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*
Textos de opinião no jornal
Prof.ª Me. Denise S. Oliveira
07/10/2016
*
	
Artigo de opinião
Gênero discursivo claramente argumentativo.
Objetivo: expressar o ponto de vista do autor
Questão relevante: em termos sociais, políticos, culturais, etc. 
Justificativas de posições arroladas pelo autor para convencer os leitores. 
Validade da análise que faz.
*
	Como jornais e revistas destinam a maior parte de seu espaço para textos informativos, é importante que haja alguns textos em que as notícias mais relevantes possam ser analisadas. É essa a principal função dos artigos de opinião.
	O leitor encontra, nesses textos, um espaço de reflexão mais detalhada que, por vezes, o auxilia a compreender melhor o mundo em que vive, pode servir de base para formar sua própria opinião, ou, ainda, confirma uma posição que já tem sobre determinado fato ou questão.
*
a) Traz uma questão polêmica relevante e atual.
c) Explicita sua posição diante dessa questão.
d) Apresenta argumentos para convencer o leitor.
e) Discute opiniões contrárias.
f) Utiliza expressões que introduzem argumentos e evidenciam sua posição.
g) Apresenta conclusão reforçando a posição assumida.
b) Apresentar o senso comum sobre o assunto.
Estrutura
*
Foto de Sebastião Salgado
*
Baleias não me emocionam
	Hoje quero falar de gente e bichos. De notícias que frequentemente aparecem sobre baleias encalhadas e pinguins perdidos em alguma praia. Não sei se me aborrece ou me inquieta ver tantas pessoas acorrendo, torcendo, chorando, porque uma baleia morre encalhada. Mas certamente não me emociona.
Leia o texto de Lya Luft e encontre as partes que compõem um artigo de opinião.
*
	Sei que não vão me achar muito simpática, mas eu não sou sempre simpática. Aliás, se não gosto de grosseria nem de vulgaridade, também desconfio dos eternos bonzinhos, dos politicamente corretos, dos sempre sorridentes ou gentis. Prefiro o olho no olho, a clareza e a sinceridade – desde que não machuque só pelo prazer de magoar ou por ressentimento.
	Não gosto de ver bicho sofrendo: sempre curti animais, fui criada com eles. Na casa onde nasci e cresci, tive até uma coruja, chamada, sabe Deus por quê, Sebastião. Era branca, enorme, com aqueles olhos que reviravam. Fugiu da gaiola especialmente construída para ela, quase do tamanho de um pequeno quarto, e por muitos dias eu a procurei no topo das árvores, doída de saudade.
*
	Na ilha improvável que havia no mínimo lago do jardim que se estendia atrás da casa, viveu a certa altura da minha infância um casal de veadinhos, dos quais um também fugiu. O outro morreu pouco depois. Segundo o jardineiro, morreu de saudade do fujão – minha primeira visão infantil de um amor romeu-e-julieta. Tive uma gata chamada Adelaide, nome da personagem sofredora de uma novela de rádio que fazia suspirar minha avó, e que meu irmão pequeno matou (a gata), nunca entendi como – uma das primeiras tragédias de que tive conhecimento. De modo que animais fazem parte de minha história, com muitas aventuras, divertimento e alguma emoção.
	Mas voltemos às baleias encalhadas: pessoas torcem as mãos, chegam máquinas variadas para içar os bichos, aplicam-se lençóis molhados, abrem-se manchetes em jornais e as televisões mostram tudo em horário nobre. O público, presente ou em casa, acompanha como se fosse alguém da família e, quando o fim chega, é lamentado quase com pêsames e oração.
*
	Confesso que não consigo me comover da mesma forma: pouca sensibilidade, uma alma de gelos nórdicos, quem sabe? Mesmo os que não me apreciam, não creiam nisso. Não é que eu ache que sofrimento de animal não valha a pena, a solidariedade, o dinheiro. Mas eu preferia que tudo isso fosse gasto com eles depois de não haver mais crianças enfiando a cara no vidro de meu carro para pedir trocados, adultos famintos dormindo em bancos de praça, famílias morando embaixo de pontes ou adolescentes morrendo drogados nas calçadas.
	Tenho certeza de que um mendigo morto na beira da praia causaria menos comoção do que uma baleia. Nenhum Greenpeace defensor de seres humanos se moveria. Nenhuma manchete seria estampada. Uma ambulância talvez levasse horas para chegar, o corpo coberto por um jornal, quem sabe uma vela acesa. Curiosidade, rostos virados, um sentimentozinho de culpa, possivelmente irritação: cadê as autoridades, ninguém toma providência?
*
	Diante de um morto humano, ou de um candidato a morto na calçada, a gente se protege com uma armadura. De modo que (perdão) vejo sem entusiasmo as campanhas em favor dos animais – pelo menos enquanto se deletarem tão facilmente homens e mulheres.
*
Foto de Sebastião Salgado
*
Foto de Sebastião Salgado
*
Baleias não me emocionam
	Hoje quero falar de gente e bichos. De notícias que frequentemente aparecem sobre baleias encalhadas e pinguins perdidos em alguma praia. Não sei se me aborrece ou me inquieta ver tantas pessoas acorrendo, torcendo, chorando, porque uma baleia morre encalhada. Mas certamente não me emociona.
1º parágrafo: questão polêmica
(apresentação do senso comum e opinião da autora)
*
	Sei que não vão me achar muito simpática, mas eu não sou sempre simpática. Aliás, se não gosto de grosseria nem de vulgaridade, também desconfio dos eternos bonzinhos, dos politicamente corretos, dos sempre sorridentes ou gentis. Prefiro o olho no olho, a clareza e a sinceridade – desde que não machuque só pelo prazer de magoar ou por ressentimento.
	Não gosto de ver bicho sofrendo: sempre curti animais, fui criada com eles. Na casa onde nasci e cresci, tive até uma coruja, chamada, sabe Deus por quê, Sebastião. Era branca, enorme, com aqueles olhos que reviravam. Fugiu da gaiola especialmente construída para ela, quase do tamanho de um pequeno quarto, e por muitos dias eu a procurei no topo das árvores, doída de saudade.
2º e 3º parágrafos: a autora defende sua opinião justificando seu ponto de vista
*
	Na ilha improvável que havia no mínimo lago do jardim que se estendia atrás da casa, viveu a certa altura da minha infância um casal de veadinhos, dos quais um também fugiu. O outro morreu pouco depois. Segundo o jardineiro, morreu de saudade do fujão – minha primeira visão infantil de um amor romeu-e-julieta. Tive uma gata chamada Adelaide, nome da personagem sofredora de uma novela de rádio que fazia suspirar minha avó, e que meu irmão pequeno matou (a gata), nunca entendi como – uma das primeiras tragédias de que tive conhecimento. De modo que animais fazem parte de minha história, com muitas aventuras, divertimento e alguma emoção.
4 º parágrafo: defende sua opinião justificando seu ponto de vista
*
	Mas voltemos às baleias encalhadas: pessoas torcem as mãos, chegam máquinas variadas para içar os bichos, aplicam-se lençóis molhados, abrem-se manchetes em jornais e as televisões mostram tudo em horário nobre. O público, presente ou em casa, acompanha como se fosse alguém da família e, quando o fim chega, é lamentado quase com pêsames e oração.
	Confesso que não consigo me comover da mesma forma: pouca sensibilidade, uma alma de gelos nórdicos, quem sabe? Mesmo os que não me apreciam, não creiam nisso. Não é que eu ache que sofrimento de animal não valha a pena, a solidariedade, o dinheiro. Mas eu preferia que tudo isso fosse gasto com eles depois de não haver mais crianças enfiando a cara no vidro de meu carro para pedir trocados, adultos famintos dormindo em bancos de praça, famílias morando embaixo de pontes ou adolescentes morrendo drogados nas calçadas.
5º parágrafo: retoma a questão polêmica e mostra a opinião de outros
6º parágrafo: defende sua opinião
*
Cartas publicadas sobre o artigo na edição de 01/09/2004 da Revista Veja 
	
