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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PONTO 09

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PONTO 09
Procedimentos especiais: visão geral, características, procedimentos especiais de jurisdição voluntária (incluída a discussão sobre a real natureza dessa espécie jurisdicional) e de jurisdição contenciosa; tipos codificados (consignação em pagamento; tutela interdital e não-interdital da posse:interdito proibitório, ações de manutenção e reintegração de posse, embargos de terceiro, usucapião; a problemática do confronto entre ações petitórias e possessórias; ação monitória) e não-codificados (desapropriação, ação de improbidade, reclamação constitucional), natureza e conceito de cada um, subespécies, hipóteses de cabimento, requisitos, aspectos procedimentais.
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
 Inicialmente, convém conceituarmos procedimento. Procedimento (ou rito) é a parte visível, a faceta extrínseca do processo, isto é, a forma como os atos processuais são encadeados até a prolação da sentença. No procedimento é que são fixadas as regras (prazos, modos, etc) para que as partes, o juiz e os auxiliares da justiça pratiquem os atos processuais tendentes a conduzir cada tipo de processo do começo ao fim. Assim, cada rito diz, por exemplo, se a contestação deve ser ofertada dentro de certo prazo ou em audiência; se a sentença deve conter relatório, fundamentação e dispositivo ou apenas fundamentação e dispositivo (caso do procedimento dos Juizados).
	Os procedimentos especiais assim são chamados por serem destinados a determinados tipos de lide ou questão, que, em razão de sua natureza, requer regras que permitam uma solução mais célere e adequada do litígio. Dividem-se em procedimentos especiais de jurisdição voluntária e de jurisdição contenciosa. 
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
- Características gerais:
	Alguns atos jurídicos precisam de participação do Poder Judiciário para que possam produzir efeitos. A simples vontade dos participantes do ato não basta para produzir as conseqüências almejadas. Assim, quando a lei exige a participação do Estado-Juiz na prática de alguns atos jurídicos, tem-se a jurisdição voluntária. Esta é, na verdade, uma atividade de fiscalização e integração. O juiz vai fiscalizar a prática dos atos jurídicos, verificar se foram praticados com regularidade, se os pressupostos foram observados, os requisitos cumpridos. 
	O magistrado, verificando o preenchimento das condições legais do ato, torna-o perfeito, apto para a produção dos efeitos jurídicos almejados, permitindo, assim, que os efeitos jurídicos buscados sejam alcançados. Por isso é chamada também de jurisdição integrativa.
	A doutrina afirma que em grande parte dos casos de jurisdição voluntária têm-se, na verdade, hipóteses de jurisdição necessária: as partes devem submeter o ato ao magistrado, não se tratando de mera faculdade, sob pena daquele não produzir efeito. O crivo do Judiciário é, portanto, necessário e não opcional. Por exemplo: não se pode promover a interdição de alguém senão por meio do Judiciário, embora se trate de hipótese de jurisdição voluntária.
	No entanto, há casos de jurisdição voluntária opcional, como o distrato de união estável e a hipótese prevista no artigo 475-N, V, CPC, que permite que se leve ao Judiciário qualquer acordo extrajudicial.
	Assim, a jurisdição voluntária é, em regra, necessária, havendo exemplos de opcionalidade, entretanto.
	Tal procedimento especial é decidido por sentença, apelável, portanto. Há, ademais, previsão de contraditório, que pode não ocorrer. 
	A doutrina majoritária, com exceção de Nelson Nery, entende que a intervenção do Ministério Público não se dá em todos os casos de jurisdição voluntária, mas apenas naqueles em que ele, por lei, deve intervir, ou seja, quando houver interesse indisponível, de incapaz e nos demais casos que requerem sua intervenção, na forma da regra geral do art. 82 do CPC.
	É uma jurisdição normalmente constitutiva, que gera relações jurídicas novas, e mais inquisitiva, havendo hipóteses em que o magistrado pode instaurar o procedimento de ofício (procedimentos do ECA, por exemplo).
	Por fim, o artigo 1.109 CPC prevê que o magistrado tem discricionariedade judicial, podendo decidir pela equidade, não apenas pela legalidade estrita, sendo possível decisões com maior carga de discricionariedade. As sentenças são portanto, determinativas, ou seja, admitem maior carga de discricionariedade judicial.
- Natureza Jurídica:
 Há polêmica. De um lado, há os que afirmam que a jurisdição voluntária não é atividade jurisdicional, mas administrativa exercida por juízes. O juiz é um administrador de interesses privados. É a concepção majoritária. Afirmam que a jurisdição voluntária nem é jurisdição, nem é voluntária (é necessária).
