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Direito Processual Civil 05

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___________________________________________________________________
CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
MÓDULO V
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
São cinco as hipóteses de intervenção de terceiros previstas no CPC: assistência, denunciação da lide, oposição, chamamento ao processo e nomeação à autoria.
1.1. Assistência
Foi inserida fora do capítulo destinado à intervenção de terceiros. A conclusão da doutrina é unânime de que foi um equívoco do legislador deixá-la fora do capítulo destinado à intervenção de terceiros.
1.1.1. Assistência simples
Assistente Simples é aquele que tem interesse jurídico que a sentença seja favorável a uma das partes. Então, o assistente simples não é alguém indiferente ao processo. Não basta que haja o interesse meramente econômico, deve haver o interesse jurídico.
Para saber se o terceiro interessado terá interesse jurídico na ação, deve-se responder três perguntas:
Terceiro possui relação jurídica com uma das partes?
Esta relação jurídica é diversa da que está sendo discutida?
Resultado da ação afeta a relação jurídica entre o terceiro e a parte?
a) 1.º exemplo
A celebrou com B contrato de locação, e B celebrou com C um contrato de sublocação. Num determinado momento, A move contra B uma ação de despejo. Decretado o despejo, o contrato entre B e C será prejudicado (contrato derivado). Neste caso, as três perguntas são respondidas afirmativamente, então, C poderá ingressar como assistente na ação de despejo movida por A contra B.
b) 2.º exemplo
A é credor de B. A move contra B uma ação de cobrança. B tem uma segunda dívida para com C. Neste caso, B tem dois credores, A e C. Movida esta ação de cobrança, para o credor C será mais vantajoso que esta ação seja julgada improcedente. C poderá ingressar na ação como assistente? As duas primeiras perguntas são respondidas afirmativamente. Entretanto, o resultado da ação não afeta a relação jurídica entre B e C, havendo um interesse meramente econômico. Então, neste caso, C não poderá requerer seu ingresso como Assistente desta ação (não há interesse jurídico).
c) 3.º exemplo
A é vítima de acidente de trânsito e move ação contra o causador do acidente, B, que possui um contrato com a seguradora C (B no caso de procedência da ação terá direito de regresso em relação à C). C quer que a ação seja julgada improcedente para não haver o direito de regresso. Neste caso, se a ação for julgada procedente, B terá direito de regresso; se a ação for julgada improcedente, B não terá direito de regresso. Então C poderá ingressar como assistente.
d) 4.º exemplo
A é credor que move ação contra fiador B, deixando de fora o devedor principal, C. O devedor principal poderá ingressar como assistente pelos mesmos motivos do 3.º exemplo.
O assistente simples deve possuir uma relação jurídica com uma das partes - esta relação jurídica deve ser diversa da que estiver sendo discutida - e o resultado da ação deve afetar a sua relação jurídica com uma das partes do processo.
O assistente simples tem uma atuação subordinada, ou seja, não pode praticar nenhum ato que contrarie a vontade do assistido. E ainda, não pode ser atingido pela coisa julgada, visto não ser titular do direito que está sendo discutido. Entretanto, o assistente simples sofre os efeitos da justiça, da decisão se efetivamente ingressou no processo como tal. Isto significa que o assistente simples, em nenhum outro processo, poderá discutir os fundamentos da sentença.
Contudo, o assistente simples não será atingido pela justiça, da decisão se ele ingressou em uma fase muito adiantada do processo ou se o assistido impediu ou tolheu a efetiva participação do assistente.
1.1.2. Assistente litisconsorcial
Assistência litisconsorcial só pode ocorrer se previamente ocorrer o fenômeno da legitimação extraordinária ou substituição processual. A pessoa que pode ingressar no processo como assistente litisconsorcial é aquela que tem a qualidade de substituído processual (aquele que não é parte no processo, mas é titular do direito).
A partir do momento que ingressa no processo, o assistente litisconsorcial terá os mesmos poderes de um litisconsorte, tendo em vista que o assistente litisconsorcial é o próprio titular do direito que está sendo discutido.
O assistente litisconsorcial será atingido pela coisa julgada material, tendo em vista que possui a qualidade de substituído processual, ou seja, o assistente litisconsorcial não é atingido pela coisa julgada pelo fato de ter intervindo no processo como assistente, mas sim pelo fato de ser titular do direito que está sendo discutido.