	Num tempo em que a hipocrisia e a mídia, de mãos dadas, ditam nosso modo de agir e pensar, fico muito feliz ao ler o último artigo de Lya Luft ("Baleias não me emocionam", Ponto de vista, 25 de agosto). Nós nos sensibilizamos com aquilo que nãonos causa esforço. 
	Como nos sensibilizar com um mendigo na calçada quando poderíamos tê-lo auxiliado? Melhor pensar nas baleias, coitadinhas. Como também são coitadinhos aqueles que passam fome na África, nunca os famintos de nossas ruas. Passo, a partir de hoje, a ler seus textos com outros olhos. A senhora ganhou meu respeito e minha admiração. Gilberto Nunes
	Estou decepcionada com o Ponto de vista escrito por Lya Luft. Não esperava um texto tão frio de uma escritora que havia demonstrado tanta sensibilidade anteriormente. Sou defensora dos animais e acredito que os seres humanos têm uma idéia terrivelmente equivocada de que são prioridade na Terra. Somos apenas elementos que compõem a vida no planeta. Acredito que a humanidade é responsável pelas maiores tragédias do nosso planeta, desde baleias encalhadas até a miséria brasileira de todos os dias.
Frida Frick
Carta do leitor
*
AS FORMAS COMPOSICIONAIS DA CRÔNICA 
O caráter episódico 
Os episódios casuais do cotidiano vivido por seres comuns é que se tornam os heróis do gênero.
 O lirismo
Modo como o cronista exprime seu jeito pessoal de ver as coisas. 
Crônica jornalística
*
Caráter episódico e lírico
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; (...)
 
