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100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. Revisão Final TRT 15ª Região Dicas ponto a ponto do seu edital. O candidato encontrará neste livro as matérias exigidas no edital do concurso do TRT da 15ª Região, especialmente para os cargos de Analista Judiciário – Área Judiciária, e de Técnico Judiciário – Área Administrativa. Aliás, os autores escolhidos são autores e professores conhecidos nacionalmente e adequaram as dicas de acordo com o perfil exigido nas últimas provas realizadas pela Fundação Carlos Chagas (FCC). Uma ferramenta indispensável para seu concurso de Analista e Técnico do TRT 15ª Região. TODAS AS DICAS ABAIXO FORAM RETIRADAS DO LIVRO REVISÃO FINAL 15ª REGIÃO, DA EDITORA JUSPODIVM: https://www.editorajuspodivm.com.br/revisao-final-trt-15-regiao-dicas-ponto-a- ponto-do-edital-2018 EM BREVE LANÇAMENTO DO LIVRO REVISÃO FINAL TRT 2ª REGIÃO, NOS MESMOS MOLDES. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. LÍNGUA PORTUGUESA (DUDA NOGUEIRA) 1) TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO: Termos integrantes, como o próprio nome diz, integram o sentido de outros termos, completam. São eles: complementos verbais – objeto direto e objeto indireto –, complemento nominal e agente da passiva: OBJETO DIRETO: Completa a significação de verbos transitivos diretos sem acompanhamento de preposição obrigatória. OBJETO INDIRETO: Completa a significação de verbos transitivos indiretos, com acompanhamento de preposição obrigatória. AGENTE DA PASSIVA: É o termo da oração que pratica a ação verbal na voz passiva, sempre introduzido por preposição, com a finalidade de indicar o ser que pratica a ação verbal sofrida pelo sujeito. 2) TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO: Termos acessórios são dispensáveis na estrutura básica da oração, mas são importantes para a compreensão do enunciado. Podem caracterizar o ser, determinar os substantivos e exprimirem circunstâncias. São eles: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. ADJUNTO ADNOMINAL: É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo. Possui função adjetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos enumerais adjetivos. ADJUNTO ADVERBIAL: É o termo da oração que indica circunstância. Pode modificar o sentido de um verbo (faz-se uma pergunta), de um adjetivo (intensidade) ou de um advérbio (intensidade). APOSTO: É o termo explica ou especifica os substantivos e os pronomes. Pode vir separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 3) REGÊNCIA Regência trata das relações entre os termos da frase, estabelecendo a dependência entre eles. Regente é o termo que exige complemento e regido é o termo complementar. Ex: Ninguém assistiu (termo regente) à palestra (termo regido). 4) CRASE A palavra crase significa fusão, junção, mistura. Ocorre com vogais idênticas e o primeiro a sempre será uma preposição. REGRA GERAL: Haverá crase quando o termo regente exigir a preposição a e o tremo regido admitir o artigo a ou as. Dica: basta trocar a o regido por um masculino correlato, ou seja, que pertença à mesma classe gramatical. Se obtiver a combinação ao (preposição a + artigo o), haverá crase. DIANTE DE NOMES DE LUGAR: Substitua o termo regente por um verbo que peça a preposição de. Resultando na contração da significa que esse nome de lugar aceita o artigo e haverá crase. EX: Vou à França. = Vim da França. 5) COERÊNCIA E COESÃO Coesão relaciona-se com o microtexto, ou seja, com as palavras que estabelecem as ligações das ideias. É importante para estabelecer a coerência do texto. Coerência textual é a relação lógica entre as ideias, pois essas devem se complementar, é o resultado da não contradição entre as partes do texto. Inclui fatores como o conhecimento que o produtor e o receptor têm do assunto abordado no texto, conhecimento de mundo, o conhecimento que esses têm da língua que usam e intertextualidade. Por isso, refere-se ao nível semântico e cognitivo, isto é, as informações de um texto possuem um fundo de verdade em relação ao próprio texto e em relação ao mundo real. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 6) INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: DICAS PARA INTERPRETAR: As dicas abaixo devem ser seguidas para treinar, para exercitar em questões de concursos. Treine a fim de que, no dia da prova, consiga não perder muito tempo. 1 Ler todo o texto: tenha uma visão geral do assunto; 2 se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura; 3 ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes; 4 inferir (concluir ou deduzir a partir de exame dos fatos e de raciocínio); 5 voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 6 não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 7 fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 8 verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 9 o autor defende ideias e você deve percebê-las. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. TEMAS DE REDAÇÃO (RODOLFO GRACIOLI) 1) CONSUMO, LOGO EXISTO Um dos termômetros da sociedade contemporânea é o padrão de consumo das diferentes sociedades. Muitas vezes, a grande “régua” da sociedade, que insere ou exclui os indivíduos de determinadas situações, é a possibilidade de consumir ou não. O clichê da globalização tem sentido nesse debate – afinal, grande parte dos produtos consumidos acabam sendo compostos em diferentes localidades do mundo (compartimentos que são oriundos de diferentes países). Nessa lógica de interação entre as partes, o consumo tornou-se uma “máxima”. Consumir é garantir a existência, enquanto não consumir é se tornar invisível. 2) VÉU, SÍMBOLOS RELIGIOSOS E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO É redundância lembrar que as temáticas de redação se edificam a partir de problemáticas (de ordem social, econômica, política, cultural, etc.). Por isso, questões que apresentem um caráter polêmico se tornam bons alvos para esse tipo de abordagem pelas bancas examinadoras. A partir dessa perspectiva, o tronco “religião” ganha enfoque. Desde que a humanidade é humanidade, os embates religiosos existem (com mais ou menos força, maior ou menor evidência). Recentemente, a discussão sobre Estado Laico ganhou o espaço nos noticiários. Entretanto, alguns aspectos específicos apareceram em meio a esse debate: no caso, o uso do véu islâmico. 3) FRAGILIZAÇÃO EMOCIONAL DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA Discutir a questão da fragilização emocional da sociedade contemporânea é tratar a questão comportamental e atitudinal da sociedade, frente aos desafios cotidianos – mundo do trabalho, crise econômica, isolamento social, etc. 4) ÓCIO CRIATIVO: UTOPIA OU POSSIBILIDADE? As bancas examinadorasde concursos públicos (e até mesmo de vestibulares), tem uma sedução em trazer discussões relacionadas ao mundo do trabalho. Da desigualdade entre homens e mulheres ao processo de estresse que o trabalho gera, da diferenciação entre trabalho manual e trabalho intelectual, ao processo de robotização que marginaliza os indivíduos, esses moldes temáticos, oferecem um arcabouço de ideias e possibilidades. