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DIREITO CONSTITUCIONAL - PONTO 04

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DIREITO CONSTITUCIONAL - PONTO 04
Poder Executivo. Evolução do conceito. Atribuições e responsabilidade do Presidente da República. Poder regulamentar, poder regulador e as agências administrativas. Do Conselho da República. Do Conselho de Defesa Nacional.
Alteração realizada por Luzia Farias da Silva em agosto de 2012 – TRF1. Alterações na cor cinza.
FUNÇÃO EXECUTIVA
(Poder Executivo)
Evolução:
Quem primeiro distinguiu as funções do Estado foi Aristóteles. No livro “A Política”, descreveu as funções de fazer normas gerais e abstratas, a função de aplicar estas normas gerais e abstratas ao caso concreto e a de dirimir conflitos. 
Montesquieu distinguia o legislativo do executivo e este partia em dois, “Há, em cada Estado, três espécies de poderes: o poder legislativo, o poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes, e o executivo das que dependem do direito civil. Pelo primeiro, o príncipe ou magistrado faz leis por certo tempo ou para sempre e corrige ou ab-roga as que estão feitas. Pelo segundo, faz a paz ou a guerra, envia ou recebe embaixadas, estabelece a segurança, previne as invasões. Pelo terceiro, pune os crimes ou julga as querelas dos indivíduos. Chamaremos este último o poder de julgar, e, o outro, simplesmente o poder executivo do Estado.”
Na revolução Francesa e no liberalismo que se seguiu o poder executivo ficava alijado do poder de legislar, mas foi gradativamente admitido a isto. Hoje existem no Brasil a lei delegada e a medida provisória. 
Poder Executivo:
“Executivo é o poder responsável pela função administrativa do Estado”. (BULOS, 2010, P. 1209). A doutrina aduz que a expressão “Poder Executivo” tem significado variado, nela se confundindo o Poder e o governo. Ora ela exprime função ou atribuição de um Poder (art. 2º da CF), ora o órgão (cargo e ocupante, a teor do art. 76, da CF). Contempla atividades diversas e variadas, que envolvem atos típicos da Chefia de Estado (manter relações com Estados estrangeiros) e atos relativos à Chefia do governo (vetar projeto de lei) e de Administração federal (nomear o AGU). (MENDES, 2008, p. 905).
O autor supra aduz que as diversas funções desempenhadas pelo Executivo levaram Konrad Hesse anotar que “a expressão Poder Executivo acabou por transformar-se numa referência geral daquilo que não está compreendido na atividade do Poder Legislativo e Judiciário”.
Mas além da função típica, que é administrar, o PE também legisla, por meio de medida provisória, e julga, no contencioso administrativo, exercendo, assim, funções atípicas.
Obs: A edição de Medida provisória representa exercício de função atípica por parte do PE, mas a edição de lei delegada é uma exceção ao princípio da indelegabilidade e não exercício de função atípica. 
Diferenças entre presidencialismo e parlamentarismo:
No presidencialismo, uma autoridade exerce as funções de chefe de Estado e chefe de Governo. Assim, o Presidente da República é chefe de Governo, na medida em que exerce a chefia superior da Administração Pública (máquina administrativa; e também é chefe de Estado, pois representa o país internacionalmente).
Já o parlamentarismo, cujo PE é dual, pode ser de duas espécies:
Parlamentarismo monárquico constitucional: o rei é chefe de Estado e o 1º Ministro é chefe de Governo. Ex.: Espanha.
Parlamentarismo republicano: o Presidente exerce a função de chefe de Estado e o 1º Ministro exerce a função de chefe de Governo. Ex.: Itália, França, Israel, etc.
O Brasil já viveu duas experiências parlamentaristas. A primeira delas ocorreu durante a vigência da CF de 1824. D. Pedro II, através de decreto editado em 1847, cria o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, a quem cabia a formação do gabinete; a segunda se deu em 1961, após a renúncia do Presidente Jânio Quadros. No presidencialismo, o PE é independente do PL. 
