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INVESTIMENTOS SOCIETARIOS

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Prof. Msc. Mariano Terço de Melo
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II
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Considerações sobre sociedades por ações e suas demonstrações contábeis.
Investimentos temporários e permanentes. 
Critérios de classificação contábil dos investimentos. 
Conceitos de empresas controladas, controladoras, coligadas.
Métodos de avaliação dos investimentos permanentes
A aula de Hoje....
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Aspectos legais
Documentos que tratam do Avaliação de Investimentos Societários:
Lei 6.404/76, 11.638/2007 e 11.941/2009
 artigos 384 a 391 do RIR/99
artigos 1 a 20 da Instrução CVM 247 de 27/mar de 1996
CPC 18 - Investimento em Coligada e Controlada
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Conceitos Básicos Gerais
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 Participações Societárias:
 Aplicações de recursos que determinada empresa, doravante denominada investidora, efetua na aquisição de ações ou cotas de outra empresa, doravante denominada investida, com o objetivo de:
Garantir atividade complementar; 
Garantir fornecimento de matéria-prima, tecnologia, serviços; 
Aumentar participação no mercado; 
Manter cliente estratégico.
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Sociedade por Ações (S.A.)
apresenta as seguintes características: 
Capital social dividido em ações; 
A ações podem ser apenas de participação nos lucros (ações preferenciais), ou também com poder de voto (ações ordinárias); 
O mais importante é o dinheiro aplicado e não os sócios; 
Pode ser de capital aberto (com negociação na Bolsa de Valores) ou de capital fechado. 
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Sociedade por Ações (S.A.)
Ações Ordinárias: 
Apresentam as seguintes características: 
Conferem ao acionista direito de voto na empresa na realização das assembleias de acionistas; 
São menos negociadas no mercado que as preferenciais; 
Menor liquidez. 
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Sociedade por Ações (S.A.)
Ações Preferenciais: 
Apresentam as seguintes características: 
Garantem aos acionistas maior participação nos resultados da empresa; 
Não dão direito a voto; 
Preferência na distribuição dos resultados; 
Prioridade no recebimento de proventos e no reembolso de capital em caso de dissolução da sociedade em relação aos demais acionistas; 
São mais negociadas, maior liquidez. 
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Valor Nominal e da ação
Valor nominal da ação: 
Valor que consta da escritura da empresa (contrato social, no caso de Limitadas, ou estatuto social, no caso das Sociedades por Ações). Pode ser calculado dividindo-se o valor do capital pela quantidade de ações ou quotas que o compõem. 
Exemplo: o capital social da empresa é de R$ 120.000 dividido em 100.000 cotas ou ações de valor unitário de R$ 1,20.
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Valor Patrimonial da Ação
Valor Patrimonial da ação: 
Valor da riqueza da empresa, avaliada de acordo com as práticas contábeis, representada pelo Patrimônio Líquido (PL) contábil dividido pela quantidade de ações ou cotas que compõem o capital social.
Exemplo: Divide o PL pelo numero de ações ou quotas.
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Separação na aquisição da participação societária entre investimentos temporários e permanente
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Investimentos temporários
Adquiridos com a intenção de venda, geralmente de caráter especulativo, contabilizados no Ativo Circulante ou eventualmente no Ativo Não Circulante no Longo Prazo.
Avaliados pelo custo de aquisição, sujeitos à Provisão para ajuste do custo ao valor de mercado se este for menor (provisão não dedutível);
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Investimentos permanentes
De acordo com art. 179 da Lei nº 6.404/76: 
As contas serão classificadas do seguinte modo: (...)
 III. Em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.
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Investimentos permanentes
As participações permanentes em outras sociedades compreendem as importâncias aplicadas na aquisição de ações ou quotas, com a intenção de mantê-las em caráter permanente, seja para obter o controle societário, seja por interesse econômico. 
Exemplos de participações: ƒ 
 Em sociedades coligadas e controladas ƒ
 Participações societárias
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Fundamentos sobre Controlada, Controladora, Coligadas.
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Sociedade Controlada
É a entidade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente:
Preponderância nas deliberações sociais; e 
Poder de eleger a maioria dos administradores. 
 De acordo com o CPC 18 - Investimentos em Coligada e Controlada (item Definições) e § 2º do Art. 243 da Lei 6.404/76)
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Sociedade Controladora
De acordo com o Art. 116 da Lei 6.404/76, acionista controlador é a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que: 
a) É titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e 
b) Usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia. 
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Sociedade Controladora e Sociedades Controladas
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Formas de Controle
Um indivíduo ou sociedade pode ter preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores, quando: 
a) Possuir controle acionário, ou seja ter mais de 50% do capital votante (CV) da sociedade controlada; e 
b) Possuir uma parcela importante do capital votante (30%, por exemplo) e o restante do mesmo estiver pulverizado entre muitos acionistas; e 
c) Junto com outros investidores não detentores do controle, firmar um acordo de acionistas, sob a liderança de um deles, que se tornará acionista controlador. 