	Argumentam, com base no artigo 1.111 do CPC, que:
Não há lide;
Não há ação;
Não há processo;
Não há partes (apenas interessados);
Não há coisa julgada (apenas preclusão).
	Existe, porém, outra posição doutrinária: a dos que entendem que a jurisdição voluntária é atividade jurisdicional, embora com peculiaridades.
	Ainda com apoio no artigo 1.111 do CPC, aduzem que:
Há jurisdição;
Há lide, que pode ou não ocorrer, a depender da hipótese que se apresenta;
Há ação;
Há processo;
Há partes;
Há coisa julgada.
Dos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa
	Recebem tal denominação em razão de, contrariamente ao que ocorre com o procedimento anterior, haver, sempre, uma lide afirmada. 
	TIPOS CODIFICADOS
A) Da ação de consignação em pagamento (arts. 890 ao 900, CPC).
A.1) Introdução.
A ação de consignação em pagamento é um instrumento que busca viabilizar a extinção de obrigações.
Representa uma forma compulsória de pagamento que a lei confere ao devedor, possibilitando-lhe cumprir sua obrigação recusada pelo credor ou por qualquer outra circunstância que dificulte o pagamento ou torne duvidosa sua legitimidade.
As hipóteses de cabimento de consignação em pagamento estão rpevistas no art. 973, CC.
Possui legitimidade para ingressar com a ação de consignação em pagamento tanto o devedor quanto terceiros interessados em quitar a dívida em nome e por conta do devedor. O demandado será sempre o credor, e, se for o caso, seus herdeiros ou sucessores.
A.2) Procedimentos
A ação de consignação em pagamento possui três modalidades de procedimentos distintos:
I - 	consignação fundada na recusa em receber;
II - 	consignação fundada na dúvida sobre quem deva legitimamente receber;
III - 	consignação de aluguéis.
A.2.1) Consignação fundada na recusa em receber
Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário oficial, onde houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando-se o credor por carta com aviso de recepção, assinado o prazo de 10 dias para a manifestação de recusa. Decorrido este prazo, sem a manifestação de recusa, reputar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
Ocorrendo, porém, a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, o devedor ou terceiro poderá propor, dentro de 30 dias, a ação de consignação, instruindo a inicial com a prova do depósito e da recusa. Em não sendo proposta a ação no prazo de 30 dias, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.
Em conformidade com o art. 891, requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, tanto que se efetue o depósito, os juros e os riscos, salvo se for julgada improcedente. Quando a coisa devida for corpo que deva ser entregue no lugar em que está, poderá o devedor requerer a consignação no foro em que ela se encontra.
Tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que os depósitossejam efetuados até 5 dias, contados da data do vencimento.
De acordo com o art. 894, se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor o faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito.
Em conformidade com o art. 896, na contestação, o réu poderá alegar, no prazo de 15 dias, que:
I - 	não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida; 
II - 	foi justa a recusa; 
III -	o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV - 	o depósito não é integral. No caso do inciso IV, a alegação será admissível se o réu indicar o montante que entende devido.
Não oferecida a contestação, e ocorrentes os efeitos da revelia, o juiz julgará procedente o pedido, declarará extinta a obrigação e condenará o réu nas custas e honorários advocatícios. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação.
B) Das ações possessórias
Ação possessória é a que veicula o direito à proteção possessória. A violência à posse assume 3 feições: ameaça, turbação e esbulho. Quaisquer desses tipos de violência dá direito à proteção possessória. As ações possessórias sempre trazem a afirmação de posse + violência. 
Tais ações são fungíveis (artigo 920 CPC), ou seja, se acaso ingressar-se com ação de reintegração de posse e o juiz entender que é caso de manutenção ou interdito proibitório, pode conceder tais tutelas, em razão de ser faticamente difícil diferenciar, em muitos casos, os tipos de violência possessória. 
B.1) Aspectos processuais:
Pode propor ação possessória aquele que se afirma possuidor. Se se trata de possessória imobiliária e há composse, um cônjuge só pode propor ação possessória se tiver o consentimento do outro (artigo 10, parágrafo 2º, CPC).
A posse pode ser direta ou indireta, podendo qualquer dos possuidores utilizar-se do interdito.
Quanto à legitimidade passiva, tem-se aquele contra quem se alega esteja cometendo violência. Se o agressores forem casados, há um litisconsórcio necessário passivo (artigo 10, par. 2º, CPC).
É lícito ao autor, em conformidade com o art. 921, CPC, mantendo-se o rito, cumular ao pedido possessório o de: 
I - 	condenação em perdas e danos;
II - 	cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; 
III - 	desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse.
