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RENASCIMENTO_ HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

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HUMANISMO MODERNO: RENASCIMENTO
APROFUNDAMENTO DA EXPERIÊNCIA DE SI NO RENASCIMENTO.
Renascimento é o início da idade moderna, período de muitas transformações - política, econômica e cultural; decorrentes das grandes navegações. Novas idéias, descobrimentos e invenções. Questionamento sobre a igreja católica.
Principais características da época renascentista:
Passagem do teocentrismo (Onde Deus é o centro de tudo) > Para antropocentrismo ( o homem no papel central, a quem compete decidir sobre suas ações). O questionamento dos comandos ditados pela igreja Católica colocou em xeque a concepção do mundo medieval, essa crise levou ao antropocentrismo.
Passou a não existir uma verdade absoluta, passaram-se a se questionar sobre as diferenças entre as pessoas: Nasce o EU;
Deixa de ter uma razão única;
Início das feiras de rua, onde começaram a conhecer as diferentes culturas;
Nascimento das cidades, as rotas de comércio e a expansão marítima.
Com a perda dos valores medievais, o homem teve que confrontar com um mundo novo; era necessário criar normas para regrar a vida em comum, as relações sociais, o comércio...etc...Não havia mais uma única verdade.Livre para construir normas e valores onde deve pautar sua conduta;
Valorização do homem;
Periodo de expansão e contenção da liberdade = apologia à grandeza do homem X O peso de todos os males;
No renasciemnto as pessoas ficaram livres para assumir suas proprias vidas, e esta situação proporcionou uma crise, dados que, livres, as pessoas a despeito de maiores ou melhores possibilidades, na verdade sem um norte; Figueiredo afirma que esse foi um primeiro momento em que um psicólogo poderia ocupar espaço.
É neste momento que surgem as questões: o que eu devo ser? Como contruir uma identidade? etc....Há vários exemplos para a construção dessa identidade (os textos indicados no livro : A construção do eu na modernidade):
Personagem Dom Quixote, que se identifica com o ideal do cavaleiro andante medieval. 
Exemplo concreto é Santo Inácio de Loyola, guiando-o de volta a Deus. Reconhecendo a liberdade humana, mas constata a perdição do homem e buscará mostrar-lhe o caminho do reencontro com a ordem. O homem deve, meditando, dirigir sua vontade para o reencontro com Deus. Em Os Exercícios Espirituais, são propostos uma série de procedimentos, com a duração de 28 dias, cujo cumprimento rigoroso deverá levar o praticante à iluminação. 
Santi (1998) estabelece um paralelo entre as ideias subjacentes aos Exercícios Espirituais e a literatura de auto-ajuda: Os dois temas levam à crença na liberdade absoluta; que gera um intenso sentimento de culpa: se somos o que fazemos de nós, nossa infelicidade é produzida por nós mesmo.
Pensamento de Santo Inácio de Loyola sobre o homem e sua liberdade:
A liberdade humana é reconhecida apenas para se atribuir a causa da perdição humana. Curiosamente, a salvação implica justamente abrir mão de forma absoluta dessa liberdade, transferindo-a à autoridade religiosa com toda boa vontade e determinação. A submissão do sujeito deve ser absoluta - esse é o preço que se paga pelo repouso numa certeza sem conflitos. Exige-se disciplina e dedicação e, sobretudo, que se abra mão da própria experiência imediata em favor da palavra da Igreja;
Na obra Discurso sobre a dignidade do homem, de Pico della mirandola, reflete a transformação no modo como a igreja pensava o homem, pois o sujeito do texto aparece como possuidor de livre-arbítrio. O homem julga-se quase como Deus, relativamente acima do mundo, e as coisas (e mesmo o corpo humano) serão tomadas como objetos. Figueiredo observa a peculiaridade dessa posição do homem. Ele é o centro e é livre para tornar-se o que quiser, mas ele não é propriamente nada. Há uma negatividade no homem e é justamente esse vazio que ocupa o lugar do centro; o mundo já não é fechado, já não há estabilidade possível, o homem deve continuamente tornar-se, constituir-se, mover-se:
"Este imenso espaço de liberdade será também o espaço das virtudes que consistem desde então no bom uso desta liberdade. E ainda o espaço de uma aventura sem destino certo, sem ânimos nem garantias. É, finalmente, o espaço insólito da ignorância, da ilusão, do erro, da dúvida e da suspeita." (p. 24)
Maquiavel: Obra O principe. Fala dos procedimentos de formação dos soberanos. Que tipo de sujeito um príncipe deve ser? Como deverá ser seu Eu? Em sua opinião o governante não tem outra opção do que a de afirmar-se à força, criar alianças inspiradas mais pelo temor do que pelo amor (...). O principal valor deverá ser a obtenção e a manutenção do poder centralizado. Para tanto, o governante não deve envergonhar-se de nenhum de seus atos, desde que seja para afirmar o seu poder. Ainda que esse ato seja matar quem represente uma ameaça ao poder.
