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2 Empresário e seus prepostos. Estabelecimento empresarial

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	CURSO DE DIREITO 7º período
DIREITO EMPRESARIAL	 2018/1 -2 -
Prof.: José Lauri Bueno de Jesus
1. EMPRESÁRIO
É a pessoa que toma a iniciativa de organizar uma atividade econômica de produção ou circulação de bens e serviços. Essa pessoa pode ser tanto a física (empresário individual), que emprega seu dinheiro e organiza a empresa individualmente, como a jurídica (sociedade empresária), nascida da união de esforços de seus integrantes. Também pode ser a EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - art.980-A).
Conforme o Novo Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406), em seu art. 966: 
“considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços”.
Para ser empresário, é necessário que haja os requisitos abaixo:
	1) profissionalismo 	 habitualidade (continuidade)
 Especialidade (monopólio de informações , conhecimento técnico)
 pessoalidade (o empresário é quem está à frente do negócio)
 contratar empregados
2) atividade econômica organizada 
 > 4 fatores de produção capital (recursos financeiros...)
 mão-de-obra (trabalho)
 insumos (matéria-prima)
 tecnologia 
3) produção ou circulação de bens ou serviços. 
O empresário pode produzir ou fazer circular bens ou serviços.
- Produzir bens: sinônimo de fabricar bens.
- Produzir serviços: prestação de serviços em geral, exceto os de caráter intelectual.
- Circular bens: é adquirir par revende-los. É apenas uma intermediação.
- Circular serviços: é fazer a intermediação entre o cliente e o fornecedor do serviço a ser prestado, como o corretor de seguros e o agente de viagens.
A atividade é o conjunto dos atos coordenados para alcançar um fim comum. Não é uma mera sequência de atos; é necessária a coordenação, como ocorre, por exemplo, com as linhas de produção de automóveis. Assim, a atividade pressupõe uma habilidade do sujeito que a exerce ou a organiza, assumindo o seu risco econômico.
É o empresário (às vezes, com ajuda de auxiliares) quem exerce a empresa, ou seja, quem exerce a atividade, pois, no âmbito dos negócios, atividade é sinônimo de empresa. Ele coordena os atos que formam a atividade (por exemplo, em uma confecção).
Econômica é a atividade que cria riqueza por meio da produção ou circulação de bens e de serviços. 
Assim, a atividade econômica tem como fim o lucro. Quem explora atividade objetiva o lucro, ainda que às vezes experimente prejuízos (apresenta riscos).
Com relação a Organização, é o empresário quem organiza a atividade. Ele combina os fatores de produção de forma organizada.
O conceito de atividade empresarial está diretamente relacionado com o conceito de empresário, previsto no caput do art. 966 do CC/02, A atividade desenvolvida pelo empresário é empresarial, pois é exercida profissionalmente na busca de lucro.
Assim, pode-se dizer que a atividade é uma organização profissional para a produção ou circulação de bens ou de serviços com a finalidade de lucro. Dessa forma, a empresa é justamente a atividade econômica organizada, exercida profissionalmente, exceto os de natureza intelectual.
A princípio, a empresa pode ter natureza civil ou empresarial. As atividades intelectuais e rurais e as cooperativas podem ser tidas como exemplos da natureza civil da atividade. A indústria, o comércio e a prestação de serviços têm natureza empresarial.
Para ficar mais claro, destaque-se que o empresário, titular da atividade empresarial, goza de alguns direitos, como a possibilidade de requerer a recuperação de empresa judicial ou extrajudicial; a autofalência, utilizar seus livros como prova judicial a seu favor, o que, por sua vez, não são assegurados aos profissionais intelectuais.
	As atividades econômicas civis, intelectuais e cooperativas não se enquadram no conceito legal de empresário. Da mesma forma a empresa rural não registrada na Junta Comercial.
Art. 966, § único, CC/02 
– “não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
Deixar a atividade intelectual fora do campo da empresa e do Direito Empresarial foi apenas uma opção do legislador, pois, do ponto de vista organizacional, econômico e de existência de estabelecimento, não há diferenças com relação à atividade empresarial, pois tais profissionais também visam lucro.
Geralmente as atividades intelectuais são realizadas por profissionais de atividades regulamentadas ou por profissionais liberais.