1.2. Denunciação da Lide
Tem natureza jurídica de verdadeira ação do denunciante contra o denunciado. São duas ações em um só processo. Existe, também, a denunciação da lide feita pelo autor. Todas as hipóteses de denunciação da lide estão associadas ao direito de regresso. As hipóteses de cabimento estão descritas no art. 70 do CPC e este rol é taxativo.
1.2.1. Quando houver evicção (inc. I)
Evicção é um instituto de direito civil, especificamente da parte dos contratos onerosos no direito das obrigações. Existe quando uma pessoa adquire um bem e perde este bem pelo fato de ele pertencer a um terceiro que não o vendedor. A pessoa que adquire o bem tem direito de regresso em face ao vendedor. São sempre três personagens: o vendedor; o comprador crédulo e o verdadeiro proprietário do bem.
O verdadeiro proprietário move uma ação contra o comprador. Este denuncia o vendedor. Somente haverá direito de regresso se esta ação for julgada procedente e o comprador tiver que devolver o bem ao verdadeiro proprietário.
Pode haver a denunciação da lide pelo autor no caso de o comprador adquirir um bem de alguém que já não é mais proprietário (caso o bem esteja usucapido, por exemplo). Neste caso, o comprador ingressa com uma ação reivindicatória contra o terceiro que está na posse do imóvel e denuncia o vendedor para que, ao final – caso a ação seja julgada improcedente –, possa exercer o direito de regresso contra ele. Se o vendedor estiver de boa-fé, terá a obrigação de devolver o dinheiro ao comprador; se estiver de má-fé, além de devolver o dinheiro, deverá pagar uma indenização por perdas e danos.
1.2.2. Do possuidor direto ao possuidor indireto ou proprietário (inc. II)
A posse se desmembra sempre que houver um contrato ou um direito real sobre coisa alheia, pelo qual há a entrega temporária de um bem (ex.: contrato de locação, usufruto, etc.). 
Podem ocorrer situações em que o possuidor indireto não será o proprietário, visto que a posse poderá se desmembrar várias vezes (ex.: A é proprietário de um imóvel e dá este imóvel em usufruto a B; este loca o imóvel a C. Neste caso, C é possuidor direito do imóvel, e A e B serão possuidores indiretos, sendo que B não é proprietário do imóvel).
Cabe, então, denunciação da lide do possuidor direto contra o possuidor indireto ou o proprietário. O possuidor direto terá direito de regresso (ex.: A loca um apartamento a B; o apartamento tem um vazamento que inunda o apartamento vizinho que pertence a C. Este ingressa com uma ação contra B para receber indenização pelos danos obtidos. B denuncia A para que possa, caso a ação seja julgada procedente, exercer seu direito de regresso.
1.2.3. Quando houver direito de regresso por contrato ou lei
por contrato: ocorre, por exemplo, nos casos de seguro contra terceiros. O segurado denuncia a seguradora para que possa exercer seu direito de regresso.
por lei: ocorre, por exemplo, no caso de patrão que responde pelos atos de seu empregado, deve denunciar o empregadopara que possa exercer seu direito de regresso.
Quando a denunciação da lide estiver fundada no inc. III, tem-se formado uma corrente doutrinária que entende que o Juiz não deve deferir a denunciação da lide quando ela introduzir um fundamento novo à demanda. Este fundamento novo deve ser aquele que alonga o processo, tendo em vista haver necessidade de produção de prova que irá prejudicar a vítima pelo retardamento do processo.
O entendimento majoritário é de que a denunciação da lide somente é obrigatória na hipótese de evicção sob pena de perda do direito de regresso. Evicção é um instituto de direito material; o art. 1.116 do CC dispõe que, se houver evicção, o evicto deverá fazer a denunciação da lide. Portanto, a hipótese de evicção da denunciação da lide é considerada obrigatória.
