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Aula 02 ADM I

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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
O Direito administrativo possui um conjunto sistematizado de princípios e normas que o diferenciam dos demais ramos do direito. Este conjunto é reconhecido como regime jurídico administrativo, sistema indispensável para que se possa compreender o direito administrativo e seus institutos.
O regime jurídico administrativo é caracterizado por prerrogativas e sujeições impostas à Administração Pública, e fundamentado na supremacia do interesse público sobre o privado e na indisponibilidade do interesse público. 
Os princípios podem ser “expressos” ou “implícitos” (também chamados de reconhecidos).
A Constituição Federal apresenta atualmente cinco princípios expressos no caput do art. 37. Assim, a atuação da Administração Pública só será legítima se estiver escudada nos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
 
Para não esquecer! L – I – M – P - E
Ressalte-se que o princípio da eficiência não deriva do texto originário da CF/88, tendo sido acrescentado pela EC 19/98.
Anote-se que o art. 2º da Lei 9.784/99 (Processo Administrativo) apresenta outros princípios do direito administrativo, bem como, as Leis 8.666/93 (Licitação) e 8.987/95 (Concessões e Permissões de Serviço Público) também apresentam princípios específicos acerca de licitação e contratos da administração pública.
 LEGALIDADE
Denota a diretriz básica dos agentes da Administração. Significa que toda a atividade administrativa deve ser autorizada por lei. Se a atividade não tiver respaldo na lei, o atuar será ilícito (ou ilegítimo). Vide o art. 5º, II da CF/88.
Este princípio deriva do Estado de Direito, já que o Estado edita as leis e deve submeter-se a estas.
Hely Lopes Meirelles assevera que no campo de atuação privado, os indivíduos podem fazer o que a lei não veda; já na atuação administrativa (pública), o agente só pode realizar o que a lei autoriza.
Art. 2o  A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
        Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
        I - atuação conforme a lei e o Direito;
Em outras palavras... a ausência de lei para Administração significa uma proibição, diferentemente no caso do particular que, na falta de lei, tem uma permissão.
Frise-se que este princípio denota a subordinação de todos os agentes aos impérios da lei, qualquer que seja o grau do agente público (presidente, ministros, porteiro do auditório do congresso, etc.).
Vale ressaltar ainda o efeito deste princípio: a LEGALIDADE caracteriza que a atuação do agente público fora dos limites legais vai resultar em ilicitude, a ser corrigida pelo Judiciário (quando provocado) ou pela própria Administração.
Atenção! No final das contas.... A ideia aqui no Direito Administrativo é da subordinação total a lei!!!! Diferente da concepção mais genérica do princípio da legalidade que traz a idea da não contradição a lei.
 IMPESSOALIDADE
É o princípio que impõe tratamento igualitário (isonômico) aos administrados, bem como remete à idéia de que os agentes públicos devem ter uma atuação neutra.
Vejam que este princípio pode ser examinado sob dois enfoques distintos:
Igualdade de tratamento aos administrados - Isonomia » a Administração Pública deve dispensar tratamento idêntico aos administrados que estiverem em situação similar. Neste pórtico, veda-se o favorecimento de algum administrado em detrimento dos demais. A idéia aqui também é proporcionar oportunidades iguais a todos. Ex: concursos públicos.
 Questão bastante discutida é a legalidade ou não do limite de idade em concursos públicos, sobre o assunto temos a súmula 683 do STF que diz que “o limite de idade só se legitima em face do Art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo.
Neutralidade do agente em sua atuação » vedação de qualquer atuação pautada na promoção pessoal (Art. 37,§1º, da CF).
Art 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
OBS* - O princípio da impessoalidade, para alguns autores, também diz respeito ao princípio da finalidade, que exige os atos administrativos sejam praticados tão somente com o objetivo de atingir o fim almejado pela lei.
Note-se que existe uma relação de causalidade entre a legalidade e a impessoalidade. Isso porque a lei não deve prever situações discriminatórias (art. 5º, caput, e inciso I da CF/88). Ora, se o agente público só deve atuar nos limites que a lei permite, a atuação pública já seria impessoal, pois o seu pressuposto (que é a lei) denota ato legislativo impessoal. (Posição de CIRNE LIMA)
Outrossim, se o ato administrativo se afastar desta impessoalidade o ato conterá desvio de finalidade, passível de correção pelo Judiciário e pela Administração.
Caso concreto:
STJ mantém condenação por improbidade de prefeito que pintou cidade de amarelo. O ex-prefeito Osvaldo Ferrari, de Boa Esperança do Sul (SP), terá de devolver aos cofres públicos os valores gastos com a pintura de prédios municipais de amarelo. Apelidado de “Marelo”, ele ainda pagará multa equivalente a duas remunerações que recebia, ficará impedido de contratar com o governo e terá direitos políticos suspensos por três anos. A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a condenação. 
Marelo usava a cor amarela na campanha eleitoral, em camisetas e material de divulgação, como sua cartilha com o plano de governo. Depois da posse, passou a adotar a cor em bens públicos e de uso público, em uniformes escolares, embalagens de leite e prédios municipais. O logotipo do governo também seria similar ao da campanha, tendo inclusive a letra “M” ladeada de slogans e da inscrição 2001-2004, anos de seu mandato. 
No recurso, o ex-prefeito afirmou que a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) não seria aplicável aos agentes políticos, que deveriam ser regidos apenas pelo Decreto-Lei 201/67, que trata dos crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores. Afirmou também não ter havido dano ao erário nem intenção ímproba nos atos. 
A ministra Eliana Calmon rejeitou as alegações. Ela esclareceu que a jurisprudência do STJ já está absolutamente pacificada quanto à aplicação da Lei de Improbidade a prefeitos, por ser plenamente compatível com o decreto sobre crimes de responsabilidade. 
No caso de Marelo, o tribunal local afirmou “categoricamente” que o ex-prefeito agiu de forma consciente contra os princípios administrativos, lesando os cofres públicos ao fazer promoção pessoal às custas do erário. 
A ministra Eliana citou a sentença para esclarecer a conclusão da corte local sobre os fatos. “Assim, nítida a intenção do requerido de que a população identificasse a cor dos prédios públicos com a pessoa do administrador, tendo sido ferido o PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE, uma vez que ficou flagrantemente caracterizada a promoção pessoal da autoridade”, afirma a decisão. 
“Uma vez caracterizada a promoção pessoal, com a utilização de dinheiro público, configurada restou também a afronta aos princípios da moralidade, legalidade e probidade administrativas, pois o requerido agiu em desacordo com o que se espera de um gestor da coisa pública, com desvio de finalidade e abuso de poder”, completou o magistrado na origem. 
O recurso de Marelo foi rejeitado por unanimidade pela Turma.
 
