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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Mecânica IM433Z – Acionamento de Máquinas Elétricas para Automação Industrial Prof. Dr. Niederauer Mastelari PROFINET Matheus Puttinati Casari RA:133688 Abril 2012 1 Índice 1. Profinet.............................................................................................. 2 1.1 Profinet CBA.............................................. 3 1.2 Profinet IO................................................. 4 1.3 Profinet RT................................................ 7 1.4 Profinet IRT............................................... 8 1.5 Aplicação................................................... 12 Anexo 1................................................................................................. 13 Bibliografia............................................................................................. 14 2 1. Profinet A Profinet é um padrão de comunicação aberto que permite a integração simples em sistemas e redes já existentes. Isso significa que existe segurança tanto para os investimentos existentes e futuros quanto para uma transição gradual para a nova tecnologia. (Ferrari, Flammini, Marioli, & Taroni, 2004) Foi padronizada pela (PI) PROFIBUS and PROFINET Internatinal, como uma das quatorze redes de Ethernet Industrial. As normas que regulamentam a Profinet são: IEC61158-5 e IEC61158-6. (Lugli, 2008) Profinet é um protocolo de comunicação cujo padrão consegue satisfazer todas as necessidades de uso da Ethernet na automação industrial. Ele consegue abranger comunicação em nível de corporativo, padrões de automação com sistemas IO e trocas de dados precisas para controle de movimento. (Pegaia, 2010) É um protocolo que compreende todos os requisitos da planta automatizada e se divide em dois grupos para uma melhor otimização dos recursos: A profinet IO, responsável pela comunicação dos dispositivos de campo com tempo real e tempo real síncrono.; E a Profinet CBA, responsável pela comunicação em tempo real e não critica dos dados, principalmente em nível corporativo e supervisão. (Pigan, 2008) 3 1.1. Profinet CBA A Profinet CBA, automação baseada em componente, divide a planta automatizada em várias unidades autônomas, também chamadas módulos. Os módulos possuem controladores pré-programados que recebem os sinais de entrada e os enviam de acordo com essa programação. (Pigan, 2008) Componentes são, na verdade, módulos de entrada e saída com comunicação programada. A mesma acontece em ciclos acima de 100ms, ideais para troca de informações entre controladores e interfaces inteligentes. Os módulos são dispositivos tecnológicos que são receptores de sinais, onde tais são gerenciados segundo um programa controlador escrito pelo próprio usuário, gerando os sinais de saída para outros dispositivos controladores. (Pegaia, 2010) Atua na comunicação entre equipamentos inteligentes como CLP, IHM e PC. A Profinet CBA promove a modularização das fábricas e de suas linhas utilizando inteligência distribuída, possibilitando a comunicação dos dispositivos através da linha de produção e a configuração gráfica da comunicação entre os módulos. (Kleines, Detert, Drochner, & Suxdorf, 2008) 4 Figura 1 Profinet CBA 1.2. Profinet IO Profinet IO é o protocolo que permite a interface de comunicação entre todos os dispositivos de campo, como sensores e atuadores, e os módulos controladores. O mesmo especifica a total troca de dados entre os dispositivos de campo, desde a sua parametrização até os diagnósticos da comunicação. (Pigan, 2008) Uma planta possui pelo menos um controlador e alguns sensores e atuadores, a interface supervisória é integrada somente em alguns instantes para funções de autorização ou resolução de problemas. Ela foi projetada para uma rápida comunicação de dados, utilizando barramento de poucos milissegundos. (Lugli, 2008) 5 Como consequência, cada dispositivo Profinet IO tem as seguintes atribuições: • Controlador IO: Representa a estação