a) Procedimento da denunciação da lide
Denunciação da lide feita pelo réu: o momento adequado para que o réu faça a denunciação da lide é no prazo da contestação (no prazo da contestação significa junto com a contestação). A denunciação da lide deve ser apresentada simultaneamente com a contestação, sob pena de preclusão, podendo ser apresentada na própria contestação ou em peça autônoma, devendo ser fundamentada. Se o Juiz entende que não é caso de denunciação da lide, ele indefere de plano; o recurso cabível, neste caso, é o agravo de instrumento. Se o Juiz deferir a denunciação da lide, determinará que o denunciado seja citado para oferecer contestação. Além de o denunciado contestar a denunciação da lide, nada obsta que também conteste a petição inicial, tendo em vista ter interesse em que a ação seja julgada improcedente. Quando o denunciado é citado e vem ao processo, o denunciante e o denunciado serão considerados pela parte contrária como litisconsortes. Entretanto o Código foi impreciso, visto que com a relação que se forma no caso de denunciação da lide, o denunciado seria assistente simples. O STJ proferiu um entendimento de que deve-se interpretar gramaticalmente a letra da lei, então o denunciado será considerado um litisconsorte, tendo direito ao prazo em dobro para contestar.
Denunciação da lide feita pelo autor: quando a denunciação da lide é feita pelo autor, deve ser feita na própria petição inicial, o que implicará no seguinte: haverá uma única petição inicial, na qual serão veiculadas duas ações (ação principal e denunciação da lide). Se a petição inicial estiver em termos, o Juiz deverá mandar citar tanto o réu quanto o denunciado. Deferida a denunciação da lide, o denunciante e o denunciado serão considerados como litisconsortes perante o réu. Então o denunciado será co-autor, possuindo poderes para aditar a petição inicial. Por este motivo, ele deverá ser citado para manifestar-se nos autos antes da citação do réu. 
Denunciação sucessiva: Exemplo: A compra uma linha telefônica da empresa B. Certo tempo depois a empresa B abre falência e os efeitos retroagem à data da compra efetuada (termo legal da quebra); a compra efetuada por A é considerada, portanto, ineficaz. Entretanto, antes da falência, A teria transferido a linha para C, que transferiu para D, que transferiu para E. O síndico da massa falida move uma ação contra E para reaver a linha telefônica. E deve fazer denunciação da lide a D que fará denunciação da lide a C que fará denunciação da lide a A que deverá habilitar o crédito para receber da empresa B. 
1.3. Chamamento ao Processo
O chamamento ao processo, como a denunciação da lide, está relacionado ao direito de regresso. Entretanto, o chamamento ao processo é mais específico, cabendo apenas quando houver direito de regresso proveniente de fianças ou solidariedade.
Sempre que houver solidariedade, aquele que pagou a dívida integralmente somente poderá cobrar dos demais as respectivas quotas.
1.3.1. Fiança
Se o fiador não faz o chamamento ao processo, ele não perde o direito de regresso. A vantagem de o fiador chamar o devedor ao processo é do ponto de vista de economia processual, visto que exercerá o direito de regresso no mesmo processo. Na execução da sentença condenatória, se o fiador tiver chamado ao processo o devedor, terá beneficio de ordem, ou seja, poderá exigir que sejam penhorados os bens do devedor antes dos deles.
1.3.2. Solidariedade
O chamamento ao processo traz a possibilidade de o réu interferir no pólo passivo, o que causou grande problema quanto ao assunto, pois quem escolhe o réu em uma ação é o autor da mesma na petição inicial.
Uma primeira posição entende que, se o réu chama terceiros ao processo, estes terceiros não integram o pólo passivo da ação, ou seja, o autor não terá uma relação jurídica com os terceiros chamados. Então, se a ação for julgada procedente, o autor somente poderá executar o réu, e este, ao final, poderá cobrar dos terceiros o que foi pago ao autor.
Uma segunda corrente entende que os terceiros chamados integram o pólo passivo na qualidade de co-réus, havendo uma relação jurídica direta entre o autor e os terceiros chamados. Então, se a ação for julgada procedente, o autor poderá executar tanto o réu quanto os terceiros chamados ao processo. O CPC adotou esta segunda corrente, permitindo que o réu traga ao processo terceiros que não foram acionados pelo autor. Para o autor da ação, esta segunda corrente é mais benéfica, visto que dá ao autor a possibilidade de atingir os bens do réu e dos terceiros.
O chamamento ao processo deverá ser feito na contestação oferecida pelo réu. Se o Juiz defere o chamamento ao processo, os chamados deverão ser citados. É possível o chamamento sucessivo.
