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EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA – RJ JOÃO DA SILVA, brasileiro, XXX, XXX, portadora da carteira de Identidade nº XXXX, expedida pelo DETRAN- RJ, inscritao no CPF nº XXXX,, residente e domiciliado na XXX, CEP: XXX, vem, perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado que a esta subscreve, com endereço profissional XXXXXXXXXX , local que indica para receber as intimações e notificações de praxe, conforme artigo 287 do NCPC, propor a presente: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS em face da SIEMENS LTDA( fabricante), pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ XXXX, com sede XXX, CEP: XXX, e FERNOL TELESISTEMAS(autorizada) pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº XXX, situada na XXXX. CEP: XXXX, pelos motivos abaixo aduzidos. 1 - DOS FATOS Em 15/01/2017 o Autor realizou a compra de um aparelho de DVD cujo fabricante é primeira RÉ, ocorre que o referido produto após instalado na residência do autor passou a apresentar alguns defeitos em 03\02\2017,defeitos estes que não poderiam serem vistos a olho nu. O referido produto encontrava-se na garantia e por conta disto o autor levou o referido produto em uma autorizada ora a segunda ré. Ocorre que até a presente data o referido produto ainda continua sob a guarda da segunda ré, sendo o autor privado de informações e orientações sobre o conserto ou até mesmo a troca por um novo aparelho. Desta forma, resta evidenciado o sentimento de frustração, lesão e impotência do autor em não ver sanado o problema de forma administrativa, qual seja, a entrega do produto adquirido consertado. O presente litígio trazido à apreciação de V. Exa., está gerando inúmeros desconfortos e transtornos ao autor, vem através desta via judicial buscar a justa reparação pelo dano moral sofrido e pleitear a medida necessária para dar fim ao indevido abalo de crédito promovido pelas Rés. Contudo, 0 autor necessita da entrega do produto adquirido, ultrapassando o mero aborrecimento pois o mesmo tem a necessidade de utilizar o produto pago, atrapalhando-o, lhe gerando transtornos, angústia, estresse constante e abalo de ordem moral. 2- DO DIREITO 2.1- DA VIOLAÇÃO À CONSTITUIÇÃO FEDERAL O PRIMEIRO fundamento jurídico para a propositura desta ação encontra-se fulcro na Carta da Republica, onde prevê expressamente em seu artigo 5º, XXXV: “a lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.” Em seguida, a dignidade da pessoa humana é um dos corolários mais importante a ser resguardado. Ocorre que as Rés, negligenciaram os direitos da autora em viabilizar, da melhor maneira possível, omitindo-se com relação aos danos materiais e morais. 2.2 DA VIOLAÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Fica nítida a relação de consumo no caso em tela, haja vista, a autora ser o destinatário final, ficando, portanto nos moldes do disposto nos artigos 2º e 3º, § 2º, do CDC, fato pelo qual deve ser utilizado o Código de Defesa do Consumidor: Contudo, as Rés violaram os Princípios que regem as relações de consumo, constantes do art. 4º, I, III e IV do CDC, quais sejam a Boa-fé, Equidade, o Equilíbrio Contratual e o da Informação. Nesse giro, a tem-se a falha na prestação de serviços das Rés, na forma dos artigos 30 c/c 35 e incisos do CDC. 2.3 - DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA: Dessa sorte não restam dúvidas que a situação em tela gera transtornos à Autor que ultrapassam o mero aborrecimento, quando não há boa fé por parte das empresas Rés (art. 4º da lei 8.078/90) devendo ser aplicado o disposto no art. 6º, VI, do CDC., que prevê como direito básico do consumidor, a prevenção e a efetiva reparação pelos danos morais sofridos, sendo a responsabilidade civil nas relações de consumo OBJETIVA, desse modo, basta apenas a existência do dano e do nexo causal. Assim, é insofismável que as Rés feriram os direitos do autor, ao agir com total descaso, desrespeito e negligência, configurando má prestação de serviços, o que causou danos de ordem domiciliar e social. Deste modo, amparado pela lei, doutrina e jurisprudência pátria, o autor, deverá ser indenizado pelos danos que lhe forem causados. Pois o produto estava em prazo legal de garantia que se configura até dois anos, não entrou em decadência para pleitear judicialmente segundo Art:26,II do CDC pois trata-se de produto durável tendo assim 90 dias para demandar. As Rés tem o prazo de 30 dias para sanar o vicío, contudo vemos que este prazo findou-se em 10\03\2017,e o autor até a presente data não obteve qualquer resposta das Rés. As Rés com isso violaram alguns princípios regidos pelo CDC, sendo eles o princípio da transparência Art 4º caput e o princípio da informação Art:14 caput ambos do CDC. 4 – DO DANO MORAL O Autor cumpriu com a sua obrigação, qual seja, efetuar o pagamento