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Evidências de Controle
Poder sobre mais da metade dos direitos de votos por meio de um acordo com outros investidores; 
Poder de governar as políticas financeiras e operacionais da entidade, conforme estatuto ou acordo de acionistas; 
Poder de indicar ou destituir a maioria dos membros do conselho de administração, diretoria ou órgão equivalente; 
Poder de mobilizar a maioria dos votos nas reuniões do conselho de administração, diretoria ou órgão equivalente. 
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Evidências de Controle
 O CPC 36 define controle como “o poder para direcionar as políticas financeiras e operacionais de uma entidade de forma a obter os benefícios de suas atividades.”
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Controle
 Direto 
 Indireto
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Exemplo de Participação direta
A investidora A constituiu a empresa B, sua controlada, sendo assim a única proprietária das 50 mil ações representativas de seu capital.
Neste caso, além de participar diretamente do capital da investida, a empresa A mantém controle acionário direto da empresa B.
A empresa A mantém o controle direto da empresa B!!!!!
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Exemplo de Participação Indireta
A partir do exemplo anterior, considere agora que a Controladora B seja proprietária de 70% do capital da empresa C, mantendo sobre ela, o controle acionário.
Neste caso, embora a investidora A não seja 
	Proprietária de ações representativas do capital da empresa C, é considerada participante indireta de seu capital, controlando C indiretamente por meio da Controlada B.
A empresa A mantém o controle indireto da empresa C !!!!
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Sociedade Coligada
Coligada é uma entidade sobre a qual a investidora tem influência significativa e que não se configura como controlada ou participação em empreendimento sob controle conjunto. 
De acordo com o § 1º do Art. 243 da Lei 6.404/76) e item Definições do CPC 18 - Investimentos em Coligada e Controlada 
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Controle em Conjunto:
Controle Conjunto é o compartilhamento do controle, contratualmente estabelecido, sobre uma atividade econômica que existe somente quando as decisões estratégicas, financeiras e operacionais relativas à atividade exigirem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle(os empreendedores). 
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Influência Significativa
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Influência Significativa
É o poder de participar nas decisões financeiras e operacionais da investida, sem controlar de forma individual ou conjunta essas políticas. (Item Definições do CPC 18 e § 4º do Art. 243 da Lei 6.404/76) 
Presume-se influência significativa quando a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la. (§ 4º do Art. 243 da Lei 6.404/76). 
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Evidências de Influência Significativa
Representação no conselho de administração ou na diretoria da investida; 
Participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições; 
Operações materiais entre o investidor e a investida; 
Intercâmbio de diretores ou gerentes; 
Fornecimento de informação técnica essencial. 
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Influência Significativa
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AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS PELO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
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Conceito de Método da Equivalência Patrimonial (MEP)
O MEP consiste na atualização do valor dos investimentos feitos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte do mesmo grupo ou estejam sob o controle comum, com base na variação ocorrida no patrimônio Líquido dessas sociedades .
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Quem deve aplicar a Equivalência Patrimonial???
As PJs que na data do balanço tiverem investimentos permanentes em:
 
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Observe
O balanço Patrimonial da empresa A, levantado em 31.12.X1, conste no grupo do ativo não circulante , um investimento de $240.000 na Cia B. Assumindo que a participação de A no Capital de B corresponda a 40%.
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Observe
Supondo que em 31.12.X2. No BP de B conste as seguintes contas e valores:
Patrimônio Líquido:
Capital..................................600.000
Reservas de lucro................300.000
Total.......................................900.000
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Assim....
Para apurar seus resultados a investidora (empresa A) deverá atualizar o valor do seus investimentos na empresa B, em decorrência da variação ocorrida no PL da empresa B, ISTO É FEITO PARA QUE:
O INVESTIMENTO DO ATIVO NÃO CIRCULANTE DA EMPRESA A CONTINUE A EQUIVALER 40% DO PL DA EMPRESA B.
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Assim....
 40% de $900.000 = $360.000
Este valor encontrado é o VALOR ATUALIZADO DO INVESTIMENTO DA EMPRESA “A” NA EMPRESA “B”.
A EMPRESA “A” DEVE PROCEDER A UMA APURAÇÃO DO VALOR A SER ATUALIZADO
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Para apurar o valor da variação:
Valor do Investimento atualizado (40% do PL de B)..........................................................................................360.000
(-) Valor Original do Investimento.................................(240.000)
(=) Valor da Correção.............................................120.000
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Contabilização:
Débito: Investimento na Coligada B
Crédito:Receitas de participações Societárias........120.000
Histórico: Atualização que se processa na conta Investimentos , de acordo com a variação apurada pelo MEP, conf. Cálculos
A conta investimento sendo debitada deixará o seu saldo atualizado em 40% do PL de B
Os 120.000 configuram receitas na empresa A. Eles pertencerão ao grupo “outras receitas operacionais”, aumentará o resultado de A, MAS NÃO SERÃO CONSIDERADAS PARA CÁLCULO DO IR E NEM DA CSLL, POIS JÁ FORAM TRIBUTADAS EM B
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Atente que ....
