Processos Grupais Teorias Psicodrama

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Psicodrama
Processos Grupais
Nascimento do Psicodrama
1921
Jacob Levi Moreno
O lugar do nascimento foi um teatro dramático de Viena.
A Viena pós-guerra fervia em rebelião, sem governo estável, nem imperador, nem líder e a Áustria estava inquieta buscando uma nova alma. 
Modalidade de expressão catártica, instrumentada pelo exercício da espontaneidade e sustentada na teoria dos papéis, abordagem dos conflitos interpessoais, cujo o âmbito era o grupo.
Método psicoterápico de grupo por excelência, estabeleceu um setting basicamente grupal, com a presença do terapeuta (diretor de cena), seus egos auxiliares e dos pacientes (tanto como protagonistas quanto como público).
1922 marca a passagem do “teatro da espontaneidade” para o “teatro terapêutico”.
História de Bárbara e Jorge.
Nascia aí não só o psicodrama como técnica terapêutica, como a abordagem do casal como modalidade psicoterápica.
Tanto a Psicanálise quanto o Psicodrama nasceram no contexto sociocultural de Viena.
Disse Moreno a Freud, ao estar em uma de suas conferências, onde Dr. Freud acabara de analisar um sonho telepático:
 
“Eu começo onde o senhor deixa as coisas. O Senhor vê as pessoas no ambiente artificial de seu consultório, eu os vejo na rua e em sua casa, em seu ambiente natural. O senhor analisa seus sonhos. Eu trato de dar-lhes o valor de sonhar novamente. Ensino as pessoas a brincar de Deus novamente”.
O Dr. Freud o olhou perplexo.
Teoria
Teoria da espontaneidade-criatividade: de certa forma, Moreno elaborou sua teoria da espontaneidade e seu par dialético, a criatividade, como um contraponto à teoria freudiana do determinismo psíquico.
Há uma espontaneidade original, matriz de todo o ato criador.
Ao contrário da noção analítica de libido, não se poderia vincular a uma forma de energia psíquica.
Podemos nos educar para a espontaneidade, embora possa parecer uma contradição.
Essa educação consistiria na libertação dos clichês e estereótipos culturais, para num segundo momento, viabilize-se uma maior receptividade e disposição para o surgimento de novas dimensões no desenvolvimento da personalidade.
Noção de grupo como um espaço de “re-flexão” privilegiado, pela possibilidade do espelhamento recíproco em clima de superação de “pré-conceitos” e atitudes estereotipadas (espontaneidade grupal) e prontidão para mudanças ou transformações (criatividade grupal).
Teoria dos Papéis
Conjunto caleidoscópico de expressão das várias possibilidades identificatórias do ser humano.
Os papéis psicodramáticos expressariam, portanto, as distintas dimensões psicológicas do eu (self) e a versatilidade potencial de nossas representações mentais.
Segundo Moreno:
Papel é a forma de funcionamento assumida pelo indivíduo no momento específico em que reage ante uma situação específica na qual estão involucradas outras pessoas ou objetos e sua função é entrar no inconsciente, a partir do mundo social, para dar-lhe forma e ordem.
Embora seja esperado que cada um de nós desempenhe os papéis que lhe estão designados na sociedade (familiares, profissionais, de cidadania), cada um de nós deseja encarnar muitos outros papéis distintos (ou além dos que nos são permitidos desempenhar na vida).
Este desejo seria fonte permanente de ansiedade.
Papel é a unidade da cultura e há uma interação contínua entre eu (self) e a variedade de papéis que representa ou poderia vir a representar.
Tele
Significa “influência a distância”.
Percepção interna mútua dos indivíduos.
Corresponde à intuição não auto-sugestiva que cada um de nós tem sobre seu próximo.
Técnica
Consiste no emprego da representação dramática como veículo de expressão dos conflitos, unindo a ação à palavra.
Sessão
Desenvolve-se ao longo de três momentos:
Aquecimento
Representação propriamente dita
Compartilhamento
Técnicas
Inversão de Papéis – Representado pela célebre frase de Moreno:
“... e quando estejas comigo, eu tirarei teus olhos de seus côncavos e os colocarei no lugar dos meus e tu arrancarás os meus e os colocarás no lugar dos teus, para eu te olhar com teus olhos e tu me olhares com os meus”.
O protagonista é “convidado” a trocar de lugar com o personagem que com ele contracena e assumir seu papel na situação interativa que está sendo representada.
Visa a proporcionar uma quebra do hábito ou estereótipo de visualizar o conflito sempre do mesmo ponto de vista, qual seja, o do paciente.
Espelho
O protagonista sai de cena e passa a ser espectador da representação que um ego auxiliar faz de sua intervenção anterior, para que possa identificar como próprios aspectos ou condutas que não está podendo reconhecer como suas.
Duplo
O coordenador ou um ego auxiliar faz põe-se ao lado do protagonista e expressa gestualmente ou verbalmente o que lhe parece que este não está conseguindo transmitir, por inibições ou repressão.
Alter-ego
O coordenador ou um ego auxiliar diz ao ouvido do protagonista o que acha que está oculto em sua mente, para que este “tome consciência” do material reprimido ou escotomizado, com o que geralmente ocorre uma quebra na comunicação estereotipada do protagonista.
Solilóquio
O protagonista é estimulado a dizer em voz alta, como se falasse consigo mesmo, sentimentos e pensamentos evocados durante a cena dramática.
Prospecção ao Futuro
Convida-se o protagonista a imaginar-se em um tempo futuro e a visualizar os conteúdos da situação conflitiva trabalhada neste momento vindouro.
Escultura
Convida-se o grupo para expressar, sob a forma de uma escultura, utilizando seus próprios corpos, o estado relacional do grupo em um dado momento de sua vivência psicodramática.