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Águas Residuárias - Resumo

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Águas Residuárias 
 
Termo usado para as águas que, após a utilização humana, apresentam as suas 
características naturais alteradas. A devolução das águas residuais ao meio ambiente deverá 
prever, se necessário, o seu tratamento, seguido do lançamento adequado no corpo receptor 
que pode ser um rio, um lago ou no mar. 
 
Mecanismos de Contaminação 
 
 
Objetivos do Saneamento 
- Evitar o contato direto ou indireto do homem com os dejetos; 
- Evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água; 
- Evitar o contato de vetores com as fezes; 
- Propiciar a instituição de hábitos higiênicos na população; 
- Promover o conforto e atender ao senso estético; 
- Aumento da vida média da população através da redução da mortalidade por doenças 
infecto-parasitárias; 
- Redução do custo da assistência médica no que tange a doenças evitáveis; 
- Redução no custo do tratamento da água de abastecimento, pela prevenção da poluição de 
mananciais; 
- Controle da poluição de praias e dos locais de recreação, permitindo a promoção da indústria 
hoteleira e de turismo, com consequente aumento da renda; 
- Preservação da fauna aquática, em especial de criadouros de peixes. 
 
 Destinos Inadequados Para os Dejetos 
- Fossa negra  é a fossa construída de modo inadequado e que acaba por atingir o lençol 
subterrâneo de água; 
- Privada construída sobre cursos de água ou lagoas. Inclui-se aqui a prática em que águas 
residuárias de residências ou condomínios são coletadas e jogadas diretamente no mar, em 
rios ou em manguezais; 
- Privadas sem fossa, construídas a pequena altura do solo, sendo o dejeto lançado 
diretamente sobre o solo, servindo de alimento a porcos ou galinhas; 
- Lançamento dos dejetos em valas a céu aberto (valões). 
 
 
 
 
Soluções Individuais Para o Destino dos Dejetos 
 
Sem Transporte Hídrico 
- Privada com fossa seca: 
 * Destinadas a receber os dejetos, sem o uso da descarga d’água. 
 
- Privada com fossa estanque: 
 * É um tanque impermeável onde são dispostas as excretas até sua remoção. 
- Privada com fossa de fermentação: 
* Contínua: Instalação onde usuário deposita os excretas que, em condições 
ambientais adequadas, propiciam a compostagem dos dejetos. 
* Intermitente: O processo utilizado é o mesmo que na fermentação contínua, porém 
realizado em lotes. 
- Privada química. 
* É uma fossa estanque onde é adicionado um produto químico para desinfecção dos 
dejetos. 
 
Com Transporte Hídrico 
- Nesta situação, é possível a construção do banheiro dentro da casa e a utilização de vasos 
sanitários. 
- Fossa ou tanque séptico: 
* Unidades hermeticamente fechadas que tratam o esgoto por processos de 
sedimentação, flotação e digestão. 
- Fossa OMS ou tanque de Imhoff: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destino de Efluentes nas Soluções com Transporte Hídrico 
- Fossa absorvente ou sumidouro: 
* É uma escavação semelhante a um poço, onde são dispostos os esgotos, podendo ou 
não ter paredes de sustentação. 
* Permitem a infiltração do efluente no solo. 
* São escavações feitas no terreno, para receber efluente da fossa séptica ou mesmo 
diretamente do vaso sanitário em cujas paredes deverão se infiltrar. 
- Fossa de pedra ou biofiltro. 
- Campo absorvente. 
- Trincheira filtrante: 
* Este processo é usado, quando as características de permeabilidade do solo não 
permitirem o emprego do processo de irrigação sub-superficial. 
* O sistema consiste no assentamento de duas linhas de canalizações assentes uma 
sobre a outra, tendo no meio das duas, um leito de areia fina. 
- Cursos d’água: 
* O lançamento de efluentes em cursos d'água deve considerar a capacidade de auto 
depuração e o uso que é feito da água. 
* Corpos d’água fechados, como lagos e represas, devem ser evitados. O risco diminui 
consideravelmente quando o efluente é previamente tratado. 
* Para lançá-los ao mar, devemos utilizar emissários que os levem a correntes perenes 
e que se afastam da costa. 
 
