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Do Crime
Conceito
Material: Crime é a violação de um bem penalmente protegido. É toda ação ou omissão consciente e voluntária, que, estando previamente definida em lei, lesa ou expõe a perigo, bens jurídicos penalmente protegidos, ou seja, considerados fundamentais para a paz e convívio social.
Formal: Crime é a ação ou omissão proibida pela lei, sob ameaça de pena. É todo ato punido com sanções penais, isto é, penas ou medidas de segurança.
Analítico: Divido entre os entendimentos das correntes. Na apostila as correntes estão no conceito formal.
1) Corrente Tripartida (majoritária, dominante): Defendida por Cezar Roberto Bitencourt,Guilherme de Souza Nucci, entre outros, diz que o crime é Fato típico, antijurídico e culpável. 
2) Corrente Bipartida (Minoritária): Defendida por Damásio de Jesus, Fernando Capez, entre outros, diz que o crime é Fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade apenas pressuposto para aplicação da pena.
Na Tripartida não há crime sem culpabilidade, na bipartida há.
Fato típico: 
Possui quatro elementos – conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. Para que ocorra crime é necessário que se tenha, primeiro uma conduta, que se tenha um resultado, que haja nexo entre os dois e que esse fato seja típico.
Conduta: Ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. Note que a conduta é humana, a pessoa jurídica e os animais serão tratados em sujeito ativo do crime. Contem como elementos a exteriorização do pensamento (mediante movimento corpóreo ou abstenção indevida de movimento; Não se pune o pensamento, por mais imoral, pecaminoso ou criminoso que seja), consciência (apenas atos conscientes são ilícitos, praticados em sonambulismo ou hipnose, por exemplo, não são) e voluntariedade (atos reflexos, como o reflexo rotuliano, e na coação física irresistível, vis absoluta, não são).
Pode ocorrer de duas formas: ação ou omissão. A ação é a conduta positiva que se manifesta com um movimento corpóreo e a norma penal nesses crimes, chamados comissivos, é proibitiva. A omissão é conduta negativa que consiste na indevida abstenção de um movimento e a norma penal é mandamental ou imperativa.
Crimes podem ser: Comissivos (advêm de uma ação, verbos como: matar, subtrair, constranger), omissivos próprios ou puros (se realizam com a simples conduta negativa, sem necessidade de ocorrência de um resultado naturalístico e não cabe tentativa, verbos contém um “não fazer” como: deixar, não prestar socorro, abandonar. Se encontram na parte especial do CP), omissivos impróprios, impuros ou comissivos por omissão (O sujeito responde pelo crime por que estava juridicamente obrigado a impedir a ocorrência do resultado e, mesmo podendo fazê-lo, omitiu-se. Possuem resultado naturalístico e admitem tentativa. Se encontram na parte geral do CP, mais precisamente no art. 13, § 2º. Observações na folha manuscrita) e de condutas mistas (são cometidos por uma conduta inicial positiva mas se consumam com uma conduta negativa , art. 169, PU, II) 
Três teorias procuram explicar: 1) Teoria Causal ou naturalista: psicológica e psicológico-normativa se basearam. O conteúdo da vontade não esta na ação e sim como elemento da culpabilidade. Olha-se o resultado que a conduta causou e não a finalidade dela. 2) Teoria Finalista: Normativa pura se baseou. O conteúdo da vontade esta na ação e não na culpabilidade. Olha-se a finalidade da ação, o que se pretendia com tal conduta. 3) Teoria Social: como a finalista olha o que se pretendia com a conduta, mas, alem disso essa conduta para se caracterizar como típica é necessária que possua relevância social, enquanto que na finalista não se faz tal exigência. Pode-se dizer que esta teoria é um melhoramento da finalista.
Resultado: A palavra evento nesse contexto possui o mesmo significado que resultado. Pode ser Jurídico ou normativo (Lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico provocada pela conduta voluntária) e naturalístico ou material (Modificação do mundo exterior provocada pela conduta voluntária). Pode haver crime sem resultado naturalístico, mas, não há crime sem resultado jurídico, pois não há crime sem ofensa ou perigo de ofensa ao bem jurídico. Observações na folha manuscrita.