 MORALIDADE
 Este princípioimpõe que a Administração atue dentro dos preceitos éticos da conduta pública, consoante o art. 2º, parágrafo único, IV da Lei 9.784/99. Além do Art. 37, caput, a CF/88 faz menção ao princípio em apreço no art. 5º, LXXIII, que trata da ação popular que visa anulação dos atos lesivos à moralidade administrativa.
Art. 2o  A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: (...)
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
	 Importante ressaltar que a moralidade a ser observada aqui é a administrativa (respeito ao interesse coletivo; obediência à ética; atuação honesta), e não a moralidade comum (distinção entre o bem e o mal). 
		Atento à imoralidade que assola a Administração Pública o STF viu-se obrigado a editar a súmula vinculante nº 13 “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” 
 
 O avanço consagrado na súmula reforçou o caráter imoral e ilegítimo da nomeação de parentes para cargos em comissão, inclusive na modalidade cruzada, mas esse impacto imensamente positivo acabou sendo fragilizado em função do entendimento do STF no sentido que a vedação não é extensiva a “agentes políticos” como ministros de estado e secretários estaduais, distritais e municipais (Reclamação 6.650/PR).
Epaaaaa!!!!! Máxima atenção!!!!! Por mais que pareça estar havendo uma violação do princípio da moralidade quando um prefeito nomeia sua esposa ou um irmão para uma secretaria de governo... Segundo entendimento do STJ e STF, nesses casos, por se tratar de “agente político”a este não se aplica a súmula vinculante nº13!!!!!
 Agora é bom saber quem seriam estes agentes políticos??? Agentes políticos » obviamente são os detentores de mandato eletivos, bem como, são aqueles que exercem atividades de alta relevância para o Estado, inclusive parcela de soberania. São eles: Presidente da República, Ministros de Estado, Governador, Secretários estaduais, Prefeitos, Secretários municipais, Senadores, Deputados, Vereadores, membros do MP, membros da Magistratura. 
Percebam que este princípio caminha muito próximo dos princípios da legalidade e da impessoalidade, de modo que, se um agente atua de modo imoral, forçosamente estará ofendendo a própria lei, que não admite hipóteses de atuação afastadas da ética. 
		