No presidencialismo, o mandato do presidente é cumprido sem qualquer ingerência do PL. No parlamentarismo, o mandato daquele que exerce função executiva recebe influencia/ingerência do parlamento.
No presidencialismo, o presidente não tem o seu mandato diminuído por vontade do CN. Já no parlamentarismo, o parlamento deve estar afinado com aquele que exerce a função de 1º Ministro. 
A Medida Provisória é própria de Estado parlamentarista e não de um Estado presidencialista. Diante disso, por que nós adotamos a MP aqui? A assembleia constituinte começou em 01/02/87 e foi encerrada em 05/10/88; os trabalhos da constituinte, até julho de 1987 caminhavam para um Estado parlamentarista. 
OBS: o regime/sistema de governo não é uma cláusula pétrea.
Os requisitos para ser Presidente da República estão previstos no art. 12 a 15, da CF.
No Brasil, o Presidente e o Vice são eleitos conjuntamente.
A eleição de Presidente e Vice se dá em 01/10. Eles são eleitos pelo sistema eleitoral majoritário, pelo qual, valoriza-se o candidato registrado por partido político. O candidato que tiver o maior número de votos registrados será eleito.
Existem 2 espécies de sistemas majoritários:
- absoluto (=com 2º turno de votação): a CF exige, para que o candidato seja eleito, que ele atinja, no mínimo, a maioria absoluta dos votos válidos. Se, no 1º turno, nenhum dos candidatos atingir essa maioria, teremos, necessariamente, 2º turno de votação. São eleitos pelo sistema majoritário absoluto: Presidente, Governador, Prefeito de Municípios com mais de 200.000 eleitores.
- simples: a CF se contenta com qualquer maioria. Será eleito o candidato mais votado, independentemente do percentual de votos. São eleitos pelo sistema majoritário simples: Prefeito de Municípios com menos de 200.000 eleitores e Senador.
O art. 106, CE, que prevê a contagem dos os votos brancos não foi recepcionado.
O Presidente e o Vice tomam posse em 01/01 do ano subsequente às eleições, em sessão conjunta no CN, oportunidade em que prestam compromisso de manter e defender a CF. Art. 78, CF.
Qual é o prazo máximo para o Presidente e o Vice tomarem posse? Até 10 dias do dia 01/01, ou seja, até 11/01. Assim, até o dia 11, um dos dois tem que tomar posse, sob pena dos cargos serem declarados vagos. Quem declara esses cargos vagos se nenhum dos dois tomar posse? O CN, salvo motivo de força maior. 
Linha sucessória do Presidente: sucessão é o gênero. Ela se divide em duas espécies:
- sucessão em sentido restrito: ocorre nos casos de vacância, que é definitiva. Exemplo de vacância: morte, renúncia, condenação pela prática de crime de responsabilidade. 
- substituição: é temporária. Ocorre nos casos de impedimento. Exemplo de impedimento: férias, licença para tratamento médico, viagens, etc.
A importância disso é que, na linha sucessória (em sentido lato) do Presidente estão: Vice, Presidente da CD, Presidente do SF e presidente do STF. Só o Vice assume definitivamente o Presidente, nos casos de vacância. Já Presidente da Câmara, Presidente do Senado e presidente do STF só assumem temporariamente, em caso de substituição.
O Presidente da Câmara vem antes na linha sucessória porque na Câmara estão os representantes do povo, ou seja, há maior legitimidade, representatividade.
Se o Presidente da Câmara tiver menos de 35 anos, em caso de substituição, ele poderá assumir a Presidência da República? 2 posições:
1ª posição: não, pois a CF deu importância ao princípio da idade mínima de 35 anos.
2ª posição: sim, uma vez que, as condições de elegibilidade para o cargo de deputado federal foram preenchidos, de forma que exercerá todos os ônus e bônus do cargo.