A grande marca do procedimento possessório é a possibilidade de liminar para a tutela da posse. Antecipa-se a tutela logo no início da proteção possessória, sendo referida antecipação diferente da prevista no procedimento comum, pois dispensa a demonstração de urgência e perigo para sua concessão, bastando apenas a demonstração da evidência.
A liminar pode ser dada com ou sem audiência de justificação prévia. Contra o Poder Público, no entanto, tal não se aplica, devendo ele ser necessariamente ouvido (artigo 928, parágrafo único). 
A ação deve ser ajuizada até ano e dia da turbação ou do esbulho. Após tal prazo decadencial, seguirá o rito comum (deixando de ser procedimento especial).
Apresentada a defesa, a possessória torna-se procedimento ordinário. 
É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória (sem necessidade de reconvenção) e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. É por essa razão que as possessórias são ações dúplices.
A reconvenção é possível em tais ações, desde que se pleiteie algo distinto do que se pede na própria contestação (proteção possessória e indenização).
O CC/2002 aduz ser irrelevante alegar domínio em possessória, o que leva a doutrina a divergir sobre manterem-se ou não as ressalvas existentes no CC/1916: quando ambas as partes alegarem domínio e quando nenhuma provar a posse, mas uma delas provar o domínio. 
De acordo com o art. 923, CPC, na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio.
Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de decair da ação, responder por perdas e danos, o juiz assinar-lhe-á o prazo de 5 dias para requerer caução sob pena de ser depositada a coisa litigiosa.
B.2) Da reintegração e da manutenção de posse.
O possuidor tem direito a ser reintegrado ou manutenido em sua posse no caso de esbulho.
De acordo com o art. 927, CPC, incumbe ao autor provar: 
I - 	a sua posse; 
II - 	a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - 	a data da turbação ou do esbulho; 
IV - 	a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração.
Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
De acordo com o art. 929, CPC, julgada procedente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.
Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 dias subsequentes, a citação do réu para contestar a ação. Quando for ordenada a justificação prévia, de acordo com o art. 928, CPC, o prazo para contestar contar-se-á da intimação do despacho que deferir ou não a medida liminar.
Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento ordinário.
B.3) Do interdito proibitório
De acordo com art. 932, CPC, o possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório (isto é, que imponha uma obrigação de não fazer), em que se comine ao réu determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito.
Aplica-se ao interdito proibitório o disposto no tópico anterior .
B.4) Da ação de nunciação de obra nova
De acordo com o art. 934, CPC, compete a ação de nunciação de obra nova: 
I - 	ao proprietário ou possuidor, a fim de impedir que a edificação de obra nova em imóvel vizinho lhe prejudique o prédio, suas servidões ou fins a que é destinado; 
II - 	ao condômino, para impedir que o coproprietário execute alguma obra com prejuízo ou alteração da coisa comum;
III - 	ao Município, a fim de impedir que o particular construa em contravenção da lei, do regulamento ou de postura.
Ao prejudicado também é lícito, se o caso for urgente, fazer o embargo extrajudicial, notificando verbalmente, perante duas testemunhas, o proprietário ou, em sua falta, o construtor, para não continuar a obra. Dentro de 3 dias requererá o nunciante a ratificação em juízo, sob pena de cessar o efeito do embargo.
De acordo com o art. 936, CPC, na petição inicial, elaborada com observância dos requisitos do art. 282, CPC, requererá o nunciante:
I - 	o embargo para que fique suspensa a obra e se mande afinal reconstituir, modificar ou demolir o que estiver feito em seu detrimento;
II - 	a cominação de pena para o caso de inobservância do preceito;
III - 	a condenação em perdas e danos.
Tratando-se de demolição, colheita, corte de madeiras, extração de minérios e obras semelhantes, pode incluir-se o pedido de apreensão e depósito dos materiais e produtos já retirados.
De acordo com o art. 937, CPC, é lícito ao juiz conceder o embargo liminarmente ou após justificação prévia.
Em conformidade com o art. 938, CPC, deferido o embargo, o oficial de justiça, encarregado de seu cumprimento, lavrará auto circunstanciado,descrevendo o estado em que se encontra a obra; e, ato contínuo, intimará o construtor e os operários a que não continuem a obra sob pena de desobediência e citará o proprietário a contestar em 5 dias a ação.
De acordo com o art. 939, CPC, aplica-se a esta ação o disposto no art. 803, CPC.
