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Relação entre a educação e os eventos atuais

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RELAÇÃO ENTRE A EDUCAÇÃO E OS EVENTOS SOCIAIS ATUAIS
	Desde o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, a quem diga que foi golpe, o Brasil vem sofrendo um processo de gravíssima ruptura democrática, o impeachment   representa um risco sem precedentes aos direitos sociais, educacionais e de cidadania. O país não recebeu aquilo que foi prometido por quem apoiou o impeachment.
	No governo da presidenta Dilma já era limitado e contraditório as políticas educacionais, mas com o governo do então Michel Temer, as primeiras medidas anunciadas foram de descontruir todo o empreendimento político-institucional que âncora a Constituição Federal de 1988 (EDUCAÇÃO & SOCIEDADE,2016).
	No desmonte anunciado das políticas sociais voltadas aos setores populares, antecipa-se a drástica redução de recursos voltados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à Educação, e a ampliação das desvinculações de receitas para 30%, passando a alcançar estados, municípios e o Distrito Federal, com graves consequências para saúde e a escolarização da população brasileira, excluída do direito democrático de acesso à educação, e prováveis retrocessos para a valorização dos profissionais, em processo de construção (EDUCAÇÃO & SOCIEDADE,2016). 
	Mais graves são as medidas contidas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC 241/55) apresentada por Temer com o propósito de reduzir os gastos sociais durante os próximos 20 anos. A limitação de gastos impedirá o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), entre elas e, sobretudo, a efetivação da educação obrigatória para todos os jovens entre 4 e 17 anos, o estabelecimento do CAQ/CAQI (Custo aluno qualidade/Custo aluno qualidade inicial) e a valorização do magistério da educação básica como política obrigatória em todo o território nacional (EDUCAÇÃO & SOCIEDADE,2016). 
	São muito preocupantes as perspectivas para o futuro da Educação do País. Temores vão se confirmando em sucessivos sinais emitidos pelo governo interino como, por exemplo, o ocorrido na Audiência Pública sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que dava destaque à posição de movimento conservador, em organização desde 2004, promovido pela Comissão de Educação da Câmara Federal sob a coordenação dos deputados Maria Auxiliadora (Dorinha) Rezende e Rogério Marinho. Foram excluídas importantes entidades de Educação, como a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), a Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da. Educação (ANFOPE) e o Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES), entre outras, historicamente representativas e articuladoras das discussões e dos posicionamentos dos educadores da educação básica (EDUCAÇÃO & SOCIEDADE,2016).
	O conservadorismo parece avançar sobre as escolas, a educação brasileira parece seguir na contramão com o avanço de uma série de políticas e programas conservadores que reduzem o papel emancipador do ambiente escolar.
	Deputados fundamentalistas e conservadores apoiados em movimentos como o Unidos pela educação, Escola sem partido ou Movimento Escola livre, têm promovido significativa investida ideológica contra os avanços pedagógicos conquistados na formulação da Base. Acusando o "viés marxista da BNCC", propõem nela incluir, ironicamente em nome da liberdade de pensamento, um modelo educacional que proíbe o tratamento, nas escolas, de temáticas relativas à "ideologia" de gênero (relações sociais de gênero), à sexualidade, à "política" (à análise sócio histórica e à reflexão crítica), além de pretender impedir as manifestações do movimento estudantil (EDUCAÇÃO & SOCIEDADE,2016).
	O ambiente escolar deve ser um local de pluralismo de ideias e não do silenciamento e do pensamento único como prega os movimentos conservadores, a discussão sobre ideologia de gênero e sexualidade não são questões sobre o movimento LGBT, mas sim uma questão de educação, para garantir respeito à diversidade, bem como das desigualdades persistentes e estruturais em nossa sociedade que são, sim, produtoras de violências. 