Profissional liberal é aquele profissional independente que tem curso universitário> mas existem casos em que se exerce uma atividade intelectual sem necessariamente se ter um curso universitário, como acontece com artistas e escritores.
Profissão regulamentada é aquela com previsão legal como ocorre com os advogados, contadores, economistas, médicos, etc.
A atividade intelectual não se confunde necessariamente com prestação de serviços, pois esta é uma atividade empresarial, de acordo com a teoria da empresa e o conceito de empresário, estabelecido no caput do art. 966.
Por exemplo, o pedreiro não exerce uma atividade intelectual, mas, si, uma atividade empresarial de prestação de serviços.
A atividade intelectual, de acordo com o art. 966, caput, pode ser uma atividade de natureza científica (psicólogo, fisioterapeuta, advogado, químico, médico), literária (escritor, compositor, poeta, jornalista) ou artística (ator, cantor, desenhista, fotógrafo, artista plástico).
Para o exercício da atividade intelectual, seja de natureza científica, literária ou artística, o profissional pode contratar auxiliares ou colaboradores para auxiliá-los no exercício de sua atividade. Entretanto, a contratação de auxiliares ou colaboradores não caracteriza sua atividade como empresarial.
Na última parte do § único do art. 966, diz que o profissional intelectual pode ser considerado um empresário se o exercício de sua profissão constituir elemento de empresa. Isso quer dizer que a atividade intelectual pode fazer com que seu titular seja considerado empresário se estiver integrada em um objeto mais complexo, próprio da atividade empresarial, ou seja, se a atividade intelectual for parte de uma atividade empresarial.
Em outras palavras, o profissional não é empresário quando realiza um serviço intelectual diretamente em favor de quem com ele contrata. Mas, quando o profissional intelectual oferece os serviços intelectuais de outras pessoas (que trabalham para ele) será considerado empresário. Aqui o cliente procura o escritório (ou a empresa), e não necessariamente o profissional. No primeiro caso, o cliente procura diretamente o trabalho do profissional intelectual.
Empresário individual
Pode-se ter em conta que a palavra “empresário” é gênero do qual o empresário individual, a sociedade empresária e a empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) são espécies.
Para esclarecer, o CC/02 ora usa a palavra “empresário” para designar o gênero (art. 966), ora para designar a espécie (empresário individual-art. 1.150).
Por sua vez, empresário individual é aquele que, independentemente do motivo, opta por desenvolver sua atividade econômica isolado, sem a participação de sócios. 
Assim, empresário individual é a pessoa física titular de uma atividade empresarial, que por sua vez não se confunde com o sócio da sociedade empresária. O sócio não é empresário, mas, sim, integrante do quadro social de uma sociedade empresária.
Ao empresário individual é assegurado o direitoà inscrição na Junta Comercial (a lei considera isso um dever – art. 967/CC02), à recuperação de empresas, à autofalência, à utilização dos seus livros como prova em processo judicial. Tais direitos também são assegurados à sociedade empresária.
No entanto, o empresário individual não goza da limitação de responsabilidade e da separação patrimonial, princípios inerentes às sociedades empresárias e às EIRELIS (art. 980-A).
Em sua atividade solitária não se considera em separado o patrimônio da empresa e o patrimônio pessoal; logo, a responsabilidade do empresário individual pelas obrigações firmadas em razão do seu negócio é ilimitada. Ele responde, inclusive, com seu patrimônio pessoal, ainda que sua empresa tenha patrimônio próprio.
Aqui, não há que se falar da aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, justamente porque a responsabilidade do titular da atividade empresarial é ilimitada.
É pertinente apontar que o empresário individual pode admitir sócios, mas, neste caso, solicitará ao Registo Público de Empresas Mercantis a transformação de sua inscrição como empresário individual para sociedade empresária (art. 968, §3º). Também poderá solicitar sua transformação para EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Em ambos os casos deverão ser respeitadas as regaras firmadas pelo DREI – Departamento de Registro Empresarial e Integração (antigo DNRC), em especial a Instrução Normativa nº 10, de 5.12.13, que fixa regras para a transformação de registro de empresário individual em sociedade empresária, contratual, ou em EIRELI, ou vice-versa.