Ao vice cabe substituir o Presidente, no caso de impedimento, e sucedê-lo no caso de vaga (art. 79, da CF). A lei complementar a que se refere o parágrafo único do art. 79 ainda não foi editada.
O mandato do Presidente é de 4 anos, com possibilidade de reeleição.
Dividimos o mandato do Presidente em 2 períodos. 
Vagando o cargo nos 2 primeiros anos do mandato, em 90 dias, deverá ocorrer nova eleiçãodireta; se estiver nos 2 últimos, anos, assume o Presidente da Câmra, e deverá ocorrer eleições indiretas. Vale dizer que este é o único caso de eleições indiretas. Art. 81, CF. 
Atribuição: 
As atribuições privativas do Presidente da República (art. 84, da CF) partem do princípio de que no Brasil existe uma concentração de funções, pois o nosso presidencialismo é do tipo monocrático (art. 76), eis que há comulação das funções de chefe do Estado e do governo.
Uadi Bulos faz a seguinte classificação das atribuições privativas do Presidente da República:
Atribuições de:
Chefe de Estado – art. 84, VII, VIII, XIV, XV, XVI, 1ª parte, XVIII, 2 ª parte, XIX, XX, XXI, e XXII;
Chefe de governo – art. 84, I, III, IV, V, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XVIII, 1ª parte, XXIII, XXIV e XXVII;
Chefe da Administração federal – art. 84, II, VI, XVI, 2 ª parte, XXIV e XXV.
Atribuições outras: Art. 84, XVII; Delegação de atribuições constitucionais: art. 84. Parágrafo único.
Responsabilidade do Presidente da República:
A marca distintiva mais forte do princípio republicano é a possibilidade de responsabilização dos agentes públicos por seus atos. Aliás, no sistema presidencial de governo, a responsabilidade do Presidente é a regra.
A CF/88 prevê dois tipos de responsabilidade do Presidente da República: uma política e outra penal. A política abrange os crimes de responsabilidade (art. 85, da CF), que são infrações de natureza política-administrativa, que podem levar ao impeachment do Presidente da República, como ocorreu com o Collor. A responsabilidade penal compreende infrações comuns (CP e legislação penal especial). 
 Só a União pode legislar sobre crimes de responsabilidade (súmula 722 do STF).
A lei prevista no parágrafo único, do art. 85 é a Lei 1.079/50, que foi recepcionada, em parte, pela nova CF/88. Entretanto, ela não regula todos os 07 incisos do artigo 85. Ex: “livre exercício do ministério público”. 
Aos crimes acima descritos, por serem de responsabilidade, o Presidente da República responde perante o Senado Federal, em ato presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. No referido julgamento, o chefe do executivo federal só poderá ser condenado caso haja a concordância de 2/3 dos membros do Senado, cabendo ao presidente do ato (presidente do STF) apenas exarar a condenação, a qual compreenderá a perda do cargo, com inabilitação por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízos das demais sanções judiciais cabíveis.
Qualquer cidadão é parte legítima para oferecer a acusação contra o presidente da república à câmara dos deputados, pela prática do crime de responsabilidade.
O julgamento da câmara é eminentemente político e tange à conveniência e oportunidade.
Se a câmara admitir a acusação, o senado não pode emitir novo juízo de admissão (efeito vinculante). Deve promover o julgamento.
A apresentação de renúncia após iniciado o julgamento não paralisa o processo de impeachment. Se absolvido o agente, a renúncia terá seus efeitos normais, se condenado não terá qualquer efeito sobre as sanções aplicadas. 
Para que o Presidente da República possa ser julgado tanto pelo STF (crime comum) como pelo Senado (crime de responsabilidade), necessita-se, previamente, de autorização da Câmara dos Deputados, que deverá ocorrer por votação de 2/3 de seus membros (art. 86, da CF).