1.4. Oposição
A oposição é uma forma de intervenção espontânea de terceiros, ou seja, o terceiro vem ao processo por iniciativa própria. Na oposição, o terceiro surge alegando que o objeto litigioso não pertence nem ao réu nem ao autor, mas sim a ele próprio. O que o terceiro opoente deseja é o objeto litigioso, que será disputado não somente pelo autor e pelo réu, mas também pelo opoente.
A oposição é sempre prejudicial à ação principal, visto que o resultado da oposição afeta no resultado da ação principal. Se o Juiz acolhe a oposição, ele não poderá acolher a ação principal, sob pena de haver uma sentença conflitante.
A oposição é uma forma de intervenção de terceiros que possui natureza jurídica de ação, o que significa que, havendo oposição, haverá duas ações. Na ação principal, figura no pólo ativo o autor e no pólo passivo o réu. Na oposição, o opoente figura no pólo ativo e o autor e o réu da ação principal figuram no pólo passivo, formando um litisconsórcio necessário.
Cabe a oposição se o processo principal estiver entre a fase de citação e a fase de sentença, o que significa dizer que não cabe mais oposição se o processo principal estiver em fase de recurso. O procedimento da oposição variará conforme a fase em que esteja a ação principal, não tendo um procedimento único:
entre a citação e antes do início da audiência de instrução: se a oposição é ajuizada nesta fase, não se formará um novo processo, utilizando-se o mesmo processo da ação principal. Têm-se, então, um único processo para duas ações;
entre a audiência de instrução e a sentença: se a oposição for ajuizada nesta fase, haverá a criação de um processo autônomo. Tem-se, então, dois processos e duas ações (a oposição deve ser distribuída por dependência). 
P.: Ajuizada uma oposição, o Juiz entendendo descabida indefere de plano. Neste caso, qual o recurso cabível?
R.: Depende da fase em que a oposição foi interposta. Se foi ajuizada no procedimento “a”, não se forma um novo processo e, portanto, o recurso cabível será o agravo de instrumento; se foi ajuizada no procedimento “b”, forma-se novo processo e o recurso cabível será a apelação.
No procedimento “a”, a sentença será formalmente única; entretanto, devido a relação de prejudicialidade entre a oposição e a ação principal, deverá o Juiz apreciar a oposição antes da ação principal.
Se a oposição foi proposta antes da audiência, o Juiz julga primeiroa oposição e em seguida julga a ação principal numa única sentença. Caso a oposição seja ajuizada após a audiência, o processo principal estará numa fase mais adiantada que a oposição. Do ponto de vista lógico, a oposição deveria ser julgada antes do processo principal, entretanto este estará em fase final e aquele estará em fase inicial. 
O CPC trouxe uma solução parcial: o Juiz deveria suspender o processo principal para permitir que a oposição tenha a possibilidade de chegar à mesma fase da ação principal. Entretanto, o Código estabeleceu um limite de, no máximo, 90 dias para a suspensão do processo principal.
Esse prazo de 90 dias dado pelo legislador, muito provavelmente, não será suficiente para a oposição chegar à mesma fase da ação principal. Chega-se, então a maior dificuldade da oposição. Se acontecer de a oposição não chegar à mesma fase da ação principal no prazo dos 90 dias, o Juiz deverá proferir sentença na ação principal, ainda que não tenha sido julgada a oposição (situação extraordinária). 
	Sendo julgada a ação principal, a disputa na oposição ficará entre o terceiro que a ajuizou e aquele que ganhou a ação principal.
Exemplo: A move ação contra B. C ajuíza uma oposição após a audiência. Os 90 dias previsto no CPC não são suficientes para que a oposição chegasse à mesma fase da principal e o Juiz deverá julgar a ação principal antes da oposição. Podem ocorrer algumas situações:
Juiz julga procedente a ação principal e improcedente a oposição: neste caso A terá direito ao objeto do litígio;
Juiz julga improcedente a ação principal e improcedente a oposição: neste caso B teria direito ao objeto do litígio;
Havendo desistência da ação principal, a oposição prossegue com o terceiro no pólo ativo e com o réu da ação principal no pólo passivo da oposição.