Nexo Causal: A relação de causalidade será estudada mais a frente. Nexo causal é uma Relação causa-efeito, liame entre a conduta e o resultado. CP pelo art. 13 adotou a “Teoria da equivalência dos antecedentes” (conditio sine qua non). Todo fator que contribui de alguma forma para o ocorrência do evento é causa dele. Causa é a soma de todas as condições, consideradas no seu conjunto, produtoras de um resultado. Alguns fatores: 1) admitindo a realidade da causalidade. 2) domínio da vontade (curso causal), consciência da ilicitude; valor da relação causal – há que saber-se que se está cometendo um crime. 3) domínio do fato ou domínio da autoria: o agente deve criar o risco e incrementá-lo.
Tipicidade: Deve ser analisada em dois modelos: Formal e Material. O primeiro é a simples justaposição da conduta ao tipo sem qualquer juízo de valor. A segunda além de ajustar-se a um tipo legal de crime, deve haver algum juízo de valor, deve ser materialmente lesiva ao bem jurídico (princípio da insignificância para resolver) ou socialmente reprovável (princípio da adequação social). Tipicidade material = fato típico (conduta, resultado, nexo e tipicidade formal) + antijuridicidade (lesivo ao bem jurídico).
Conceito - É a relação de subsunção entre um fato concreto e um tipo penal (tipicidade formal) e a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente tutelado (tipicidade material).
Antijuridicidade ou ilicitude
Contrariedade do fato com o ordenamento jurídico (aspecto formal), de modo a ofender o bem jurídico (aspecto material). Só é antijurídico aquele fato que possa ser reputado lesivo a um bem jurídico, sendo assim, a tipicidade deve sempre conter o aspecto material.
Culpabilidade
Juízo de reprovação jurídica baseado na possibilidade (fundada na experiência da vida cotidiana) de que era possível – nas circunstâncias – agir de outro modo.
Com base na teoria normativa pura ou extrema ou estrita, adotada pela doutrina finalista da ação, são elementos da culpabilidade: 
1) Imputabilidade – imputar é atribuir a alguém a responsabilidade de alguma coisa. Imputabilidade penal é o conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada a pratica de um fato punível. São imputáveis: Aqueles com higidez mental (art.26 CP) e que possuam maioridade penal (art.27 CP).
2) Consciência potencial da ilicitude – Possibilidade, nas circunstâncias de compreensão do injusto, deve o sujeito ter consciência do caráter ilícito da sua conduta (art. 20 § 1º; 21 CP). Observações na folha manuscrita.
3) Exigibilidade de outra conduta: É preciso que se possa exigir do agente, na situação em que se encontrava, uma conduta diversa , de acordo com o ordenamento jurídico, ou seja, a conduta só é reprovável quando, podendo o sujeito realizar comportamento diverso e de acordo com a ordem jurídica, realiza outro, que é proibido (art. 22 CP).
Obs: A coação física irresistível (vis absoluta) exclui a tipicidade visto que o agente não realiza conduta voluntária. A coação moral irresistível exclui a culpabilidade, pois apesar de viciada existe a vontade, mas diante do perigo iminente não se poderia agir de outra forma.
Sujeito ativo do crime
É aquele que pratica a conduta, aquele que pode ser imputado penalmente. Em princípio, apenas o ser humano pode ser sujeito ativo do crime. Ao dizer que alguém é capaz de ação em sentido jurídico é toda pessoa natural independentemente de sua idade ou de seu estado psíquico. Abrange autor, coautor e partícipe. Termos utilizados para designá-los: No CP - agente; CPP indiciado (inquérito policial), denunciado (MP denuncia), acusado, réu, sentenciado, preso, condenado, recluso, detento; BIOPSÍQUICO – criminoso ou delinquente.
