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Matéria p2 Civil

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Matéria p2 Civil
Elementos acidentais do negócio jurídico
1. Condição
	Condição é um elemento acidental do negócio jurídico, ou seja, é facultativo e pode ser posta pelas partes. Orlando Gomes, a condição é “a disposição acessória que subordina a eficácia a eficácia, total ou parcial, do negócio jurídico a evento futuro e incerto” e da sua ocorrência depende o nascimento ou a extinção de um direito. Em suma, para Espínola Filho, “condição é a cláusula, derivada exclusivamente da vontade dos declarantes, que subordina a eficácia ou a resolução do ato jurídico ao acontecimento futuro e incerto.” 
Elementos
Os elementos da condição são: voluntariedade, acontecimento futuro e incerto e possibilidade. 
voluntariedade: as partes do negócio jurídico devem querer e determinar o evento, elas devem querer que haja uma condição. Caso a eficácia do negócio jurídico for subordinada por determinação de lei (ex.: morte para a eficácia de um testamento), não haverá condição, mas , sim, conditio iuris;
evento/acontecimento futuro e incerto: sobre a futuridade, o evento deve ser dotado de futuridade, ou seja, deve acontecer no futuro; sobre a incerteza, o evento deve ser incerto, podendo verificar-se ou não, a incerteza não deve existir somente na mente da pessoa, deve ser incerteza para todos e não só para o declarante. Há de ser, portanto, objetiva;
possibilidade: o evento, além de futuro e incerto, deve ser possível jurídica e fisicamente.
É importante ressaltar que alguns negócios jurídicos não admitem condições e recebem a denominação de “atos puros” que são, resumidamente: o negócios jurídicos que, por sua função, inadmitem incerteza; os atos jurídicos em senso estrito; os atos jurídicos de família; os atos referentes ao exercício dos direitos personalíssimos. 
Classificação das condições
condição resolutiva: os efeitos do negócio jurídico se verificam desde a sua conclusão e se cessam se sobrevier o evento futuro incerto;
condição suspensiva: os efeitos do negócio jurídico vão se verificar posteriormente a ocorrência do evento futuro incerto;
condição puramente potestativa: é considerada ilícita, pois sujeitam todo o efeito do ato “ao puro arbítrio de uma das partes”, sem a influencia de qualquer valor externo; “se eu quiser”;
condição meramente potestativa: são admitidas pois não dependem só da manifestação de vontade de uma das partes como também algum acontecimento ou circunstancia exterior que escapa ao seu controle;
condição mista: depende simultaneamente da vontade de uma das partes e da vontade e um terceiro.
2. Termo
	É o dia ou momento em que começa ou se extingue uma eficácia do negócio jurídico, tendo como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano. Ele subordina o exercício do direito. Art. 131: O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.”
	O termo sempre é evento futuro certo, ou seja, é dotado de certeza; sendo o termo dotado de certeza, inexiste estado de dependência. Determinados negócios, porém, não admitem termo, como a aceitação ou renúncia de herança, a adoção, a emancipação, o reconhecimento de um filho, o casamento. E também não é aceito sempre que seja incompatível com a natureza do direito a que visa, como os de personalidade, os de família e os que, de modo geral, reclamam execução imediata. 
2.1 Espécies
	O termo pode ser de várias espécies, são elas:
termo convencional: é a cláusula contratual que subordina a eficácia do negocio a evento futuro e certo, é o aposto no contrato pela vontade das partes;
termo de direito: é o que decorre da lei;
termo de graça: é a prorrogação de prazo concedida ao devedor;
termo certo: é o que se reporta a determinada data do calendário ou a determinado lapso de tempo;
termo incerto: é o termo que, embora certo de sua ocorrência, é incerto quanto a sua data, ex.: morte – a morte é certa, mas não se sabe quando ela ocorrerá;
termo inicial: é o dia a partir do qual se pode exercer o direito
termo final: é o dia no qual termina a produção de efeitos do negócio jurídico;
4. Encargo
	É específico dos negócios jurídicos gratuitos. É restrição verificada no exercício do direito. Trata-se de cláusula acessória às liberalidades pela qual se impõe uma obrigação ao beneficiário. É admissível também em declarações unilaterais de recompensa. [1: Não pode ser aposta em negócio jurídico oneroso, pois se equivaleria a uma contraprestação.]
	A característica mais marcante é sua obrigatoriedade, podendo o seu cumprimento ser exigido por meio de ação cominatória. Art. 136: O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.” Se o encargo não for cumprido, a liberalidade poderá ser revogada.