1.2. EIRELI – EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA – Art. 980-A e seus parágrafos.
A EIRELI foi instituída por meio da Lei nº 12.441, de 11.07.2011, cuja vigência teve início em janeiro de 2012. Esta lei promoveu várias alterações no Código Civil, especificamente em seus art. 44, 980 e 1.033. 
Regulamentando a matéria, o DREI editou a Instrução Normativa nº 10/2013, que aprovou o Manual de Atos de Registro de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.
Pode-se afirmar que a EIRELI é um instituto jurídico parecido com uma sociedade limitada, mas tendo apenas uma pessoa. Também se assemelha à figura do empresário individual, no entanto, com responsabilidade limitada deste empresário. Ou seja, a EIRELI é uma mistura do empresário individual e da sociedade empresária.
Assim, a EIRELI é o instituto pelo qual se possibilita a um empreendedor, individualmente, utilizar-se dos princípios da separação patrimonial e da limitação da responsabilidade para assim desenvolver uma atividade econômica. Lembrando que estes princípios até então eram exclusivos às sociedades, não sendo aplicáveis ao empresário individual.
Na Itália é denominada de “sociedade unipessoal de responsabilidade limitada”.
Em Portugal é denominada de “estabelecimento individual de responsabilidade limitada”.
Vale destacar que a lei dá à EIRELI o status de ser uma nova espécie de pessoa jurídica de direito privado em razão do inciso VI acrescido ao art. 44, por força da Lei 12.441/11.
No que se refere aos requisitos, a EIRELI será constituída observando os seguintes critérios (art. 980-A, CC/02):
Formada por uma única pessoa;
A pessoa natural não pode constituir mais de uma EIRELI;
A pessoa física poderá ser titular tão somente de uma EIRELI, haja vista as regras do DREI.
A pessoa deverá ser a titular da totalidade do capital social;
O capital não pode ser inferior a 100 vezes o maior salário mínimo vigente no País;
O capital deve ser totalmente integralizado (de fato e de direito);
O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após a firma ou a denominação;
Cabe destacar que a EIRELI também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. Por exemplo, um sócio majoritário poderá comprar a parte do minoritário e assim transformar uma sociedade em EIRELI.
Outro aspecto interessante se dá quanto ao art. 1.033. Tal dispositivo previa que, em uma sociedade com dois sócios, em que um deles viesse a falecer, a se retirar ou a ser excluído, o sócio remanescente tinha até 180 dias para encontrar outro sócio, sob pena de dissolução.
Agora com o acréscimo do § único no art. 1.033, pode o sócio remanescente requerer à Junta comercial sua transformação em EIRELI ou empresário individual. Tudo isso sem prejudicar quaisquer direitos a terceiros (arts. 1.113 a 1.115).
Poderá a EIRELI ser constituída para fins de prestação de serviços de qualquer natureza, podendo por isso ser atribuída a ela a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca, ou de voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional (art. 980-A, §5º). Essa situação trata de casos em que a atividade intelectual é elemento de empresa, sendo um reconhecimento do legislador quanto ao fato de inúmeros profissionais constituírem pessoas jurídicas a fim de desenvolverem suas atividades profissionais por meio delas, e assim obterem redução na carga tributária.
Para efeitos burocráticos e tributários, a EIRELI poderá ser tida como microempresa – ME desde que sua renda bruta anual seja limitada a R$ 900.000,00; ou como empresa de pequeno porte – EPP, desde que sua renda bruta anual esteja entre o valor anterior e R$ 4.800.000,00.
Submete-se normalmente às regras da Lei nº 11.101/05 (Falências e Recuperação Empresas).
2. EMPRESÁRIO RURAL 
	Pode ser considerado empresário rural aquele que desenvolve atividade agrícola, pastoril/pecuária, extrativa e agroindustrial. Esta classificação é abstraída do Estatuto da Terra _ Lei nº 4.504/65.
Tradicionalmente, a atividade rural sempre foi tida como de natureza civil, não empresarial (tratada pelo Direito Civil), portanto). Mas o Código Civil de 2002 facultou ao ruralista equiparar-se ao empresário, desde que a atividade rural constitua sua principal atividade.
Dessa forma, aquele que desenvolve atividade rural, se optar por efetuar sua inscrição, deverá fazê-lo no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, devendo cumprir todas as formalidades estabelecidas pelo art. 968 aos empresários.
