Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA FACULDADE DE ENGENHARIA ARQUITETURA E URBANISMO Nome:_____________________________Curso:______ CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS 2R/2009 PROFESSOR RODOLFO LIBARDI 1 1. INTRODUÇÃO Os materiais são substâncias cujas propriedades as tornam utilizáveis em estruturas, máquinas, dispositivos ou produtos consumíveis. Estas substâncias incluem metais, cerâmicas, vidros, dielétricos, fibras, madeira, areia, pedra e vários conjugados os quais são estudadas pela engenharia e ciência dos materiais. As outras substâncias tais como alimentos, as drogas, a biomassa, os fertilizantes, combustíveis fósseis, água, ar, etc, são usualmente tratados com mais profundidade em outros campos de estudo (ciências biológicas, agricultura, etc.) Os materiais estão tão intimamente relacionados com o homem que marcaram nome as idades da civilização: Pedra, Bronze e do Ferro. Os materiais ocorrem naturalmente ou são elaborados pelo homem. Os materiais no estado bruto são extraídos da terra por mineração, perfuração, escavação ou colheita. São convertidos em materiais de base, como lingotes metálicos, produtos petroquímicos, pedra compactada, madeira serrada. Como produtos intermediários são convertidos em materiais de engenharia como perfil estrutural de aço, componentes plásticos, concreto, compensados de madeira, atingindo-se assim o produto final. Após o seu desempenho em serviço, estes materiais, como sucata, voltam à terra ou preferivelmente retornam no ciclo de processamento para uso posterior . Principalmente agora quando os habitantes manifestam profundo interesse pelo seu espaço vital, um aspecto importante a ser destacado é a interação MATERIAIS – ENERGIA – MEIO AMBIENTE. A importância desse entrosamento pode ser mostrada pelo seguinte exemplo: O Alumínio produzido a partir da sucata consome apenas 5% da energia exigida para a sua obtenção desde o minério (bauxita), além de sua menor influência no meio ambiente (sem exploração e prospecção). A demanda, a produção e o preço dos materiais estão estreitamente relacionados com o consumo de energia. O consumo de energia na produção de materiais é da ordem de 15 a 25% de toda a energia primária utilizada nas economias industrializadas. Quase todos os metais ocorrem na natureza combinados com outros elementos químicos, isto é, na forma termodinamicamente mais estável. O seu processamento exige grandes quantidades de energia. Os materiais poliméricos sintéticos também exigem grandes quantidades de energia na sua produção. A reciclagem é um parâmetro muito importante na indústria dos materiais, tanto do ponto de vista energético como do ambiental. 2. CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS. A tabela 1 mostra a classificação geral dos materiais utilizados em engenharia. Por conveniência, a maioria dos materiais de engenharia é classificada em quatro classes principais, quais sejam: materiais metálicos, materiais poliméricos, materiais cerâmicos e compósitos. Em adição a estes quatro tipos, um estudo mais abrangente deve incluir outros tipos, que exibe, atualmente, grande importância tecnológica: os materiais semicondutores e biomateriais. 2 Tabela 1. Classificação dos materiais. Materiais Subdivisões Materiais Metálicos Ferrosos Não Ferrosos. Materiais Não Metálicos Orgânicos Inorgânicos Os metais são pouco utilizados no estado puro, exceção ao alumínio e cobre, mas geralmente em forma de ligas, pelas melhores propriedades. Os metais não ferrosos (Alumínio, Cobre, Latão, etc.) apresentam menor resistência mecânica, mas superior resistência à corrosão em relação aos materiais ferrosos (aços- carbono, aços inoxidáveis, ferros fundidos, etc.). Os metais não ferrosos apresentam um maior custo. Os materiais não metálicos são classificados como: orgânicos se são constituídos por células vegetais ou animais (vivas ou mortas) ou compostos de carbono. Materiais orgânicos geralmente dissolvem-se em líquidos orgânicos tais como álcool ou tetracloreto de carbono, mas não dissolvem-se em água. Material inorgânico tende a se dissolver em água. Tabela 2 - Materiais não metálicos Inorgânico Orgânico Minerais Plásticos Cimento Produtos de Petróleo Cerâmica Madeira Vidro papel Grafite Borracha --- Couro A figura 1 mostra os materiais utilizados na fabricação de um automóvel americano. Figura 1. Porcentagem em peso dos principais materiais utilizados num automóvel de modelo médio, em 1993 (EUA). 3 2.1. Materiais metálicos Os materiais metálicos são substâncias inorgânicas compostas por um ou mais elementos metálicos e podem, também, conter elementos não metálicos. Os metais têm uma estrutura cristalina, na qual os átomos estão arranjados de maneira ordenada. Os metais são os elementos químicos situados na parte esquerda da Tabela Periódica, com exceção do hidrogênio (anexo1). São substâncias brilhantes, condutoras de calor e da eletricidade, dúcteis, maleáveis, tenazes, não voláteis e densas. Os átomos dos metais possuem menos de quatro elétrons no último nível energético (elétrons externos ou de valência) e ao se combinarem quimicamente cedem esses elétrons tornando-se íons positivos (núcleo + elétrons fortemente ligados ao núcleo). Na prática entende-se por metal toda substância que possua "brilho metálico" próprio e plasticidade, fazendo com que o diferencie de outros materiais. Os Metais e suas Ligas Metálicas tais como alumínio, titânio, cobre, magnésio, zinco, níquel, aço, ferro fundido, etc., apresentam geralmente boa condutividade elétrica e térmica, alta resistência mecânica, alta dureza, boa ductilidade e resistência ao impacto. São materiais utilizados em aplicações estruturais e sob a ação de cargas. Tabela 3. Comparação do peso médio dos materiais incluídos nos automóveis fabricados nos EUA, no período entre 1977 e 1993 4 Figura 2. Comparação entre os seis materiais mais produzidos nos EUA (peso em kilogramas x ano) Ano Figura 3. Comparação entre o custo de alguns materiais (Custo por m3 em Escudos). 