Sistemas Urbanos de Coleta e Tratamento de Águas Residuárias 
- Os esgotos domésticos incluem as águas imundas contendo matéria fecal e as águas de 
lavagem, resultantes de banho, lavagem de roupas, de utensílios e pisos; 
- Os resíduos líquidos industriais dependem do tipo de indústria : resíduos líquidos orgânicos, 
procedentes de indústrias de alimentos, matadouros, etc.; águas residuárias agressivas, 
procedentes de indústrias metalúrgicas, químicas, etc. e; outras águas residuárias procedentes 
de diversos outros procedimentos industriais. 
- As águas pluviais, procedentes das chuvas e outras precipitações; 
- As águas de infiltração, que são águas de subsolo que se introduzem na rede: esta parcela 
está ligada às condições de construção da rede, ao nível do lençol freático e a fatores 
climáticos. 
 
Tipos de Sistema Urbano de Esgotos 
- Unitário 
 *Este sistema coleta os esgotos juntamente com as águas pluviais e normalmente não 
é utilizado por exigir investimentos iniciais maiores, devidos principalmente ao grande 
diâmetro das canalizações, bem como também por apresentarem alguns inconvenientes: 
# Problemas em regiões onde as precipitações são muito intensas; 
# Poluição dos corpos receptores porque os sistemas de tratamento não 
podem ser dimensionados para tratar toda a vazão (vazão dos esgotos e vazão 
da chuva), logo, uma parcela destes esgotos, em períodos críticos, extravasa 
para o corpo receptor sem tratamento; 
# Problemas de mau cheiro em certas partes do sistema (bocas de lobo). 
- Separador absoluto 
 * Condutos: condutos residenciais, coletores prediais (ramal domiciliar), coletores 
terciários (rede de rua), interceptores e emissários; 
 * Órgãos acessórios: 
# Poços de visita – colocados no início das linhas, na junção de dois coletores, 
nas mudanças de direção ou a cada 100 ou 200 metros, destinam-se a permitir 
a inspeção para fins de desobstrução ou limpeza; 
# Tanques fluxíveis – dispositivos que permitem a descarga periódica de 
grandes quantidades de água, afim de evitar depósito do material sólido; 
 *Estações elevatórias: na impossibilidade do esgoto continuar fluindo pela ação da 
gravidade, há nestas estações, bombas especiais para pressurização do mesmo; 
 *Estações de tratamento. 
- Misto 
 * A rede recebe o esgoto sanitário e uma parte de águas pluviais. 
 
Tratamento Aeróbio do Esgoto 
O mecanismo básico da depuração aeróbia apoia-se na atividade de bactérias, alimentando-se 
de matéria orgânica dos próprios resíduos e de oxigênio para a sua respiração. 
Três alternativas básicas para o tratamento biológico aeróbio dos esgotos: 
1. No primeiro caso, o oxigênio é introduzido através de uma aeração forçada do esgoto. 
2. No segundo caso, o esgoto é reduzido a finas gotículas ou a uma película liquida 
delgada em contato direto com o ar atmosférico. 
3. No terceiro caso, o oxigênio é produzido pela atividade de microrganismos 
fotossintetizantes. 
 
 
- Gradeamento: 
 *As grades retêm materiais grosseiros (papeis, pedaços de plástico e madeiras...). 
 * Limpeza pode ser feita manualmente ou mecanicamente. 
*O material é incinerado ou triturado e lançado novamente no esgoto. 
* As grades são a primeira unidade encontrada numa estação de tratamento. 
- Caixas de Areia/Desarenador: 
 *Retém areia e outros detritos que se encontram no esgoto (terra, carvão, partículas 
de metal...). 
- Tanques de remoção de óleos e graxas: 
 * Tanques nos quais se obtém a sedimentação de matérias em suspensão, capazes de 
se depositar dentro de um período de tempo conveniente. São de dois tipos: 
- decantadores primários: utilizados antes do lançamento final, caso haja somente 
tratamento primário, ou antes, do tratamento secundário. 
- decantadores secundários: utilizados para remoção dos materiais finos que passaram 
pelo decantador primário. 
 