Uma vez realizada a inscrição, o ruralista ficará equiparado ao empresário sujeito a registro para todos os efeitos legai, tido, portanto, como empresário rural.
Semelhantemente, a sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade rural e seja constituída de acordo com um dos tipos de sociedade empresária poderá efetuar seu registro no Registro Público de Empresas Mercantis, tornando-se equiparada para todos os efeitos à sociedade empresária (art. 984.)
Com isso, o empresário rural e a sociedade de objeto rural ficam equiparados ao empresário individual e a sociedade empresária, respectivamente. Pode, inclusive, ser uma EIRELI, caso queira.
No art. 970 do NCC, diz que:
 “A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes”.
Art. 971, CC:
 “O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro”.
Art. 984, CC:
“A sociedade que tenha por objeto o exercício próprio de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária”.
3. MICROEMPRESÁRIO, EMPRESA DE PEQUENO PORTE E MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUALA Constituição Federal, art. 170, inc. IX, prevê tratamento diferenciado às empresas de pequeno porte constituídas de acordo com as leis nacionais e que tenham sede e administração no Brasil.
O art. 970 do CC/02 também expressa a necessidade de garantia de tratamento diferenciado tanto para o pequeno empresário quanto para o empresário rural, no que se refere à inscrição e a seus efeitos.
A necessidade de tratamento especial para pequenos empresários se dá por várias razões:
Excesso de carga tributária;
Burocracia administrativa dos órgãos públicos;
Complexidade das exigências contábeis;
Falta de preparo dos empreendedores;
Insuficiência de capital de giro e linhas de crédito, entre outros....
- O art 179 da CF 1988, diz o seguinte: 
“a União, os Estados, o DF e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei”. 
Observe que quanto à falência e recuperação da empresa nada é mencionado, deixando isso para a Lei nº 11.101/05.
A Lei nº 9.841, de 5-10-1999, que estabelecia normas para as microempresas –ME e Empresas de Pequeno Porte –EPP, relativas ao tratamento diferenciado e simplificado, nos campos administrativos, fiscal, previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial, foi revogada pela LC nº 123 (Estatuto da ME e EPP), a qual também estabelece tais regras, e hoje é conhecida como a Lei Geral das ME e EPP.
Na LC nº 123/06, o seu art. 3o diz que “para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
A LC 155, de 27.10.2016, alterou a LC 123 e prevê os seguintes valores:
MEI > faturamento bruto anual: até R$ 81.000,00
	ME > faturamento bruto anual: até R$ 900.000,00
	EPP> faturamento bruto anual: de R$ 900.000,01 até R$ 4.800.000,00
	Temos também o microempreendedor individual - MEI, criado pela Lei Complementar nº 128/2008. 	
No art. 18-C.  Observado o disposto no caput e nos §§ 1o a 25 do art. 18-A desta Lei Complementar, poderá enquadrar-se como MEI o empresário individual ou o empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural que possua um único empregado que receba exclusivamente um salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional.
A LC 147/2014, que altera a LC 123/06, parece ter dirimido algumas dúvidas existentes: Assim, sabendo-se que o MEI é modalidade de microempresa (segundo § 3º do artigo 18-E da Lei Complementar 123/2006, acrescentado pela Lei Complementar 147/2014), pode-se dizer que o Microempreendedor Individual também pode habilitar-se a operar nos demais níveis de Receita Bruta tributados pelo Simples Nacional, desde que se sujeite à pertinente tributação.
MEI - Esta é a sigla para o Microempreendedor Individual. Trata-se de uma empresa individual, voltada para a formalização das pessoas que trabalham por conta própria.
O tipo foi criado pela Lei Complementar nº 128/2006, devendo ter faturamento anual de até R$81 mil, podendo se ajustar ao Simples Nacional. O MEI não pode ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Em contrapartida, pode ter um empregado que receba salário-mínimo ou o piso da categoria.
Então, para poder ser um microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 81.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.
Assim, a Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado.
Entre as vantagens oferecidas por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais.
Além disso, o MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de R$ 47,85 (comércio ou indústria), R$ 51,85 (prestação de serviços) ou R$ 52,85 (comércio e serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo.
Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros.  
A microempresa e a empresa de pequeno porte podem ser: empresário individual, sociedade empresária, empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) ou sociedade simples.
