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Ginástica Rítmica: Esporte, História e Desenvolvimento. RESUMO

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Ginástica Rítmica: Esporte, História e 
Desenvolvimento
Angela Maria Da Paz Molinari 
INTRODUÇÃO
 A história nos mostra que a Ginástica Rítmica é um esporte recente, muito complexo e que teve seu 
início na necessidade e competência de um grande profissional em querer desenvolver a percepção 
musical através de movimentos corporais expressivos e contextualizados. 
 É interessante como a Ginástica Rítmica cada vez mais praticada no mundo e em constante 
reestruturação procura aprimorar a estreita relação entre a perfeição técnica e a arte de executar 
movimentos expressos através da música. 
OBJETIVO:
 Analisar através do da história o desenvolvimento da Ginástica Rítmica no Brasil e no mundo e 
perceber suas características e especificidades,
ESPORTE E O DESPORTO
 O ser humano é complexo na sua constante necessidade de transformar, de buscar o novo, o 
diferente e principalmente na arte de criar meios que possam ocupar o seu tempo dando vazão ao seus 
sentimentos, motivando-o para continuar a viver e perceber-se importante no percurso natural da vida . 
E nesta louca necessidade comete muitos erros, mas também muitos acertos.
 O esporte é um meio criado, estruturado e conquistado pelo homem para somatizar ao seu tempo 
mais empolgação, brilho, socialização, determinação, supremacia na arte de promover-se e trabalhar o 
próprio corpo, além da glória de sentir-se campeão e elite no momento da disputa.
 Quando falamos em desporto devemos analisá-lo como uma balança que deve pesar o positivo e o 
negativo. Resultado da busca do equilíbrio interior de cada pessoa ou grupo de pessoas que faz do 
esporte parte de sua vida, ou até mesmo um meio de vida com maior ou menor qualidade e intensidade. 
O esporte tem a magnitude de divertir, de arrebatar corações, de unir povos, incluir mas também tem o 
poder de excluir e oprimir.
 É empolgante falar de esporte, torna-se poesia, meio de vida e transcendência.
 A G.R. surgiu desta necessidade básica da busca pelo novo.
GINÁSTICA RÍTMICA
 Ginástica Rítmica ou G.R., é uma modalidade especificamente feminina, encanta pelo fato de aliar a 
arte potencial do movimento expressivo do corpo, com a técnica da utilização ou não de aparelhos a ela 
característicos, somados a interpretação de uma música. É um esporte arte que empolga, motivado pela 
competição e desejo de chegar a perfeição. 
 Caracterizou-se por substituir os movimentos mecânicos pelos orgânicos, os métricos pelos rítmicos e 
os de força pelos dinâmicos. A leveza, o ritmo, a fluência e a dinâmica trouxeram amplas possibilidades 
de se desenvolver a agilidade, a flexibilidade, a graça e a beleza dos movimentos.
 O movimento é algo inato ao ser humano. E a ginástica tem na prática dos movimentos o seu 
objetivo principal. Um dos papéis da Ginástica Rítmica é ajudar no desenvolvimento, aprimoramento e 
melhoria das categorias motoras (estabilização, locomoção, manipulação). Isto incorpora uma ampla 
série de experiências de movimentos, para que as crianças desenvolvam e refinem suas habilidades 
motoras, além de promover o desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e social, a Ginástica 
Rítmica favorece a essa compreensão, pois é uma modalidade que tem o ritmo como um dos seus 
fundamentos.
 A Ginástica Rítmica, visa desenvolver o corpo em sua totalidade. É fundamentada no aprimoramento 
dos movimentos naturais do ser humano, no aperfeiçoamento de suas capacidades psicomotoras, no 
desenvolvimento das qualidades físicas e do ritmo, podendo também ser considerada como uma forma 
de trabalho físico, artístico e expressivo. 
 A Ginástica Rítmica não existe a tanto tempo assim e merece de acordo com Bárbara Lafranchi, 
técnica da seleção brasileira de Ginástica Rítmica a interessante definição e interpretação: A G.R como 
um Esporte-arte.
Evolução histórica
 Um dos primeiros relatos acerca do princípio da atividade física associada ao ritmo vem de Russeau 
(1712-1778), que realizou um estudo sobre o desenvolvimento técnico e prático da ginástica para a 
educação infantil. Foi por meio dos trabalhos de Muts (1759-1839), considerado um dos pioneiros da 
ginástica, que se obteve o desenvolvimento das atividades ginásticas relacionadas ao fortalecimento do 
indivíduo e também com o propósito de proporcionar saúde e preparação para a guerra.