central de comando e é responsável pela gerência de todos os dispositivos a ele conectados, tanto em sua configuração como também nas transferências de dados. • Dispositivo IO: Representa um dispositivo análogo de campo que coleta as informações do processo e transmite ao controlador e vice-versa. Ele também pode gerar informações de diagnósticos e alarmes ao controlador. • Supervisor IO: Representa uma estação para supervisão programação e diagnósticos. (von Rohr, Felser, & Rentschler, 2011) Profinet IO é um modelo consistente de estrutura e possibilidades dos dispositivos IO. Um dispositivo IO pode ser modular e composto de um ou mais espaços, cada espaço pode ser composto de subespaços. Cada espaço ou subespaço representa um módulo IO e tem um número fixo de bits entradas e saídas. Os dados de entrado de um dispositivo IO é a sequência das entradas de todos os espaços e subespaços, respeitando a ordem em que eles estão posicionados. (Kleines, Detert, Drochner, & Suxdorf, 2008) 6 Para o controlador começar o sistema, uma série de operações é iniciada conforme as pré-configurações do sistema: • Cada dispositivo IO é checado e a ele é atribuído um endereço IP pelo Discovery and Configuration Protocol-DCP; • A conexão de comunicação entre todos os dispositivos IO é então formada com os serviços de gerenciamento de contexto; • Através da gravação acíclica de dados todos os dispositivos IO e seus sub-módulos são configurados e parametrizados; • Depois de finalizadas a configuração e parametrização, um dispositivo IO inicia o modo cíclico de transferência de dados, onde os dados do processo são trocados ciclicamente entre os dispositivos. Figura 2 Profinet IO 7 1.3. Profinet RT Profinet RT é o protocolo usado para o processamento e transmissões de dados do processo em tempo real, ou seja, tempo definido. Os requerimentos gerais para essa comunicação são resposta determinística e em tempo definido. (Pigan, 2008) Um tempo real de transferência de dados é preestabelecido entre o controlador e os dispositivos através de um canal de tempo real. Outros dados como estatística e relatórios são transmitidos por um canal de transmissão não critico. (Ferrari, Flammini, Venturini, & Augelli, 2011) Os dispositivos que utilizam este protocolo transferem ciclicamente os dados do processo no barramento. O tempo do ciclo para transferência em tempo real pode ser diferente para cada dispositivo. Contudo, um dispositivo só pode ocupar a banda pelo tempo necessário para a transmissão dos dados requeridos. (Kleines, Detert, Drochner, & Suxdorf, 2008) O receptor controla o tempo máximo para a chegada dos dados e a conexão é supervisionada pelo envio bidirecional de pacotes de status. O tempo predefinido de envio e recebimento é chamado de clock time que é múltiplo de uma unidade de tempo de 31,25ms (1/32). A figura 3 exemplifica tal operação. (Pegaia, 2010) 8 Figura 3 Profinet RT As especificações do protocolo Profinet RT exigem que pelo menos 40% da banda deve ser mantido livre de qualquer trafego de dados Profinet. O restante da banda pode ser ocupado para transferências de dados de processos em tempo não critico, permitindo tanto protocolos como UDP e TCP como também tráfego em tempo real.(Ferrari, Flammini, Venturini, & Augelli, 2011) 1.4. Profinet IRT Profinet IRT nada mais é do que o protocolo de transmissão de dados em tempo real precisamente sincronizado. Utilizado principalmente pra sincronismo entre atuadores, controle de movimento, grande velocidade e sincronismo na troca de dados. (Pegaia, 2010) 9 Segundo especificações deste protocolo todos os dispositivos IO leem e escrevem dados ao mesmo tempo e, o principio inicial e básico para que isso ocorra é que todos eles estejam referenciados por um sistema único de relógio. (Pigan, 2008) Com o objetivo de controlar minunciosamente a sincronização dos dados, o emissor envia o pacote de dados juntamente com o respectivo horário de envio. O receptor então, ao receber o pacote, envia uma resposta com o respectivo horário