Por último, vale destacar que a micro e a pequena empresa pode ter por objeto a exploração de quaisquer atividades econômicas de caráter empresarial. O objeto também pode ser intelectual (sociedade simples ME ou EPP), haja vista tratar-se de um formato destinado a um regime tributário mais benéfico.
4. PREPOSTOS DO EMPRESÁRIO
Art. 1169 a 1178 do NCC
Art 1172 – Gerente
Art 1177 – Contabilista e outros auxiliares.
4.1 PREPOSTOS. O que são?
São trabalhadores que desempenham tarefas sob a coordenação do empresário. Independentemente da natureza do vínculo contratual mantido com o empresário são chamados de prepostos.
São responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito.
Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica de seu teor.
Os prepostos respondem pelos seus atos que derivam obrigações do empresário com terceiros. Se agiram com culpa, devem indenizar em regresso o preponente titular da empresa; se com dolo, respondem eles também perante o terceiro, em solidariedade com o empresário.
Não pode o preposto concorrer com o seu preponente. Se o fizer, sem autorização expressa, responde por perdas e danos. O empresário prejudicado tem também direito de retenção, até o limite dos lucros da operação econômica irregular de seu preposto.
4.2 GERENTE – do art. 1172 ao art. 1176 
O gerente é o funcionário com funções de chefia, encarregado da organização do trabalho num certo estabelecimento (sede, sucursal, filial ou agência). 
Os poderes do gerente podem ser limitados por ato escrito do empresário.
Para produzir efeitos perante terceiros, este ato deve estar arquivado no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) ou comprovadamente informado para estes.
Não havendo limitação expressa, o gerente responsabiliza o preponente em todos os seus atos e pode, inclusive, atuar em juízo pelas obrigações resultantes do exercício de sua função.
Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados.
Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes.
A modificação ou revogação do mandato que concedeu poderes ao gerente, deve ser arquivada e averbada no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial).
O gerente é facultativo ao empresário.
4.3 DO CONTABILISTA – do art. 1177 a 1178
O contabilista é o responsável pela escrituração dos livros do empresário. 
Somente nas grandes empresas o contabilista costuma ser empregado; naspequenas e médias, normalmente, é profissional com quem o empresário mantém contrato de prestação de serviços.
O contabilista é obrigatório, salvo se nenhum houver na localidade (art 1182).
Os assentos realizados pelo contabilista produzem os mesmos efeitos como se o empresário o tivesse feito.
O contabilista é, no exercício de sua função, responsável perante o preponente, pelos atos culposos que cometer e, perante terceiros, solidários com o preponente pelos atos dolosos que cometer.
5. REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DE EMPRESA E OS PROIBIDOS DE EXERCEREM
Em alguns casos a lei cria óbices para o exercício de empresa. Trata-se de hipótese distinta de incapacidade civil.
Os proibidos de exercer empresa são plenamente capazes para a prática dos atos e negócios jurídicos, mas o ordenamento em vigor entendeu conveniente vedar-lhes o exercício de profissão dessa atividade profissional.
É a própria Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, XIII (é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer), que estabelece que o exercício de profissão estará sujeito ao atendimento dos requisitos previstos em lei ordinária, que fundamenta a validade das proibições ao exercício da empresa.
Exemplos de casos de proibição: falido não reabilitado, magistrados, promotores, militares federais e estaduais, policiais civis e federais, servidores públicos (lei 8.112/90), deputados e senadores, estrangeiros com visto provisório, leiloeiros, despachantes aduaneiros, prepostos, médicos não podem ter simultaneamente empresa farmacêutica (lei nº 5.991/93).
O empresário que teve sua falência decretada judicialmente só poderá retornar a exercer a atividade empresarial após a reabilitação também decretada pelo juiz.
OUTRAS SITUAÇÕES: Pessoas condenadas pela prática de crime cuja pena vede o acesso à atividade empresarial – art.35, II, Lei nº 8.934/94 e art. 1011 do CC/02 no tocante a administração.
No Direito Administrativo é comum prever o estatuto dos servidores públicos (lei 8.112/90) a proibição para que estes exerçam o comércio;
Pelo Direito Previdenciário é proibido o exercício de atividade empresarial aos devedores do INSS. (Lei 8.212/91, art. 95, § 2º, d).