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. NOÇÕES SOBRE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PAULO HENRIQUE BOLDRIN) 1) INCLUSÃO, DIREITOS E GARANTIAS LEGAIS E CONSTITUCIONAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Competência constitucional acerca dos direitos das pessoas com deficiência: De acordo com o art. 23, II, da CF/88, é competência comum entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cuidar da saúde, assistência pública, da proteção e das garantias da pessoa com deficiência. Além disso, União, Estados e Distrito Federal são concorrentemente competentes para legislar sobre a proteção e integração social das pessoas com deficiência (art. 24, XIV, CF/88). Estatuto da Pessoa com Deficiência: Em julho de 2015, foi promulgada a Lei nº 13.146/2015, que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – LBI. Essa legislação também é denominada de Estatuto da Pessoa com Deficiência e constitui importante dispositivo normativo que regulamenta os direitos da pessoa com deficiência. A legislação é destinada a assegurar e a promover, em igualdade de condições, o exercício de direitos e liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, a fim de garantir a inclusão social e a cidadania (art. 1º, Lei nº 13.146/2015). Ressalta-se que o Estatuto da Pessoa com Deficiência entrou em vigor apenas 180 dias após a sua publicação (art. 127, Lei Brasileira de Inclusão). Tendo em vista que a lei foi publicada no dia 07 de julho de 2015, as regras previstas somente passaram a ser aplicadas em 03 de janeiro de 2016. 2) PESSOA COM DEFICIÊNCIA Conceito: O Estatuto da Pessoa com Deficiência traz o conceito de pessoa com deficiência, que foi inspirado naquilo que prevê o art. 1º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Atenção! A memorização do conceito de pessoa com deficiência é essencial ao seu concurso: Art. 2º, Estatuto da Pessoa com Deficiência: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (grifos acrescidos). 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 3) DIREITO AO TRABALHO Direito ao trabalho: De acordo com o art. 6º da Constituição Federal, o direito ao trabalho é reconhecido como direito fundamental, enquanto direito social. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação em ambiente acessível e inclusivo em igualdade de oportunidades com as demais pessoas (art. 34, Lei nº 13.146/2015). Além disso, é proibida qualquer forma de discriminação no tocante ao salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência (art. 7º, XXXI, CF/88). 4) PRIORIDADE DE ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Atendimento prioritário: De acordo com a legislação (art. 9º, Lei nº 13.146/2015), a pessoa com deficiência tem direito ao recebimento de atendimento prioritário, que compreende tratamento diferenciado e atendimento imediato (art. 6º, Decreto nº 5.296/2004). Cumpre ressaltar que, além da pessoa com deficiência, tem direito ao atendimento prioritário (art. 1º, Lei nº 10.048/2000 e art. 5º, Decreto nº 5.296/2004): • Idosos com idade superior a 60 anos; • Gestantes; • Lactantes; • Pessoas com crianças de colo; • Obesos 5) PASSE LIVRE NO TRANSPORTE COLETIVO INTERESTADUAL (LEI Nº 8.899/1994 E DECRETO Nº 3.691/2000) Passe livre: É assegurado à pessoa com deficiência, comprovadamente carente, o passe livre no transporte coletivo interestadual (art. 1º, Lei nº 8.899/1994). Nesse sentido, o art. 1º do Decreto nº 3.691/2000, que regulamenta a Lei nº 8.899/1994, estabelece a necessidade das empresas permissionárias e autorizatárias de transporte interestadual de passageiros a reservar dois assentos de cada veículo para pessoa com deficiência. 6) SÍMBOLO DE IDENTIFICAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA Símbolo internacional de surdez: É obrigatória a colocação de modo visível do “Símbolo Internacional de Surdez” em todos os locais que possibilitem acesso, circulação e utilização por pessoas com deficiência auditiva e em todos os serviços que forem postos à sua disposição (art. 1º. Lei nº 8.160/1991). Local visível ao público: A colocação do símbolo deve ocorrer em local visível ao público, não sendo permitida modificação ou adição ao desenho reproduzido. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 7) PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA Exercício de direitos políticos: A pessoa com deficiência deve ter assegurado pelo poder público todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igualdade de condições com as demais pessoas (art. 76, Estatuto da Pessoa com Deficiência). 8) AÇÃO CIVIL PÚBLICA Medidas judiciais de proteção à pessoa com deficiência: São asseguradas medidas judiciais de proteção aos direitos difusos, coletivos, individuais homogêneos e indisponíveis da pessoa com deficiência que poderá ser proposta pelos seguintes legitimados (art. 3º, Lei nº 7.853/1989): LEGITIMADOS a) Ministério Público; b) Defensoria Pública; c) União; d) Estados; e) Municípios; f) Distrito Federal; g) Autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia mista que tenham entre suas finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência; e h) Associação constituída há mais de 1 ano, que tenha entre suas finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência. 9) POLÍTICA NACIONAL PARA INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA (DECRETO Nº 3.298/1999) Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência: compreende um conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com deficiência (art. 1º, Decreto nº 3.298/1999). É dever do Poder Público assegurar o pleno exercício dos direitos básicos da pessoa com deficiência, previstos na Constituição e nas leis, que propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico (art. 2º, Decreto nº 3.298/1999). 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. REGIMENTO INTERNO DO TRT 15ª REGIÃO (PLÍNIO ROCHA) 1) DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Órgãos da Justiça do Trabalho da 15ª Região (art. 1º): Tribunal Regional do Trabalho (2ª instância) + Juízes do Trabalho (1ª instância). (Acrescido pelo Assento Regimental n. 2, de 3 de junho de 2015) Sede do TRT 15ª Região (Arts. 2º e 3º): Campinas/SP, estando as Varas do Trabalho administrativamente subordinadas ao Tribunal. Nesse ponto, importante observar que, após a instalaçãoda Vara, o Tribunal poderá alterar e estabelecer nova jurisdição, bem como transferir a sede de um Município para outro, de acordo com a necessidade de agilização da prestação jurisdicional. 2) DA ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL Composição do TRT-15ª Região (Art. 4º): 55 (cinquenta e cinco) Desembargadores do Trabalho, nomeados pelo Presidente da República. Órgãos do Tribunal (Art. 5º): Tribunal Pleno; Órgão Especial; Presidência; Corregedoria; Seções Especializadas; Turmas e respectivas Câmaras; Escola Judicial; Ouvidoria. 