O CPC tem um artigo expresso que dispõe que, havendo oposição, os opostos devidamente citados terão o prazo de 15 dias para contestar. Há, então, uma exceção à regra geral de que, quando houver um litisconsórcio contra advogados diferentes, o prazo será em dobro.
Entretanto, deve-se deixar claro que o CPC excepciona a regra geral tão somente para o caso de contestação; portanto, os prazos para quaisquer outros atos processuais serão em dobro.
1.5. Nomeação à Autoria
É uma intervenção de terceiros provocada pelo réu. A nomeação à autoria só cabe numa hipótese específica, por este motivo raramente ocorre. O instrumento da nomeação à autoria só se justifica devido à dificuldade de se destinguir posse e detenção. Portanto, a nomeação à autoria está restrita ao problema de posse e de detenção. A nomeação à autoria existe quando se move uma ação equivocadamente contra quem é mero detentor. 
Exemplo: A é proprietário de um terreno. B invade este terreno e coloca um empregado seu (C) para tomar conta do terreno. A descobre a invasão e interpõe a ação contra C (que está com a detenção do terreno). C é parte ilegítima na ação (visto ser mero detentor), então deverá fazer a nomeação à autoria em face de B, que é o legítimo possuidor.
A nomeação à autoria serve para que se resolva o problema, a ilegitimidade da ação, devido à confusão que o autor possa vir a fazer em relação à posse e à detenção. O CPC dispõe que a nomeação à autoria é obrigatória, ou seja, o réu está obrigado a fazer a nomeação à autoria sob pena de responder por perdas e danos.
A nomeação à autoria é a única espécie de intervenção de terceiros que precisa ser aceita, ou seja, existe a possibilidade de que a nomeação à autoria seja rejeitada pela parte. Possui esta característica, tendo em vista que, se a nomeação à autoria for acolhida, o réu originário será substituído pelo réu nomeado. A nomeação à autoria deve ser aceita pelo autor e pelo nomeado.
O prazo que o mero detentor tem para fazer a nomeação à autoria é o mesmo da contestação (15 dias no procedimento ordinário). Não cabe nomeação à autoria no procedimento sumário.
O detentor pode fazer a nomeação à autoria no prazo da contestação, mas não há necessidade de contestar neste prazo, visto que, se a nomeação à autoria for aceita, ele sairá do pólo passivo; e se a nomeação à autoria for rejeitada, ele terá seu prazo devolvido.
Apresentada a nomeação à autoria, o Juiz deve intimar o autor que deverá se manifestar acerca da aceitação ou não (prazo de 5 dias). Se o autor recusar a nomeação à autoria e for comprovado que o réu originário é parte ilegítima, o processo será extinto sem julgamento do mérito. O silêncio do autor na nomeação à autoria significa a aceitação da nomeação por parte do autor.
Se o autor aceitar a nomeação, o Juiz determinará que o nomeado seja citado. Citado, o nomeado tem a possibilidade de aceitar ou recusar a nomeação à autoria no prazo para contestação (15 dias). Se ele aceitar, deverá apresentar conjuntamente a contestação. Se, nesses 15 dias, ele silenciar, presume-se a aceitação da nomeação à autoria e será considerado revel.
Se o nomeado recusa a nomeação, a ação continurá correndo contra o réu originário (a nomeação fica sem efeito), havendo o risco de o processo ser julgado extinto sem julgamento do mérito. Entretanto, se o nomeado recusar indevidamente a nomeação à autoria, ele deverá arcar com perdas e danos.
Se a nomeação à autoria for recusada, seja pelo autor, seja pelo nomeado, a ação continuará a correr contra o réu originário e a ele será devolvido, na íntegra, o prazo para contestação.
2. DA PETIÇÃO INICIAL
	Petição inicial é o ato por meio do qual se solicita a tutela jurisdicional. Por meio de petição inicial está sendo exercido o direito de ação. 
2.1. Característica
É o ato que “quebra” a inércia da jurisdição.
É o ato que delimita a extensão da tutela jurisdicional (arts. 128 e 460, CPC).
2.2. Efeitos
As regras de competência são aquelas que prevalecem no momento da distribuição da petição inicial (perpetuação da jurisdição).
A ação considera-se proposta no momento que a petição inicial é apresentada.