6. CAPACIDADE DO EMPRESÁRIO – Art 972 CC
Para relembrar: Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015, que teve sua entrada em vigor 180 dias após a publicação, diz o seguinte:
Art. 3o  São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.  (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
III - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência) 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:  
Art. 4o  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;  
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;  
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;  (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Assim, podem exercer a atividade de empresário aqueles que estejam em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes por ele exercida enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. Deve preceder autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la.
A autorização pode ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros;
Os bens que o incapaz já possuía, não se sujeitam aos resultados da empresa, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela. Tais fatos devem constar do alvará que conceder a autorização.
Caso o representante ou assistente do incapaz seja pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer o ato de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
Também, nos casos, que o juiz entender necessário conveniente, deverá ser nomeado gerente.
A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do incapaz ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.
A prova da emancipação e da autorização do incapaz, para os fins do art. 974 CC/02, e a eventual revogação desta, serão inscritos ou averbados no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial).
O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente, ou ao representante do incapaz, ou a este, quando puder ser autorizado.
É facultado aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham se casado no regime de comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória – art. 977/CC-02 (Regimes de Bens entre os cônjuges: do art. 1639 a 1688 CC/02 ). 
O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real (penhor, hipoteca), “desde que exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no Cartório de Registro de Imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas mercantis” (Enunciados nº 6 e 58, das I e II Jornadas de Direito Comercial, realizadas em 22.10.12 e 26.02.2015, respectivamente).
Além do Registro Civil, deverão ser arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, os bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL - Art. 1142 a 1149 do CC/02
1. CONCEITO
É o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos que o empresário reúne para a exploração de sua atividade econômica.
São os bens indispensáveis ou úteis ao desenvolvimento da empresa que dão o início, ou continuidade, à exploração de qualquer atividade empresarial;
- Organização de um estabelecimento – agrega aos bens reunidos um sobrevalor;	
- Valor agregado – goodwill of a trade (aviamento);
- Fundo de empresa –valor agregado ao referido conjunto;
- É irrelevante a distribuição entre sede e filiais;
- Competência judicial – no local da origem da obrigação;
Pedidos de falência ou de recuperação judicial/extrajuducial
 > juízo competente: o do principal estabelecimento da sociedade devedora, sob o ponto de vista econômico, independente de ser sede ou filial.
Não confundir a sociedade empresária (sujeito de direito) com a empresa (atividade econômica);
- EMPRESA >> atividade econômica desenvolvida no estabelecimento. Este (estabelecimento) pode ser alienado, onerado, penhorado, mas a empresa não pode.
Quanto à natureza jurídica do estabelecimento o referido é uma universalidade de fato, que difere da universalidade de direito, como no caso da massa falida, em razão da pretensão legal liquidatória. 
Sendo o estabelecimento uma universalidade de fato, significa que ele é uma pluralidade de bens singulares pertencentes à mesma pessoa, tendo destinação unitária (por exemplo, o desenvolvimento da empresa) por instituição de seu titular (no caso, o empresário), conforme diz o art. 90 do CC/02.
Os bens singulares são aqueles que, embora reunidos, se consideram por si sós, independentemente dos demais. Vale destacar que os bens que formam a universalidade de fato podem ser objeto de relações jurídicas autônomas.
Teoricamente, o estabelecimento pode ter natureza civil e empresarial. Tanto é que o Código Civil expressa “Do Estabelecimento” e não “Do Estabelecimento Empresarial”.
2. ELEMENTOS DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Assim, temos os bens:
			Mercadorias do estoque
CORPÓREOS	 Mobiliários
			Utensílios
Veículos
Maquinarias, e 
Todos os demais bens materiais
INCORPÓREOS	Bens industriais	Patente de invenção
Modelo de utilidade
Registro do desenho industrial
Marca registrada
			Nome empresarial
			Ponto (local em que se explora a atividade econômica)
3. AVIAMENTO
- perspectivas de lucratividade que a empresa explorada no local pode gerar.
é o sobrevalor agregado aos bens do estabelecimento empresarial em razão da sua racional organização pelo empresário.
O aviamento é um atributo do estabelecimento e a clientela é um dos fatores do aviamento.