3) DO TRIBUNAL PLENO (Arts. 17 a 21) constituído pela totalidade dos Desembargadores do Tribunal, sendo suas sessões serão dirigidas pelo Presidente e, nos casos de impedimento, sucessivamente, pelo Vice-Presidente Administrativo, pelo Vice- Presidente Judicial, pelo Corregedor Regional, pelo Vice-Corregedor Regional ou pelo Desembargador mais antigo e elegível, em exercício. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 4) DO ÓRGÃO ESPECIAL (Art. 21-A a 21-F): composto pelo Presidente do Tribunal + 12 (doze) Desembargadores mais antigos + 12 (doze) Desembargadores eleitos mediante escrutínio secreto, em sessão ordinária do Tribunal Pleno, a ser realizada na primeira quinta-feira útil do mês de novembro dos anos pares, facultada a renúncia até o momento da eleição. 5) DAS SEÇÕES ESPECIALIZADAS Composição (art. 42): Desembargadores do Trabalho, à exceção dos eleitos para os cargos de Administração do Tribunal e enquanto vigente o mandato, preenchidas as vagas pelo critério de antiguidade, permitida a remoção ou a permuta, na forma regimental, sendo que, aos membros da Administração será assegurado o seu retorno à Seção Especializada de origem quando do término do respectivo mandato. (Redação dada pelo Assento Regimental n. 2, de 2 de outubro de 2017) 6) DA SEÇÃO DE DISSÍDIOS COLETIVOS (SDC) Composição (art. 46): constituída de 15 (quinze) Desembargadores e será dirigida pelo Presidente do Tribunal, a quem incumbirá conciliar e instruir os dissídios originários e de revisão, ou, na sua ausência, pelo Vice-Presidente Judicial, substituí- dos pelo Desembargador mais antigo da Seção quando ambos estiverem ausentes. 7) DA 1ª SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS (1ª SDI) Composição da 1ª SDI (art. 48): constituída de 13 (treze) Desembargadores, dentre eles, o seu Presidente. (Redação dada pelo Assento Regimental n. 2, de 2 de outubro de 2017) 8) DA 2ª SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS (2ª SDI) Composição da 2ª SDI (art. 49-A): constituída de 13 (treze) Desembargadores, dentre eles, o seu Presidente. (Redação dada pelo Assento Regimental n. 2, de 2 de outubro de 2017) 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 9) DA 3ª SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS (3ª SDI) Composição da 3ª SDI (art. 50): constituída de 14 Desembargadores, dentre eles, o seu Presidente. Havendo necessidade para composição do quórum, será convocado Juiz substituto no Tribunal (Redação dada pelo Assento Regimental n. 2, de 2 de outubro de 2017) 10) DA ESCOLA JUDICIAL Objetivos (art. 56): o aprimoramento cultural e funcional de Juízes, Desembargadores e servidores. Eleição do Diretor e Vice-Diretor (art. 56, § 1º): escrutínio secreto pelo Tribunal Pleno, na mesma data em que forem eleitos os dirigentes do Tribunal e, tomarão posse na mesma sessão da Administração do Tribunal. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. DIREITO DO TRABALHO (HENRIQUE CORREIA) 1) TELETRABALHO: Teletrabalho. A CLT foi alterada em 2011, para prever o teletrabalho, ou seja, o trabalho executado a distância. Nesse caso, se as ordens são passadas pelo celular ou e-mail, configuram-se a subordinação e, consequentemente, o vínculo empregatício (art. 6º CLT). • Teletrabalho e a Reforma Trabalhista: A Lei nº 13.467/2017 regulamenta o tema em seu título II, capítulo II-A (arts. 75-A a 75-E) e define o teletrabalho como a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador. De acordo com a nova regulamentação, o teletrabalhador não se sujeita às regras de duração do trabalho, ou seja, não terá direito a horas extras, pagamento de adicional noturno e intervalos, nos termos do art. 62, III, da CLT. Ademais, o acordo ou convenção coletiva que dispuser sobre o teletrabalho terá prevalência sobre o disposto na legislação trabalhista (art. 611-A, VIII da CLT). • Contrato solene: Novas regras para a contratação do teletrabalhador, deve haver a celebração de contrato solene, com a especificação das atividades que o empregado deverá exercer. • Alteração de trabalho presencial para teletrabalho. A Reforma Trabalhista permite que o empregado passe a trabalhar na condição de teletrabalhador desde que haja: a) mútuo acordo entre as partes; b) acordo escrito em aditivo contratual. • Alteração de teletrabalho para trabalho presencial. Também é possível a alteração do regime de teletrabalho para o presencial. Todavia, nesse caso, a alteração se dá por determinação do empregador, sendo necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: a) prazo de transição mínimo de 15 dias; b) aditivo contratual. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 2) EMPREGADO HIPERSUFICIENTE • Empregado hipersuficiente: Com a Reforma Trabalhista, criou-se a figura do empregado “hipersuficiente”, permitindo a livre estipulação contratual entre este e o empregador, nas hipóteses do art. 611-A, da CLT. Para a caracterização do empregado “hipersuficiente”, é necessário o preenchimento de dois requisitos: a) Nível de escolaridade: empregado deve ser portador de diploma de nível superior. Portanto, os empregados com menor grau de escolaridade não tem direito a negociar as cláusulas contratuais com seu empregador, que serão realizadas pelo sindicato de sua categoria; b) Valor do salário: empregado deve receber salário superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Em 2018, o teto previdenciário passou a ser de R$ 5.645,80. Portanto, o empregado somente poderá negociar diretamente com seu empregador caso seu salário seja superior a R$ 11.291,60. 3) EMPREGADO DOMÉSTICO Requisitos específicos para identificar o empregado doméstico permanecem intactos, mesmo após a alteração constitucional (EC/72-2013). O empregado doméstico tem os 4 requisitos “clássicos” para configurar o vínculo empregatício (pessoa física, onerosidade, subordinação e continuidade). Entretanto, para esse trabalhador há duas particularidades que o candidato deve sempre lembrar: 1) Finalidade não lucrativa. É vedado que o empregado doméstico esteja inserido em uma atividade lucrativa da família, ou seja, não poderá prestar serviços a terceiros, mas apenas à família. 2) Trabalho contínuo. O art. 1º, caput, da recém-promulgada LC nº 150/2015 estabelece que será configurado o trabalho doméstico quando realizado por período superior a 2 dias. Em razão dessa previsão, entendemos pela impossibilidade de contratação de empregado doméstico em trabalho intermitente,modalidade de contrato de trabalho criada pela Reforma Trabalhista. O trabalho intermitente é caracterizado pela alternância entre períodos de prestação de serviços e períodos de inatividade. Tendo em vista que a legislação do doméstico exige que o trabalhador trabalhe mais de 2 dias na semana, não será possível a contratação em regime de trabalho intermitente. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 4) GRUPO ECONÔMICO Ocorre grupo econômico quando as empresas estão ligadas entre si, ou seja, quando há “empresa-mãe e empresas-irmãs 1 ”. Nesse caso, cada uma dessas empresas possui personalidade jurídica própria, isto é, CNPJ próprio, quadro de pessoal próprio, exercem atividades econômicas diversas etc. Com a Lei nº 13.467/2017, a nova redação dada ao § 2º do art. 2º da CLT estabelece o reconhecimento de duas formas de grupo econômico: – Grupo econômico por subordinação: Essa modalidade já era prevista na redação do art. 2º, § 2º da CLT. No caso, o grupo pode ser formado na hipótese de existência de hierarquia entre as empresas. Para a prova de formação do grupo econômico por subordinação, é indispensável, portanto, demonstrar que há uma relação de controle entre uma ou mais empresas em relação às demais integrantes. – Grupo econômico por coordenação: A Reforma Trabalhista inovou ao prever a possibilidade de formação de grupo econômico por coordenação. De acordo com o novo dispositivo, mesmo que as empresas guardem cada uma sua autonomia, estará configurado o grupo econômico. 5) TRABALHADOR AUTÔNOMO O trabalhador autônomo é o prestador de serviços que atua como patrão de si mesmo 2 , ou seja, é a pessoa física que presta serviços por conta própria, assumindo os riscos do empreendimento. Exemplos de trabalhadores autônomos: médico, pedreiro, taxista, veterinário, diarista etc. MP nº 808/2017: A MP nº 808/2017 alterou a redação do novo art. 442-B da CLT, que versa sobre a regulamentação do trabalhado autônomo. A essência do dispositivo permanece a mesma daquela prevista pela Lei nº 13.467/2017 3 , pois a contratação como autônomo, desde que preenchidas todas as formalidades legais, afasta o reconhecimento do vínculo de emprego. A MP nº 808/2017 elencou diversas hipóteses em que o trabalhador permanece como autônomo: a) Prestação de serviços a apenas um tomador: Ainda que preste serviços a apenas um tomador, não haverá caracterização da qualidade de empregado nos termos do § 2º do art. 442-B da CLT. b) Prestação de serviços a outros tomadores: De acordo com o § 3º do art. 442-B da CLT, o trabalhador 1 “No caso do grupo econômico, uma figura em zigue-zague, quase em formato das árvores genealógicas que aprendemos com as ciências biológicas (empregado-empregador em linha reta e empregador com as empresas-irmãs e com a empresa-mãe, se houver, dele se ramificando).” SILVA. Homero Batista Mateus da. Curso de Direito do Trabalho aplicado, vol. 1: Parte Geral. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 142. Curso de Direito do Trabalho 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. autônomo pode prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços, que exerçam ou não a mesma atividade econômica, inclusive sob qualquer modalidade de contrato de trabalho. c) Recusa na prestação de serviços: É assegurada ao autônomo a possibilidade de recusar a realização de atividade demandada pelo contratante. d) Leis específicas: Diversas profissões e atividades são regulamentadas por leis específicas e são compatíveis com o trabalho autônomo, no caso: motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, etc. e) Mesmo negócio da empresa contratante: Ainda que o trabalhador desenvolva atividade relacionada ao negócio da empresa contratante, permanecerá sua condição de autônomo. 6) PROTEÇÃO DO TRABALHO DA MULHER • Afastamento de atividades insalubres: O tema foi regulamentado pela Lei nº 13.467/2017 – Reforma Trabalhista e, posteriormente modificado pela MP nº 808/2017. De acordo com a nova lei, o afastamento das atividades insalubres da gestante e lactante persiste, mas os efeitos serão diversos em relação ao grau de insalubridade e entre empregada gestante e lactante. • Gestante: será afastada do ambiente insalubre e não receberá o adicional de insalubridade. O desenvolvimento de atividade insalubre em graus mínimo e médio pode ser autorizado, excepcionalmente, por meio de atestado de saúde, emitido por médico de confiança da gestante. A prestação de serviços em atividades insalubres de grau máximo obriga, necessariamente, o afastamento da empregada gestante, devendo prestar seus serviços em ambientes salubres. AFASTAMENTO DA GESTANTE EM ATIVIDADES INSALUBRES Grau de insalubridade Afastamento Insalubridade em grau máximo Afastamento obrigatório Insalubridade em graus médio e mínimo Afastamento (regra) Exceção: atestado de médico de confiança permitindo a prestação dos serviços 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. • Lactante: as lactantes que trabalham em atividades insalubres de qualquer grau permanecerão prestando suas atividades normalmente, sem que haja a obrigação de afastamento. No entanto, é possível o afastamento da lactante caso apresentado atestado de saúde emitido por médico de confiança da empregada. AFASTAMENTO DA LACTANTE EM ATIVIDADES INSALUBRES Grau de insalubridade Afastamento Insalubridade em qualquer grau (máximo, médio ou mínimo) Regra: trabalho normal em atividade insalubre Exceção: se apresentar atestado de saúde de médico de confiança, permite-se o afas- tamento • Amamentação. Outra garantia dada à mulher, mesmo após a gestação, é amamentar o próprio filho, até que este complete 6 meses de idade. Nesse caso, terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 descansos especiais de meia hora cada um. Aliás, nos estabelecimentos com pelo menos 30 mulheres com mais de 16 anos de idade, estas terão local apropriado onde seja permitido guardar, sob vigilância e assistência, os seus filhos no período da amamentação. O empregador, entretanto, tem a opção de manter convênio com entidades públicas ou privadas para suprir a exigência da creche no próprio estabelecimento (art. 389, §§ 1º e 2º, da CLT). Com a Reforma Trabalhista, os períodos para amamentação deverão ser definidos por acordo individual entre a mulher e o empregador. • Com o advento da Lei nº 13.509/2017, o intervalo para amamentação foi estendido à empregada adotante: Art. 396 da CLT: Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um. • Estabilidade da gestante. A estabilidade, ou garantia provisória de emprego, veda que o empregador dispense arbitrariamente ou sem justa causa a empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. A confirmação da gravidez não se confunde com a comunicação ao empregador, pois, mesmo se ele não 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. tiver conhecimento da gestação, não poderá dispensar a trabalhadora. 7) RETIRADADA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA. Com a Reforma Trabalhista, é possível a retirada da gratificação da função de confiança, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da função (Art. 468, § 2º da CLT). Art. 468 da CLT (alterado pela Reforma Trabalhista) – Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. § 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. § 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. 