	Obs.: O encargo difere da condição suspensiva porque esta impede a aquisição do direito, enquanto aquele não suspende a aquisição nem o exercício do direito. A condição suspensiva é imposta com o emprego da partícula “se”, e o encargo com expressões “para que”, “com a obrigação de”, etc. A condição é suspensiva, mas não coercitiva. Ninguém pode ser obrigado a cumprir uma condição. O encargo é coercitivo e não suspensivo. O encargo é coercitivo e não suspensivo. 
	Obs.’: Difere também da condição resolutiva , porque não conduz, por si, à revogação do ato. O instituidor do beneficio poderá ou não propor a ação revocatória.
Defeitos do negócio jurídico
1.Erro
	O erro consiste em uma falsa representação da realidade, nessa modalidade de vício de consentimento o agente engana-se sozinho.
1.1. Espécies
	Não é qualquer erro que torna anulável o negócio jurídico. Para tanto, segundo a doutrina, ele deve ser substancial, escusável e real.
1.2 erro substancial: ou essencial é o que recai sobre circunstancias e aspectos relevantes do negócio. Há de ser a causa determinante, ou seja, se conhecida a realidade o negócio não seria celebrado. E pode ser, de acordo com art.139:
erro sobre a natureza do negócio: o erro que interessa à natureza do negócio é aquele em que uma das partes manifesta a sua vontade pretendendo e supondo celebrar determinado negócio jurídico e, na verdade, realiza outro diferente, ex.: quer alugar e escreve vender. É erro sobre a categoria jurídica. Nessa espécie de erro ocorre divergência quanto à espécie de negocio, no que cada um manifestou;
erro sobre o objeto principal da declaração: é o que incide sobre a identidade do objeto. A manifestação da vontade recai sobre o objeto diverso daquele que o agente tinha em mente, ex.: o comprador, que acredita que está a adquirir um que terreno que supõe valorizado, pois situado em uma rua importante, mas que, na verdade, tem pouco valor, porque localizado em rua do mesmo nome, porém em vilarejo pequeno;
erro sobre alguma das qualidades essências do objeto principal: ocorre quando o motivo determinante do negócio é a suposição de que o objeto possui determinada qualidade que, posteriormente, se verifica não existir. Neste caso, o erro não recai sobre a identidade do objeto, que é o mesmo que se encontrava no pensamento do agente. Todavia, não tem as qualidade que este reputava essenciais e que influíram em sua decisão de realizar o negócio, ex.: comprar um anel de latão achando que é de ouro;
erro quanto à identidade ou à qualidade da pessoa a quem se refere a declaração de vontade: pode referir-se tanto à identidade quanto às qualidades da pessoa. Exige-se, no entanto, para ser in, invalidante, que tenha influído na declaração de vontade “de modo relevante”, ex.: doação ou deixa testamentária a pessoa que o doador supõe, equivocadamente, ser um filho natural. Essa modalidade de erro pode ocorrer em relação ao destinatário da manifestação da vontade como também ao beneficiário;
erro de direito: é o falso conhecimento, ignorância ou interpretação errônea da norma jurídica aplicável à situação concreta.
1.3 Erro escusável: é o erro justificável, desculpável. Art.138: “São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontadeemanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.” Adotou, assim, o critério de comparar a conduta do agente com a da média das pessoas, ou seja, verificar se qualquer pessoa cometeria o erro se estivesse nas mesmas circunstâncias;
1.4 erro real: o erro, para invalidar o negócio jurídico, deve ser também real, isto é, efetivo, causador de prejuízo concreto para o interessado.
2. Dolo
	É o artifício ou expediente astucioso, empregado para induzir alguém à prática de um ato que o prejudica, e aproveita ao autor do dolo ou a terceiro. Consiste em sugestões ou manobras maliciosamente levadas a efeito por uma parte, a fim de conseguir da outra uma emissão de vontade que lhe traga proveito, ou a terceiro. É a má apreciação da realidade induzida, o equívoco é provocado por outrem. A vítima participa diretamente do negócio, mas somente a outra conhece a maquinação e age de má fé. O dolo acarreta na anulabilidade apenas.
2.1 Espécies
dolus bonus: é o dolo tolerável, destituído de gravidade suficiente para viciar a manifestação de vontade, não torna anulável o negócio jurídico;
dolus malus: é o revestido de gravidade, exercido com o propóstio de lidibriar e de prejudicar, pode consistir em atos, palavras e até mesmo no silêncio maldoso;
dolo principal: é o único que vicia o negócio jurídico. Configura-se quando o negócio jurídico é realizado somente porque houve induzimento malicioso de uma das partes. Não fosse o convencimento astucioso e a manobra insidiosa, a avença não se teria concretizado;
dolo acidental: é “quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.”
dolo comissivo e dolo comissivo: art. 147: “Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria realizado.”
dolo de terceiro: o dolo pode ser proveniente de outro contratante ou de terceiro, estranho ao negócio. O dolo do estranho vicia o negócio, se, sendo principal, era conhecido de uma das partes, e esta não advertiu a outra, porque, neste caso, aceitou a maquinação, dela se tornou cúmplice, e responde por má fé;
dolo bilateral: ambas as partes agem com dolo.