5 2.2. Materiais cerâmicos. Os cerâmicos são materiais inorgânicos constituídos por elementos metálicos e não-metálicos unidos por meio de ligações químicas. Estes materiais podem ser cristalinos, não-cristalinos ou uma mistura de ambos. As Cerâmicas tais como tijolos, vidros (sílica-SiO2), louças, isolantes, abrasivos, Titanato de Bário (transdutores) etc., tem excelente resistência a altas temperaturas e extrema fragilidade. Apresentam ainda elevada dureza, boa resistência a meios corrosivos, péssimas condutividade (elétrica e térmica) e plasticidade. Os materiais cerâmicos, por sua vez, eram e ainda são freqüentemente subdivididos em cerâmica vermelha, cerâmica branca, vidros e cerâmicas especiais (cerâmicos de engenharia). A argila foi o primeiro material estrutural inorgânico a adquirir propriedades completamente novas, como resultado de uma operação intencional realizada por seres humanos. Esta operação foi a “queima” (sinterização) que tornou possível a obtenção de potes, panelas e outros utensílios cerâmicos. A cerâmica vermelha (telhas, tijolos e manilhas) e a cerâmicabranca (azulejos, sanitários e porcelanas) são constituídas principalmente de silicatos hidratados de alumínio, tais como caulinita, haloisita, pirofilita e montmorilonita. O óxido de ferro é que confere a cor avermelhada de muitos produtos cerâmicos. A argila é usualmente plástica após ser suficientemente pulverizada e umedecida e é nesta condição conformada. Após a secagem, ela se torna rígida e adquire alta dureza após a queima em temperaturas elevadas. As cerâmicas tradicionais à base de sílica, alumina ou magnésia são também muito utilizadas como refratários em fornos e dispositivos utilizados na fusão e tratamentos térmicos dos metais e ligas. Enquanto as cerâmicas tradicionais são obtidas a partir de matérias primas naturais tais como argilo-minerais e areia; as cerâmicas avançadas são feitas a partir de óxidos, nitretos, carbonetos e boretos de alta pureza, têm composição definida e o tamanho, a forma e a distribuição das partículas são controlados. Uma gama bastante ampla de novos materiais cerâmicos está sendo desenvolvida, tendo como objetivo diversas aplicações, como é o caso de peças para motores de combustão interna. Neste caso, este material tem a vantagem do baixo peso, resistência e dureza elevadas, alta resistência ao calor e propriedades isolantes. O fato de ser um bom isolante térmico, bem como ser resistente ao calor, permite que os materiais cerâmicos tenham importante papel na construção de fornos usados na indústria metalúrgica. Uma aplicação recente, que retrata com fidelidade o potencial dos materiais cerâmicos, é o uso dos mesmos na construção do ônibus espacial americano. A estrutura deste veículo é de alumínio revestida por milhares de pastilhas cerâmicas. Estas pastilhas dão proteção térmica ao ônibus durante a subida e por ocasião da reentrada do mesmo na atmosfera. 2.3. Materiais poliméricos (plásticos) A maioria dos materiais poliméricos consiste de cadeias moleculares orgânicas (carbono) de longa extensão. Estruturalmente, a maioria destes materiais não é cristalina, porém alguns exibem uma mistura de regiões cristalinas e não- cristalinas. A resistência mecânica e ductilidade dos materiais poliméricos variam enormemente. Devido à natureza da estrutura interna, a maioria dos plásticos conduz precariamente eletricidade e calor (baixas condutividade térmica e elétrica), 6 sendo normalmente utilizados como isolantes, tendo grande importância na confecção de dispositivos e equipamentos eletrônicos. Em geral, os materiais poliméricos têm baixo peso específico (densidade), apresentam temperatura de decomposição relativamente baixa e apresentam fácil conformação. O petróleo e o gás natural são as duas principais matérias primas para a produção de plásticos. Na destilação fracionada do petróleo são obtidas diversas frações de hidrocarbonetos. A fração de maior importância na produção de plásticos é a nafta. Por exemplo, de cada 100 toneladas de petróleo pode-se obter cerca de 20 toneladas de nafta e pouco mais de 5 toneladas de polietileno. A nafta petroquímica é um líquido incolor, com faixa de destilação próxima à da gasolina. No seu processamento obtêm como produtos principais: eteno, propeno, butadieno além de outras frações líquidas, como benzeno, tolueno e xilenos. Os polímeros podem ser classificados em três grupos principais: Termoplásticos. Podem ser repetidamente conformados mecanicamente desde que reaquecidos. Exemplos típicos de termoplásticos são: polietileno, policloreto de vinila (PVC), polipropileno, poliestireno, nylon, etc. Termorígidos. São conformáveis plasticamente apenas em um estágio intermediário de sua fabricação. O produto final é duro e não amolece mais com o aumento da temperatura. Exemplos típicos de termorígidos são: baquelite, resinas epoxídicas, poliésteres e poliuretanos. Elastômeros (borrachas). São também materiais conformáveis plasticamente, que se alongam elasticamente de maneira acentuada até a temperatura de decomposição e mantém estas características em baixas temperaturas. Exemplos típicos de elastômeros são: borracha natural, neopreno, borracha de estireno, borracha de butila e borracha de nitrila. O primeiro material polimérico que se tem notícia foi produzido por Charles Goodyear em 1830, a mistura de borracha natural, extraída da seringueira, com enxofre, que era mole e pegajosa a baixas temperaturas e rígido e áspero a temperaturas mais elevadas, se tornou seco e flexível a qualquer temperatura. Esse processo foi patenteado como vulcanização. Em 1868 Johm W. Hyatt obteve o material celulóide (resíduos de algodão ácidos nítrico e sulfúrico em presença de cânfora) para a produção de bolas de bilhar, pentes, cabos de talheres, dentaduras, armações de óculos, etc. Em 1907, Leo H. Baekeland aperfeiçoou o processo de produção de resina fenol-formaldeído, desenvolvida alguns anos antes por Adolf Von Bayer. O composto formado era uma resina rígida e pouco inflamável, chamada de baquelite. Foi largamente empregado em carcaças de equipamentos elétricos (principalmente telefones). 2.4. Materiais compósitos. Os Compósitos como o concreto (pedra + areia + cimento), "Fiberglass" (resina polimérica + vidro), pastilha de usinagem Cermets (cerâmica + metal) madeira compensada, etc., são obtidos a partir de dois ou mais materiais de uma mesma classe ou diferentes classes produzindo propriedades que não podem ser obtidas através de um único tipo de material. Os cermets, por exemplo, tem boa maleabilidade devido a matriz metálica e alta dureza devido aos pós cerâmicos. Os materiais compósitos são também conhecidos como materiais conjugados ou materiais compostos. 7 Na década de 60 verificou-se na indústria automobilística a substituição de materiais convencionais (aços e ferros fundidos) por polímeros e alumínio. Isto levou a uma redução de peso e um menor consumo de combustível dos veículos. Esta tendência é cada vez maior. Como exemplo, podemos citar os pára-choques e os painéis injetados em material polimérico. A densidade do aço é de cerca de 7 g/cm3 enquanto que os materiais poliméricos são da ordem de 1,2 g/cm3. Isso produz uma economia no consumo de combustível. A figura 4 mostra a redução do peso dos veículos nos Estados Unidos, indicando-se também a redução do valor médio de consumo de combustível e a figura 5 mostra a evolução do uso dos diferentes materiais na indústria automobilística, na década de 80. Figura 4 - Evolução do peso médio dos carros e respectivo consumo de combustível nos Estados Unidos, no período 1976-1988. 