8) DISTRATO A resilição bilateral compreende o acordo entre as partes contratantes que colocam fim ao contrato de trabalho e que se denomina distrato 4 . Antes da Reforma Trabalhista não se admitia o distrato, cabendo aos empregados apresentar pedido de demissão ou aos empregadores realizar a dispensa sem justa causa. A Reforma Trabalhista passa a admitir o distrato como nova hipótese de término do contrato de trabalho no art. 484-A da CLT. Na hipótese de celebração de distrato, os trabalhadores terão direito ao recebimento das seguintes verbas rescisórias: – 50% do aviso prévio, se for indenizado. Na hipótese de aviso prévio trabalhado, terá direito ao recebimento de seu valor integral. – 20% de multa sobre os depósitos do FGTS; – Saldo de salário (dias efetivamente trabalhadores); – Décimo terceiro salário proporcional; – Férias + 1/3 vencidas, se houver; Direito do Trabalho 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. – Férias + 1/3 proporcionais; Antes da Reforma Trabalhista não se admitia o saque dos depósitos do FGTS baseado no distrato realizado entre empregado e empregador, pois essa modalidade de extinção contratual não era prevista no ordenamento jurídico. Com a regulamentação da nova lei trabalhista. O trabalhador poderá movimentar sua conta vinculada do FGTS até o limite de 80% do valor dos depósitos (art. 484-A, § 1º, CLT). Cumpre ressaltar que o art. 20 da Lei nº 8.036/1990, que estabelece as hipóteses de saque dos depósitos do FGTS, foi alterado para prever o distrato como nova modalidade: Art. 20, I-A, Lei nº 8.036/1990. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes situações: extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. O empregado que celebrar distrato para extinguir seu contrato de trabalho não terá direito ao recebimento de seguro-desemprego. 9) REGIME DE TEMPO PARCIAL • Regime de tempo parcial. Este regime foi criado como forma de incentivar o aumento dos postos de trabalho. Além disso, a remuneração dos empregados submetidos a essa jornada reduzida será proporcional à remuneração recebida pelos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. • Com a Reforma Trabalhista, será considerado trabalho em regime de tempo parcial o que não exceder a 30 horas semanais, quando não poderão ser prestadas horas extras ou 26 horas semanais, em que se possibilitará o acréscimo de até 6 horas suplementares semanais. Note-se que mesmo que estipulada por tempo inferior a 26 horas, as horas suplementares serão consideradas horas extras. • Abono pecuniário de férias. Importante frisar, ainda, que com a nova legislação, será facultado ao empregado contratado sob o regime de tempo parcial converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, ou seja, poderá converter até 1/3 dos dias de férias em dinheiro (Art. 58-A, § 6º da CLT, com redação dada pela Reforma Trabalhista). • Com a entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, as férias do regime de tempo parcial serão regidas pelo art. 130 da CLT, na mesma proporção devida aos demais empregados. Nesse sentido, o art. 130-A da CLT foi revogado. • Alteração para o regime por tempo parcial. Por fim, para os atuais empregados, já contratados, a adesão ao regime por tempo parcial deverá ocorrer mediante seu consentimento, e, ainda, ser submetida à negociação coletiva (acordo ou convenção coletiva), porque há possibilidade de acarretar redução salarial. De acordo com o § 2º do art. 58-A da CLT: “Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.” 10) CONTRIBUIÇÃO SINDICAL • Contribuição sindical. Era chamada, antigamente, de imposto sindical. É prevista em lei e no texto constitucional sendo e, antes da Reforma Trabalhista era obrigatória para todos os empregados, profissionais liberais e, ainda, aos empregadores, conforme previsto nos artigos 578 a 610 da CLT. Essa contribuição compulsória tinha natureza de tributo. Com a Reforma Trabalhista, a contribuição sindical passa a ser facultativa, pois dependerá de prévia e expressa autorização dos empregados, empregadores e trabalhadores autônomos para que seu desconto possa ser realizado. A contribuição sindical passa a ter natureza trabalhista e ser objeto do direito coletivo do trabalho, exatamente como ocorre com outras cobranças sindicais, tais como as contribuições confederativa e assistencial, bem como as taxas associativas. • Segue quadro com informações acerca do rateio da contribuição sindical recolhida dos empregados e do empregador: RATEIO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL Empregados (art. 589, II, CLT) Empregador (art. 589, I, CLT) 5% para as confederações 5% para as confederações; 10% para centrais sindicais; 15% para as federações; 15% para as federações; 60% para os sindicatos; 60% para os sindicatos; 20% para a “Conta Especial Emprego e Salário”; 10% restantes para Conta Especial do Emprego e Salário. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO (ÉLISSON MIESSA) 1. FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. 1.1. Formas de solução de conflitos Os conflitos existentes na sociedade podem ser solucionados de três formas distintas: • autotutela: o ofendido, com suas próprias forças, impunha sua vontade sobre a pessoa que estivesse em conflito, ou seja, por meio da autotutela. Nos dias atuais, em regra, não se permite a autotutela. Exceção: direito de greve. • autocomposição: as próprias partes em conflito resolvem solucioná-lo sem que haja decisão de um terceiro. • heterocomposição é a forma de solução do conflito por meio de terceira pessoa, que decide de modo obrigatório para as partes. 1.1.1. Métodos extrajudiciais de composição de conflitos trabalhistas Mediação e conciliação A Resolução nº 174/2016 do CSJT tem como objetivo estimular a prática da conciliação e da mediação na Justiça do Trabalho, definindo-as da seguinteforma; a) Conciliação: “meio alternativo de resolução de disputas em que as partes confiam a uma terceira pessoa – magistrado ou servidor público por este sempre supervisionado –, a função de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo quando a lide já está instaurada, com a criação ou proposta de opções para composição do litígio” (art. 1º, I). b) Mediação: “meio alternativo de resolução de disputas em que as partes confiam a uma terceira pessoa – magistrado ou servidor público por este sempre supervisionado –, a função de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo quando a lide já está instaurada, sem a criação ou proposta de opções para composição do litígio” (art. 1º, II). 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. Arbitragem A arbitragem ocorre quando as partes escolhem um terceiro imparcial para solucionar o conflito. Trata-se de meio alternativo e facultativo de solução do conflito. No processo do trabalho, a arbitragem é prevista para os conflitos coletivos, conforme prevê o art. 114, § 1°, da CF/88: “Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros”. Ademais, o art. 83, XI, da LC 75/93 declina que o Ministério Público do Trabalho pode atuar “como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho”. Nos conflitos individuais, a doutrina e a jurisprudência, majoritariamente, não permitiam a utilização da arbitragem. No entanto, a Lei nº 13.467/17 estabelece que “nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996” (CLT, art. 507-A). Portanto, passa a ser permitida a arbitragem nos dissídios individuais para aqueles que recebem remuneração superior a 2 vezes o teto do Regime geral da previdência social. 