Em consonância com o art. 940, CPC, o nunciado poderá, a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, requerer o prosseguimento da obra, desde que preste caução e demonstre prejuízo resultante da suspensão dela. A caução será prestada no juízo de origem, embora a causa se encontre no tribunal. Em nenhuma hipótese terá lugar o prosseguimento, tratando-se de obra nova levantada contra determinação de regulamentos administrativos.
C) Da ação de usucapião.
Tem natureza jurídica de ação declaratória de domínio, imprescritível, portanto. É ação real que pode ser mobiliária ou imobiliária, a depender do bem que se está usucapindo.
Há vários procedimentos:
se a usucapião é de bem móvel, o procedimento é o comum (ordinário, sumário e juizados);
usucapião de bem imóvel: se for comum (a usucapião prevista no Código Civil), o procedimento é o especial, previsto no CPC – artigos 941 a 945. 
A competência é a do foro da situação da coisa.
De acordo com o art. 941, CPC, compete a ação de usucapião ao possuidor para que seja declarado a ele, segundo a lei, o domínio do imóvel ou a servidão predial.
Conforme o art. 942, CPC, o autor, expondo na petição inicial o fundamento do pedido e juntando planta do imóvel, requererá a citação daquele em cujo nome estiver registrado o imóvel usucapiendo, bem como dos confinantes e, por edital, dos réus em lugar incerto e dos eventuais interessados, observado quanto ao prazo o disposto no inciso IV do art. 232, CPC.
De acordo com o art. 943, CPC, serão intimados por via postal, para que manifestem interesse na causa, os representantes da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
Em consonância com o art. 944, CPC, o MP intervirá obrigatoriamente em todos os atos do processo.
Segundo o art. 945, CPC, a sentença, que julgar procedente a ação, será transcrita, mediante mandado, no registro de imóveis, satisfeitas as obrigações fiscais.
Usucapião de bem imóvel especial rural, prevista na CF, para imóveis rurais, o procedimento é o da Lei 6969/81. 
Neste caso, o processo tramitará no foro da situação do imóvel, ainda que ente público federal faça parte do processo. Se na situação do imóvel houver Justiça Federal, o processo aí tramitará. Se, no entanto, não houver vara federal, o processo tramitará na Justiça Estadual, com recurso para o TRF respectivo – artigo 4º da Lei 6969/81 e Súmula 11 STJ.
Ademais, há dispensa de custas judiciais e extrajudiciais e a permite-se a concessão de liminar de caráter possessório, servindo a usucapião, nesta hipótese, não apenas pra tutelar a propriedade, mas também a posse. 
Pode o juiz, para conceder a liminar pleiteada, marcar audiência de justificação de posse para que o autor possa demonstrar que é possuidor da coisa e assim, ter maior segurança na concessão da liminar.
Usucapião de terras devolutas, para os casos de quem tenha usucapido o bem antes da CF/88. O procedimento é o da Lei 6969/81.
D) Dos embargos de terceiro
Segundo o art. 1.046, CPC, quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, sequestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer lhe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos. Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor. Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende bens que, pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão judicial. Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse de bens dotais, próprios, reservados ou de sua meação.
Embargos de terceiro não é ação possessória. É graças ao § 1º do art. 1.046, que os embargos de terceiro não são considerados ação possessória, pois a causa de pedir pode ser propriedade.
Legitimação extraordinária. O caso do § 2º do art. 1.046 do CPC é a única hipótese em que quem é parte no processo pode propor embargos de terceiro. Trata-se de uma hipótese de legitimação extraordinária, em que o devedor defende bens que não são seus. Exemplo: devedor interpõe embargos de terceiro para defender um carro alugado que foi penhorado, logo, defende um bem que é da locadora.
Proteção da meação. Há quem sustente que a proteção da meação pelo cônjuge não é mais possível (falta de interesse processual) à luz do art. 655-B do CPC. Esse dispositivo determina que, “tratando-se de penhora de bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem”. Segundo a súmula 134 do STJ, “embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação”.
Cônjuge não executado intimado da penhora. Se o cônjuge não é co-executado e a penhora recaiu sobre bem imóvel, o art. 655, § 2º, do CPC, determina que o cônjuge deverá ser intimado. Nesse caso, não obstante intimado, o cônjuge continua sem ser parte. A súmula do STJ é para essa situação: se o cônjuge quiser defender a meação ou o bem de família, proporá embargos de terceiro, caso queira, entretanto, atacar os fundamentos da própria execução (ex.: não existe dívida), poderá propor embargos à execução.