Em relação ao réu, a ação só produzirá efeitos no momento da citação; no entanto, a lei prestigia a data do ajuizamento da ação para efeitos de contagem. Portanto, a partir da citação do réu, a interrupção da prescrição retroage à data da distribuição da petição inicial.
2.3. Requisitos 
Indicação da autoridade judicial (endereçamento).
Nome e qualificação das partes: em primeiro lugar, a qualificação correta cuida do problema de homonímia, para que uma terceira pessoa não seja prejudicada com os efeitos do ajuizamento da ação. Entretanto, a qualificação do réu não é obrigatória, devido ao fato de que, em certas ocasiões, o autor poderá não saber a identificação correta do réu. Os arts. 907, inc. I, e 942 do CPC prevêem dois casos em que os réus não precisam ser identificados por não se conhecer sua existência.
Fatos e fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir): o que interessa para o sistema jurídico brasileiro são os fatos em concreto narrados, é o conjunto de fatos narrados pelo autor. O Juiz sentenciará exclusivamente sobre os fatos narrados na petição inicial. O Código de Processo Civil proíbe que a causa de pedir e o pedido sejam alterados após o saneamento.
Pedido: objeto imediato (provimento jurisdicional) e objeto mediato (bem da vida).
Valor da causa: toda causa deve ter valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato (art. 258 do CPC). Havendo um conteúdo econômico, o valor da causa deve-se espelhar nele. Duas correntes versam sobre a impugnação ao valor da causa: simplista, onde somente o réu poderá impugnar o valor da causa; e híbrida, onde, além do réu, o Juiz poderá, de ofício, ordenar que o autor modifique o valor da causa nos casos em que a lei expressa qual ele será (ex.: art. 259 da Lei das Locações). O valor da causa tem três aspectos: 
fiscal (o valor da causa determina o recolhimento das custas);
interferência na fixação de competência (dependendo do valor da causa, o processo poderá correr na Justiça Comum ou nos JuizadosEspeciais);
fixa o rito (ordinário ou sumário – art. 275, I, do CPC). O pedido afeta o valor da causa, visto que este é diretamente influenciado pelo objeto.
Protesto por provas: no procedimento ordinário não é tão importante. No entanto, no procedimento sumário, deve-se apresentar rol de testemunhas, quesitos (se houver perícia) e indicar assistente técnico. A jurisprudência tem sido benevolente quanto a estes aspectos, tendo em vista a impossibilidade de se prever o que será alegado em contestação e os contornos da lide.
3. PEDIDO (art. 286 do CPC)
O pedido deve ser certo e determinado, ou seja, o autor deve expor qual a solução que ele acha acertada e o Juiz a acolherá ou não. Ainda, o objeto da providência deverá ser definido, por exemplo, se está se requerendo uma declaração, deve-se definir qual é a declaração; se está se requerendo uma soma em dinheiro, deve-se definir o quanto se requer.
Existem, no entanto, algumas exceções em que a lei admite pedido genérico, quais sejam: 
quando se fala em universalidade de bens sem que seja possível se definir quais bens constituem esta universalidade (ex.: herança, massa falida etc.); 
nos casos de atos ilícitos, quando não for possível estabelecer a conseqüência definitiva destes atos (ex.: acidente de carro sem que a vítima tenha se curado completamente); 
quando o valor final da condenação dependa de um ato final do réu (ex.: na ação de prestação de contas).
O pedido tem um conteúdo explícito e um conteúdo implícito. O conteúdo explícito é o mediato e o imediato. O conteúdo implícito são os elementos que consideram-se incluídos no pedido mesmo que o autor não chegue a mencioná-lo, ou seja, os pedidos implícitos são considerados integrantes do pedido principal (ex.: honorários advocatícios, correção monetária, prestações vincendas etc.).
Pode acontecer de existir mais de um pedido dentro de um único processo. À essa hipótese, dá-se o nome de cumulação, que pode ocorrer de duas formas: subjetiva e objetiva.
3.1 Cumulação Subjetiva (Litisconsórcio) 
São diversos pedidos feitos por sujeitos diferentes dentro de um mesmo processo. Esta multiplicidade de pedidos deriva do fato de existir mais de um pedido devido à existência de mais de um sujeito fazendo ou sofrendo tais pedidos.