Montaigne: Diante da instabilidade e insegurança de tudo, acaba por fazer renascer um dos outros fundamentos do pensamento grego: o ceticismo. Não podendo confiar ou acreditar em nada nem em ninguém, este autor retira-se da vida social e dedica sua vida à obra “Ensaios”.
Shakespeare: Faz com que o personagem de seu mais importante livro utilize muitos monólogos para expressar uma característica essencial da Modernidade: a interioridade. Seu personagem também se coloca em posição de indiferença diante do coletivo, do que se espera de um príncipe; ele se recusa a ocupar o papel que lhe é reservado, preferindo ser autor de si mesmo.
Erasmo de Rotterdam: Com muito humor, vai implacavelmente destruindo todo um sistema de valores tomados como óbvios. Seus textos também arrasam qualquer idealismo sobre bondade humana, amor pelos demais, casamento etc. Ele também produz um manual de boas maneiras, aconselhando sobre formas de lidar com a glutonice, com a necessidade de arrotar, soltar gazes etc. 
No contexto renascentista, não há mais apenas uma certa cena bíblica que importa, mas a mão do sujeito que deixa sua marca na obra. Assim, surgem os nomes mais conhecidos do Renascimento, como Leonardo da Vinci ou Michelangelo. São homens que se formam e que deixam seu traço pessoal na obra que criam. Sem sofrer restrições por parte da igreja em suas investigações sobre a anatomia humana ou sobre os astros, o homem abre-se para um mundo novo - quer em suas viagens pelo mundo, quer pelo estudo da natureza.
No Renascimento há uma mudança na concepção do lugar do homem no mundo (passagem da idade média para o Renascimento), abaixo características e concepções do lugar do homem no mundo nesse período:
Passagem da Idade Média para o Renascimento: a diminuição do poder da Igreja e o advento da Reforma, a crise do sistema feudal e o nascimento das cidades e rotas de comércio, a expansão marítima e as consequentes descobertas de novas terras;
O Humanismo renascentista se refere a diversos movimentos que valorizam o homem, afirmando que ele tem que buscar uma formação e que deve se constituir enquanto humano. A ideia central desse humanismo é a de que se o homem não nasce com o seu destino predestinado, ele deve se formar, educar-se;
A fé em um Deus não foi abalada no Renascimento, mas agora ele é entendido como um criador que paira por sobre sua obra, que passa a ter vida própria e liberdade. Deus está antes do mundo como criador e depois dele como juiz, mas deixou o mundo funcionar por suas próprias leis;
A saída do mundo feudal e o deslocamento de Deus para as periferias do mundo fazem com que o homem se coloque no centro de uma forma peculiar: ele é livre para se tornar o que quiser, mas não é propriamente nada;
Há uma negatividade no homem renascentista e é justamente esse vazio que ocupa o lugar do centro; o mundo já não é fechado, já não há estabilidade possível; o homem deve continuamente tornar-se, constituir-se, mover-se;
Uma das melhores imagens desse período é a feira de rua, que contém um elemento de festa popular, desordem e gritaria diante de uma profusão de mercadorias trazidas das mais diversas partes recém-descobertas do mundo;
No âmbito das artes,uma das expressões mais fortes do Renascimento encontra-se na obra do pintor Bosch, que parece sofrer os efeitos da fragmentação do mundo. O Juízo Final apresenta uma série de personagens com distorções físicas que expressam distorções de caráter;
Polifonia é o estilo musical que melhor expressa o espírito renascentista. O termo significa “muitas vozes”. Cada voz entoa uma melodia diferente e, por vezes, com letra de música também diferente;
Outra imagem do Renascimento é o deboche apresentado por Rabelais em seu livro Gargântua e Pantagruel. Essa obra contém referências à cultura clássica grega e usa, simultaneamente, o tom irreverente e visceral de um mundo menos idealizado, mais próximo da experiência imediata dos prazeres do corpo.

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