É pertinente mencionar que o aviamento pode ser objetivo e subjetivo. O primeiro, aviamento objetivo, decorre de aspectos extrínsecos à atividade do empresário, como é o caso da localização do estabelecimento (local goodwill); o segundo, aviamento subjetivo, deriva de aspectos intrínsecos e conceituais quanto à atuação do empresário, como, por exemplo, a sua competência e boa fama à frente de seu negócio (personal goodwill).
Muitas vezes pode-se estar diante de um estabelecimento com aviamento objetivo e subjetivo ao mesmo tempo, como, por exemplo, se certa empresa de atributos conceituais e intrínsecos esteja muito bem localizada, como em um shopping center.
Às vezes, o aviamento se dá em razão de o estabelecimento estar localizado próximo aos concorrentes, pois a clientela é atraída para esse local.
4. CLIENTELA
Difere do aviamento.
É o conjunto de pessoas que habitualmente consomem os produtos ou serviços fornecidos por um empresário, ou, em outras palavras, é o conjunto de pessoas que, de fato, mantém como o estabelecimento relações continuadas de procura de bens e de serviços.
Nem o aviamento nem a clientela pertencem ao estabelecimento (não são propriedades do empresário); no entanto, tanto um como o outro são levados em consideração na ocasião da alienação do estabelecimento. Isso ocorrer porque há concorrência no mercado.
5. TRESPASSE/ALIENAÇÃO
	Trespasse significa transferir para outro. No Direito Empresarial trata-se da alienação do estabelecimento, ou seja, que este pode ser objeto de direitos ou que pode ser negociado. No entanto, deve ser feito a averbação na Junta Comercial, produzindo efeito perante terceiros apenas depois da publicação (arts. 1.143 e 1.144, do CC/02). Estão liberados dessa publicação os MEI (microempreendedor individual), as ME (microempresas) e as EPP (empresa de pequeno porte), conforme Enunciado nº 489, da V Jornada de Direito Civil, de 9.11.2011, organizada pelo Centro de Estudos do Conselho da Justiça Federal.
	O estabelecimento pode ser objeto de negócio jurídico na forma de cessão ou venda, arrendamento ou usufruto.
Deve-se verificar, na alienação do estabelecimento, se ao empresário irão restar bens suficientes para saldar suas dívidas; caso contrário, ele deverá pedir anuência de todos os seus credores.
Caso haja uma contrariedade a esse mandamento, a alienação não terá eficácia, conforme o art. 1.145. Essa regra se dá em razão da máxima do Direito “o patrimônio é a garantia dos credores”, o que é aplicável ao estabelecimento enquanto conjunto de bens do empresário. A propósito é a Súmula 451 do STJ que diz: “É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial”.
Além disso, a Lei nº 11.101/05 (Falência e Recuperação de Empresa), em seu art. 94, estabelece que será decretada a falência do empresário que transferir seu estabelecimento sem o consentimento dos credores ou simular a transferência. Obviamente, tal regra não será aplicável se a transferência do estabelecimento se der por força da recuperação judicial da empresa cujo plano foi aprovado pelos credores.
Em razão da venda do estabelecimento, o adquirente responde pelos débitos anteriores deste (desde que contabilizados. E, pelos mesmos débitos anteriores, o alienante continua solidariamente responsável por 1 ano (art. 1.146).
O alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência com o adquirente por 5 anos. Ou seja, está impedido de abrir idêntico tipo de negócio em uma distância que possa afetar a clientela do adquirente, salvo autorização expressa no contrato de compra e venda (art. 1.147). Trata-se da cláusula implícita de não restabelecimento, como é conhecida, cujo vendedor não pode, por certo período, exercer atividade econômica exercida anteriormente, sob pena de concorrência desleal e ausência de boa-fé.
Outra regra reside no fato de que o adquirente se sub-roga nos contratos firmados pelo alienante e nos decorrentes da compra do estabelecimento, produzindo efeitos a partir da publicação da alienação (arts. 1.148 e 1.149).
6. PONTO EMPRESARIAL (FUNDO DE COMÉRCIO)
	Ponto empresarial é a localização física do estabelecimento, que é valorizado pelo deslocamento efetuado dos clientes desde a saída de um local até a chegada nele para realizarem suas compras.
É valido ter em conta que o ponto tem sentido diverso da propriedade do imóvel. Quando um imóvel é locado para um empresário, pode se dizer que a propriedade é tanto civil quanto empresarial.