Em conformidade com o art. 1.047, CPC, admitem-se, ainda, embargos de terceiro:
I - 	para a defesa da posse, quando, nas ações de divisão ou de demarcação, for o imóvel sujeito a atos materiais, preparatórios ou definitivos, da partilha ou da fixação de rumos;
II - 	para o credor com garantia real obstar alienação judicial do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese.
Ação de desapropriação e embargos de terceiro. Há uma única hipótese em que não cabem embargos de terceiro: ação de desapropriação. Segundo o art. 31 do DL 3.365/41, ficam sub-rogados no preço quaisquer ônus ou direitos sobre o bem desapropriado.
Embargos de terceiro x Embargos à execução. Há duas diferenças claras:
Legitimidade. O devedor propõe os embargos à execução. Os embargos de terceiro são propostos por um terceiro alheio à relação jurídica.
Objeto. Os embargos de terceiro são a defesa somente sobre o bem constrito. Por sua vez, os embargos à execução podem versar sobre qualquer das matérias do art. 745 do CPC.
Segundo o art. 1.048, CPC, os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença, e, no processo de execução, até 5 dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
De acordo com o art. 1.049, CPC, os embargos serão distribuídos por dependência e correrão em autos distintos perante o mesmo juiz que ordenou a apreensão.
Execução por carta. Na execução por carta (art. 747), aplicam-se as súmulas 46 do STJ e 33 do TFR, destarte, quando a apreensão for ordenada pelo próprio juízo deprecado, a ele competirá o julgamento dos embargos de terceiro, do contrário, caso a apreensão tenha sido determinada pelo juízo deprecante, a competência será dele.
Interposição de embargos de terceiro em ação tramitando em segundo grau de jurisdição. Os embargos de terceiro sempre são julgados em primeiro grau de jurisdição, mesmo que ação de conhecidamente esteja em grau de recurso.
De acordo com o art. 1.050, CPC, o embargante, em petição elaborada com observância do disposto no art. 282, CPC, fará a prova sumária de sua posse e a qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. O possuidor direto pode alegar, com a sua posse, domínio alheio.
De acordo com o art. 1.051,CPC, julgando suficientemente provada a posse, o juiz deferirá liminarmente os embargos e ordenará a expedição de mandado de manutenção ou de restituição em favor do embargante, que só receberá os bens depois de prestar caução de os devolver com seus rendimentos, caso sejam afinal declarados improcedentes.
De acordo com o art. 1.052, CPC, quando os embargos versarem sobre todos os bens, determinará o juiz a suspensão do curso do processo principal; versando sobre alguns deles, prosseguirá o processo principal somente quanto aos bens não embargados.
Em conformidade com o art. 1.053, CPC, os embargos poderão ser contestados no prazo de 10 dias, findo o qual proceder-se-á de acordo com o disposto no art. 803, CPC.
Segundo o art. 1.054, CPC, contra os embargos do credor com garantia real, somente poderá o embargado alegar que:
I - 	o devedor comum é insolvente;
II - 	o título é nulo ou não obriga a terceiro;
III -	 outra é a coisa dada em garantia.
Rediscussão em sede de embargos de terceiro da fraude à execução já declarada na ação principal. Nada impede que o embargante rediscuta o reconhecimento da fraude à execução já declarada no processo principal em sede de embargos de terceiro. Isso é possível porque o embargante não é parte na execução, podendo rediscutir a questão. Há também a possibilidade de se requerer o reconhecimento de fraude à execução na contestação de embargos de terceiro interposta pelo beneficiário da constrição.
Fraude contra credores em sede de contestação de embargos de terceiro. A súmula 195 do STJ determina que “em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores”. Assim, não é possível o reconhecimento de fraude contra credores por meio de contestação, devendo ser proposta ação pauliana revocatória.
Posse de imóvel advinda de promessa de compra e venda e embargos de terceiro. A súmula 84 do STJ dispõe que “é admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido de registro”. No caso de ausência de registro, como quem deu causa à constrição foi o próprio comprador (embargante), de acordo com a súmula 303 do STJ [“em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatício], ele pagará a sucumbência.
E) Da ação monitória
De acordo com o art. 1.102.a, CPC, a ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel. Assim, a ação monitória serve para acelerar a produção de um título executivo judicial, em razão de já ter o credor prova escrita.
A inicial deve vir acompanhada da prova escrita do crédito. Diante disso, o juiz pode tomar as seguintes providências:
aceitar a inicial, mas não como veiculadora de uma ação monitória, por entender não ser suficiente a prova, recebendo-a como ação ordinária;
indeferir a petição inicial;
aceitar a ação monitória, reconhecendo como verossímeis as alegações do autor e minimamente provado o crédito, determinando a expedição de mandado monitório para que o réu pague a dívida.
