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Trabalho ''E a vida continua''

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOAO DEL REI
Curso: Medicina
Aluna: Sara Elizabeth Dominguez Peralta.
Data: 01/05/2018
Atividade: Carta a partir do filme “E a vida continua”.
Caros Colegas de sala:
 Venho por este meio a fim de compartilhar com vocês as minhas reflexões sobre o filme dirigido pelo senhor Roger Spottiswoode, titulado ‘‘E a vida continua’’ que retrata a busca de respostas acerca do agente causador e do modo de transmissão da AIDS, para que fosse possível controlar e reduzir as taxas de contaminação. A trama se desenrola mostrando o processo longo e árduo de pesquisa de uma epidemia que chegara aos EUA com índice de mortalidade de 100%. Doenças oportunistas que antes eram passíveis de tratamento se tornaram causa de óbitos em algumas partes do país. E um corpo do centro de controle de doenças (CCD) composto por cientistas, médicos, sociologos entre outros, forma uma equipe que tem uma grande incognita para resolver. O estopim para o início da pesquisa vem para o alerta dessa doença que começa com o foco na comunidade gay de São Francisco, que apresenta muitos casos de saúde parecidos. 
 Apesar de ser um filme um tanto quanto antigo, o tema que ele aborda não é. Falar do vírus do HIV e todo o estigma com ele relacionado foi muito complicado na época, e apesar de termos avançado em relação ao tabu pelo qual a doença é envolta, ainda não é um assunto fácil de ser falado. O filme retrata justamente essa dificuldade em abordar o tema, mostrando como o governo e a mídia da época simplesmente ignoravam o fato de que um número alarmante de pessoas estava morrendo devido à doença. A mídia não reportava a ocorrência da doença e o governo não facilitava a pesquisa cientifica, isto é, não fornecia apoio financeiro; deixando assim nas mãos dos pesquisadores toda a responsabilidade. Esses empecilhos surgiram, devido ao fato de que o HIV era conhecido como câncer gay, pois o grupo afetado eram homens homossexuais, o que acabou gerando um preconceito que dificultou ainda mais as coisas. 
 A AIDS deixa de ser uma doença de homossexuais quando apareceram casos entre bebês, dependentes de drogas e hemofílicos transfundidos. A partir desse momento, os pesquisadores passaram a considerar outras possibilidades de contaminação. Foi possível então levantar a hipótese que a doença também era transmitida por via sanguínea e não apenas restrita aos homossexuais pelas relações sexuais.
 Com a possibilidade de se tratar de um retrovírus, afim de acelerar as descobertas e o isolamento do vírus o Dr. Don Francis firma parceria com dois institutos de pesquisa que depois brigariam na justiça pela patente do agente causador.
 O filme mostra a postura totalmente antiética do Dr. Gallo que com uma conduta inteiramente desumana se preocupa apenas com os créditos e fama por trás da descoberta se apossando dos dados do outro instituto e usando como seus. Fica clara também a falta de cuidado e antiética dos pesquisadores na conquista de status e poder ao tentarem descobrir o vírus causador da doença. O pesquisador deve cumprir seu papel diante da sociedade como um colaborador e não como um competidor em busca de premiações, deixando de lado um dos elementos fundamentais da ciência, que é a ética. Pois enquanto o americano Robert Gallo e o francês Luc Montagnier disputavam, muitas vítimas morriam em uma cama de hospital sem entender o porquê.
 Um outro ponto muito interessante foi a crítica implícita a atuação da sociedade da época, que não se empenhou de maneira assídua no combate da nova doença devido ao preconceito para com os homossexuais. Eles acreditavam que a doença era castigo divino, e só depois que a epidemia começou a atingir mulheres e bebés, que o governo foi pressionado pela população no intuito de melhorar as políticas públicas de saúde.
 Por fim, é possível chegar à conclusão de que, se tratando da luta contra os males que atuam na sociedade, especificamente na área da saúde, existe, além do papel exercido pelos médicos e pesquisadores, um forte papel político-social na busca de descobertas. Que foi possível ver graças ao jogo de poder dado entre os médicos, além da visão de benefício econômico que a doença traria, mostrado no filme. Sendo assim, uma patologia não é só uma partícula infecciosa, mas também seres humanos e suas análises de como é possível tirar uma vantagem do mal que atinge o outro. 
 Espero que assistam o filme e gostem, assim como eu. Abraços.
 
Atentamente, 
Sara Dominguez.

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