Capacidade penal: conjunto das condições exigidas para que um sujeito possa tonar-setitular de direitos e obrigações no campo de direito penal. Capacidade da pessoa (física ou jurídica) ser vítima ou autora da conduta. Toda pessoa possui capacidade penal, que não se confunde com imputabilidade, pois esta é a capacidade de a pessoa ser punida penalmente, não sendo aplicável a qualquer pessoa, como os menores de dezoito anos e os que nunca possuíram, ou, apesar de depois possuírem, não possuíam ao tempo da ação ou omissão, higidez mental.
Capacidade Especial do sujeito ativo: Em regra os crimes podem ser cometidos por quaisquer pessoas imputáveis, que são os crimes comuns, ex: homicídio, furto, roubo, calúnia. No entanto, há casos em que se exige do sujeito ativo uma capacidade especial, uma condição específica, sem a qual não há o delito, essa qualidade especial do sujeito funciona como elementar, e os sujeitos são chamados de ativos qualificados. Estes são os crimes próprios, ex: peculato – art.312 que só pode ser praticado por funcionário público; infanticídio – art. 123 que somente a mãe pode cometer; omissão de notificação de doença – art. 269 só pode ser cometido por médico. Há ainda os crimes de mão própria, que se diferenciam dos próprios, pois estes admitem que outras pessoas sejam coautoras do crime, assim nos crimes de infanticídio e peculato, respondem não apenas a mãe ou funcionário público, mas também estranho que deles porventura participe. Enquanto aqueles só podem ser praticados pelo autor em pessoa, ex: art. 342 – falso testemunho, onde ninguém pode mandar outrem praticar falso testemunho em seu lugar.
Incapacidade penal: Não são sujeitos (ativos ou passivos) mortos (vítima são os familiares), entes inanimados e animais (vítima é o meio ambiente, pois este é que se visa proteger). Podem apenas ser objetos ou instrumentos do crime, malgrado existir registro de julgamento e condenação de coisas e animais pela prática de infrações penais.
Pessoas jurídicas: Tradicionalmente, afirmava-se que societas delinquere non postet (“a pessoa jurídica não pode delinquir”). Contudo, na atualidade, apesar da resistência de parte da doutrina, tem prevalecido o entendimento contrário. À luz dos arts. 173, § 5º e 225 § 3º da CF e, sobretudo depois da Lei n. 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais) principalmente em seu art. 3º, não há como negar a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Mas, para a pessoa jurídica ser responsabilizada penalmente, exige-se, antes, que tenha havido um comportamento delitivo capaz de subsumir-se a crime ambiental, cometido por seu representante legal (seja por decisão ou por contrato) ou órgão colegiado e em interesse ou benefício da pessoa jurídica. Observações na folha manuscrita.
Sujeito Passivo do Crime
Titular do bem jurídico tutelado pela norma penal, que foi lesado ou ameaçado pela conduta criminosa. E pode ser de duas espécies:
1) Sujeito passivo eventual, material, particular ou acidental: é a vítima da infração, o titular do bem jurídico protegido na norma penal. O homem, a pessoa jurídica, o Estado e coletividade podem ser sujeito passivo material.
2) Sujeito passivo constante, formal, geral ou genérico: titular do mandamento proibitivo não observado pelo sujeito ativo. A simples prática de algum crime gera um dano ao Estado, que por sua vez é o sujeito passivo formal.
Sujeito passivo e prejudicado pelo crime não são, necessariamente a mesma pessoa, ainda que isso ocorra na maioria dos casos. Prejudicada é toda pessoa que sofre prejuízo de natureza cível, patrimonial ou não, com a prática da infração tendo por consequência direito ao ressarcimento, enquanto sujeito passivo é o titular do bem jurídico violado, que também tem esse direito, salvo exceções. No homicídio, o sujeito passivo é o falecido; os prejudicados são aqueles que viviam à suas custas. Na falsificação de moedas, o sujeito passivo é o Estado, e o prejudicado é a pessoa a quem se entregou a moeda.
Homem pode cometer crime contra si mesmo? Pode ser sujeito passivo e ativo em faca da sua própria conduta?