O Vice-Presidente não pratica crime de responsabilidade enquanto não assumir a presidência. (posição de José Afonso da Silva)
O Presidente será suspenso de suas funções caso:
- pratique infração penal comum e a denúncia ou queixa venha ser recebida pelo STF;
- nos crimes de responsabilidade, após instrução do processo de “impeachment” no Senado.
No que diz respeito ao mérito, a decisão do Senado é definitiva e não se sujeita a qualquer tipo de controle ou grau de apelação. Há possibilidade de provocação do judiciário se forem feridas garantias processuais (art. 5º, XXXV do da CF).
Os processos contra o Presidente têm que ser julgados no prazo máximo de 180 dias, pois, se assim não ocorrer no STF ou no Senado, cessará o afastamento do Presidente.
PRISÃO DO PR: nos crime comuns somente poderá ser preso depois da sentença condenatória. Nos crimes de responsabilidade não há hipótese de prisão, porque não há prisão para o caso do impeachment.
IMUNIDADE DO PR: é imunidade somente penal. Decorrido o mandato, ele poderá se responsabilizado, o que demonstra a relativização da imunidade que não é absoluta. E a prescrição corre? ROBÉRIO: não corre porque é anti-republicano, observe-se que a prescrição penal não pode correr enquanto o processo estiver suspenso, é uma decorrência lógica de todo o ordenamento jurídico, há previsões de suspensão da prescrição na CF (parlamentares federais), no CP (artigo 366) e no PAES (suspensão da pretensão penal suspende o prazo da prescrição). (ALEXANDRE DE MORAES é neste sentido, p.439).
Ao julgar a ADI 1023/RO (19/10/95), STF fixou o entendimento de que somente a imunidade formal que exige 2/3 do legislativo para o processamento do chefe do executivo pode ser estendido aos governadores e prefeitos. As imunidades à prisão e ao processamento por fato estranho ao mandato seriam decorrência direta das prerrogativas de chefe de estado e por tanto incompatíveis com prefeitos e governadores.
Poder Regulamentar:
Cabe ao presidente da república expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis. Não lhe cabe, a princípio, a expedição de ato normativo primário, mas somente secundário. Quer dizer que seus atos normativos não inovam o ordenamento, fazendo surgir direitos e obrigações; só explicitam o “modus faciendi” da administração pública. Só cabe poder regulamentar quando a lei regulamentada se refira à matéria administrativa, não se admitindo regulamentação em matéria de direito privado, por exemplo.
Decreto autorizado: cuida-se da prática de delegação mediante autorização legislativa. Por certo, a Lei Maior não comparece com delegações legislativas puras ou incondicionadas. Por outro lado, também não se pode falar em delegação proibida de atribuições (ADI 2.378). Com isso, vê-se que é possível o decreto autorizado, desde que fixado os “standards” mínimos. O que é inconstitucional é a delegação em branco.
Decretos autônomos 
A EC nº 32/01 inaugurou, no sistema constitucional de 88, a assim chamado decreto autônomo (art. 84, VI), isto é, decreto de perfil não regulamentar, cujo fundamento de validade decorre direitamente da CF.
Mas este decreto limita-se às hipóteses de “organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e de extinção de funções ou cargos quando vagos”.
Nessas situações, a atuação do Executivo não possui força criadora autônoma, nem possui aptidão para inovar decisivamente na ordem jurídica.
STF: é possível decreto autônomo em caráter excepcional e somente quando expressamente autorizado pela Constituição. 
Poder regulador 
Maria Sylvia utiliza a nomenclatura Poder Normativo.
O administrador não tem capacidade legislativa e política, então, o poder regulamentar tem como objetivo normatizar/regulamentar definindo regras complementares à previsão legal buscando sua fiel execução.
Quando complementa lei, busca a sua fiel execução (sua melhor aplicação).
Ex.: A Lei n. 10.520/2002 (pregão) estabelece que o pregão deve ser utilizado para bens e serviços comuns, que é aquele que pode ser conceituado com expressão usual de mercado. Essa lei depende de complementação para saber o que é expressão usual de mercado. Um ato no exercício do poder regulamentar complementa essa previsão legal, permitindo a sua fiel execução.