Nosso ordenamento prevê alguns instrumentos de proteção da moralidade administrativa, dentre os quais merecem destaque os seguintes:
Ação Popular » a ser proposta por qualquer cidadão contra ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, `moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural (art. 5º, LVIII, da CF/88 e Lei 4.717/65);
Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa » de legitimidade do Ministério Público e demais pessoas jurídicas interessadas, pode ser intentada contra ato de improbidade praticado por qualquer agente público, servidor ou não (Lei 8.429/92);
Controle Externo exercido pelos Tribunais de Contas (art. 70 da CF/88);
Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs (art. 58 §3º da Cf/88).
 
 PUBLICIDADE
		Os atos administrativos devem ser públicos, isto é, a Administração deve divulgar a sua atuação, de modo a propiciar o controle da legalidade e da legitimidade dos atos praticados. 
		Este princípio está relacionado com a transparência, que deve nortear a conduta pública.
 A publicidade pode ser reclamada por meio de dois instrumentos jurídicos: 
Direito de Petição – os indivíduos podem requerer junto à Administração qualquer tipo de postulação (art. 5º, XXXIV, ‘a’, CF/88);
Direito de Certidão – os indivíduos podem requerer à Administração a publicidade acerca de situação jurídica de conhecimento da Administração Pública (art. 5º, XXXIV, ‘b’, CF/88). 
O direito de certidão está disciplinado na Lei 9.051/95.
Se a Administração não cumpre os direitos previstos no art. 5º, XXXIV, ‘a’ e ‘b’ da CF/88, cabe Mandado de Segurança ou Habeas Data, ressalvadas as situações resguardadas pelo sigilo (art. 5º, XXXIII c/c LX, CF/88).
O Habeas Data está disciplinado na lei 9.507/97 e o Mandado de Segurança está regulado na lei 12.016/2009.
Atenção! Em alguns casos, quando o interesse público ou a segurança o justificarem, o princípio da publicidade deve ser relativizado, de modo que, estas exceções estão previstas na CF/88.
Atenção! Em novembro de 2011, visando regulamentar o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas foi promulgada a Lei de Acesso à Informação. Seu objetivo principal consiste em estabelecer requisitos mínimos para a divulgação de informações públicas e procedimentos para o acesso por qualquer pessoa, a fim de favorecer o controle social e a melhoria na gestão pública.
 
 
 EFICIÊNCIA 
		Este princípio foi acrescentado pela EC 19/98, e tem como escopo melhorar a qualidade dos serviços prestados aos indivíduos, impondo à Administração Pública a melhor atuação possível diante dos recursos disponíveis.
 Previsto no art. 2º, caput, da Lei 9784/99, também aparece na Lei 8987/95 que trata da concessão e permissão de serviços públicos (art. 6º, §1º). 
		Hely Lopes Meirelles afirma que este princípio sinaliza que a atividade administrativa deve ser pautada na presteza, perfeição e rendimento funcional. Alexandre Mazza fala em economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional são valores atrelados à eficiência.
		Este princípio também denota que a atuação do Estado seja efetuada com a utilização racional e moderna dos mecanismos que dêem melhor resultado nas obras e nos serviços públicos.
 Isto nos remete para o “aspecto econômico”, no sentido de que o Estado deve pautar as suas decisões levando-se em conta sempre a relação custo-benefício. Ex: construir uma rede de esgoto em área desabitada pode até ser legal, mas não será um investimento eficiente para a sociedade.
	
		Hely Lopes Meirelles cita os arts. 13; 25, V e VII; 26, III; e 100 do Dec.Lei 200/67 como reflexos deste princípio.
		Outro reflexo mencionado por Di Pietro é a criação de Agências Reguladoras e a existência de contratos de gestão.
 Concluindo, outro exemplo da aplicação do princípio da eficiência seria a avaliação especial de desempenho necessária para aquisição da estabilidade (Art. 41,§4º, da CF/88).

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