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HIPOTECA RESUMO

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Garantias como Penhor, Hipoteca e Anticrese conferem ao credor a prerrogativa de obter pagamento de uma dívida com o valor ou renda do bem aplicado, exclusivamente, à sua satisfação. Esses direitos, quando dizem respeito à coisas alheias, podem ser divididos como direitos reais de gozo e direitos reais de garantia, aonde nos direitos reais de gozo: desfrutam da coisa, se aproveitando total ou parcialmente das vantagens que dela derivar, e nos direitos reais de garantia: o credor apenas visa, na coisa, ou ao seu valor ou sua renda, para pagar o crédito que é seu principal objetivo, e do qual o direito real não passa de acessório.
Dessa forma, quando alguém faz um negócio, pode-se exigir o outro contratante que outorgue algum tipo de garantia para o cumprimento de sua respectiva obrigação, ou seja, ao existir um direito dessa natureza, é então afetado um bem do devedor, sujeitando-o essencialmente e através de um laço real, ao resgate da dívida garantida.
Estes direitos reais possuem como característica fundamental a íntima conexão que possuem com as obrigações cujo cumprimento asseguram. Assim, estes dispositivos vinculam a coisa diretamente à ação do credor, para a satisfação de seu crédito, recebendo merecidamente assim, o nome de direitos reais de garantia. Além disso, diferenciam-se pelo poder de sequela, ou seja, de acompanhar a coisa em todas as suas mutações, preservando-a como garantia de execução.
Características dos três direitos reais mencionados:
— São acessórios = o valor é o principal, o bem é acessório; acessório sempre segue o principal.
— Tem preferência = por exemplo: o banco tem uma hipoteca (não você), você então é um credor quirografário, que é aquele que não possui garantia nenhuma.
— Munidos de sequela = é direito que o credor tem de executar a coisa, não importa na mão de quem esteja, por exemplo: o imóvel esta em garantia, A pode vender o imóvel que esta em hipoteca? Sim! Mas a hipoteca não desaparece, então A continua credor e deve pagar a dívida. Logo, se você for comprar um imóvel hipotecado, você tem de pagar ao vendedor e ao banco também, para acabar com a hipoteca, se não, não vale a pena.
— Indivisíveis
— Não admitem pacto comissário = significa que o credor pode ficar com o bem dado em garantia, caso não haver o pagamento do débito.
— Requerem especialização e publicidade = por exemplo: se o seu carro vale 50 mil e você for pedir empréstimo dos 50 mil ao banco, ele não irá emprestar à você todo o valor, você vai ter que deixar como garantia à ele, um carro que vale 50 mil (se você não pagar, o banco fica com o carro = penhor) e ele irá te dar como empréstimo 30 mil, no caso. Sempre será dado em empréstimo apenas 80% do valor total do bem.
— Terceiros podem dar bens em garantia = por exemplo: pai dá ao filho.
Vencimento antecipado:
Ocorre nos casos citados abaixo
— Diminuição da garantia.
— Insolvência do devedor.
— No caso do não pagamento pontual das prestações.
— Perecimento do objeto.
— Desapropriação.
Penhor:
Conceito: é um direito real de garantia que recai sobre bem móvel, mobilizável, corpóreo ou incorpóreo, do devedor ou de terceiro. É relativamente comum o penhor, às pessoas que precisam de um empréstimo de determinado valor, como por exemplo: 5 mil reais, a pessoa irá ao banco fazer uma garantia, segue à na Sessão de Penhor para avaliar o bem e se, por exemplo, foi avaliado em 1,000 e como será emprestado sempre 80% do valor avaliado, então 800,00 serão dados, no caso. Em regra, quem fica na posse do bem dado em garantia é o credor, denomina-se Execução Pignoratícia.
Diferença entre penhor e penhora:
O Penhor é, como exposto anteriormente, um instituto de direito civil, que recai sobre bens móveis, dados em garantia. Já a Penhora é um instituto de direito processual, o qual ocorre quando há uma 'constrição judicial' em determinado bem. É presente aqui o título executivo, ou seja, cobrança. Quem não paga dívida, o credor cobra. Em caso de Penhora, é vendido o bem do devedor, mas antes é preciso definir qual bem do devedor vai ser vendido, por meio da penhora.
Características da Penhora:
— É acessório.
— Confere preferência e direito de sequela ao credor = credor quirografário e pignoratício, este último tem preferência.
— Não admite pacto comissório.
— Exige especialização e publicidade.
— É indivisível.
— É contrato solene.
Posse da coisa empenhada:
— Com o credor = penhor comum e de título de crédito. Exemplo: jóia.
— Com o devedor = penhor rural, industrial, mercantil e de veículos. Aqui o registro é feito no registro de títulos de documentos.
Direitos e deveres:
Credor:
— Pode reter a coisa até ser indenizado das despesas que tiver feito.
— Promove a execução pignoratícia.
— Tem direito de ser pago preferencialmente com o valor apurado na venda.
— Pode apropriar-se dos frutos.
— Deve devolver a coisa, paga a dívida.
Devedor:
— Pode impedir o uso do bem pelo credor.
— Deve pagar o débito e receber a coisa de volta.
— Penhor legal incide sobre:
— Bens de hóspedes em hotéis, pensões e pousadas.
— Bens do locatário no imóvel locado.
Hipoteca:
Conceito: é um direito real de garantia que recai sobre bem imóvel. Navio e avião são bens são móveis, mas sobre eles também recai a hipoteca. É importante ressalvar que primeiro deve ser feito o registro da hipoteca, somente depois ela pode ser feita.