7,7 8,5 9,4 10,2 11,1 11,7 Consumo de combustível (Km/l) projetado Peso, kgf 8 Figura 5 - Evolução do uso dos diferentes materiais na indústria automobilística, entre 1980 e 1990, levantada por MAZDA MOTOR CORPORATION. 9 3. LIGAÇÕES INTERATÔMICAS As atrações interatômicas dependem da estrutura eletrônica dos átomos. Os gases nobres, exceção He, possuem 08 elétrons na última camada (camada de valência) e são eletricamente neutros (igual nº de prótons e elétrons) possuindo pequena atração por outros átomos. A maior parte dos materiais tende a ficar altamente estável (8 elétrons na camada de valência) através de um dos seguintes mecanismos: (1) recebendo elétrons, (2) doando elétrons, (3) compartilhando elétrons. Os três mecanismos produzem ligações fortes. 3.1. Ligaçãoiônica Esta ligação resulta da atração mútua entre íons positivos e negativos. Ela se dá entre átomos que são fortemente eletropositivos e eletronegativos (elementos em lados opostos na tabela periódica), metal (lado esquerdo da Tabela Periódica) + não-metal (lado direito da Tabela Periódica). As características dos materiais com ligação Iônica são: cristais transparentes, frágeis e maus condutores elétricos (ao se aplicar uma d.d.p. todos os íons devem se mover, o que não ocorre tão facilmente). Exemplo: NaCl (sal de cozinha). Na ligação iônica existe uma atração coulombiana entre os íons. No NaCl os íons sódio ficam envolvidos por íons cloreto e vice-versa de modo que as forças de atração ocorrem em todas as direções. Exemplos de materiais com ligação iônica: É a ligação predominante nos materiais cerâmicos (Óxido de alumínio (Al2O3), óxido de magnésio, óxido de titânio, etc.), sais inorgânicos em geral (cloreto de sódio, cloreto de magnésio, fluoreto de lítio, etc.). Figura 6. Distribuição eletrônica do NaCl 10 Figura 7 – Força de interação coulombiana e estrutura tridimensional do NaCl. 3.2. Ligação covalente Na ligação covalente os átomos compartilham os elétrons da última camada. A ligação se dá entre átomos de elementos que estão próximos entre si na tabela periódica e podem ser do mesmo elemento. As ligações covalentes são muito fortes, e os materiais com este tipo de ligação têm uma baixa ductilidade e condutividade elétrica, apresentando altos pontos de fusão: Si (1410ºC) e C (3550ºC). Exemplo: Diamante é composto apenas de ligações de átomos de carbono (6 elétrons, 2+4) sendo o material mais duro na natureza, figura 9. Compartilhamento de elétrons Figura 8. Estrutura de uma ligação covalente, gás metano. 11 Figura 9 - Ligação Covalente no diamante. Exemplos de materiais com ligação covalente: Semicondutores (Si), polímeros (plásticos, fibras e borracha) e compostos orgânicos em geral (metano, butano, propano, álcoois, etc.). 3.3. Ligação metálica A ligação metálica é o terceiro tipo de ligação forte. A teoria da nuvem eletrônica simplifica o modelo de ligação metálica. Os elétrons de valência se encontram relativamente livres porque estão muito afastados do núcleo. Os elétrons livres atraem os íons em todas as direções do espaço, mantendo-os ligados. Em geral o metal tem poucos elétrons de valência. Exemplos: Fe: 2 8 14 2 nas camadas (total 26) Cr: 2 8 13 1 nas camadas (total 24) Ti : 2 8 10 2 nas camadas (total 22) Cu:2 8 18 1 nas camadas (total 29) Zn: 2 8 18 2 nas camadas (total 30) Os elétrons de valência podem ser facilmente removidos enquanto que os demais estão fortemente ligados ao núcleo. A estrutura é formada por íons positivos (núcleo + elétrons não livres) e elétrons livres. A força de ligação é resultante entre os íons positivos e a nuvem eletrônica. Devido a mobilidade dos elétrons livres ou gás de elétrons, diferença fundamental entre ligação metálica e os outros tipos de ligações, temos a alta condutividade térmica e elétrica dos metais e outras características tais como: sólidos opacos e dúcteis, brilho superficial, etc. 12 Figura 10- Ligação Metálica. 3.4. Forças de Van der Waals A denominação de ligação de van der Waals é utilizada como designação geral para todos os tipos de ligações secundárias (fracas). Esta denominação é uma homenagem ao físico holandês Johannes Diderik van der Waals (1837-1923), que em 1873 estudou a interação entre moléculas de gás e sua relação com a não validade da lei dos gases ideais. A principal causa para a ocorrência de uma ligação de van der Waals é a polarização da molécula, existindo pelo menos quatro modalidades deste tipo de ligação: • atração entre dipolos permanentes; • atração entre dipolos permanentes e dipolos induzidos; • forças de dispersão; • ligação ou “ponte” de hidrogênio. A tabela 4 mostra algumas das principais características que as ligações interatômicas fornecem às estruturas dos materiais. Tabela 4 - Ligações interatômicas - características. Característica Metálica Iônica Covalente Tipo de estrutura Cristalina Cristalina Cristalina Molecular Resistência mecânica variável alta alta Dilatação térmica variável baixa baixa Ponto de Fusão variável alta variável Condutividade (Térmica/elétrica) alta regular baixa 13 Figura 11- Os principais tipos de ligação nos materiais. 4. DISTÂNCIAS INTERATÔMICAS. O espaço entre os átomos é causado pela ação conjunta entre as forças de atração e de repulsão interatômicas. A aproximação excessiva deixa os elétrons suficientemente próximos de tal modo que os átomos se repelem. A distância de equilíbrio (a) é a distância para o qual as forças de atração e repulsão são iguais. Porque os átomos se unem? Por que ao se unir os átomos diminuem a energia interna. Qual a relação entre energia de ligação e algumas propriedades: Resistência mecânica: aumenta com a força máxima e com a profundidade do poço da curva de energia de ligação. Pontos de fusão e de ebulição: aumentam com a profundidade do poço da curva de energia de ligação. Coeficiente de expansão térmica: diminui com a profundidade do poço da curva de energia de ligação. A figura 12 apresenta a variação de energia com a distância para uma molécula diatômica. Quando os dois átomos estão muito distantes entre si, a interação inexiste, de modo que pode-se atribuir o valor zero para a energia de interação entre eles. À medida que a distância (a) diminui, a estabilidade aumenta, principalmente, em virtude da atração entre o núcleo e os elétrons. Para distâncias menores que a de equilíbrio (oa’), a forte repulsão entre os núcleos faz com que a curva suba rapidamente. 14 Figura 12 - Diagrama de energia em função da distância inter-atômicas. O espaço entre os átomos é causado pela ação conjunta entre as forças de atração e de repulsão interatômicas. A aproximação excessiva deixa os elétrons suficientemente próximos de tal modo que os átomos se repelem. A distância de equilíbrio (a) é a distância para o qual as forças de atração e repulsão são iguais. Para distâncias muito pequenas a força de repulsão é mais significante que a força de atração. Energias térmica, elétrica e mecânica podem separar os átomos de sua posição de equilíbrio. 