 O lado artístico da Ginástica Rítmica teve suas raízes lançadas por Delsarte (1811-1871), que 
caracterizou o seu trabalho pela busca da expressão dos sentimentos através dos gestos corporais. 
Dalcroze (1865-1950), pedagogo suíço e professor de música, iniciou a prática de exercícios rítmicos 
como meio de desenvolvimento da sensibilidade musical através dos movimentos do corpo. Realizou 
diversos estudos fisiológicos dos quais concluiu a existência da íntima relação entre harmonia dos 
movimentos e seu dinamismo, entre o equilíbrio e os diversos estados do sistema nervoso central, 
exercendo ampla influência na formação das escolas de dança e no desenvolvimento da Educação Física.
 Posteriormente, Bode (1881-1971), aluno de Dalcroze, apregoava que o mais importante era o fluir 
do movimento e seu caráter natural e integral. Desenvolveu-se então, um sistema cujo o objetivo era 
demonstrar através dos movimentos, os diversos estados emocionais do indivíduo. Somou-se a isto, a 
música, a utilização de aparelhos com a finalidade de ornamentar a apresentação e as características 
femininas. Foi Bode, considerado criador da Ginástica Rítmica, quem estabeleceu os princípios básicos da 
mesma, os quais até hoje são consideradas importantes e seguidos. Suas teorias são fundamentadas 
no princípio da contração e relaxamento, que é a própria essência do movimento humano e forma a 
unidade do ritmo corporal. Quanto ao espaço explorou as direções e planos em todas as suas 
possibilidades, o que constitui a base da variação dos deslocamentos na ginástica rítmica atual. 
Introduziu a ginástica de expressão e o trabalho em grupos, destacando a colaboração e harmonia das 
participantes. 
 Duncan (1878-1929), seguidora de Bode, adaptou o sistema à dança e o levou a antiga União 
soviética e lá iniciou o ensino desta nova atividade como esporte independente e com manifestações 
competitivas.
 O alemão Medau, estudou os exercícios rítmicos e iniciou a introdução de aparelhos como a bola, as 
maças e o arco, dando o primeiro passo para a utilização dos aparelhos nos exercícios femininos
A prática da Ginástica Rítmica 
 A Ginástica Rítmica começou a ser praticada desde o final da Primeira Guerra Mundial, mas não 
possuía regras específicas nem um nome determinado. Várias escolas inovavam os exercícios 
tradicionais da Ginástica Artística, misturando-os com música. 
 A então Ginástica Rítmica, esporte independente, passa a ser chamada de Ginástica Moderna (1962), 
em reconhecimento pela Federação Internacional de Ginástica (F.I.G.). Mais tarde em 1975, passa a ser 
denominada de Ginástica Rítmica Desportiva, estabelecendo-se definitivamente sua característica 
competitiva.
 A Ginástica tornou-se um esporte olímpico oficial em 1984, somente com competições individuais. 
Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, incluiu-se as competições de conjunto.
 Em 1946, na Rússia, surge o termo “rítmica”, devido a utilização da música e da dança durante a 
execução dos movimentos. 
 Em 1961, alguns países do Leste Europeu organizaram o primeiro campeonato internacional da 
modalidade. No ano seguinte, a Federação Internacional de Ginástica ( FIG) reconheceu a Ginástica 
Rítmica (G.R.) como um esporte. A partir de 1963 começaram a ser realizados os primeiros 
campeonatos mundiais promovidos pela FIG. Os aparelhos utilizados na Ginástica Rítmica como a corda, 
a bola e o arco foram os primeiros aparelhos a serem trabalhados, as maças e a fita foram elaborados e 
desenvolvidos no ano de 1966.