2.2 Elementos do dolo principal
	Para que o dolo constitua vício do consentimento é necessário que haja intenção de induzir o declarante a realizar tal negócio jurídico; que os artifícios fraudulentos sejam graves; sejam a causa determinante da declaração de vontade; procedam do outro contratante, ou sejam deste conhecidos, se procedentes de terceiro. 
3. Coação
	É toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para força-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. A coação é o vício mais grave e profundo que pode afetar o negócio jurídico. 
3.1 Espécies 
coação absoluta ou física: incorre qualquer consentimento ou manifestação da vontade. A vantagem pretendida pelo coator é obtida mediante o emprego de força física. A doutrina se divide, alguns autores consideram o negócio nulo e outros o consideram inexistente;
coação relativa ou moral (psicológica): torna anulável o negócio jurídico; nesta, deixa-se uma opção ou escolha à vitima: praticar o ato exigido pelo coator ou correr os riscos da ameaça feita por ele;
coação principal: causa determinante do negócio; constitui causa de anulação do negócio jurídico;
coação acidental: influenciaria apenas as condições da avença, ou seja sem o negócio assim mesmo se realizaria, mas e, condições menos desfavoráveis à vítima; somente obriga o ressarcimento do prejuízo.
3.2 Requisitos
	Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
	A ameaça para configurar coação deve:
ser causa determinante do ato: deve haver uma relação de causalidade entre a coação e o ato extorquido, ou seja, o negócio deve ter sido realizado somente por ter havido grave ameaça ou violência, que provocou na vítima fundado receio de dano à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Sem ela, o negócio não se teria concretizado;
ser grave: deve ser de tal intensidade que efetivamente incuta na vítima um fundado temor de dano a bem que considera relevante. Esse dano pode ser moral ou patrimonial;[2: Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. Analisa-se pois o caso concreto.]
ser injusta: ilícita, contrária ao direito, ou abusiva;
dizer respeito a dano atual ou iminente: não significa que a ameaça deva realizar-se imediatamente; basta que provoque, desde logo, no espírito da vítima, um temor de intensidade suficiente para conduzi-la a realizar o ato;
constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima ou a pessoas de sua família.
4. Fraude contra credores
	É um vício social. A fraude contra credores não conduz um descompasso entre o íntimo querer do agente e a sua declaração. A vontade manifestada corresponde exatamente ao seu desejo. Mas é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros, ou seja, credores. E só se configura com a figura do devedor insolvente – ou em vias de se tornar – e credor quirografário.
	A regulamentação jurídica desse instituto assenta-se no princípio do direito das obrigações segundo o qual o patrimônio do devedor responde por suas obrigações.
	O patrimônio do devedor constitui a garantia geral dos credores. Se ele o desfalca maliciosa e substancialmente, a ponto de não garantir mais o pagamento de todas a suas dívidas, tornando-se assim insolvente, com o seu passivo superando o ativo, configura-se a fraude contra credores. Esta só se caracteriza, porém, se o devedor já for insolvente, ou tornar-se insolvente em razão do desfalque patrimonial promovido. Se for solvente, isto é, se o seu patrimônio bastar, com sobra, para o pagamento de suas dívidas, ampla é a sua liberdade de dispor de seus bens.
	Fraude contra credores é, portanto, todo ato suscetível de diminuir ou onerar seu patrimônio, reduzindo ou eliminando a garantia que este representa para pagamento de suas dívidas, praticado por devedor insolvente, ou oi por ele reduzido à insolvência.
4.1 Elementos
	Dois elementos compõem o conceito de fraude contra credores: o objetivo, ou seja, a própria insolvência, que constitui o ato prejudicial ao credor; e o subjetivo, que é a má fé do devedor, a consciência de prejudicar terceiros. 
4.2 Ação pauliana ou revocatória
	A ação anulatória do negocio jurídico celebrado em fraude contra os credores é chamada de pauliana ou revocatória. É a ação pela qual os credores impugnam os atos fraudulentos de seu devedor. O autor tem o ônus de provar nas transmissões onerosas a insolvência e a má-fé. Por definição, a ação pauliana visa a prevenir lesão ao direito dos credores causada pelos atos que têm por efeito a subtração da garantia geral, que lhes fornecem os bens do devedor, tornando-o insolvente. 
	A ação pauliana tem natureza desconstitutiva do negócio jurídico. Julgada procedente, anula-se o negócio fraudulento lesivo aos credores, determinando-se o retorno do bem, sorrateira e maliciosamente alienado, ao patrimônio do devedor.

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