(trecho da crônica O amor acaba. Paulo Mendes Campos. In: O amor acaba. Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro, 1999, pág. 21) 
*
O poema-crônica
POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no
morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu		
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
		
(In: Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993.)
*
INTERTEXTUALIDADE
*
Intertextualidade – esse palavrão...
	“(...) todo o texto é absorção e transformação de outro texto. (...) a linguagem poética se lê, pelo menos como dupla.” (KRISTEVA in CARVALHAL, 1992, p. 50.)
“(...) não é possível ler senão comparativamente (ou seja, racionalmente) (...) não se trata tanto da opção entre comprar e não comparar... Não há de fato como não comparar. Toda leitura é ativação, partilha e ‘cooperação interpretativa’(...).” (BUESCU, 2001, p. 23.)
	“A noção de intertextualidade abre um campo novo e sugere modos de atuação diferentes ao comparativista (...). Principalmente, as novas noções sobre a produtividade dos textos literários comprometem a também ‘velha’ concepção de originalidade.” (CARVALHAL, 1992, p. 53.)
*
Intertextualidade – esse palavrão...
	INTERTEXTUALIDADE nada mais é do que o conceito mais importante nos dias de hoje quando falamos sobre criação artística – colocando, então, nesse “caldo” de arte, a literatura. É muito difícil nos depararmos com algo realmente original atualmente no meio da cultura e do entretenimento. E isso se deve ao exercício constante da comparação, onde estabelecemos, quase sempre, aproximações entre uma criação e outra. Quando percebemos que um texto usa outro texto em sua construção, mesmo que sem a intenção do autor, o que estamos fazendo é comprovar a ocorrência de INTERTEXTUALIDADE.
*
Intertextualidade – esse palavrão...
	Sendo assim, INTERTEXTUALIDADE nada mais é do que o cruzamento de um texto com outro (ou outros), muitas vezes utilizado conscientemente, sendo parte fundamental da criação do autor; comporta-se não como plágio involuntário, mas, frequentemente, é um dos objetivos de determinada obra a CITAÇÃO explícita para fins de REFERÊNCIA, HOMENAGEM ou, ainda, PARÓDIA.
*
INTERTEXTUALIDADE
Há, basicamente, duas maneiras de se perceber a intertextualidade...
Uma explícita, facilmente notada e parte do corpo do texto (geralmente apoiando-se justamente no conhecimento do senso comum por parte do leitor/espectador).
Na série cinematográfica Shrek, por exemplo...
...É fundamental a presença de diversas referências dos contos de fadas (ou contos infantis)...
...Temos o Gato de Botas...
... Há personagens importantes na trama, como Rapunzel, Branca de Neve, Cinderela e muitos outros...
...Sobra espaço até para outras citações, como o filme Matrix, lendas medievais, etc.
*
*
INTERTEXTUALIDADE
O outro caso de ocorrência de INTERTEXTO é quando este está implícito, mais subjetivo, portanto, dependendo muito do olhar do leitor/espectador para ser encontrado e, muitas vezes, colocado de forma inconsciente pelo autor, justamente pelo fato de certas INFLUÊNCIAS ou REFERÊNCIAS de senso comum estarem tão dispersas no mundo que essas acabam surgindo naturalmente.
	A história da saga Crepúsculo, por exemplo, tenta renovar os mitos vampíricos tão presentes na cultura de massa...
...Ainda que não se consigam evitar outras referências clássicas do gênero, como Drácula.
...Com direito a referências como A Bela e a Fera...
...Abrindo espaço para a velha história do “amor proibido”, que remete a Romeu e Julieta, Tristão e Isolda...
*
Semana que vem
Pitty
	Amanhã eu vou revelar Depois eu penso em aprender Daqui a uns dias eu vou dizer O que me faz querer gritar 
	No mês que vem tudo vai melhorar Só mais alguns anos e o mundo vai mudar Ainda temos tempo até tudo explodir Quem sabe quanto vai durar 
	Não deixe nada pra depois Não deixe o tempo passar Não deixe nada pra semana que vem Porque semana que vem pode nem chegar 
	A partir de amanhã eu vou discutir Da próxima vez eu vou questionar Na segunda eu começo a agir Só mais duas horas pra eu decidir...
	(...)
Carpe Diem
Horácio
	Não indagues muito: é cruel querer saber
	Que fim nos reservaram os deuses; nem
	Fiques consultando os números babilônios.
	Pode ser que Júpiter te conceda muitos invernos,
	Ou somente este último, como expressa agora
	o mar tirreno ao bater nas rochas.
	Sê sensato, bebe teu vinho e abrevia as longas 	[esperanças,
	Pois o tempo foge enquanto aqui parlamos.
	Curte o dia de hoje – não te fies no futuro!
*
	INTERTEXTUALIDADE não demonstra falta de originalidade, necessariamente, mas, muitas vezes, uma nova noção sobre o que é originalidade. Inferir que um texto utiliza outro texto na sua construção é um exercício comparativo comum do ser humano; está muito evidente na propaganda (no uso de símbolos de marcas, por exemplo) e, no texto artístico, apóia-se no conhecimento dos clássicos.
Canção do Exílio 
	Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. 
Em  cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. 
Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar –sozinho, à noite– Mais prazer eu encontro lá; 
 Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. 
Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; 
 Sem que disfrute os primoresQue não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.  
HINO
NACIONAL
BRASILEIRO
*
Canção do Exílio Facilitada 
José Paulo Paes
	