Exemplos de atos regulamentares: regulamentos, portarias, instruções normativas, resoluções, deliberações, regimentos.
Regulamento ≠ Decreto regulamentar: sempre que um ato normatiza uma situação, chama-se de regulamento (decorre do conteúdo desse ato). Mas para que eleganhe um formato/uma forma tem que ser via decreto regulamentar. Nem todo decreto tem conteúdo de regulamento, ex. nomeação de um servidor. 
Regulamento ≠ Lei: há duas diferenças significativas:
- a lei é feita através de um processo legislativo rigoroso, público, com deliberações parlamentar e executiva, com muitas formalidades. O regulamento não é feito via procedimento; ele não tem qualquer formalidade; não há deliberações.
- quem faz lei é a casa legislativa, na qual existem vários representantes de vários interesses, classes sociais, regiões, grupos, etc. Assim, a Casa Legislativa tem, em tese o interesse de toda a sociedade. Já o regulamento é feito, em regra, pelo Chefe do PE. 
Assim, o regulamento surgiu com o objetivo inicial de vir como regulamento executivo, para dar fiel execução da lei.
Regulamento executivo: complementa a lei buscando sua execução a lei, esse é o exercício do poder regulamentar. Tem seu fundamento de validade na lei. Ex.: art. 84, IV da Constituição:
Poder regulamentar e agências reguladoras segue artigo muito bem escrito:
 MORAES, Rafael Francisco Marcondes de. O Poder Normativo das Agências Reguladoras. Disponível em http://www.lfg.com.br. 09 de março de 2009. 
1. INTRODUÇÃO 
Com a evolução das atividades estatais, direcionadas a atender as necessidades sociais, a Administração Pública procura ampliar e adaptar sua área de atuação e acompanhar o desenvolvimento tecnológico, seja diretamente por meio de seus órgãos, seja mediante entidades da Administração Indireta ou ainda por intermédio de concessões e permissões conferidas a particulares. 
As Agências Reguladoras surgem nesse panorama com o intuito principal de exercer o controle, a fiscalização e fixar diretrizes de atuação, sobretudo acerca das atividades das concessionárias e permissionárias, tanto as prestadoras de serviços públicos quanto as exploradoras de atividades econômicas. 
2. NATUREZA JURÍDICA 
Atualmente essas agências são consideradas autarquias de regime especial em virtude de algumas características a elas atribuídas, que as diferenciam dos demais integrantes da Administração Indireta, havendo maior autonomia em face da Administração Pública, principalmente no tocante ao caráter final de suas decisões, vez que estas não se submetem a revisões por outros entes administrativos. 
O referido regime especial das agências compreende um conjunto de privilégios específicos, com vistas à consecução de suas finalidades, dentre os quais se destacam a estabilidade de seus dirigentes (que possuem mandato fixo e maior autonomia política frente à Administração Direta), a ampliação da autonomia financeira (auferem renda mediante outras fontes de arrecadação com liberdade de aplicação) e o poder normativo (que lhes confere competência para regulamentação de matérias a elas destinadas). 
Insta destacar a existência de dois tipos de agências reguladoras: 
a) As que exercem típico poder de polícia, impondo limitações administrativas com previsão legal, em atividades de fiscalização ou repressão, como é o caso, por exemplo, da Agência Nacional de Saúde Pública Suplementar (ANS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
b) As que controlam e regulam as atividades que figuram como objeto de concessão, permissão ou autorização de serviço público ou de exploração de bem público, como é o caso da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). 
3. PODER NORMATIVO 
Entende-se por poder normativo aquele conferido à Administração para, mediante "expedição de decretos e regulamentos, oferecer fiel execução à lei" (SPITSCOVSKY, Direito Administrativo, 2005, p. 90). 