pelo produto e até o presente momento, o produto não foi consertado pelas Rés, contudo, está sem poder utilizar o produto adquirido. Não se pode aceitar que a má prestação dos serviços de forma contínua seja um mero aborrecimento do cotidiano com as Rés tendem a argumentar. A realidade é que a situação apresentada na presente ação já transcendeu esta barreira, razão pela qual a parte autora busca uma devida reparação por todos os danos, aborrecimentos, transtornos causados pelas Rés, que agem com total descaso com seus clientes. A caracterização do nexo de causalidade e a conduta ilícita das Rés se mostram plausíveis, eis que estão sem enviar o produto adquirido. Diante dos fatos acima relatados, mostra-se patente a configuração dos danos morais sofridos pelo Autor, no qual está sendo privado de usufruir do produto adquirido perante as Rés, apesar de completamente pago. Assim sendo, o autor é o consumidor final da efetiva relação, dada a sai de natureza ser de consumo. As Rés respondem objetivamente pelo risco, devendo arcar como os danos morais causados ao autor que teve o dissabor de experimentar problemas e falhas na prestação de serviços das Rés. 5 - DO QUANTUM INDENIZATÓRIO: No que concerne ao quantum indenizatório, forma-se o entendimento jurisprudencial, mormente em sede de dano moral, no sentido de que a indenização pecuniária não tem apenas cunho de reparação de prejuízo, MAS TAMBÉM CARÁTER PUNITIVO OU SANCIONATÓRIO, PEDAGÓGICO, PREVENTIVO E REPRESSOR: a indenização não apenas repara o dano, repondo o patrimônio abalado, mas também atua como forma educativa ou pedagógica para o ofensor e a sociedade e intimidativa para evitar perdas e danos futuros. Conforme se constata, a obrigação de indenizar a partir do dano que o Autor sofreu no âmbito do seu convívio domiciliar e social, encontra amparo na doutrina, legislação e jurisprudência de nossos Tribunais, restando sem dúvidas à obrigação de indenizar da Promovida. Processo APL 01582045720118190001 RJ 0158204-57.2011.8.19.0001 Ementa EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA. VÍCIO DO PRODUTO. ART. 18, § 1º, I DO CDC. RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO É SOLIDÁRIA ENTRE COMERCIANTE E FABRICANTE. DANO MORAL CONFIGURADO. Decisum que deu parcial provimento ao recurso do autor, na forma do art. 557, § 1º-A, do CPC, para determinar a troca do notebook por outro idêntico ou similar, novo em perfeita condições de uso, de forma solidária entre a rés/apeladas, bem como, condenar as rés, também solidariamente, ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de dano moral. Embarga a 1ª ré alegando omissão. Verificada omissão no decisum, quanto à fixação do prazo para a troca do produto, bem como de multa diária para o caso de atraso na obrigação, o vício deve ser sanado pela via dos embargos de declaração. Inteligência do art. 535 do CPC. EMBARGOS DECLARATÓRIOS ACOLHIDOS para fixar o prazo de 10 (dez) dias para a troca do notebook, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), limitados a R$ 10.000,00 (dez mil reais), mantida, no mais, a decisãoembargada. Bruno Miragem conceitua que “Vício do produto ou do serviço abrange o efeito decorrente da violação aos deveres de qualidade, quantidade ou informação, impedindo com isso, que o produto ou serviço atenda aos fins que legitimamente dele se esperam Diniz (1998, p. 81-82), complementa essa questão, dizendo que: “O dano moral, no sentido jurídico não é a dor, a angústia, ou qualquer outro sentimento negativo experimentado por uma pessoa, mas sim uma lesão que legitima a vítima e os interessados reclamarem uma indenização pecuniária, no sentido de atenuar, em parte, as conseqüências da lesão jurídica por eles sofrido” 6 - DOS PEDIDOS: - Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne em: a) Determinar a citação das requeridas no endereço supracitado, na pessoa de seu representante legal na forma dos artigos 18 e 19 da Lei 9.099 de 1995, sob pena de revelia; b) Seja julgado procedente o pedido para compelir as empresas Rés a entregarem o produto consertado, qual seja, o DVD, caso não faça, requer o ressarcimento do valor corrigido ao valor de mercado, sob pena de multa diária a ser arbitrada por este juízo; c) Condenar solidariamente as Rés a pagarem ao autor o valor de R$XXXX , a título de indenização por danos morais, face aos transtornos experimentados, não somente em caráter punitivo, bem como, em caráter preventivo-pedagógico. d) A inversão do ônus da prova de acordo com o art 6º, VIII da lei 8078/90. 7 - DOS MEIOS DE PROVA. Protesta por todos os meios de prova admitidas em direitos, documental, testemunhal, depoimento pessoal da requerida, sob pena de confesso. 8 - DO VALOR DA CAUSA. Dá-se a causa o valor de R$ XXXXXX Nestes termos, P. Deferimento. Rio de Janeiro, XX de XXXX de 2017.
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