Cabe ação monitória contra a Fazenda Pública – Súmula 339 STJ.
Expedido o mandado monitório, o réu será citado e poderá:
cumprir a obrigação, sendo dispensado do pagamento das custas e honorários advocatícios;
ser revel. Se o réu é revel em ação monitória, a decisão inicial proferida pelo juiz automaticamente se torna definitiva. O que era um mandado monitório torna-se um mandado executivo, podendo o oficial de justiça penhorar bens do devedor;
 defender-se, por meio dos embargos monitórios. É uma contestação à monitória com nome de embargos. São autuados nos mesmo autos, não há pagamento de custas, nem prévia penhora ou garantia do juízo. O réu pode, além de embargar, reconvir (Súm. 292 STJ).
Com o oferecimento dos embargos, o procedimento torna-se ordinário. Se o juiz rejeitar a defesa, a decisão inicial torna-se definitiva.
Importante ressaltar que na monitória a cognição é exauriente secundum eventum defensionis, isto é, a cognição será exauriente a partir do comportamento do demandado.
Nada impede que o credor portador de título executivo extrajudicial interponha ação monitória ao invés de ação de execução, nos termos do seguinte entendimento do STJ: Assim como a jurisprudência da Casa é firme acerca da possibilidade de propositura de ação de conhecimento pelo detentor de título executivo - uma vez não existir prejuízo ao réu em procedimento que lhe franqueia ampliados meios de defesa -, pelos mesmos fundamentos o detentor de título executivo extrajudicial poderá ajuizar ação monitória para perseguir seus créditos, não obstante também o pudesse fazer pela via do processo de execução. (REsp 981440/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 12/04/2012, DJe 02/05/2012).
F) DA AÇÃO DE IMPROBIDADE
A lei 8429/92 disciplinou o procedimento a ação de improbidade, aplicando-se subsidiariamente a lei 7347/85 (Lei da ACP). O material coligido em eventual Inquérito Civil pode ou não ser utilizado, a depender do conjunto probatório.
Legitimidade ativa:
MP;
pessoa jurídica lesada (rol do artigo 1º da Lei 8429/92).
O MP participa da A.I., seja como autor, seja como custus legis, sob pena de nulidade. Se, no entanto, o MP atua como autor, a pessoa jurídica lesada poderá participar do processo como litisconsorte ou abster-se, sem haver invalidade do processo, pois se trata de litisconsórcio facultativo).
Foro competente: juízo de 1ª instância (não há foro por prerrogativa de função). Entretanto, a Corte Especial do STJ entendeu que deve haver simetria com o que ocorre em relação aos crimes comuns, logo, prevalece o foro por prerrogativa de função (Rcl 2790/SC, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Corte Especial, julgado em 02/12/2009). O STF entendeu que compete ao próprio tribunal julgar ação de improbidade contra seus membros (Pet 3211 QO, Relator(a): Min. Marco Aurélio, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Menezes Direito, Tribunal Pleno, julgado em 13/03/2008).
É vedado acordo, transação ou composição.
Conforme o artigo 17 da Lei, a ação independe de dano efetivo, bastando a violação a princípios da Administração.
Antes de receber a inicial, o réu será notificado para apresentar manifestação por escrito, no prazo de 15 dias (artigo 17, par. 7º). A não notificação, segundo posição do do STJ, acarreta nulidade relativa, dependendo da demonstração de prejuízo (EDcl no REsp 1194009/SP, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, julgado em 17/05/2012, DJe 30/05/2012).
Medidas cautelares:
Dependem sempre de decisão judicial.
Afastamento do cargo ou função;
Indisponibilidade dos bens;
Sequestro dos bens ( a doutrina entende que se trata de arresto, mas a lei diz sequestro);
Investigação e bloqueio das contas bancárias.
Havendo condenação, o dinheiro recuperado na ação fica para a pessoa jurídica lesada. Em se tratando de ação por violação a princípios, sem dano efetivo, a multa aplicada será depositada em conta de um fundo de reparação a direitos difusos lesados.
Prazo prescricional:
Agentes que ocupam mandato eletivo ou cargo em comissão: 5 anos, a contar do termo final do mandato ou desocupação do cargo em comissão;
Demais agentes: o estatuto funcional define, conforme o prazo para a pena de demissão. No serviço público federal, o prazo é de 5 anos a contar do conhecimento da prática do ato;
A reparação de danos do agente para o Estado é imprescritível – artigo 37, parágrafo 5º, CF, a ser cobrada em ação autônoma, após o prazo prescricional da ação de improbidade. 