3.2. Cumulação Objetiva 
Quando o autor cumula vários pedidos contra o réu. Esta cumulação poderá ser:
Própria ou em sentido estrito: modalidade de cumulação onde o autor formula vários pedidos e espera que todos eles sejam acolhidos. Pode ser:
simples: quando cada pedido for autônomo em relação ao outro, ou seja, a apreciação de cada pedido não interfere no julgamento do outro;
sucessiva: haverá necessidade de uma coerência lógica das decisões do Juiz, existindo uma interligação entre os pedidos, ou seja, o acolhimento de um segundo pedido terá, necessariamente, influência no primeiro pedido (ex.: investigação de paternidade cumulada com pedido de alimentos. Se o Juiz não reconhecer a filiação, não terá sentido acolher o pedido de alimentos).
Imprópria ou em sentido lato: modalidade de cumulação onde o autor formula vários pedidos, mas não espera que todos eles sejam acolhidos. São os casos de:
pedidos alternativos: quando o autor se encontra diante de uma obrigação alternativa, ou seja, o devedor se exonerará pelo cumprimento de uma das opções existentes;
cumulação eventual: quando o autor faz um segundo pedido visando a prevenção para eventual improcedência do primeiro pedido.
Os requisitos para que possa haver cumulação objetiva estão previstos no art. 292, § 1.º, do CPC e são: 
compatibilidade: deve haver compatibilidade entre os pedidos para que haja coerência na sentença;
igualdade de competência: todos os pedidos devem ser da competência do mesmo juízo;
adequação de procedimento: o procedimento deve ser o mesmo para todos os pedidos.
3.3. Deferimento ou Indeferimento da Petição Inicial
Para que o Juiz dê o provimento jurisdicional, há necessidade do preenchimento dos requisitos “condição da ação” e “pressupostos processuais”. Se o Juiz puder verificar a inexistência destes requisitos nos primeiros momentos do processo, ou mandará que se corrija o erro ou extinguira o processo sem julgamento do mérito.
Se o Juiz verificar que a petição inicial está em ordem, as condições da ação estão presentes e os pressupostos processuais estão preenchidos, determinará a citação do réu (art. 285 do CPC). Com essa determinação, pode-se afirmar que o Juiz está deferindo a petição inicial.
A petição inicial poderá apresentar dois tipos distintos de vícios:
insanáveis: se os vícios não forem passíveis de correção, a petição inicial será indeferida por meio de sentença, extinguindo o processo sem julgamento do mérito. Contra essa sentença cabe recurso de apelação (art. 296 do CPC). De posse da apelação, o Juiz terá a possibilidade de retratar-se da sentença que indeferiu a inicial. Esse Juízo de Retratação é obrigatório, visto que a faculdade que o art. 296 dispõe é quanto a retratação ou não. No entanto, o Juiz deverá, obrigatoriamente, examinar a apelação para verificar se irá ou não retratar-se;
sanáveis: quando o vício for sanável, o Juiz é obrigado a dar a oportunidade para que o autor corrija o erro, ou seja, o Juiz não poderá indeferir de plano, sendo obrigado a dar um prazo de 10 dias para que o autor regularize a petição inicial (ex.: falta do valor da causa, falta de documentos etc.). Este prazo, disposto no art. 284 do CPC, não é peremptório, podendo o Juiz prorrogá-lo se achar que seria apropriado.
O autor, ao final do prazo, ou apresentará a emenda da inicial ou não. Se o erro for corrigido, tem-se uma petição inicial apta, seguindo-se o processo regularmente. Se não for corrigido, a petição inicial será indeferida, extinguindo-se o processo sem julgamento do mérito.
Se o Juiz declarar a petição inicial inepta, após a apresentação da contestação do réu, não será indeferimento da inicial, mas sim a extinção do processo sem julgamento, não sendo analisado pelo art. 286 do CPC.
4. CITAÇÃO
4.1. Conceito
Conforme o art. 213 do CPC, a citação é “o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender”. Visa assegurar o direito a ampla defesa do art. 5.º, LV, da CF.
É impossível a existência da relação jurídico-processual sem a realização da citação, porque nenhum efeito surgirá da sentença sem ampla defesa e contraditório. A bilateralidade é fundamental para uma sentença de mérito. O próprio art. 214 determina que é indispensável a citação do réu para a validade do processo.