No que atine às Agências Reguladoras, prevalece que o seu poder normativo deve se limitar à elaboração de regramentos de caráter estritamente técnico e econômico, restritos ao seu campo de atuação, sem invasão das matérias reservadas à lei, sob pena de violação ao princípio da legalidade. 
Esse talvez seja o ponto de maior discussão dentre os estudiosos contemporâneos, já que a abrangência do poder conferido às agências pode ser interpretada como abusiva, conforme o entendimento adotado no sentido de consistir ou não determinada matéria reservada à elaboração legislativa ou passível de abordagem direta por meio de meros atos administrativos. 
Os questionamentos acerca do poder normativo deferido a essas agências se devem em grande parte à originária influência norte-americana, uma vez que, naquele país (Estados Unidos da América), tais agências possuem considerável liberdade legiferante. 
Daí porque leciona Paulo Magalhães da Costa Coelho: 
"As agências reguladoras têm inspiração no direito americano, no qual se identificam como qualquer autoridade pública. Lá, têm competência para editar normas jurídicas, como também atos administrativos, se o Estado, por meio do Poder Legislativo, lhes der essa competência" (Manual de Direito Administrativo, p.89). 
Como desdobramento dessa posição, parte da doutrina enfatiza abusos temerários a serem perpetrados por esses entes. Assim, adverte Celso Antônio Bandeira de Mello: 
"Desgraçadamente, pode-se prever que ditas "agências" certamente exorbitarão de seus poderes. Fundadas na titulação que lhes foi atribuída, irão supor-se - e assim o farão, naturalmente, todos os desavisados - investidas dos mesmos poderes que as "agências" norte-americanas possuem, o que seria descabido em face do Direito Brasileiro, cuja estrutura e índole são radicalmente diversas do Direito norte-americano" (Curso de Direito Administrativo, 13ª ed., p.134). 
Cabe também mencionar relevante posição que procura distinguir as expressões "regular" e "regulamentar", trazendo reflexos na delimitação do poder normativo das agências reguladoras. 
Segundo a definição dos principais dicionários nacionais, regular significa encaminhar conforme a lei, sujeitar a regras, enquanto que regulamentar seria sujeitar a regulamento, regularizar (Novo Aurélio, Século XXI, 1999, p.1733, Ed. Nova Fronteira e Houaiss, 2001, p. 2418, Ed.Objetiva). 
Embora as duas expressões comumente sejam utilizadas como sinônimas, no âmbito jurídico apontam-se distinções, traçando a regulação como termo eminentemente ligado à técnica e à economia, enquanto a regulamentação contemplaria um critério predominantemente político. 
Assim, argumenta-se que as Agências Reguladoras só atuariam no campo da regulação, especificando aspectos técnicos e econômicos das normas legais e atos normativos expedidos pelo Poder Executivo, estando impedidas de abordar a regulamentação, que seria exclusiva do Poder Legislativo no seu ofício precípuo de atualizar e inovar o ordenamento ou do Poder Executivo, como Administração Direta, quando da expedição de atos visando fiel execução à legislação, dentro dos limites nela definidos. 
Em suma, prevalece que, em princípio, ao Poder Legislativo incumbe a criação das leis (legislar e regulamentar), que serão executadas pelo Poder Executivo, mediante atos administrativos pautados nos limites legais (regulamentar), que por sua vez poderão ser especificados em seus aspectos técnicos e econômicos pelo poder normativo das agências reguladoras (regular). 
4. AGÊNCIAS REGULADORAS BRASILEIRAS 
Em nítido crescimento nos últimos tempos, a criação de agências reguladoras tem se mostrado como uma tendência no ordenamento jurídico brasileiro, podendo-se destacar algumas de maior relevância atualmente: 
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) - Criada pela Lei Federal nº 9.427/96, vinculada ao Ministério das Minas e Energia, com fundamento no artigo 21, inciso XII, alínea "b" da Constituição Federal, com competência para regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, devendo atuar nas concessões e permissões pertinentes. 
