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SURDEZ: CARACTERÍSTICAS E O PROCESSO DE INCLUSÃO EDUCACIONAL
PEREIRA, Sofia Célia. RU 1916839.
POLO JUIZ DE FORA
UNINTER
Resumo
O presente artigo objetiva realizar um estudo acerca da surdez, caracterizando-a e elaborando uma proposta de escola inclusiva que seja capaz de atender o aluno e sua família . A metodologia empregada foi à abordagem qualitativa, através da pesquisa bibliográfica sobre a literatura existente. Foi realizada uma entrevista com duas pessoas que convivem diariamente com aluno deficiente auditivo, nos ambientes educativo e familiar. A partir das informações coletadas concluiu-se que deve haver uma organização do espaço escolar que contemple a formação do corpo docente para que a comunicação deixe ser uma barreira no processo de ensino-aprendizagem.
Palavras- chave: Educação Inclusiva. Surdez. Caracterização
INTRODUÇÃO
	A palavra “inclusão” é utilizada diariamente através da linguagem culta e coloquial, em diversos contextos, conforme Silva (2015) essa diversidade conceitual faz com que a palavra seja tratada seguindo os critérios do senso comum.	
 	Para Sassaki (1997) o termo consiste na adaptação da sociedade para incluir em diversos seguimentos pessoas portadora de necessidades especiais, e capacitá-las para desempenhar funções relevantes. 
	Na área educacional o termo refere-se à obrigatoriedade das escolas da regulares, receberem alunos portadores de necessidades especiais. Porém tal termo de acordo com Alves (2012) está vinculado apenas entrada desses alunos nas salas regulares, sem que haja uma reformulação do espaço educativo, desse modo o que deveria ser inclusão torna-se exclusão.
	Em relação à surdez a realidade não é diferente, pois o maior desafio para inclusão desse público refere-se à comunicação, a falta de preparo dos profissionais da educação e uma demanda insuficiente de interpretes de Libra. De acordo com autora mencionada os programas educacionais não contemplam as necessidades desses educandos, visto que não é levada em consideração a surdez e sua complexidade.
	Desse modo é relevante obter conhecimentos acerca da surdez. Este artigo tem como objetivo fazer um estudo sobre suas causas, tipos e graus da surdez em que está dividida,assim como sugerir uma proposta de escola inclusiva que possa de atender o educando e sua família no ambiente escolar.
DESENVOLVIMENTO
1- OS FATORES ETIOLÓGICOS DA SURDEZ
	A surdez ou deficiência auditiva segundo Alves (2012) e Brasil (2006) pode ser divida em dois grupos:
Congênitas, quando o indivíduo já nasceu surdo. Nesse caso a surdez é pré-lingual, ou seja, ocorreu antes da aquisição da linguagem.
Adquiridas, quando o indivíduo perde a audição ao longo da vida. (BRASIL, 2006, p.15) 
Nesses dois casos Brasil (2006) ressalta que a surdez poderá ser pré ou pós-lingual, dependendo da ocorrência ter sido antes ou após a aquisição da linguagem.
Em relação às causas da surdez Alves (2012) as divide em três períodos: Pré-natal, Peri-natal e Pós-natal.
A fase pré-natal corresponde à gestação, onde doenças adquiridas pela mãe como – rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus, podem acarretar a deficiência. Além disso, alterações endócrinas e bacterianas, consumos de medicamentos que contenham drogas ototóxicas também podem afetar a audição do feto.
Já a surdez adquirida no estágio Peri-natal como afirma Brasil (2006) ocorre de forma “[...] mais frequente em parto prematuro, anóxia cerebral e trauma de parto (uso inadequado do fórceps, parto excessivamente rápido, parto demorado)” (BRASIL, 2006, p.15).
Por fim no estágio Pós-natal a surdez ocorre através de doenças adquiridas no decorrer da vida como – meningite, caxumba e sarampo. Existem segundo Alves (2012) outros fatores tais como a ingestão de medicamentos ototóxicos, o avanço da idade e acidentes.
2-TIPOS E GRAUS DA SURDEZ
	O tipo de surdez está relacionado com a localização da lesão, podendo ser classificada como: condutiva, neurossensorial, mista e central.
	Denomina-se condutiva a perda auditiva situada no ouvido externo ou ouvido médio, as principais causas enumeradas por Brasil (2006) são: “[...] Otites, rolha de cera, acúmulo de secreção que vai tuba auditiva para o interior do ouvido médio, prejudicando a vibração dos ossículos. ”(BRASIL, 2006, p.16). Sendo que na maioria dos casos as perdas são reversíveis.