4.2. Efeitos da Citação
De acordo com o art. 219 do CPC, temos os seguintes efeitos:
Prevenção do Juízo: é a fixação da competência para que um único juízo decida demandas conexas ou continentes. Caso ocorra prevenção entre juízos da mesma comarca, aquele que primeiro despachou atrairá os outros feitos para decisão conjunta (art. 106 do CPC). Caso sejam demandas que tramitem em comarcas diferentes, aquele que primeiro cita, chamará os outros feitos para decisão conjunta (art. 219 do CPC);
Litispendência: aqui significa uma lide pendente. Existe um processo em curso e a parte ingressa com outra ação preexistindo um outro processo (art. 301, § 3.º, do CPC);
Faz litigiosa a coisa: com a citação válida, o bem jurídico passa a ser litigioso, devendo se submeter a uma decisão. Por conseguinte, a litigiosidade faz com que as partes mantenham a coisa no estado em que se encontra, no momento da citação válida. Qualquer alteração ilegal no estado da coisa é considerado um atentado (art. 879, III, do CPC), podendo gerar indenização;
Constitui em mora: a citação constitui em mora o devedor nas obrigações sem vencimento certo. Portanto, temos um efeito material em um instituto processual;
Interrompe a prescrição: caso a parte promova a citação do réu nos dez dias subsequentes ao despacho (art. 219, § 2.º e 3.º, do CPC), cessa a contagem da prescriçãoe o prazo volta ao seu início. Porém, se ocorrer fora desse prazo de dez dias da ordem do Juiz, ainda assim paralisa a contagem do prazo prescricional, mas por ficção não volta o prazo à data da propositura da ação, sendo que, se já ocorreu a prescrição, não tem benefício a parte. 
4.3. Comparecimento Espontâneo do Réu
Conforme o art. 214, no seu § 1.º, do CPC, o comparecimento espontâneo do réu, supre a falta de citação. Aliás, supre a falta e a nulidade. 
Portanto, se a parte, por outras vias, soube da existência da demanda proposta e espontaneamente compareceu para responder, não poderá alegar ausência ou nulidade de citação. Caso o réu compareça apenas para alegar a nulidade e esta realmente exista, o Juiz deverá declarar a nulidade e reiniciar o prazo de contagem de resposta a partir da intimação do despacho da nulidade.
4.4. Pessoalidade e Localidade
De acordo com o art. 215 do CPC, “far-se-á citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado”. O réu menor impúbere será citado por intermédio de seu representante legal, e se o réu for menor púbere, tanto ele quanto o representante serão citados. É válida a citação feita a procurador com poderes específicos para receber citação.
A citação pode ser feita em qualquer lugar que o réu seja encontrado, porém, preferencialmente no seu endereço.
Existem algumas situações em que a citação não pode ocorrer (art. 217 do CPC).
Na prática de cultos religiosos;
No dia do falecimento, ou nos sete dias subsequentes de parentes próximos do réu;
Noivos no dia do matrimônio, e nos três dias subsequentes;
Os doentes, enquanto grave o estado de saúde. Caso a saúde implique em demência, o Juiz deverá verificar se o indivíduo já foi interditado. Caso já tenha sido, citar o curador, e, caso contrário, após aferição do problema nomeará um curador ao réu para que promova a defesa.
4.5. Modalidades de Citação
Citação real pelo correio: a regra geral é a citação pelo correio, a não ser nas ações de estado, quando o réu for incapaz ou pessoa jurídica de direito público. A citação será feitta mediante “AR”.
Citação real por oficial de justiça: em todos os casos em que seja inadequada a citação por correio ou quando esta for frustrada, deverá a citação ser feita por mandado.
Citação ficta: aqui não existe certeza, mas suposição jurídica de que o réu tenha ciência do fato e que foi citado.
Citação ficta por edital: aqui o autor deve demonstrar que esgotou todas as hipóteses para localizar o réu. Normalmente, o oficial de justiça informa que o réu está em local incerto e não sabido.
Citação ficta com hora certa: é a hipótese em que o oficial de justiça por três vezes não encontra o réu e suspeita que o mesmo está se ocultando. O oficial de justiça, então, informa a qualquer pessoa da família ou a qualquer vizinho que no dia imediato voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
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