5. ARRANJOS ATÔMICOS Estruturas moleculares (agrupamento de átomos). Estruturas cristalinas (arranjo repetitivo de átomos) Estruturas amorfas (sem nenhuma regularidade) 6. ESTRUTURAS CRISTALINAS. Dependendo da composição química ou do processo de fabricação os átomos na solidificação ou em tratamentos térmicos podem se arranjar de maneira ordenada (estrutura cristalina) ou desordenada (estrutura vítrea). . : Silício O : Oxigênio Figura 13. Esquemas do dióxido de silício (a) cristalino (b) não-cristalino 15 Todos os metais sólidos e uma parte dos materiais cerâmicos e certos polímeros são cristalinos. Diversos compostos orgânicos e os semicondutores são cristalinos. É a estrutura típica dos metais, que constituem cerca de 2/3 dos elementos conhecidos. A estrutura cristalina é um arranjo tridimensional, regular e periódico dos átomos no espaço. A célulaunitária ou célula elementar é a menor unidade repetitiva de arranjo de átomos capaz de caracterizar o material cristalino. O tipo de sistema cristalino, ou seja, sua célula unitária pode ser determinada experimentalmente por meio de difração com raios-X na estrutura do cristal. Existem 7 principais sistemas segundo Bravais (tabela 5). Para aqueles que não se cristalizam, não existe esta ordenação atômica de longo alcance; estes materiais são denominados de não-cristalinos ou amorfos. Existe um grande número de estruturas cristalinas diferentes, todas elas tendo uma ordenação atômica de longo alcance; estas variam desde estruturas relativamente simples para metais, até estruturas excessivamente complexas, como exibidas por alguns materiais cerâmicos ou poliméricos. Quando se descreve estruturas cristalinas, pensa-se em átomos (ou íons) como sendo esferas sólidas tendo diâmetros bem definidos. Isto é denominado modelo atômico de esfera rígida no qual as esferas representando os átomos vizinhos mais próximos se tocam entre si. Algumas vezes o termo rede é usado no contexto de estruturas cristalinas; neste sentido "rede" significa um arranjo tridimensional de pontos coincidindo com as posições dos átomos (ou centros de esferas). Tabela 5 - Sistemas cristalinos segundo Bravais. Sistemas Eixos Ângulos axiais cúbico a1 = a2 = c todos os ângulos = 90º tetragonal a1 = a2 # c todos os ângulos = 90º ortorrômbico a1 # a2 # c todos os ângulos = 90º monoclínico a1 # a2 # c 2 ângulos = 90° e 1 ângulo diferente de 90° triclínico a1 # a2 # c todos ângulos diferentes de 90° entre si hexagonal a1 = a2 = a3 # c ângulos de 90° e 120° romboédrico a1 = a2 = c ângulos iguais mas diferentes de 90° 16 Figura 14 . Arranjos atômicos-células unitárias. 6.1. Sistema Cúbico e Hexagonal Quase todos os metais e ligas metálicas se cristalizam no sistema cúbico ou hexagonal. cúbico simples Cristais Cúbicos cúbico de corpo centrado cúbico de face centrada 6.1.1. Cúbico simples (cs): Existe um átomo em cada vértice do cubo. O parâmetro de rede (a) é 2r, onde r é o raio atômico. Figura 15 - Cúbico Simples (c.s.) 17 Os metais não se cristalizam no sistema cúbico simples devido ao pouco espaço vazio ocupado pelos átomos (considerando-os como esferas rígidas). É freqüente entre os compostos iônicos (átomos diferentes, ex NaCl). Na figura 15 observa-se que cada vértice da célula unitária possui inseridos 1/8 do átomo, resultando em 1 átomo por célula unitária. 6.1.2 - Cúbico de corpo centrado (ccc): Existe um átomo em cada vértice do cubo e um no centro. Exemplo de metais ccc: Ferro (até 910ºC), Vanádio, Cromo, Nióbio, Molibdênio, Tungstênio, etc. Na figura 16 observa-se que existe 1 átomo no interior da célula elementar e 1/8 de átomo de cada vértice, totalizando um equivalente de 2 átomos por célula unitária. Figura 16 - Cúbico de corpo centrado (c.c.c.) 6.1.3. - Cúbico de face centrada (cfc): Existe um átomo no centro de cada face e um em cada vértice. Exemplo de metais cfc: Alumínio, Cobre, Níquel, Prata, Ouro, Chumbo, etc. A figura 17 mostra as representações da estrutura cfc, onde se observa 1/2 átomo em cada face e 1/8 de átomo em cada vértice totalizando o equivalente a 4 átomos por célula unitária. Figura 17 - Cúbico de face centrada (c.f.c.). Hexagonal Simples (hs) Cristais Hexagonais Hexagonal Compacto (hc) 6.1.4. - Hexagonal simples (hs): Possui 12 átomos nos vértices de um prisma de base hexagonal e 2 no centro das bases. 18 6.1.5. - Hexagonal compacto (hc): Neste caso existe um plano extra de átomos entre as duas faces (superior e inferior). Na célula unitária este plano é formado por 3 átomos .Exemplos de metais: hc: cobalto, zinco, zircônio, cádmio etc. Figura 18- Hexagonal Simples (h.s.) Figura 19- Hexagonal Compacto. Exercício. Calcular o fator de empacotamento da estrutura cúbica de corpo centrado (ccc). 19 Exercício. Calcular a densidade do _____________, a partir da célula unitária sabendo-se que sua estrutura é cúbica de face centrada. Dados: matômica= raio atômico = 6.1.6. - Alotropia ou polimorfismo. Diversos elementos, bem como compostos químicos apresentam mais de uma forma cristalina, dependendo de condições como pressão e temperatura envolvidas. Este fenômeno é denominado de alotropia ou polimorfismo. Metais de grande importância industrial como o ferro, o titânio e o cobalto apresentam transformações alotrópicas em temperaturas elevadas. A variação alotrópica encontrada em cristais de ferro pode ser considerada como um clássico exemplo de polimorfismo. Esta variação alotrópica é muito importante em processos metalúrgicos, pois permite a mudança de certas propriedades do aço (Fe + C), através de tratamentos térmicos. Exemplos: Titânio :Ti(hc)→ 880°C → Ti (ccc) Zircônio:Zr(hc)→ 860°C → Zr(ccc) Cobalto :Co(hc)→ 417°C → Co (cfc) Ferro : Fe(ccc) →912°C → Fe(cfc)→ 1392°C → Fe(ccc) Um outro exemplo clássico de polimorfismo é a variação alotrópica do carbono. Este elemento é encontrado como diamante, que é o material mais duro na natureza e na grafite, um material de baixíssima dureza, que pode ser usado como lubrificante. O diamante é duro porque todas as suas ligações são covalentes. Por outro lado, a grafite tem ligações covalentes apenas em alguns planos. Estes planos são agregados a outros planos através de forças secundárias e assim, é fácil provocar o deslizamento dos mesmos. A figura 20 apresenta as estruturas do diamante e da grafite. 20 Estrutura do diamante Estrutura da grafita Figura 20. Polimorfismo do carbono. 7. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS Num cristal podemos indicar direção no espaço. Essas direções são indicadas entre chaves pelos 3 menores números inteiros capazes de caracterizá-las, isto é: (u v w). Elas são importantes, pois, existe uma correlação entre propriedades e direções dentro de uma determinada estrutura cristalina. Figura 21 - Direções cristalográficas. A direção [100], por exemplo, é a mesma que a direção [200], mas sempre os 3 menores números inteiros são utilizados. 8. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS Os planos cristalográficos são representados entre parêntesis através dos índices de Miller (h k l). Esses índices representam os planos cristalográficos em termos de comprimento de suas intersecções com os eixos, a partir da origem. O pocedimento para se determinar o plano é o seguinte: 1º) Determina-se onde o plano representado intercepta os eixos 2º) Toma-se o inverso da intercepção 21 Exemplo: Em (a) o plano corta o eixo x e z no infinito, e o eixo y à uma unidade da origem: ∞∞∞∞,1,∞∞∞∞. Tomando-se o inverso temos: 1/∞∞∞∞ 1/1 1/∞∞∞∞ , ou seja, o plano é (010). Da mesma forma temos em: b) (001), c) (011) e d) (111) (a) (b) (c) (d) Figura 22- Planos cristalográficos. Existem planos com índices negativos, por exemplo, (100) que é a face do cubo paralela ao plano (100). Existem seis planos cristalográficos equivalentes ao tipo (100). Dependendo da escolha dos eixos cada um deles poderá ter os índices (100), (010), (001), (100), (010) e (001). Quando se quer representar todos esses planos como um grupo, usa-se a representação {100}, à qual representa a família de planos (100). Naestrutura hexagonal para especificar planos e direções usa-se o sistema Miller-Bravais com quatro índices do tipo (h k i l). O termo i está vinculado aos dois primeiros através da relação i = - (h + k). Figura 23 - Planos na estrutura hexagonal. 8.1. Espaçamento interplanar: O espaçamento interplanar mostra a distânca entre planos. No sistema cúbico o espaçamento entre planos é dado por: dhkl = a / √√√√ h2 + k2 + l2 onde a é o parâmetro de rede e (h k l) são os índices do plano. 22 8.2. Densidade Atômica em Cristais Dentre os planos e direções de um cristal, alguns revelam ser mais compactos, ou seja, possuem mais átomos por unidade de comprimento ou de área. Assim no sistema cúbico simples, as direções mais compactas são as da família <100> e os planos mais compactos são os da família {100}. A definição de uma direção compacta envolve a definição de densidade linear de átomos. Esta densidade é obtida determinando o número de átomos que efetivamente estão contidos em um determinado comprimento. Assim, a densidade linear da família de direções <100>, no sistema cs é igual a: D linear = n de átomos/comprimento Da mesma forma, um plano compacto é determinado calculando-se o número de átomos que efetivamente ocupam uma certa área. Assim, a densidade planar de átomos da família de planos {100}, no sistema CS é igual a: Dplanar = n de átomos/área 9. DEFEITOS DA REDE Praticamente todas as propriedades mecânicas são dependentes da estrutura (escoamento, resistência, fratura, alongamento, dureza, fluência, etc.). O termo defeito, ou imperfeição, é empregado para descrever qualquer desvio de um arranjo ordenado dos pontos da rede cristalina. Se um cristal é formado por milhões de átomos, é de se esperar que algumas imperfeições e irregularidades possam ocorrer. pontuais Imperfeições de linha 23 9.1. IMPERFEIÇÕES PONTUAIS As vacâncias são imperfeições muito freqüentes nas estruturas cristalinas, podendo atingir 1 vazio para cada 1000 vértices da rede cristalina de metais e cerâmicos. Os defeitos intersticiais e substitucionais ocorrem devido à presença de átomos de impurezas e de elementos de liga, este último com o intuito de obter certas propriedades. Figura 24- Estrutura sem imperfeições pontuais lacuna intersticial substitucional Figura 25 - Estrutura com imperfeições pontuais 9.2. IMPERFEIÇÕES DE LINHA (DISCORDÂNCIAS) Discordância é o contorno entre regiões deslocadas e não deslocadas de um plano de escorregamento. em cunha Tipos em hélice 9.2.1. DISCORDÂNCIA EM CUNHA: É uma linha no interior de um cristal onde termina um plano extra de átomos. O deslocamento é perpendicular à linha da discordância. 24 Figura 26 - Discordância em cunha 9.2.2. DICORDÂNCIA EM HÉLICE: Não existe plano extra de átomos. O deslocamento é paralelo à linha de discordância. 25 Figura 27 - Discordância em hélice Num material sem deformação existem 106 linhas de discordâncias por cm2. Num material deformado esse número pode chegar em cerca de 1012 discordâncias por cm2 Experimentalmente verifica-se que o escorregamento em cristais metálicos ocorre preferencialmente em planos de maior densidade atômica e nas direções mais compactas da estrutura. 26 Na prática não se encontra nenhum material que apresente os valores teóricos previstos para a sua resistência. Experimentalmente esses valores são muito menores. Na realidade os metais possuem muitos defeitos os quais tem grande influência no seu comportamento mecânico. Entre esses defeitos podemos citar: ausência de átomos em certos locais, existência de excesso de átomos em outros locais, etc. As discordâncias movem-se quando uma força aplicada atinge um valor relativamente alto, levando a deformação do material e não a sua ruptura frágil. Quando ocorrem distorções na rede cristalina devido, por exemplo, à introdução de um elemento diferente, as discordâncias são ancoradas (fixadas). Para movimentá- las é necessária uma força maior, aumentando então a resistência do material. Figura 28. Movimento de uma discordância em cunha. 10. ESTRUTURA DOS MATERIAIS CERÂMICOS. Nos compostos cerâmicos a ligação química é uma mistura do tipo iônico e covalente. A tabela 6 mostra a porcentagem de caráter iônico e covalente. Tabela 6. Ligações nos materiais cerâmicos. Compostos cerâmicos % de caráter iônico % de caráter covalente Óxido de magnésio (MgO) 73 27 Óxido de alumínio (Al2O3) 63 37 Carboneto de silício (SiC) 11 89 A característica comum aos cerâmicos é serem constituída de metais e não metais. A estrutura dos materiais cerâmicos pode ser extremamente complexa à medida que um número elevado de átomos, com diferentes funções, pode formar a mesma. Tal estrutura, como de outros materiais (metálicos e poliméricos) é 27 determinada pela natureza das ligações atômicas presentes, bem como das características dos elementos envolvidos em tais ligações. Na maioria dos materiais cerâmicos, a estrutura é resultado da quantidade relativa de ligações iônicas e covalentes presentes. As parcelas iônica e covalente dependem basicamente da eletronegatividade dos átomos envolvidos. O caráter iônico ou covalente define, em parte, o tipo de estrutura que o composto cerâmico exibe. Como na maioria dos compostos cerâmicos o caráter iônico é predominante, a estrutura dos mesmos é determinada por dois fatores fundamentais. No caso de compostos iônicos simples, do tipo AB, o arranjo dos íons é definido pelos seguintes fatores: a relação entre os raios do cátion e do ânion e a necessidade de existir um balanço de cargas no sólido iônico. Além disso, para que a ligação iônica ocorra é necessário que os cátions e ânions estejam em contato. Assim, para o caso de uma estrutura onde os íons são iguais, é fácil perceber que o número de coordenação será igual a 12 (estruturas CFC ou HC). Se os íons são diferentes, o N.C. dependerá da relação entre seus raios r/R, onde r é o raio do cátion e R do ânion. Estruturas cerâmicas cristalinas: ânions que circundam um cátion estão todos em contato com aquele cátion. Número de Coordenação (NC): número de ânions vizinhos mais próximos para cada cátion. Normalmente para cerâmicos: NC= 4, 6 e 8. 