 Em 1984, a G.R. já reconhecidapelo Comitê Olímpico Internacional foi introduzidos nos Jogos 
Olímpicos daquele ano. No entanto, as melhores ginastas do mundo provenientes dos países do Leste 
Europeu, ficaram fora da competição devido o boicote liderado pela ex. - União Soviética. Assim a 
primeira medalha Olímpica do esporte ficou com a canadense Lori Fung. Em Seul- 1988, o esporte 
conquistou o público e se popularizou. Em Barcelona – 1992, Aleksandra Timoshenko, competindo pela 
Comunidade dos Estados Independentes foi a vencedora. Em Atlanta – 1996, a Federação Internacional 
de Ginástica (FIG) introduziu a competição de conjuntos nos Jogos Olímpicos. A Espanha conquistou a 
primeira medalha Olímpica desta categoria, ficando campeã no naipe individual a ucraniana Ekaterina 
Serebyanskaya. Nos Jogos de Sidney – 2000 a Rússia confirmou seu favoritismo.
A Ginástica Rítmica no Brasil
 No Brasil, a atual Ginástica Rítmica, teve várias denominações diferentes, primeiramente denominada 
de Ginástica Moderna, Ginástica Rítmica Moderna, e sendo praticada essencialmente por mulheres, 
passou a ser chamada de Ginástica Feminina Moderna. E a seguir, por decisão da Federação 
Internacional de Ginástica, passou a denominação de Ginástica Rítmica Desportiva, e hoje, finalmente 
Ginástica Rítmica.
 O Brasil participou da estréia olímpica da G.R. em Los Angeles –1984 com a ginasta Rosana Favilla, 
que não se classificou para a final. Em Barcelona 1992, Marta Schonharst conseguiu a 41ª colocação 
entre as 43 ginastas que disputaram o evento. Nos Jogos de Sidney, em 2000, o conjunto brasileiro 
conseguiu o seu melhor resultado em uma Olimpíada ficando em oitavo lugar. Outra grande conquista 
do Brasil na G.R. foi a medalha de ouro nos Jogos pan-americanos de Winnipeg, Canadá, em 1999. A 
Seleção brasileira responsável pela conquista treina na UNOPAR (Universidade do Norte do Paraná), em 
Londrina, o maior centro de treinamento de G.R. no país.
Características da Ginástica Rítmica
 A Ginástica Rítmica caracteriza-se pelo alto nível de exigência coordenativa das atletas. Simetria e 
bilateralidade são fundamentais para seu êxito, porém existe ainda o aspecto artístico, ou seja, as 
apresentações das atletas são avaliadas por árbitras, portanto, o desempenho físico e técnico podem ser 
suplantados por uma interpretação subjetiva.
 A G.R tem dois naipes de competição: Individual e de Conjunto. Nos campeonatos individuais das 
categorias juvenil e adulta, a ginasta obrigatoriamente participa de quatro provas (aparelhos) dos cinco. 
Esses aparelhos são definidos a cada ciclo olímpico.
 Os Elementos Corporais são a base indispensável dos exercícios individuais e conjuntos. Os elementos 
corporais podem ser realizados em várias direções, planos, com ou sem deslocamento, em apoio sobre 
um ou dois pés, coordenados com movimentos de todo o corpo. Fazem parte dos elementos corporais 
obrigatórios: andar, correr, saltar, saltitar, balancear, circunduzir, girar, equilibrar, ondular, executar pré 
acrobáticos, lançar e recuperar sendo que os exercícios devem ser acompanhados por estímulo musical . 
Os exercícios são avaliados de acordo com o Código de Pontuação por árbitras devidamente licenciadas 
com brevês obtidos em testes de qualificação. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 É interessante conheçer a desenvolvimento da Ginástica Rítmica e refletir sobre sua identidade 
esportiva, suas características e crescimento.
 A G.R. através de sua recente história e reconhecimento está se firmando e tendo um número cada 
vez maior de adeptos.
 A G.R. proporciona uma série de benefícios e encanta como esporte e arte.
REFERÊNCIAS
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MINAYO, Maria Cecília de Sousa. Entrevista. Petrópolis: 1994
NOGUEIRA, Écio Madeira. Alongamento para todos os esportes. Rio de Janeiro: Sprint, 1990.
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WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 2000.
WEINECK, J. Treinamento ideal. São Paulo: Manole, 1999.
Angela Maria da Paz Molinari
Graduada em Educação Física pela FURB.
Especialidade: Ciência do Movimento Humano
Professora de Educação Física do Colégio Bom Jesus
Técnica, professora e árbitra de Ginástica Rítmica.
S.R.E. Ipiranga – Blumenau, S.C.
E-mail: angelamolinari@bol.com.br
http://www.cdof.com.br/esportes4.htm
consultado dia 21/02/2007