2) PRINCIPAIS PRAZOS PROCESSUAIS Ato processual Prazo Encaminhamento da petição inicial ao reclamado 48 horas Recebimento da notificação para comparecer na audiência inicial 5 dias antes da audiência Redução a termo de reclamação verbal 5 dias Exceção de incompetência cinco dias a contar da notificação e antes da audiência Contestação verbal 20 minutos Duração máxima da audiência 5 horas seguidas, salvo quando 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. Ato processual Prazo houver matéria urgente Razões finais 10 minutos Recurso ordinário Recurso de revista Agravo de petição Agravo de instrumento Embargos de divergência Embargos infringentes Recurso adesivo Agravo interno e regimental 8 dias Embargos de declaração 5 dias Recurso extraordinário (STF) Recurso adesivo de RE 15 dias Depósito recursal Pagamento e comprovação no prazo do recurso. A interposição antecipada do recurso não prejudica o prazo legal (Súmula n° 245 do TST). No caso de agravo de instrumento, porém, o depósito recursal deve ser feito no ato da interposição do recurso. Pagamento ou nomeação de bens à penhora 48 horas Embargos à execução 5 dias Embargos à execução para a fazenda pública 30 dias Ação rescisória 2 anos 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. Ato processual Prazo Cumprimento das obrigações do oficial de justiça 9 dias 3) JUS POSTULANDI No processo do trabalho, admite-se que o empregado e o empregador postulem em juízo pessoalmente, ou seja, sem a necessidade de advogado. É o que se denomina de jus postulandi das partes. O jus postulandi se aplica aos empregados e empregadores, inclusive no dissídio coletivo (CLT, art. 839, a). Contudo, o Tribunal Superior do Trabalho não permite o jus postulandi em alguns casos, exigindo, nessas hipóteses, que a parte seja representada por advogado, como se verifica pela Súmula n° 425 do TST, a seguir transcrita: O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 4) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Antes da Lei nº 13.467/17, os honorários advocatícios no processo do trabalho, em regra, decorria da mera sucumbência, impondo que o empregado estivesse assistido pelo sindicato da categoria e fosse beneficiário da justiça gratuita (Súmula 219, I, do TST). No entanto, após referida lei, a sistemática passa a ser totalmente diferente, tornando-se a regra a concessão dos honorários sucumbenciais, conforme estabelece o art. 791-A da CLT, in verbis: Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. § 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: I – o grau de zelo do profissional; 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. II – o lugar de prestação do serviço; III – a natureza e a importância da causa; IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. § 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. 4) ÔNUS DA PROVA A CLT, ao disciplinar o ônus da prova no art. 818, estabelece que o ônus da prova é distribuído da seguinte forma: Parte Ônus da prova Reclamante (autor) Fatos constitutivos Reclamado (réu) Fatos extintivos, modificativos e impeditivos Ademais, a Lei nº 13.467/17 passa a prever expressamente a teoria dinâmica do ônus da prova, estabelecendo que “nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído” (CLT, art.818, § 1º). A decisão referida no parágrafo anterior deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido (CLT, art. 818, § 2º). Ademais, referida decisão não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil (CLT, art. 818, § 3º). 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 5) HONORÁRIOS PERICIAIS: RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO ATENÇÃO: A matéria é cobrada apenas para o cargo de Analista Judiciário – Área Judiciária A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita (CLT, art. 790-B). Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar os honorários do perito, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo (CLT, art. 790, § 4º). Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CLT, art. 790, § 1º). O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais (CLT, art. 790, § 2º). O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias (CLT, art. 790, § 3º). A responsabilidade pelo pagamento dos honorários do assistente do perito é da parte que o nomeou, ainda que vencedora no objeto da perícia (Súmula n° 341 do TST). 6) RECURSO ORDINÁRIO O Recurso Ordinário é cabível nas seguintes hipóteses: 1) das decisões definitivas ou terminativas das Varas do Trabalho; 2) das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. O prazo para interposição do recurso ordinário é de 8 dias. • Têm competência para julgar o recurso ordinário: a) TRT – quando se tratar de sentença; b) TST – quando for o caso de competência originária do TRT. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 7) AGRAVO DE PETIÇÃO O agravo de petição é o recurso destinado a impugnar as decisões proferidas na execução trabalhista (CLT, art. 897, “a”). O prazo para interposição do agravo de petição é de 8 dias. O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença (CLT, art. 897, § 1°). A competência para julgar o agravo de petição depende da competência originária para o processamento da execução. Desse modo, a competência para julgamento será da seguinte forma: Competência para julgamento Decisão impugnada TRT (Turmas do TRT) decisões proferidas pela Vara do Trabalho na fase de execução; TRT (Tribunal Pleno, Órgão Especial ou Sessão Especializada do TRT, conforme dispuser o regimento interno) decisões proferidas pelo Presidente do TRT na fase de execução dos processos de competência originária do TRT (CLT, art. 897, § 3°) TST (SDI-I do TST, nos termos do art. 71, II, b, do regimento interno do TST) decisões proferidas pelo Presidente do TST na fase de execução dos processos de competência originária do TST (CLT, art. 897, § 3º) 8) RECURSO DE REVISTA O recurso de revista é um recurso de natureza extraordinária e vinculada, sendo disciplinado no art. 896 da CLT. • Requisitos de cabimento do recurso de revista: 1) prazo de 8 (oito) dias; 2) serve para impugnar decisões dos Tribunais Regionais em grau de recurso ordinário; 3) aplica-se somente nos dissídios individuais; 4) exige a comprovação de: 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 4.1) divergência jurisprudencial ou 4.2) violação de lei federal ou 4.3) violação da Constituição Federal Entende-se por divergência jurisprudencial: 1) as decisões que derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; 2) as decisões que derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma do item anterior; Têm competência para julgar o recurso de revista as Turmas do TST. No recurso de revista, não se admite o reexame de fatos e provas (Súmula n° 126 do TST). No recurso de revista, além dos pressupostos recursais genéricos (cabimento, legitimidade, interesse, fato extintivo e impeditivos do direito de recorrer, tempestividade, representação, custas, depósito recursal e regularidade formal), são exigidos dois pressupostos específicos: 1) a transcendência: entendido como o recurso de revista que produz reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. Ademais, estabelecem os §§ do art. 896-A da CLT, inseridos pela Lei nº 13.467/17 (reforma trabalhista), o que segue: § 1 o São indicadores de transcendência, entre outros: I – econômica, o elevado valor da causa; II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; III – social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. § 2 o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado. § 3 o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. § 4 o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. § 5 o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria. § 6 o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas 2) o presquestionamento: quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito (Súmula n° 297, I, do TST). Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão (Súmula n° 297, II, do TST). Considera-se prequestionadaa questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração (Súmula n° 297, III, do TST). Ademais, descreve o art. 896, § 1º-A, da CLT que: § 1 o -A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: I – indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; II – indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. V – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão. No entanto, quando a violação nasce na própria decisão recorrida é desnecessário o prequestionamento (OJ 119 da SDI-I). O relator do recurso de revista poderá denegar- lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade (CLT, art. 896, § 14). Não cabe recurso de revista: 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 1) de decisões conflitantes dentro do mesmo TRT; 2) de acórdão prolatado em agravo de instrumento (Súmula n° 218 do TST); 3) quando o ente público não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda instância, a condenação imposta (OJ n° 334 da SDI-I do TST). Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade à súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e violação direta da Constituição da República (CLT, art. 896, § 9°). Não cabe por violação à orientação jurisprudencial (Sumula n° 442 do TST). Na fase de execução somente cabe recurso de revista por ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal (CLT, art. 896, § 2°). Essa é a regra. Porém, é importante observar que a Lei n° 13.015/14 ampliou o cabimento do recurso de revista na fase de execução em duas hipóteses: 1) execução fiscal; 2) controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT). Nesses dois casos, o recurso de revista será cabível quando: a) por violação a lei federal; b) divergência jurisprudencial; c) por ofensa à Constituição Federal (CLT, art. 896, § 10). Resumo das hipóteses de cabimento do recurso de revista: Rito ordinário Rito sumaríssimo Fase de execução* Afrontar a Constituição Federal Afrontar a Constituição Federal Afrontar a Constituição Federal Contrariar súmula do TST Contrariar súmula do TST Contrariar súmula vinculante do STF Contrariar súmula vinculante do STF Violar lei federal Contrariar Orientação Jurisprudencial Divergência jurisprudencial * Apenas nas hipóteses de execução fiscal e controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. Débitos Trabalhistas (CNDT), o recurso de revista será cabível quando: violar a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal (CLT, art. 896, § 10). DIREITO CONSTITUCIONAL (PAULO LÉPORE) 1) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. Fundamentos da República Federativa do Brasil Art. 1º da CF: “A República Federativa do Brasil (RFB), formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – o pluralismo político”. Para memorizar os fundamentos da RFB, segue uma expressão mnemônica: SO-CI-DI-VA-PLU. FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SO: CI: DI: VA: PLU: Soberania Cidadania Dignidade da pessoa humana Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa Pluralismo político 2. AÇÕES CONSTITUCIONAIS: HABEAS CORPUS, HABEAS DATA, MANDADO DE SEGURANÇA; MANDADO DE INJUNÇÃO; AÇÃO POPULAR; AÇÃO CIVIL PÚBLICA. Habeas Corpus: Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção (também denominada ambulatorial), por ilegalidade ou abuso de poder. Mandado de Segurança: Caberá mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. Mandado de Segurança Coletivo: O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical; c) entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Habeas Data: Conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. Se forem informações de interesse pessoal, mas não da pessoa do impetrante, cabe mandado de segurança. Mandado de Injunção: O mandado de injunção é utilizado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Ação Popular: A ação popular pode ser proposta por qualquer cidadão (nacional no gozo dos direitos políticos) com o objetivo de anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência 3) CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO Para memorizar os cargos privativos de brasileiro nato, o amigo leitor pode valer-se da expressa mnemônica “MP3.COM” Cargos privativos de brasileiro nato M inistro do STF P3 P residente da República (e Vice) P residente da Câmara dos Deputados P residente do Senado Federal C arreira Diplomática O ficial das Forças Armadas 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm,2018. M inistro de Estado da Defesa Atenção para as “pegadinhas” clássicas: a) o cargo de Ministro do STJ não é privativo de brasileiro nato, mas o de Ministro do STF é; b) o cargo de Ministro da Justiça não é privativo de brasileiro nato, mas o de Ministro de Estado da Defesa é; c) o cargo de Senador não é privativo de brasileiro nato, mas o de Presidente do Senado Federal é. 4) PARTIDOS POLÍTICOS É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana (art. 17, caput, da CF). Nos termos do art. 17, § 2°, da CF, os partidos políticos adquirem personalidade jurídica (de direito privado) na forma da lei civil, com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro. Existe ainda o dever de posterior registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), consoante art. 44, V, art. 44 § 3° e art. 45, todos do Código Civil c.c. artigos 8°, 9° e 10 da Lei 9.096/95, mas que não é requisito para criação. Atenção! De acordo com a Emenda Constitucional 97/2017 (que alterou alguns parágrafos do art. 17 da CF): a) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária; b) Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: I. obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. c) Ao eleito por partido que não preencher esses requisitos (“b”) é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 5) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DISPOSIÇÕES GERAIS; SERVIDORES PÚBLICOS. Princípios da Administração Pública: para memorizar os princípios da administração pública que constam do artigo 37, da CF, o amigo leitor pode valer-se da clássica expressa mnemônica “LIMPE”, que reúne as primeiras letras dos princípios: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Princípios da Administração Pública L I M P E egalidade mpessoalidade oralidade ublicidade ficiência LIMPE Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso (fundação), definir as áreas de sua atuação. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre prazo de duração do contrato, os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes, bem como a remuneração do pessoal. A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei (art. 37, XVIII, da CF). 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 6) Poder Legislativo Em âmbito Federal, o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O Congresso Nacional reúne-se, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro (não janeiro) a 17 de julho (não 30 de junho) e de 1 o de agosto a 22 de dezembro, nos termos do art. 57, caput, da CF. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa do Congresso Nacional e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. Os Deputados Federais representam o povo e possuem mandato de quatro anos (art. 45, da CF), o mesmo período de duração da legislatura do Congresso Nacional. Cada Território elegerá quatro Deputados Federais. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário para mandato de oito anos. Com esse mandato, o Senador exercerá o cargo por duas legislaturas. A renovação se dará de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. Cada Estado e o Distrito Federal elegerão 3 Senadores. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada, de modo que a convocação é absolutamente constitucional, e a ausência injustificada do Ministro importaria crime de responsabilidade. 7) TRIBUNAL DE CONTAS: O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União – TCU. Natureza e Poderes do TCU: de acordo com o STF, “A posição constitucional dos Tribunais de Contas – órgãos investidos de autonomia jurídica – inexistência de qualquer vínculo de subordinação institucional ao poder legislativo – atribuições do Tribunal de Contas que traduzem direta emanação da própria Constituição da República. Os Tribunais de Contas ostentam posição eminente na estrutura constitucional brasileira, não se achando subordinados, por qualquer vínculo de ordem hierárquica, ao Poder Legislativo, de que não são 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. órgãos delegatários nem organismos de mero assessoramento técnico. A competência institucional dos Tribunais de Contas não deriva, por isso mesmo, de delegação dos órgãos do Poder Legislativo, mas traduz emanação que resulta, primariamente, da própria Constituição da República. Doutrina. Precedentes.” (ADI 4.190-MC-REF, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-3-2010, Plenário, DJE de 11-6-2010.) 8) ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. São princípios da ordem econômica: I - soberanianacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Súmula Vinculante 49: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área”. Excetuadas hipóteses previstas na Constituição da República, o Estado poderá explorar atividade econômica quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definido em lei (art. 173, da CF). As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. Tem-se por inadmissível, no sistema da Constituição de 1988, que norma de constituição estadual proíba, no estado-membro, que este possa reordenar, no âmbito da própria competência, sua posição na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidas ou, sem qualquer necessidade, exploradas pelo setor público. Assim restou decidido pelo STF na ADI 234, julgada em 1995 e relatada pelo Ministro Néri da Silveira. 9) POLÍTICA URBANA Nos termos do art. 182, da CF, a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. Ademais, a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. Nesse sentido é facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. 10) POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; II - a propriedade produtiva. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. DIREITO PREVIDENCIÁRIO (ADRIANA MENEZES) 1. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL 1543 Exemplos mais antigos da proteção social brasileira – santas casas. 1824 A Constituição do Império tratou dos socorros públicos. 1891 A Constituição de 1891 foi a primeira a conter a expressão “aposentadoria”, que era concedida a funcionários públicos, em caso de invalidez permanente. 1923 Editada a Lei Eloy Chaves (Decreto-Legislativo nº 4.682, de 24/01/1923), que criou caixas de aposentadorias e pensões para os ferroviários, por empresa. Apesar de não ser o primeiro diploma legal sobre o assunto securitário, devido ao desenvolvimento posterior da previdência e à estrutura interna da “lei”, ficou esta conhecida como o marco inicial da Previdência Social. 1930 Criação do Ministério do Trabalho. 1933 Criação do primeiro IAP (Instituto de Aposentadoria e Pensões), por meio do Decreto nº 22.872 de 29.06.1933. IAPM (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos). Os IAPs atendiam às categorias de trabalhadores e vieram substituir as CAPs. Esses IAPs vão até a década de 50. 1934 A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a forma tríplice da fonte de custeio previdenciária, com contribuições do Estado, do empregador e do empregado. Foi, também, a primeira Constituição a utilizar a palavra “Previdência”, sem o adjetivo “social”. 1937 A Constituição de 1937 não traz novidades, a não ser o uso da palavra “seguro social” como sinônimo de previdência social. 1946 A Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência social”, substituindo a expressão “seguro social”. 1960 A Lei nº 3.807, de 26/08/1960, unificou toda a legislação securitária e ficou conhecida como a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). 1963 Instituição do Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural (FUNRURAL), instituído pela Lei nº 4.214, de 02.03.1963. 100 DICAS PARA SEU TRT 15ª REGIÃO (Analista Judiciário – Área Judiciária) CORREIA, Henrique et al. Revisão Final TRT 15ª Região. Salvador: Juspodivm, 2018. 1965 Ainda na CF/46, foi incluído, em 1965, parágrafo proibindo a prestação de benefício sem a correspondente fonte de custeio. 1966 Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) foram unificados no Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), por meio do Decreto-Lei nº 72, de 21.11.1966. O INPS passou a funcionar em janeiro de 1967. 1967 A Lei nº 5.316, de 14.09.1967, integrou o seguro de acidentes de trabalho à previdência social, fazendo assim desaparecer este seguro como ramo à parte. 1971 A Lei Complementar nº 11, de 25.05.1971, instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRORURAL), de natureza assistencial, cujo principal benefício era a aposentadoria por velhice, após 65 anos de idade, equivalente a 50% do salário mínimo de maior valor no País. 1988 A Constituição de 1988 tratou, pela primeira vez no Brasil, da Seguridade Social, entendida como um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade destinado a assegurar os direitos à Saúde, à Previdência e à Assistência
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