Não. As condutas ofensivas contra a própria pessoa, quando definidas como crime, lesam interesses jurídicos de outros. Tomemos o seguinte exemplo: Aquele que “lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro” (art. 171, § 2º, V) não pratica crime contra si mesmo, sendo apensa sujeito ativo; sujeito passivo é a entidade seguradora contra quem se dirige a fraude. No crime de rixa (art. 137), em que os rixantes são ao mesmo tempo sujeito passivo e ativo, não o são da própria conduta, pois um é sujeito passivo em relação à conduta do outro (sujeito ativo).
Objetos do Crime
Podem ser:
1) Materiais: Pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Assim, objeto material do homicídio é a vítima; do furto, a coisa subtraída; do tráfico ilícito de entorpecentes, a droga. Pode o sujeito passivo e o objeto material coincidirem no mesmo crime, mas não se confundem, é o que ocorre no homicídio, onde o objeto material é a pessoa e o sujeito passivo também. Mas há casos onde se distinguem, é o caso do furto por exemplo, onde o objeto material é a coisa subtraída e o sujeito passivo é o titular dela é o sujeito passivo.
2) Jurídico: É o bem jurídico tutelado pela norma penal. Nos exemplos acima os objetos jurídicos seriam respectivamente: a vida, o patrimônio e a incolumidade pública (Garantia de integridade e segurança social, devida pelo poder público à sociedade).
Pode ainda ser um objeto material impróprio que é a ausência ou impropriedade absoluta do objeto material. Fazendo surgir a figura dos crimes impossíveis (art. 17).
Há também crimes sem objeto material, como o falso testemunho e o ato obsceno.
Classificação dos crimes
Quanto ao resultado:
Instantâneo: são os que se completam num só momento. A consumação se dá num determinado instante, sem continuidade temporal. Ex: homicídio, em que a morte ocorre num momento certo; o furto, o roubo.
Permanente: são os que causam uma situação danosa ou perigosa que se prolonga no tempo. O momento consumativo se protrai no tempo. Ex: sequestro e cárcere privado (art. 148). Nesses crimes a situação ilícita criada pelo agente se prolonga no tempo. Assim, no sequestro, enquanto a vítima não recupera sua liberdade de locomoção, o crime está em fase de consumação.
De Dano: são os crimes que só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico. Ex: homicídio, lesões corporais etc.
De Perigo: são os que se consumam tão só com a possibilidade do dano. Ex: perigo de contágio venéreo (art. 130 caput); rixa (art. 137); incêndio (art. 250).
Quanto ao processo de execução:
Unissubsistente: que se realiza com um só ato. Ex: injúria verbal (art. 140).
Plurissubsistente: é o que se perfaz com vários atos. Ex: estelionato (art. 171), que não se consuma com o simples emprego de fraude, exigindo que o agente obtenha vantagem ilícita em prejuízo alheio.
A distinção não se faz em abstrato, mas sim no caso concreto. A injúria verbal é crime unissubsistente, a injúria por escrito é plurissubsistente, uma vez que a atividade pode ser feita em várias fases.
O unissubsistente não admite tentativa, ao contrário do plurissubsistente que admite.
Quanto ao momento consumativo:
Material: Crimes em que o tipo descreve a conduta do agente e a modificação do mundo exterior causada por ela. Ex: homicídio, lesões corporais, roubo.
Formal: tipo tem a descrição da conduta, sem referência a qualquer modificação no mundo exterior. Crime sem resultado naturalístico. Ex: invasão de domicílio, omissão de socorro.
Quanto á conduta punível:
Comissivo: praticados mediante ação. Ex: furto, roubo.
Omissivos: cometidos mediante omissão. Ex: omissão de socorro.
Quanto ao concurso de agentes:
Unissubjetivo, monossubjetivo ou concurso eventual: pode ser cometido por um só sujeito ativo, entretanto, admite-se a co-autoria e a participação. Ex: homicídio (art. 121), furto (art. 155).
Plurissubjetivo: exige a pluralidade de sujeitos ativos como requisito típico, isto é, a condutadescrita no verbo nuclear deve, obrigatoriamente, ser praticada por duas ou mais pessoas. Tem como elementar o concurso de várias pessoas para um único fim. Ex: bigamia (art. 235), quadrilha ou bando (art. 288).

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