Características:
— Acessória.
— Confere preferência e direito de sequela ao credor.
— Não admite pacto comissório.
— Exige especialização e publicidade.
— É indivisível salvo na hipótese de constituição de condomínio ou loteamento.
— É contrato solene = deve constar no registro de imóveis.
— Posse fica com o devedor.
Objeto:
— Imóvel.
— Domínio direto e domínio útil.
— Estradas de ferro.
— Recursos naturais.
— Navios e aviões.
— Direito de uso em especial para fins de moradia.
— Direito real de uso.
— Propriedade superficiária.
— Alienação do imóvel hipotecado. O devedor pode alienar o imóvel, mas poderá ocorrer o vencimento antecipado do débito, se foi convencionado.
Pluralidade de hipotecas:
Caso ocorra:
— Exerce preferência o primeiro credor hipotecário e assim sucessivamente.
—Remição da hipoteca pode ser feita à (normalmente é quitando a dívida). Remissão = perdão judicial; remição = liberação do imóvel da hipoteca
— Pelo credor da segunda hipoteca.
— Pelo adquirente do imóvel hipotecado.
— Pelo devedor.
Obs: Se houver penhora sobre o bem hipotecado, o credor hipotecário tem que ser intimado.
Hipoteca legal:
Visa proteger determinadas pessoas. Depende de especialização e publicidade. É rara, pois a hipoteca legal, presente na lei, depende ainda de uma formalização com um juiz, para que ele a homologue. Exemplo: A e B são casados, tem filhos, "AB" e "BA", B morre e deixa um patrimônio. Se A decide se casar de novo, A tem de fazer um inventário, para poder se casar de novo. Mas suponhamos que A se casa sem ter feito o inventário. Nesse caso, A terá seus bens separados dos bens do falecido, e vai haver hipoteca legal sobre os bens de A, em relação aos valores que são por direito de seus filhos.
Outro exemplo: A faleceu e deixou os filhos B C e D, os quais são herdeiros de A, que deixou como patrimônio uma casa. Cada um deles tem 1/3 dela. B foi bem sucedido em sua vida, então decide ficar com a casa e dar em dinheiro o valor para os irmãos. E se por acaso ele não pagar? O que garante o pagamento? O que garante irá garantir será a hipoteca legal que C e D tem sobre o imóvel.
Obs: Todo direito real tem de ser firmado e levado à registro.
Anticrese:
Conceito: é um direito real de garantia sobre coisa alheia. Aqui ocorre a transferência da posse e da fruição do imóvel do devedor em face do credor, que por sua vez colhe seus frutos abatendo o valor destes na dívida que possui contra o devedor. Em outras palavras, pode-se dizer que o credor retém a posse do bem e retira dos frutos deste o valor necessário para a quitação de seu crédito.
O bem dado em Anticrese pode ser hipotecado, no entanto, sãoraras às vezes em que o credor aceita a Hipoteca de bem já gravado por Anticrese. Além disso, traz ao credor a dificuldade de ter, ele mesmo, que colher os frutos para a satisfação do seu crédito.
Como já descrito anteriormente, a Anticrese possui os efeitos da sequela (buscar a coisa de quem injustamente a possua ou a detenha) e também da aderência, desde que registrada.
Características:
—É um direito real, de garantia = qualquer alteração na propriedade não altera os direitos creditórios em relação ao credor anticrético. Pois o credor anticrético, tem direito a se opor ao adquirente do imóvel dado em garantia, tendo ação real e direito de sequela, acompanhando sua garantia por transmissão inter vivos ou causa mortis, após constituída e registrada. Além disso, o credor anticrético pode opor embargos de terceiro para impugnar penhora dos frutos da coisa gravada, uma vez que estas, não podem ser penhorados, preservando a sua indivisibilidade.
—É necessário capacidade das partes = tanto do credor anticresista, como do devedor anticrético, isto porque, um dos requisitos previstos na lei, o devedor anticrético ou o terceiro devem ser proprietários do bem onerado, podendo o credor anticrético buscar das mãos do adquirente este bem, para lhe retirar os frutos.
Obs: O credor anticrético poderá ser ao mesmo tempo, credor anticrético, também, credor hipotecário, exatamente o que se extrai do art. 506, § 2º, do CC, “Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá ser hipotecado pelo devedor ao credor anticrético”, sendo possível ainda, constituir anticrese de imóvel hipotecado.
—O direito de preferência = não é concedido ao anticresista, no pagamento do crédito com a importância obtida na excussão do bem onerado. “Se executar os bens por falta de pagamento da dívida, ou permitir que outro credor o execute, sem opor o seu direito de retenção ao exequente, não terá preferência sobre o preço.” (CC, art. 509, § 1º), tendo apenas direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga, pelo prazo de 15 anos.
—Requer a escritura pública = registro no Cartório Imobiliário.
— Requer a tradição do objeto = a qual seja, (imóvel), para que se concretize o negócio, isto porque sem a posse direta do credor anticrético, impossível será o cumprimento do objetivo contratual.
Breve conclusão:
O Penhor recai sobre bens móveis; Nele há a transferência do bem ao credor, exceto nos casos de Penhor rural, industrial, mercantil e de veículo. A Hipoteca recai sobre bens imóveis; Nela não há transferência do bem ao credor. Já a Anticrese diz respeito à bens imóveis; Há transferência do bem ao credor, podendo retirar da coisa os frutos para pagamento da dívida.

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