O procedimento normal das sociedades é ao apurar o resultado do exercício, e efetuar os cálculos e contabilização das destinações do Lucro Líquido do Exercício.
Nas SA s, essas destinações ficarão antes destes procedimentos SUJEITAS À APROVAÇÃO DA ASSEMBLEÍA A SER REALIZADA APÓS A APURAÇÃO DO RESULTADO!!! 
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Destinações que o LLE (Lucro Líquido do exercício)
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Atente que:
Das 4 destinações do LLE apenas a distribuição de dividendos é a única que não configura o BP da investida no momento de sua elaboração.
Para efetuar os cálculos pelo MEP antes deve-se verificar se a investida realizou a contabilização de dividendos . ESTE VALOR DEVE SER ADICIONADO NO CÁLCULO!!!
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Como a investidora deve proceder na contabilização:
Existem 2 alternativas para contabilizar a parte referente aos dividendos :
a débito da própria conta que registra o investimento;
Ou a débito da conta dividendos a receber do ativo circulante, pois já se conhece o valor distribuído
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Exemplo:
Considerando as informações anteriores, suponha que em 31.12.x2, a coligada B, tenha:
 Apurado um lucro líquido de $800.000;
Distribuído aos acionistas $500.000;
Mantido $300.000 no PL nas reservas de lucros
Em x3, a empresa B pagou os dividendos em dinheiro, cabendo a investidora A $200.000
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A Contabilização em A seria:
Em 31.12.x2 – Contabilização da receita em decorrência da equivalência patrimonial
Débito: Investimentos na coligada B
Crédito: Receitas de Participações Societárias
Receita auferida pela aplicação do MEP............ 320.000 (800.000 x 40%)
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A Contabilização em A seria:
Em 31.12.x3 – Contabilização do recebimento dos dividendos em dinheiro
Débito: Caixa ou banco conta movimento
Crébito: Investimentos na coligada B
Valor ref. Recebimento de dividendos.......200.000
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Observe que:
Não houve necessidade de contabilizar o valor recebido como receita, a receita já tinha sido reconhecida no exercicios e pela competência do MEP
O valor creditado de $200.000 fez com que o valor do investimento de A voltasse a equivaler os 40% do patrimônio de B (40% de 300.000= 120.000)
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 E quando ocorrer prejuízo? Como agir?
Quando ocorrer prejuízos na investida, reduzindo o seu PL, o registro contábil de atualização do investimento será:
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Contabilização
Débito: Despesas com participações Societárias
Crédito: Investimentos na coligada B
Valor ref.redução do investimento que se processa pela aplicação do MEP.................................$$$$$$$$$$$
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Método do Custo x Método da Equivalência
 Método de Custo e Método da Equivalência são utilizados para avaliar investimentos permanentes no capital de outras sociedades ( de acordo com a lei 6.404/76)
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Método do Custo
 Os investimentos permanentes de capital de outras sociedades SÃO AVALIADOS PELO CUSTO DE AQUISIÇÃO DEDUZIDOS DE PROVISÃO DE PERDAS PROVÁVEIS NA REALIZAÇÃO DE SEU VALOR.
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Método do Custo
 Por este método, os resultados auferidos pelas empresas investidas somente serão RECONHECIDOS PELA INVETIDORA POR OCASIÃO DA DISTRIBUIÇÃO E/OU RECEBIMENTO DE DIVIDENDOS.
ISTO NORMALMENTE OCORRE NO PERIÓDO SEGUINTE AO DA APURAÇÃO DOS RESULTADOS E ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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Método da Equivalência Patrimonial
 
 Os investimentos permanentes SÃO AVALIADOS EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO OCORRIDA NO PL DAS EMPRESAS INVESTIDAS 
MANTÉM O VALOR DOS INVESTIMENTOS EQUIVALENTES AO PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO QUE A INVESTIDORA TEM EM SUAS INVESTIDAS
Investimentos Permanentes – Equivalência Patrimonial– AULA3
Investimentos Avaliados pela Equivalência Patrimonial
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Referências
FERREIRA, Ricardo F. Contabilidade Avançada. 7 ed. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2014.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; et. al. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades. São Paulo: Atlas, 2010.
VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez; NEVES, Silvérsio das. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 16. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
CPC. Pronunciamento técnico CPC n. 18, de 6 de novembro de 2009. Investimentos em coligada e em controlada. Brasília: CPC, 6 nov. 2009.
Lei nº 6.404/76 e suas alterações
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“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”
		(Immanuel Kant)
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OBRIGADO!
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