10.1 Estruturas cristalinas do tipo AX São os materiais cerâmicos usuais que apresentam número de cátions igual ao de ânions (igual número de átomos metálicos e não-metálicos). 1.Sal Gema: Estrutura cristalina do NaCl NC = 6 Exemplos de compostos com estrutura similar à do NaCl: MgO, MnS, LiF e FeO. 2. Estrutura do Cloreto de Césio. Cada átomo A tem oito vizinhos X (NC=8) Esta estrutura é cúbica simples (cs). 3. Estrutura da Blenda de Zinco. NC = 4, arranjo tetraédrico. Esfarelita 10.2. Estruturas cristalinas do tipo AmXp. Nem todos os compostos binários possuem igual número de átomos A e X. Neste caso a carga do cátion é diferente da do ânion. Temos dois caso, a fluorita, CaF2 e o córindum, Al2O3, um dos materiais cerâmicos mais aplicados tecnologicamente. 10.3. Estruturas cristalinas do tipo AmBnXp. A presença de três diferentes átomos aumenta a complexidade. Os materiais magnéticos não metálicos são compostos AmBnXp , onde o mais comum deles é o ferroespinélio, frequentemente denominado de ferrita de composição MFe2O4, onde M é um cátion bivalente. 28 Número Raio ânionGeometria de coordenação Raio do cátion Coordenação Figura 29. Número de coordenação e geometria para várias razões entre os raios do ânion e cátion . Figura 30 . Estrutura cristalina do sal-gema (NaCl). 29 Os materiais cerâmicos formados estritamente por ligações covalentes apresentam altos pontos de fusão e elevada dureza. Estas propriedades são oriundas da alta força de ligação e da simetria da estrutura. 10.4. Estrutura Cristalina dos Silicatos. Os silicatos constituem a classe de maior importância, representando 25% dos minerais conhecidos e quase 40% dos minerais comuns. Os silicatos constituem de 95% do volume da crosta terrestre, dos quais 59,5% são representados por feldspatos, 6,8% e por anfibólios e piroxênios, 12% por quartzo e 3,8% pelas micas, os outros minerais (silicatos e não silicatos) perfazendo o volume de aproximadamente 7,9%. Dessa maneira, a grande maioria das rochas é formada por silicatos, sendo raras as rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares que não possuem como minerais essenciais silicatos. Assim sendo, é impossível classificar rochas sem possuir uma boa base de mineralogia dos silicatos. Muitos materiais cerâmicos têm estruturas do tipo silicato. Muitos minerais que aparecem na natureza tais como argila, feldspato, talco, micas são silicatos. Provavelmente o silicato mais conhecido é o cimento portland que tem a vantagem de poder formar um ligante hidráulico com agregados rochosos. 10.4.1. Unidade estrutural básica do Silicato A unidade [SiO4] é formada por um átomo de silício no centro e os átomos de oxigênio nos vértices, um tetraedro. Cada átomo de oxigênio compartilhado contribui com um elétron em cada ligação ao silício, portanto cada oxigênio terminal, isto é, não compartilhado, provoca o aparecimento de uma carga negativa na unidade. Assim, o ortossilicato é descrito como [SiO4] 4- Figura 31. Estrutura do ortossilicato [SiO4] 4- A figura 31 mostra uma das estruturas dos silicatos, a estrutura tridimensional da sílica SiO2, presente no quartzo e tridimita. Cada silício está cercado por quatro oxigênios e cada oxigênio está ligado por dois tetraedros. A estrutura mais comum da sílica é o quartzo, material predominante nas areias de muitas praias. 30 Figura 32. Estrutura cristalina da cristobalita (quartzo) e tridimita. 10.5. Argilominerais. São aluminossilicatos hidratados que podem ser dispersos em partículas finas e desenvolvem plasticidade quando misturados com água. Exemplos: caulinita, halloysita, pirofilita, montmorillonita, mica, ilita, etc. As estruturas cristalinas dos argilominerais são constituídas por camadas tetraédricas de silício (tetracoordenado) e octaédricas de alumínio (hexacoordenado). O mineral caulinita e’ o tipo mais simples de argila, tem íons de alumínio que satisfazem as valências dos átomos de oxigênio. As folhas de silicato adjacentes podem atrair-se mutuamente graças, apenas, a fracas forças de polarização, do tipo de van der Waals. Isto explica a plasticidade da argila e o fato de que a mica é facilmente separável em lâminas extremamente finas. Quando a água é adicionada à argila as moléculas de H2O são atraídas para a camada superficial das folhas por forças de polarização criando, desse modo, uma fronteira lubrificante entre folhas adjacentes. Quando a água é drenada a plasticidade da argila é reduzida e quando a argila é estufada a ligação cruzada entre folhas adjacentes produz uma estrutura fortemente quebradiça. Figura 33. Absorção de água nas superfícies das lâminas de silicatos na argila (caulinita). A absorção deve-se a atração entre forças de polarização nas superfícies das lâminas de caulinita e ligações de hidrogênio nas moléculas de água. 31 11. ESTRUTURA DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS. Os materiais poliméricos possuem origem orgânica e muitos materiais orgânicos são hidrocarbonetos (compostos por hidrogênio e carbono). A ligação é covalente. Cada átomo de carbono possui 4 elétrons enquanto que cada átomo de hidrogênio possui apenas 1 elétron. Figura 34. Molécula de etileno (C2H4) H – C ≡ C – H Figura 35. Molécula de acetileno (C2H2) Na molécula de etileno temos as ligações covalentes simples e duplas, enquanto que na de acetileno temos a simples e tripla. As moléculas nos polímeros são gigantescas quando comparadas com as dos hidrocarbonetos. Dentro de cada molécula a ligação se dá através de ligações inter- atômicas covalentes. Na maioria dos polímeros, essas moléculas se encontram na forma de cadeias longas e flexíveis, cujo esqueleto principal consiste em uma série de átomos de carbono, muitas vezes, cada átomo de carbono se liga através de ligações simples a dois átomos de carbono adjacente, em ambos os lados como mostra a representação a seguir: Essas longas moléculas são compostas por entidades estruturais conhecidas por mero, os quais se repetem sucessivamente ao longo da cadeia. O termo polímero significa muitos meros. O etileno é um gás à temperatura e pressão ambientes, com a estrutura mostrada na figura 33. Se o gás etileno for submetido cataliticamente às condições apropriadas