	Já perda auditiva neurossensorial ocorre quando a alteração está na região do ouvido interno, Brasil (2006) afirma que é uma lesão irreversível tendo como causas a meningite e a rubéola materna.
	Na perda auditiva mista a lesão está localizada no ouvido externo ou médio e ouvido interno, de acordo com Alves (2012) esta alteração ocorre em decorrência de fatores genéticos, determinantes de má formação.
	A alteração auditiva conhecida como central compreende a região que se estende do tronco central até as áreas subcorticais e córtex cerebral.
	 Segundo Brasil (2006) a intensidade sonora é medida em decibel (dB), com o uso do Audiômetro é possível classificar o grau ou intensidade da perda auditiva.
Brasil (2006) e Alves (2012) ressaltam que a surdez possui as seguintes classificações – leve, moderada, severa e profunda.
Surdez leve: a criança é capaz de perceber os sons da fala;adquire e desenvolve a linguagem oral espontaneamente; [...] Surdez moderada: a criança pode demorar um pouco para desenvolver a fala e a linguagem; apresenta alterações articulatórias (trocas na fala) por não perceber todos os sons com clareza [...] Surdez Severa : criança terá dificuldade em adquirir vocabulário do contexto familiar; existe a necessidade do uso de aparelho de amplificação e acompanhamento especializado[...] Surdez profunda : a criança dificilmente desenvolverá a linguagem oral espontaneamente; só responde auditivamente a sons muito intensos como: bombas, trovão, motor de carro e avião; frequentemente utiliza a leitura orofacial [...] (BRASIL, 2006, p. 17)
A surdez ainda pode ser classificada como unilateral e bilateral, a primeira está presente em apenas um ouvido ao passo que a segunda afeta os dois ouvidos.
3- PROPOSTA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA PARA ATENDER AS NECESSIDADES DO EDUCANDO E SUA FAMÍLIA
	A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como ressalta Alves (2012) adotada como primeira língua será de extrema importância para o processo de escolarização, visto que maior dificuldade de acordo com a educadora entrevista para inclusão desses alunos consiste no processo de comunicação.
	A escola no início do ano letivo deve contratar um intérprete uma vez que este profissional está apto a realizar uma ponte entre o educando, o professor e seus colegas. 
	É necessário que equipe pedagógica da escola estimule o contato direto entre o aluno e seus amigos ouvintes, incentivando-os a aprender os parâmetros básicos da libras com o colega; desse modo o educando irá perceber que as pessoas sentem interesse em interagir com ele. 
Os pais e demais familiares devem ser incentivados a aprender a Língua Brasileira de Sinais para que possam comunicar-se com ele de forma adequada.
	Por fim a escola deve investir em cursos para capacitar o corpo docente com ênfase no aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
CONCLUSÃO
	Ao finalizar este trabalho percebe-se uma dicotomia entre o conceito de inclusão e a realidade das escolas, principalmente no que tange a surdez. Esta deficiência não reduz a capacidade cognoscitiva do educando que detém a mesma capacidade do público ouvinte em prosseguir nos estudos.
	Cabe as escolas adaptar seus Projetos Políticos Pedagógicos para que possam educar na perspectiva da Educação Inclusiva, uma alternativa encontrada por Alonso (2012) para a capacitação dos professores consiste na introdução de espaços para a discussão no qual seja valorizada a análise e a reflexão crítica acerca da própria prática.
	Neste aspecto o papel do gestor consiste em promover um ambiente para que o educando portador de deficiência auditiva tenha suas necessidades educacionais atendidas.
ReferênciasALVES, Edilania Reginaldo. Caracterizando a Surdez: Fundamentação para intervenções no Espaço Escolar. 2012
Disponível em:< http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rle/article/view/15421> Acesso em: 20 de abril de 2018. (revista)
 ALONSO, Daniela. Educação Inclusiva: Desafio da Formação e atuação em sala de aula. 2012
 Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/588/educacao-inclusiva-desafios-da-formacao-e-da-atuacao-em-sala-de-aula> acesso em 20 de abril de 2018
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
______. Lei 10.436, de 24 de abril de 2002.
______. Secretaria de Educação Especial. Saberes e práticas da inclusão: Desenvolvimento competência para o atendimento às necessidades especiais de alunos surdos. Brasília, 2006.
SASSASKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997
SILVA, Cirene Silva. Os Desafios da Educação Inclusiva e a Escola Hoje. Faculdade Araguaia- SIPE.Vol.3, março de 2015

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