G) RECLAMAÇÃO
A reclamação constitucional é ação autônoma de impugnação (segundo o STF, todavia, trata-se de direito constitucional de petição previsto no art. 5º, XXIV da CF - ADI 2480, Relator(a): Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, julgado em 02/04/2007), de competênciaoriginária de Tribunal. A CF prevê reclamação para o STF e para o STJ. A legislação infraconstitucional prevê para outros Tribunais superiores. Em muitos Estados da Federação a Constituição Estadual, aplicando o princípio da simetria, prevê a reclamação para o TJ. O STF, mudando sua jurisprudência, a partir de 2007 passou a admitir a reclamação para o TJ, reputando constitucional a previsão nas Cartas Estaduais.
É ação cujo procedimento é semelhante ao Mandado de Segurança, exigindo prova pré-constituída. Cabe liminar e a intervenção do MP é obrigatória.
O Regimento do STF prevê a possibilidade de o relator, monocraticamente, decidir a reclamação quando ela estiver de acordo com a jurisprudência dominante do STF. 
A doutrina entende que, além da autoridade que praticou o ato reclamado, é preciso ouvir também o sujeito que se beneficia da medida.
A reclamação não pode ser utilizada contra decisão que transitou em julgado (Súm. 734 STF). Não cabem embargos infringentes (Súm. 368 STF).
A reclamação é ação típica: só cabe nas hipóteses taxativamente previstas em lei:
Reclamação por usurpação de competência. Se algum órgão jurisdicional usurpar competência do STF e STJ, pode-se ir diretamente a estes Tribunais contra esse ato de usurpação, pedindo-se a anulação da decisão e a avocação da causa que é de competência de referidos Tribunais.
Reclamação para fazer valer a autoridade das decisões do Tribunal. Se houver qualquer decisão em sentido contrário à decidida em ADI, ADC e ADPF, cabe reclamação, assim como no caso de um juiz que executa julgado de forma diversa da determinada pelo Tribunal, por exemplo.
Desrespeito à Súmula Vinculante: cabe reclamação contra ato de juiz que a desrespeite, assim como contra ato administrativo que a tenha descumprido, esgotando-se o reclamante as vias administrativas.
Prazo. Não há prazo para reclamação, pois não é recurso.
Reclamação como sucedâneo de REsp. Contra decisão de turma recursal dos juizados especiais não cabe REsp. Destarte, a reclamação constitucional pode ser usada excepcionalmente para uniformização da jurisprudência das turmas recursais estaduais, a fim de evitar insegurança jurídica. O STF admite essa possibilidade porque não há, no âmbito da justiça estadual, um órgão superior uniformizador como há na justiça federal, qual seja, a Turma Uniformizadora de Jurisprudência prevista na Lei 10.259/01.
H) DESAPROPRIAÇÃO
Titularidade da ação de desapropriação. A ação de desapropriação é ajuizada pelo ente expropriante, ou seja, pelo ente que tem competência para promover a desapropriação.
Objeto da ação de desapropriação. É a diferença entre o valor da indenização oferecido pela Administração e o valor definitivo devido ao proprietário. Celso Antônio Bandeira de Melo considera essa limitação quanto ao objeto da ação de desapropriação inconstitucional, por ferir o princípio do amplo acesso ao Judiciário.
Cognição parcial e exauriente. Segundo o art. 9º c/c art. 20, a ação de desapropriação é uma ação de cognição parcial, pois somente se discute o valor da indenização, e de cognição exauriente, não havendo limitação quanto a produção de prova relacionada à indenização.
Direito de extensão. É o direito de exigir da Administração indenização pelos prejuízos extraordinários causados diretamente pela desapropriação ou de exigir a desapropriação da totalidade da área. Está previsto no art. 37 do DL. O direito de extensão poderá ser tratado na ação de desapropriação, pois trata-se de discussão quanto á indenização.
Competência para julgamento da ação de desapropriação. Segundo o art. 11 do DL, a competência para o julgamento da ação de desapropriação é do foro onde estiver localizado o bem.
Requisitos da petição inicial. O art. 13 estabelece os requisitos da petição inicial: os requisitos previstos no CPC, oferta do preço, cópia do decreto expropriatório e planta o imóvel.
Avaliação preliminar. O art. 14 determina que o juiz deverá designar perito para avaliar o bem ao proferir o despacho inicial. Trata-se de avaliação preliminar.