de temperatura e pressão, ele irá se transformar em polietileno (um material sólido). Esse processo se dá quando um mero ativo se forma pela reação entre um espécime iniciador ou catalisador (R ·) e a unidade de etileno, conforme a ilustração a seguir. A cadeia polimérica se forma pela adição seqüencial de unidades monoméricas a esse centro iniciador mero ativo (·) é transferido para cada monômero da extremidade sucessivo à medida que este se liga à cadeia. O sítio ativo, ou elétron não-emparelhado (denotado por · ), é transferido a cada um dos sucessivos monômeros terminais à medida em que eles se ligam à cadeia. Isto pode ser representado como se segue: 32 O resultado final, após a adição de muitas unidades monoméricas é a molécula de polietileno. Na figura 3 temos um modelo tridimensional onde o ângulo entre os átomos de carbono se aproxima de 109o. As cadeias do polietileno estão emaranhadas aleatoriamente, tal como espaguete despejado num prato. As ligações entre as cadeias moleculares longas do polietileno são ligações secundárias fracas,do tipo dipolo permanente. Esse emaranhado contribui para a resistência mecânica. Figura 36. Representação esquemática do polietileno (a) e perspectiva da molécula indicando a estrutura em ziguezague (b). Se todos os átomos de hidrogênio no polietileno forem substituídos por átomos de flúor, o polímero resultante é o politetrafluoroetileno (PTFE), cujo nome comercial é Teflon . São conhecidos por polímeros fluorocarbonos. O cloreto de polivinila (PVC) é uma pequena variação do polietileno. O último em cada 4 átomos de hidrogênio é substituído por um átomo de cloro. A substituição de Cl por um grupo metila, no PVC produz o polipropileno (PP). Outros materiais poliméricos apresentam estruturas complexas como náilon, poliéster, policarbonato, etc. 33 Figura 37. Estágios na polimerização de um composto de vinila e as variações na viscosidade. Figura 38. Estruturas para (a) politetrafluoretileno (b) cloreto de polivinil (PVC) e (c) Polipropileno (PP). 11.1. HOMOPOLÍMEROS E COPOLÍMEROS. Homopolímeros são materiais poliméricos formados por cadeias poliméricas constituídas por um único tipo de unidade de repetição. Se A for a unidade derepetição uma cadeia terá a seqüência: AAAAAAAAA..... 34 Copolímeros são formados por cadeias poliméricas constituídas por duas ou mais unidades de repetição quimicamente diferentes, que podem estar em seqüências diferentes. Dependendo do processo de polimerização e das frações de meros são possíveis diferentes arranjos. Copolímeros aleatórios. Os monômeros estão distribuídos aleatoriamente ao longo das cadeias poliméricas. Se A e B forem monômeros diferentes, o arranjo pode ser do tipo: AABABBBAABABAAB....... Copolímeros alternados. Os monômeros são dispostos alternadamente. ABABABABABABABABABABABAB......... Copolímeros por blocos. Os diferentes monômeros da cadeia estão dispostos em blocos relativamente longos de cada um dos monômeros: AAAAAAAAAAA-BBBBBBBB-............. Copolímeros ramificados. Apêndices de um tipo de monômero estão enxertados na cadeia longa do outro tipo de monômero. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA B B B B B B 11.2. Cristalinidade dos polímeros. O estado cristalino pode existir nos materiais poliméricos. O grau de cristalinidade pode variar desde completamente amorfo até quase totalmente cristalino (até aproximadamente 95%). O grau de cristalinidade de um polímero depende da taxa de resfriamento bem como da configuração da cadeia Os polímeros cristalinos são em geral mais resistentes, além de mais resistentes a dissolução e ao amolecimento pelo calor. A cristalização normalmente não ocorre em polímeros compostos por estruturas meros quimicamente complexas e não é evitada com facilidade em polímeros quimicamente simples tais como o polietileno e o politetrafluoretileno, mesmo em taxas de resfriamento muito rápidas. 11.3. ESTRUTURA MOLECULAR. As características físicas de um polímero dependem não só de sua massa molecular e sua forma molecular, mas também das diferenças na estrutura das cadeias moleculares. Modernas técnicas de síntese de polímeros permitem considerável controle sobre várias possibilidades estruturais 35 11.3.1. Polímeros Lineares Polímeros Lineares são aqueles nos quais as unidades de mero se encontram ligadas entre si terminal a terminal em cadeias únicas. Estas longas cadeias são flexíveis e podem ser pensadas como uma massa de espaguete, como representada esquematicamente na Figura 39a, onde cada círculo representa uma unidade de mero. Para polímeros lineares, podem existir extensas ligações de van der Waals entre as cadeias. Alguns dos polímeros comuns que se formam com estruturas lineares estão polietileno, cloreto de polivinila, poliestireno, polimetilmetacrilato, nailon e fluorocarbonos. Figura 39 - Representações Esquemáticas de estruturas moleculares (a) lineares, (b) ramificadas, (c) ligadas cruzadamente, e (d) ligadas em rede (tridimensional). Círculos designam unidades de mero individuais. 11.3.2. Polímeros Ramificados. Pode-se sintetizar polímeros nos quais cadeias com ramificações laterais estejam conectadas às cadeias principais, como indicadas esquematicamente na Figura 39 b; chamados polímeros ramificados. As ramificações, consideradas como parte da molécula da cadeia principal resultam a partir de reações laterais que ocorrem durante a síntese do polímero. A eficiência de empacotamento da cadeia é reduzida com a formação de cadeias laterais, que resultam num abaixamento da densidade do polímero. 11.3.3. Polímeros com Ligações Cruzadas Em polímeros com ligações cruzadas, cadeias lineares adjacentes se juntam entre si em várias posições por ligações covalentes, como representado na Figura 39 c. O processo de ligação cruzada é encontrado quer durante a síntese quer por uma reação química não-reversível que é usualmente realizada numa temperatura elevada. Às vezes, esta ligação cruzada é acompanhada por átomos aditivos ou moléculas aditivas que se ligam covalentemente às cadeias. Muitos dos materiais elásticos de borracha são cruzadamente ligados; em borrachas, isto é chamado vulcanização. 11.3.4. Polímeros em Rede Unidades de mero trifuncionais, tendo 3 ligações covalentes ativas, formam redes tridimensionaus (Figura 39 (d) ) em vez de arcabouço de rede linear assumido 36 por meros bifuncionais. Polímeros compostos de unidades trifuncionais são denominados polímeros em rede. Realmente, um polímero que é altamente ligado cruzadamente pode ser classificado como um polímero em rede. Estes materiais têm distintivas propriedades mecânicas e térmicas; os epoxis e os fenolformaldeídos pertencem a este grupo. Deve-se assinalar que polímeros não são usualmente de um único distintivo tipo estrutural. Por exemplo, um polímero predominantemente linear poderia ter uma limitada ramificação e ligação cruzada. LISTA DE EXERCÍCIOS. 