de chegada e também acrescenta o tempo de processamento interno e de reenvio da mensagem. Figura 4. (Pegaia, 2010) Figura 4 Projeção do tempo da transmissão O emissor, a partir destes dados, consegue projetar o tempo de transmissão da linha. A diferença entre o tempo projetado de transmissão e o tempo real que o pacote é recebido é chamado de Jitter, que nada mais é do que o atraso ou antecipação do tempo de recebimento, e deve ser de no máximo de 1µs para Profinet IRT. Figura 5. (Prytz, 2008) 10 Figura 5 Jitter O protocolo Profinet IRT (Isochronous Real Time) gerencia a banda de comunicação baseando-se em fases. Os pacotes de dados sincronizados ocupam a banda na fase vermelha. A fase laranja é usada para a transmissão de dados assíncronos do sistema, porém, se beneficiam da banda de tempo real como alarmes, etc. A fase verde é usada pra transmitir pacotes de dados assíncronos como quadros de tarefa Ethernet. Ainda existe uma fase amarela, que se situa entre as fases vermelha e verde, utilizada para o armazenamento de pacotes enviados com atraso pela fase verde e que podem comprometer a sincronização da fase vermelha. A figura 6 exemplifica tal divisão de banda. (Gunzinger, Kuenzle, Schwarz, Doran, & Weber, 2010) 11 Figura 6 Divisão da banda em fases A figura 7 mostra uma comparação simples entre os protocolos. Figura 7 Comparação entre os protocolos 12 2. Aplicação A aplicação do protocolo Profinet a ser citada nesse trabalho foi realizada na planta fabril da ford em São Bernardo do Campo, mais especificamente nas células de soldagem da Ford Courier. A montadora adquiriu o sistema em 2007 e citou como principal característica a facilidade de instalação. Outros pontos positivos abrangidos foram o reduzido numero de dispositivos que ocasionou em um sistema mais simplificada e um ganho de tempo, além da maior eficiência e espaço gerados pelo menor número de cabos. Outra vantagem foi a centralização das interfaces IHM comandas agora por computadores o que resultou em interfaces mais amigáveis e simplificadas. Também, o monitoramento dos dispositivos agora é feito por CLPs, que apresentam maior confiabilidade e menor numero de intervenções que, quando ocorrem, são realizadas com maior precisão e menor tempo graças ao sistema de detecção de falhas. (Fittipaldi, 2010) 13 Anexo 1 14 3. Bibliografia [1]Ferrari, P., Flammini, A., Marioli, D., & Taroni, A. (2004). Experimental evaluation of PROFINET performance. Factory Communication Systems, 2004. Proceedings. 2004 IEEE International Workshop on, (pp. 331- 334, 22-24). [2]Ferrari, P., Flammini, A., Venturini, F., & Augelli, A. (2011). Large PROFINET IO RT networks for factory automation: A case study. Emerging Technologies & Factory Automation (ETFA), 2011 IEEE 16th Conference on, (pp. pp.1-4, 5-9). [3]Fittipaldi, H. (2010). FORD moderniza planta com PROFINET e PROFIsafe. Mecatrônica Atual - Automação Industrial de Processos e Manufatura, 38. [4]Gunzinger, D., Kuenzle, C., Schwarz, A., Doran, H., & Weber, K. (2010). Optimising PROFINET IRT for fast cycle times: A proof of concept. Factory Communication Systems (WFCS), 2010 8th IEEE International Workshop, (pp. pp.35-42). [5]Kleines, H., Detert, S., Drochner, M., & Suxdorf, F. (2008). Performance Aspects of PROFINET IO. Nuclear Science, IEEE Transactions on : vol.55, no.1, pp.290-294. [6]Lugli, A. B. (2008). Uma visão do protocolo industrial Profinet e suas aplicações. Santa Rita do Sapucaí / MG – Brasil. [7]Pegaia, D. (2010). Tecnologia Profinet. [8]Pigan, R. (2008). Automating with PROFINET. Erlangen. [9]Prytz, G. (2008). A performance analysis of EtherCAT and PROFINET IRT. Emerging Technologies and Factory Automation, 2008. ETFA 2008. IEEE International Conference on, (pp. pp.408-415, 15-18). [10]von Rohr, D., Felser, M., & Rentschler, M. (2011). Simplifying the engineering of modular PROFINET IO devices. Emerging Technologies & Factory Automation (ETFA), 2011 IEEE 16th Conference on , (pp. 1-4, 5-9).
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