	lá? ah! sabiá... papá... maná... sofá... sinhá... cá? bah!
Nova Canção do Exílio
Carlos Drummond de Andrade
	
	Um sabiá na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O céu cintila sobre flores úmidas. Vozes na mata, e o maior amor. Só, na noite, seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe. Onde tudo é belo e fantástico, só, na noite, seria feliz. (Um sabiá, na palmeira, longe.) 
	
Ainda um grito de vida e voltar para onde tudo é belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe.
*
*
TIPOS DE REFERÊNCIA INTERTEXTUAL
CITAÇÃO: Consiste em mencionar literalmente um fragmento de outro texto.
Ex.: Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. (Canção do Exílio)
 
 Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida em teu seio mais amores.
 (Hino Nacional Brasileiro)
*
ALUSÃO: Consiste em fazer uma referência não literal a fragmentos de outros textos.
Exemplos:
*
*
*
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A mídia articula o discurso, a sociedade e a memória 
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ESTILIZAÇÃO
Nova elaboração.(raciocínio dualista)
	1 - TEXTO ORIGINAL
 
2 – PARÁFRASE		 3 – PARÓDIA
PRÓ			ESTILIZAÇÃO		CONTRA
PARÁFRASE - ESTILIZAÇÃO POSITIVA – 
(EFEITO = RESULTADO).
PARÓDIA – ESTILIZAÇÃO NEGATIVA – 
(EFEITO = RESULTADO). 
*
*
BALEÍSSIMA – Bussunda Casseta & Planeta
*
Observe ainda a paródia nas imagens a seguir:
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503.
Mona Lisa, de Marcel Duchamp, 1919. 
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978.
Mona Lisa, propaganda publicitária
*
Epígrafe constitui uma escrita introdutória de outra. 
CANÇÃO DO EXÍLIO
				Gonçalves Dias
 
 [Conheces o país onde florescem as laranjeiras? 
 Ardem na escura fronde os frutos de ouro... 
 Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!]
 Goethe (tradução de Manuel Bandeira)
*
 Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
 
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
 
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 Coimbra, julho de 1843
*
Tradução - A tradução de um texto literário implica em recriação, por isso ela está no campo da intertextualidade. Veja um poema de Edgar A. Poe traduzido por dois escritores da língua portuguesa:
 Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, 
 Vagos curiosos tomos de ciências ancestrais,
 E já quase adormecia, ouvi o que parecia
 O som de alguém que batia levemente a meus umbrais
 ‘Uma visita’ eu me disse, ‘está batendo a meus umbrais
 E só isto, e nada mais.
 (Tradução de Fernando Pessoa)
 Em certo dia, à hora, à hora
 Da meia-noite que apavora,
 Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
 Ao pé de muita lauda antiga,
 De uma velha doutrina, agora morta
 Ia pensando, quando ouvi à porta
 Do meu quarto um soar devagarinho
 E disse estas palavras tais:
 ‘É alguém que me bate à porta de mansinho:
 Há de ser isso e nada mais.
 (Tradução de Machado de Assis)
*
http://www.hortifruti.com.br/comunicacao/campanhas/

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