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) - Criada por intermédio da Lei nº 9.472/97, com vinculação ao Ministério das Telecomunicações e tendopor fundamento o artigo 21, XI da CF, apresenta entre suas competências a regulação e fiscalização da execução do serviços de telecomunicações, devendo atuar nas licitações, contratos e estipulação tarifária, conforme dispõe o artigo 15 de sua lei criadora. 
ANP (Agência Nacional do Petróleo) - Criada pela Lei nº 9.478/97, com base no artigo 177, §2º, III da CF, vinculada ao Ministério das Minas e Energia. Traz como competências a regulação e fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis. 
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) - Ente criado pela Lei nº 9.782/99, vinculado ao Ministério da Saúde, competente para promover a proteção da saúde pública pela fiscalização e controle sanitários da comercialização de produtos e de tecnologias pertinentes. Uma das principais atribuições é a expedição de atos administrativos que complementam as normas penais em branco que tipificam os crimes da Lei Antidrogas (Lei Federal nº 11.343/06), tratando-se atualmente da Portaria nº 344/98, inicialmente editada pelo Ministério da Saúde e posteriormente atualizada por meio de Resoluções da Anvisa (atual Resolução RDC nº 18/2003), definindo as substâncias a serem consideradas como drogas para fins penais. 
ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) - Criada pela Lei nº 9.961/00, baseada no artigo 197 da CF, vinculada ao Ministério da Saúde, tendo por competência supervisionar os serviços de saúde, regula as operadoras, inclusive nas suas relações com os consumidores, consoante artigo 3º da lei epigrafada. 
ANA (Agência Nacional de Águas) - Criação pela Lei nº 9.984/00, com vínculo ao Ministério do Meio Ambiente e fundamento no artigo 225 da Carta Magna. Competente para implementar a política nacional de proteção e gestão dos recursos hídricos. 
Antt (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) - Ambas criadas pela Lei nº 10.233/01, vinculadas ao Ministério dos Transportes, com fulcro no artigo 178 da CF. Conforme o artigo 20 da lei, têm competência para regular ou supervisionar a prestação de serviços e exploração da infra-estrutura de transportes terrestres e aquaviários, respectivamente. 
Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) - Criada pela Lei nº 11.182/05, vinculada ao Ministério da Defesa, tem como atribuição regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e de infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária. Colocada em evidência em virtude dos recentes acidentes aéreos ocorridos no Brasil, tem sido bastante criticada e exigida no sentido de adoção de medidas visando melhorar o atendimento nos aeroportos e diminuir efetivamente os riscos de acidentes. 
CONCLUSÃO 
As agências acima apresentadas desempenham papel de suma importância para a atuação governamental, já que criadas justamente para possibilitar uma melhor prestação administrativa, com maior eficiência e buscando adaptação constante às exigências específicas dos serviços que lhes são cometidos. 
Face às ponderações ora lançadas, extrai-se que o poder normativo das agências reguladoras, aplicado dentro dos parâmetros legais e no intuito de assegurar o interesse público, consiste em importante instrumento para evitar ou mesmo reparar eventuais desequilíbrios e irregularidades nas prestações de serviços públicos e de atividades econômicas de interesse coletivo. 
Do conselho da república e de defesa nacional
O Conselho da república (art. 89, da CF) é órgão superior de consulta do presidente da república, integrado pelo Vice-Presidente da República, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo o Presidente do Senado Federal, pelos líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados, pelos líderes da maioria e da minoria no Senado Federal, o Ministro da Justiça, por seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
O Conselho da República manifesta-se sobre intervenção federal, o estado de defesa, o estado de sítio e questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. 
O papel de auxílio ao Presidente, desempenhado por este Conselho, é meramente opinativo ou consultivo.
O Conselho de Defesa Nacional (art. 91) é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. Dele participam como membros natos o Vice-Presidente da República, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal, o Ministro da Justiça, o Ministro de Estado da Defesa, o Ministro das Relações Exteriores, o Ministro do Planejamento, os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

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