) > 0 e (n – m) > 0, segue que: f (n) – f (m) > 0, isto é, f (m) < f (n) Como m e n são pontos quaisquer em [a,b], segue que f é uma função crescente em [a,b]. REFERÊNCIAS STEWART, J. Cálculo, volume I. 5ª edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. ISBN 85-221-0479-4. SANTOS, A. R. e BIANCHINI, W. 2002. Aprendendo Cálculo com Maple - Cálculo de uma variável. Disponível em http://www.im.ufrj.br/dmm/projeto/calculo1/calculo1pdf/capitulo_17.pdf - Acesso em 10/07/2011. Wikipédia, a enciclopédia livre. Pontos extremos de uma função. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontos_extremos_de_uma_fun%C3%A7%C3%A3o - Acesso em 10/07/2011. Wikipédia, a enciclopédia livre. Teorema do valor médio. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema_do_valor_m%C3%A9dio – Acesso em 10/07/2011. Matemática essencial - Ensino fundamental, médio e superior. Ensino Superior: Cálculo: Máximos e Mínimos: Conceitos básicos. Disponível em http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/superior/maxmin/mm01.htm - Acesso em 10/07/2011. Matemática essencial – Ensino fundamental, médio e superior. Ensino Superior: Cálculo: Máximos e Mínimos: Teste da primeira derivada. Disponível em http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/superior/maxmin/mm02.htm - Acesso em 10/07/2011. CATTAI, A. P. 2009. Análise Real. Disponível em http://cattai.mat.br/site/files/AnaliseReal/AnaliseReal_cattai_uneb.pdf - Acesso em 10/07/2011. SANTOS, A. G. Cálculo A – Teorema de Rolle e Aplicações. Disponível em http://pt.scribd.com/doc/25852159/Teorema-de-Rolle-e-aplicacoes-por-Andre-Gustavo - Acesso em 10/07/2011. DOMINGUEZ, G. L. 2009. Estudo da variação das funções. Disponível em http://www.calculo1.ufba.br/lista-ca/varfun.pdf - Acesso em 12/07/2011. Derivadas e suas aplicações. Máximos e mínimos. Disponível em http://pt.scribd.com/doc/51421881/35/%E2%80%93-Minimo-absoluto#page=48 – Acesso em 10/07/2011. Tio Sam. Teorema de Rolle. Disponível em http://www.tiosam.org/enciclopedia/index.asp?q=Teorema_de_Rolle – Acesso em 10/07/2011. Colégio WEB. Máximos ou Mínimos Relativos. Disponível em http://www.colegioweb.com.br/matematica/maximos-ou-minimos-relativos.html - Acesso em 10/07/2011. O Teorema do valor médio - Máximos e mínimos. Disponível em http://www.icmc.usp.br/~pztaboas/nocte/node16.html - Acesso em 10/07/2011.
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