1. Dê exemplos de produtos utilizados numa residência confeccionados de materiais metálicos (especifique se o produto é confeccionado de metal puro ou liga metálica, ferroso ou não ferroso), poliméricos (especifique se é termoplástico ou termorígido) e cerâmicos. 2. Idem a questão 1, para um automóvel. 3. Qual a importância da reciclagem dos materiais? Discuta pelo menos três aspectos. 4. Dê duas principais diferenças de propriedades entre os materiais metálicos e os materiais cerâmicos. 5. Explique por que ocorreu, e continua ocorrendo, a substituição de alguns componentes metálicos por materiais poliméricos na indústria automobilística a partir da década de 80 e 90. 6. Dada a tabela de consumo de plásticos em diversos países e regiões. Faça uma análise que mostra essa tabela. Região Total (milhões de toneladas) Por habitante (kg) Europa Ocidental 22 63 Estados Unidos 21 89 Canadá 2 80 Japão 7 58 Índia 1 1,3 América do Sul 3 7,5 África 1 2 África do Sul 0,7 21 Ex URSS 7 17,5 7. O engenheiro ao selecionar materiais para um determinado produto acabado, além das exigências em termos de propriedades, o engenheiro tem que levar em conta o preço. Faça uma análise de preço em função dos produtos da tabela. 37 Tabela - Custo por quilo de alguns produtos acabados (unidade monetária européia, ECU). Produto Custo Casas 1 Navios 5 Automóveis 10 Bicicletas 15 a 25 Aparelhos eletrodomésticos 40 a 100 Calçados esportivos 15 a 60 Aeronave civil 1000 Satélites 15000 8. Faça uma análise entre cidadão brasileiro e cidadão americano para a relação: consumo de materiais X energia X aquecimento global. 9. Sabemos que a grafite e o diamante são formados pelo mesmo elemento e por ligações covalentes. O que explica a grande diferença entre as propriedades mecânicas destes materiais? 10. Explique a ligação metálica. O que ocorre na ligação metálica (materiais metálicos) que diferencia das outras ligações (que ocorre nos outros grupos de materiais). 11. Porque os materiais poliméricos são bons isolantes elétricos? 12. Observando o diagrama de energia interna x distância interatômicas entre átomos, responda: a- Qual o material tem maior ponto de fusão, (a) ou (b)? b- Qual o material tem maior resistência mecânica (a) ou (b)? c- Qual o material tem maior coeficiente de dilatação (a) ou (b)? 38 13. Explique o arranjo atômico cúbico de corpo centrado. 14. Na temperatura de 910o C o ferro transforma-se de ferro CCC para ferro CFC. No aquecimento de um pedaço de ferro ao atingir a temperatura de transformação o metal sofrerá uma expansão ou retração (Feccc= 68% e Fecfc = 74%) 15. Por que os sólidos iônicos são freqüentemente frágeis enquanto os metais são maleáveis? 16. Sabe-se que o raio atômico de um átomo é ( r ) e portanto o seu volume é Va = 4/3pipipipir3. O volume da célula unitáriaé Vc=a3. Determine em porcentagem, o VOLUME OCUPADO pelos átomos (fator de empacotamento, FE = n x Vátomo/ Vcélula) numa célula unitária cúbica de face centrada. 17. É possível determinar a densidade de um metal a partir de sua célula unitária. Determine a densidade do cromo (g / cm3) sabendo-se que este é c.c.c. Lembre-se que d = m / V, o que vale para a célula unitária. Determine a massa total no interior da célula (g) e o seu volume (cm3) em função do raio atômico. Dados: massa atômica = 52 u.m.a e raio atômico do cobre = 0,125 nm m(1 átomo) em gramas = matômica / 6,023 . 1023 18. Calcule a densidade do NaCl e compare-a com a densidade determinada experimentalmente (2,16 g/cm3). Dados: massa atômica do sódio = 22,99 uma massa atômica do cloro = 35,45 uma raio iônico do sódio = 0,102 nm raio iônico do cloro = 0,181 nm 39 19. Desenhe em uma célula cúbica as seguintes direções: [100]; [001]; [110]; [111]; [110] e [210]. 20. Desenhe em uma célula cúbica os seguintes planos cristalográficos: (100); (001); (110); (111); (110) e (210). 21. Calcule a densidade planar para os planos {100} e {110} da estrutura CFC. 22. Explique porque as resistências à deformação de cristais de whiskers (sem imperfeições) de ferro chegam a aproximadamente 12.000 MPa enquanto a resistência à deformação de ferro de construção não chega a 400MPa? 23. Quais as principais características dos materiais cerâmicos. 24. Qual a diferença entre termoplásticos e termofixos. 25. Qual a diferença entre copolímeros e homopolímeros. Bibliografia consultada WILLIAM D. CALLISTER, Jr . Ciência e Engenharia dos Materiais, Quinta Edição, LTC, Rio de Janeiro, RJ, 2002. ANGELO F. PADILHA. Materiais de Engenharia - Microestrutura e Propriedades. HEMUS, Curitiba, PR, 2000. SMITH, W.F. Princípios de Ciência e Engenharia dos materiais. Editora Mc-GRAW- HILL. Portugal, Ltda, 3a edição, 1998, 892pg. VLACK, L.H.V. Princípios de Ciência e Tecnologia dos Materiais. Rio de Janeiro: Editora Campus, 5a edição, 1984. 40 Anexo 1. Tabela Periódica dos elementos 41 Anexo 2. Características dos elementos químicos selecionados. CARACTERÍSTICAS DE ELEMENTOS SELECIONADOS Elemento símbolo Peso atômico, u.m.a densidade sólido, 20ºC (g/cm3) Estrutura cristalina, 20ºC Raio atômico, nm Ponto de fusão (ºC) alumínio Al 26,98 2,71 CFC 0,143 660,4 argônio Ar 39,95 - - - -189,2 bário Ba 137,33 3,5 CCC 0,217 725 berílio Be 9,012 1,85 HC 0,114 1278 boro B 10,81 2,34 Romboédrica - 2300 bromo Br 79,90 - - - -7,2 cádmio Cd 112,41 8,65 HC 0,149 321 cálcio Ca 40,08 1,55 CFC 0,197 839 carbono C 12,011 2,25 Hexagonal 0,071 sublima a 3367 césio Cs 132,91 1,87 CCC 0,265 28,4 chumbo Pb 207,2 11,35 CFC 0,175 327 cloro Cl 35,45 - - - -101 cobalto Co 58,93 8,9 HC 0,125 1495 cobre Cu 63,55 8,94 CFC 0,128 1085 cromo Cr 52,00 7,19 CCC 0,125 1875 enxofre S 32,06 2,07 Ortorrômbica 0,106 113 estanho Sn 118,69 7,17 Tetragonal 0,151 232 ferro Fe 55,85 7,87 CCC 0,124 1538 flúor F 19,00 - - - -220 fósforo P 30,97 1,82 Ortorrômbica 0,109 44,1 gálio Ga 69,72 5,90 Ortorrômbica 0,122 29,8 germânio Ge 72,59 5,32 Cúbica Dia. 0,122 937 hélio He 4,003 - - - -272(a 26 atm) hidrogênio H 1,008 - - - -259 lodo I 126,91 4,93 Ortorrômbica 0,136 114 lítio Li 6,94 0,534 CCC 0,152 181 magnésio Mg 24,31 1,74 HC 0,160 649 manganês Mn 54,94 7,44 Cúbica 0,112 1244 mercúrio Hg 200,59 - - - -38,8 molibdênio Mo 95,94 10,22 CCC 0,136 2617 neônio Ne 20,18 - - - -248,7 nióbio Nb 92,91 8,57 CCC 0,143 2468 níquel Ni 58,69 8,90 CFC 0,125 1455 nitrogênio N 14,007 - - - -209,9 ouro Au 196,97 19,32 CFC 0,144 1064 oxigênio O 16,00 - - - -218,4 platina Pt 195,08 21,45 CFC 0,139 1772 potássio K 39,10 0,862 CCC 0,231 63 prata Ag 107,87 10,49 CFC 0,144 962 silício Si 28,09 2,33 Cúbica Dia. 0,118 1410 sódio Na 22,99 0,971 CCC 0,186 98 titânio Ti 47,88 4,51 HC 0,145 1668 tungstênio W 183,85 19,3 CCC 0,137 3410 vanádio V 50,94 6,1 CCC 0,132 1890 zinco Zn 65,39 7,13 HC 0,133 420 zircônio Zr 91,22 6,51 HC 0,159 1852
Compartilhar