	Outro fato que ocorreu recentemente foi a “greve” dos caminhoneiros, alguns dizem que foi mais uma etapa do golpe, chamando o protesto de locaute, outros não concordam esta ideia, mas uma coisa é claramente visível que a “greve” dos caminhoneiros impacta diretamente na economia brasileira e pode estar beneficiando (em curto e médio prazo) os empresários e prejudicando a população carente. Um difícil paradoxo, nós sabemos. 	
	Também sabemos que em tempos de crises a corda costuma arrebentar do lado mais fraco. Entretanto, isso não desqualifica as manifestações, mas nos convida a analisar os dois lados da moeda.
	Algumas das reivindicações dos “grevistas” foi atendia, entre elas uma redução de R$ 0,46 no litro do diesel, a ser financiada por "sacrifícios" no orçamento do governo, e não pelos cofres da Petrobras, ou seja, para reduzir o valor do diesel o governo está disposto a gastar menos em saúde e educação e prefere financiar empresários ligados ao setor de combustíveis. 
	Além de cortes e vetos aos programas de educação, os quais tem sido os recursos do governo, recentemente explicitando a natureza autoritária o Governo Temer corta bolsa para alunos indígenas e quilombolas, os universitários de todo o país correm o risco de abandonar seus estudos porque o governo federal interrompeu novas bolsas do PBP (Programa Bolsa-Permanência), ajuda mensal de R$ 900 para moradia, alimentação e material escolar. Segundo representantes de alunos, pelo menos 2.500 estudantes foram prejudicados até aqui, mas o número pode atingir 5.000 até o final do ano (VALENTE,2018)
	Não é apenas pelo diesel. É por muito mais. É também pelo congelamento de 20 anos de investimentos em áreas como Educação e Saúde. As crianças estarão condenadas a um ensino retrógrado e sem qualidade. Já estava precário, mas vai piorar. É pela exclusão de disciplinas tão essenciais, como Filosofia, Sociologia, Artes e História, as quais fazem o ser humano se tornam um cidadão crítico. Sem humanidade, os jovens se embruteceram. Muitos já não trazem do berço valores eminentes como respeito, solidariedade e compromisso com a vida e com o próximo. Não receberam em casa e não terão a chance de conhecê-los nas escolas, lugares de ensino e de humanização do ser humano. Antes, estarão fadados ao esvaziamento de sentido, pois serão formados autômatos para uma sociedade aburguesada que os despreza. Mas é também pelos seus inúmeros equívocos. Pelo suprimento do Ministério da Cultura, pela entrega da Reserva Amazônica de Cobres e Associados aos exploradores internacionais, pelo descuido e desinteresse com os povos indígenas e quilombolas, com a valorização da mulher e da comunidade LGBTQ, pela sua malfadada Reforma Trabalhista que lançou fora direitos conquistados a duras penas. O trabalhador perdeu seu status de dignidade para se tornar, de novo, vassalo de seu patrão. Pela Reforma da Previdência esmagadora total do trabalhador brasileiro condenado a uma vida perene de serviço, sem descanso nem direitos. As minorias sofreram enormes embargos neste governo, pobre povo brasileiro: sem consciência, sem educação, sem cultura, sem trabalho, sem lazer, sem segurança, sem moradia, sem transporte público de qualidade, sem gasolina, sem direitos.
	São evidentes as demonstrações de que o golpe ainda se alastra e pune os mais carentes e principalmente os programas de alcance social, excluindo direitos e oportunidades. Não podemos retroceder, a educação precisa de continuidade de avanços, precisa ser política de Estado e não de governo. 
Referência 
Revista Educação & Sociedade. O contexto político e a educação nacional. Educ. Soc., Campinas, v. 37, nº. 135, p.329-334, abr.-jun., 2016. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/es/v37n135/1678-4626-es-37-135-00329.pdf> Acesso em: 13/06/2018.
VALENTE, R. Governo Temer corta bolsa para alunos indígenas e quilombolas. Gazeta do povo Educação,2018. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/governo-temer-corta-bolsa-para-alunos-indigenas-e-quilombolas-ejnjywlis9ewg1abllnpwnr40>Acesso em: 14/06/2018.

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