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AQUISIÇÃO DO LEGADO O legatário não tem o direito de “saisine”, a que faz jus o herdeiro. Regras quanto ao legado: Posse: ela só se adquire com a partilha (mas o legatário tem o direito de pedir a entrega da coisa aos herdeiros, que não têm a obrigação de entrega-la antes); Propriedade: se for de coisa infungível, ele a adquire com a morte do testador, salvo se pendente condição suspensiva; se for de coisa fungível, a propriedade só se transfere no momento da partilha; No legado condicional suspensivo, o legatário só passa a ser proprietário da coisa após o implemento de condição (observadas as regras acima). OBS – se o legatário morrer antes do implemento da condição, o objeto do legado retorna ao monte mor No legado a termo, ele só adquire a coisa a partir da fluência do prazo estipulado (observadas as regras acima). No legado com encargo, observadas tais regras o legatário assume a posse/propriedade da coisa, mas isso não retira a obrigação de cumprir o encargo. OBS: a teor do art. 1938 do CC, aplicam-se ao legado com encargo as regras relativas ao legado com encargo, assim, deixando o legatário de cumprir o encargo, aplica-se o disposto no art. 553, 555 e 562 (difere da herança com encargo). Para Carlos Roberto Gonçalves, a revogação do encargo estaria sujeita à disposição testamentária nesse sentido. Efeitos do legado: A) Frutos da coisa legada: o legatário é proprietário dos frutos da coisa legada desde a abertura da sucessão (vai receber a coisa com os frutos sobrevindos desde então). Exceções: I) se o legado for de dinheiro, os juros correrão só a partir do momento em que o legatário interpelar aquele que deve cumprir o legado; II) se o legado estiver sujeito à condição suspensiva ou termo inicial, os frutos serão computados a partir de sua implementação; B) Legado de coisa fungível: caberá àquele que deve cumprir o legado (herdeiro ou testamenteiro) escolher coisa de qualidade mediana, nem a melhor, nem a pior. C) Legado alternativo: caberá àquele que deve cumprir o legado a escolha, salvo disposição em contrário do testador, sendo esta escolha irrevogável. Caducidade do legado: Anulação do legado: ocorre quando o testamento/codicilo é anulado por descumprimento das formalidades legais ou incapacidade do testador. Revogação do legado: ocorre quando o testamento/codicilo é revogado por testamento posterior que não repita a contemplação. Caducidade: ocorre em razão da ineficácia de uma disposição inicialmente válida, por conta de uma causa superveniente, que afete o objeto ou o sujeito da liberalidade. Hipóteses de caducidade: Objetivas (são aquelas que dizem respeito à coisa legada): Pela transformação substancial da coisa, a fim de faze-la perder a identidade; Pela alienação posterior da coisa; Pela evicção; Pelo perecimento da coisa, sem culpa do herdeiro ou daquele que deve cumprir o legado. Subjetivas (são aquelas ligadas ao sujeito da liberalidade): O legatário ser considerado indigno (mas se o testamento/codicilo for posterior ao ato de indignidade, presume-se o perdão do testador); Pela renúncia do legatário (que não pode ser parcial); Por estar o legatário em uma das hipóteses do art. 1802 do CC; Pela morte do legatário, antes de cumprir a condição suspensiva; Pela morte do legatário antes do testador (mas este pode instituir os herdeiros daquele como substituto).
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