Civilmente, a propriedade em si é do seu proprietário. Empresarialmente, com relação ao ponto, é do empresário.
7. AÇÃO RENOVATÓRIA
A formação do fundo de comércio justifica a proteção ao empresário locatário de imóvel destinado ao exercício de sua atividade empresarial, pois o empresário tem o direito de renovar compulsoriamente o contrato de locação por meio de ação renovatória (Lei das Locações – Lei nº 8.245/97, art. 51).
A ação renovatória é cabível quando:
Não houver acordo entre locatário e locador para a renovação do contrato;
Houver abuso por parte do locador referente ao preço para a renovação do aluguel.
É possível obter a renovação do contrato de locação por um prazo igual ao estabelecido, desde que:
O contrato tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
O prazo mínimo de locação tenha sido de 5 anos;
O empresário esteja explorando o mesmo ramo de atividade há pelo menos 3 anos (art. 51, caput e I a III, Lei 8.245/91).
O período para ajuizar a ação renovatória é no penúltimo semestre da vigência do contrato, ou seja, num contrato de 5 anos (que é composto de 10 semestres), a ação deve ser ajuizada durante os meses do 9º semestre (art. 51, § 5º, Lei 8.245/91).
Como exceção, o locatário não terá direito à renovaçãocompulsória do contrato de locação quando o locador pleitear a retomada do imóvel para:
Uso próprio ou transferência de fundo de comércio (que exista há mais de 1 ano, sendo detentor da maioria do capital social o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente), não podendo o imóvel ser destinado à atividade igual à do locatário, exceto se a locação envolvia o fundo de comércio com instalações e outros pertencer;
A realização de determinadas obras pelo Poder Público que impliquem alteração substancial do imóvel ou modificação que aumente o valor da propriedade ou do negócio (art. 52).
Especificamente sobre o prazo mínimo de 5 anos, ele pode ser decorrente da soma de dois ou mais contratos, mesmo que tenha havido a mudança de inquilino, ou seja, inicialmente era um empresário que passou o ponto para outro empresário, que, por sua vez, continuou explorando o mesmo negócio. Mas o art. 13 da Lei 8.245/91 dispõe que a cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador, o que, em tese, também é aplicável à locação mercantil.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: Sugiro que o façam.
Quem pode ser considerado empresário, segundo o Código Civil/02?
Qual a principal diferença, quando se fala em faturamento bruto anual, entre MEI, ME e EPP?
Segundo o Código Civil/02, quem não pode ser empresário?
Quais são os fatores de produção?
O que significa “habitualidade”?
Quais os requisitos necessários para que uma pessoa possa ser considerado empresário?
O que é necessário para que um produtor rural possa tornar-se empresário rural?
O que é um preposto?
Quais são os prepostos de um empresário?
Qual o preposto que é facultativo e qual é obrigatório?
Em qual situação não é obrigatório o contabilista?
Qual a diferença entre capacidade civil e a capacidade empresarial?
Relacione oito profissões que não podem ser empresários:
Como fica a situação do empresário que se torna incapaz e deseja continuar a empresa antes por ele exercida enquanto capaz?
Caso o representante ou assistente do incapaz (empresário) for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer o ato de empresário, qual deve ser o procedimento?
Caso ocorra a aprovação do nome de um administrador do estabelecimento empresarial pelo juiz, o representante do incapaz ficará eximido de suas responsabilidades? Explique:
Os cônjuges podem contratar sociedade entre si ou com terceiros em todos os regimes de bens? Existe alguma exceção? Caso positivo, cite quais: 
Como deve proceder o empresário individual, casado, quando necessitar alienar (vender) os imóveis que integram o patrimônio da empresa ou mesmo gravá-los de ônus real (penhor ou hipoteca)?
Em quais os locais que deverão ser arquivados e averbados os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, a herança, bem como os bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade? Qual o objetivo de tal procedimento?
O que é estabelecimento empresarial?
O que é ponto empresarial?
No tocante a um pedido de falência pelo fornecedor ou mesmo pelo empresário, qual o juízo competente para o ingresso de tal pedido?
O que são bens corpóreos e bens incorpóreos? Dê 3 exemplos de cada um:
O que é trespasse?
Qual o prazo para ingressar com uma ação renovatória de locação empresarial?

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