Filtros Biológicos- Consiste no lançamento do esgoto sobre uma grande superfície de solo. 
- Cria-se uma película líquida delgada em contato com o ar atmosférico. 
- A natureza granular do solo aumenta muito a superfície de exposição da película liquida. 
- Elimina-se previamente do esgoto as suas matérias sólidas ou insolúveis que são as de mais 
difícil e lenta depuração. Remoção conseguida através de decantação primária. 
- Desenvolvia-se uma matéria gelatinosa, o "húmus", que obstruía os espaços, tornando o solo 
impermeável, obrigando a mudança do local de lançamento. 
- “Húmus”  constituída de um grande número de microrganismos que formam colônias de 
consistência gelatinosa sobre os grãos de areia. 
 
Lodos Ativados 
- Ao se agitar o líquido sobrenadante do decantador primário surgem flocos de material 
flutuante, que na verdade são formações de zoogleia (ou “húmus”) livres da base material. 
- Estes flocos podem se depositar no fundo, formando um lodo de alta capacidade de 
depuração, que é denominado de “lodo ativado”. 
- Em alguns sistemas, este lodo ativado é recirculado e misturado ao esgoto fresco, 
aumentando a atividade biológica. 
 
 
 
Lagoas de Estabilização 
- Elemento indispensável ao funcionamento  luz. 
- Lagoas devem ser rasas e não devem conter muita matéria em suspensão  deve ser feita 
uma decantação prévia, em um decantador ou em uma lagoa primária. 
- Lagoa primária  esta funciona não somente como tanque de decantação, mas também 
como digestor anaeróbio. 
 
Emissários Submarinos 
- Consiste em conduzir o esgoto por dentro do mar até que este se choque contra uma 
corrente submarina perene. 
- Conduzem água em temperatura e velocidade muito diferentes da água circundante. 
- Ao se chocar com as margens das correntes submarianas  forma um turbilhão que vai até a 
superfície  capta ar atmosférico  aumenta a quantidade de O2 dissolvido  tratamento 
aeróbico. 
 
Tratamento de Lodos 
- Como os lodos resultantes da decantação primária e secundária são altamente putrescíveis, 
devido à matéria orgânica, e apresentam alto teor de água (95 a 99%), há necessidade de 
estabilização e desidratação, o que se consegue com a digestão e secagem dos mesmos. 
 
- Digestão de Lodos: 
 * Processo de decomposição anaeróbia, feita nas instalações denominadas digestores. 
 * Finalidades: destruir as bactérias patogênicas, reduzir o volume dos lodos e 
aproveitar os gases resultantes: metano, gás carbônico, nitrogênio e, com menos frequência e 
em pequenas quantidades, hidrogênio e gás sulfídrico. 
 * O lodo resultante apresenta substâncias nutritivas para as plantas. 
- Secagem de Lodos: 
* Os lodos são subprodutos do tratamento e devem ter destino conveniente: 
afastamento, aproveitamento ou eliminação, o que se dá através de lançamento ao mar, 
incineração ou secagem e aproveitamento posterior como adubo. 
*De uma forma geral não convém utiliza-los como adubo de vegetais que podem ser 
ingeridos crus. 
 
Desinfecção de Efluentes 
- Consiste em uma cloração do efluente da estação de tratamento. 
- A desinfecção deve ser feita sempre que o problema a ser resolvido for o da contaminação 
por bactérias. 
- É feita particularmente no caso de efluentes de hospitais e de sanatórios onde existam 
portadores de doenças transmissíveis.

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