Imissão provisória na posse. Segundo o art. 15 do DL, se o expropriante alegar urgência e depositar a quantia arbitrada pelo perito, o juiz mandará imiti-lo provisoriamente na posse. Segundo o art. 15, § 1º, é possível a imissão provisória na posse mesmo antes da avaliação prévia, desde que a Administração comprove qualquer das hipóteses das alíneas desse parágrafo. Segundo a súmula 652 do STF, não contraria a Constituição (indenização prévia e em dinheiro) o disposto no art. 15, § 1º, do DL.
Levantamento do valor depositado. O art. 33, § 2º, autoriza ao expropriado o levantamento de até 80% do valor depositado, ainda que discorde da quantia.
Recebimento de parte da indenização por precatório. O valor fixado na sentença que ultrapassar 80% da avalização prévia, será recebido mediante precatório. Exemplo: Administração oferece 70 mil → avaliação prévia fixada em 100 mil → possibilidade de levantamento de 80 mil → sentença fixando em 110 mil → 30 mil a ser pago em precatórios. Lembre-se que, considerando esse exemplo, o objeto da ação de desapropriação, somente poderá versar sobre valores acima de 70 mil, pois, abaixo dessa quantia, não há controvérsia.
Juros compensatórios ≠ Juros moratórios. Os juros compensatórios estão previstos no art. 15-A e dizem respeito à remuneração pela imissão provisória na posse (espécie de aluguel). Os juros moratórios, disciplinados no art. 15-B, tem a finalidade de recompor o valor da indenização em virtude do atraso no pagamento.
Inconstitucionalidade dos juros compensatórios de até 6%. O STF suspendeu a parte do art. 15-A que diz “de até seis porcento ao ano”. O tribunal entendeu que essa limitação fere a justiça da indenização prevista na CF�. Aplica-se atualmente a súmula 618 do STF, que estabelece a taxa de juros compensatórios em 12% ao ano. O STJ entendeu que, entre a edição da MP 1.577/97, que alterou o art. 15-A, introduzindo a taxa de 6%, em 1997, e o julgamento do STF na MC na ADI 2332, que ocorreu em 2001, é válido a taxa de juros de 6% ao ano�. O art. 15-A, §§ 1º, 2º e 4º, estão suspensos pela mesma MC, pois o STF entendeu que violam o princípio do justo preço esculpido na CF. O trecho de 6% ao ano previsto no art. 15-B está em vigor.
Cumulação de juros moratórios e juros compensatórios. A súmula 12 do STJ diz que são cumuláveis em ação de desapropriação os juros compensatórios e os juros moratórios.
Termo inicial dos juros compensatórios. A súmula 69 STJ determina que na desapropriação direta os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel. A súmula 113 do STJ determina que os juros compensatórios são devidos a partir da imissão na posse, calculados sobre o valor da indenização. Por fim, a súmula 114 do STJ reza que os juros compensatórios, na desapropriação indireta, são devidos a partir da efetiva ocupação do bem, calculados sobre o valor da indenização.
Termo inicial dos juros moratórios. Antigamente, conforme a súmula 70 do STJ, entendia-se que o termo inicial dos juros moratórios seria o trânsito em julgado da sentença de desapropriação. Todavia, o STF entendeu que o termo inicial fixado no art. 15-B é válido, pois o Poder Público deve observar a sistemática de precatórios. Assim, esses juros serão devidos “a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição”.
Correção monetária na desapropriação. Segundo a súmula 561 do STF, em desapropriação, é devida a correção monetária até a data do efetivo pagamento da indenização.
Honorários advocatícios. Somente incidirão sobre o valor que ultrapassar a quantia oferecida pela Administração. Os honorários serão fixados entre 0,5% e 5%, conforme o art. 20, § 1º, do DL. O mesmo dispositivo legal estabelece que os honorários não poderão ultrapassar o valor de 151 mil reais. Todavia, o STF também suspendeuos efeitos desse trecho.
Base de cálculo dos honorários advocatícios. A base de cálculo é a diferença entre o valor oferecido e o valor da sentença, pois o objeto litigioso não é o valor total da indenização. A súmula 617 do STF e a súmula 141 do STJ determinam que a base de cálculo dos honorários é a diferença entre a oferta e a indenização, ambas corrigidas monetariamente.
Impostos de transmissão. O art. 27, § 2º, do DL, determina que a transferência da propriedade do bem não gera a incidência dos impostos de transmissão. Segundo a súmula 111 do STF, se houver retorno do bem ao particular (retrocessão), o imposto de transmissão será devido.
Desistência da desapropriação. Poderá ocorrer até a sua consumação. A consumação se dá com o efetivo pagamento do preço.
�	MC na ADI 2332.
�	REsp 1111829.

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