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1Tuctor STJ Rogério Paiva

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TUCTORJURIS
Jurisprudência dos Tribunais 
Superiores Sintetizada
e Sistematizada - 2010
Superior Tribunal de Justiça
http://novo.tuctor.com/
Reunião Organizada de Textos Publicados
no Blog do Prof. Rogério Neiva
NNovo
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Cara leitora, caro leitor, 
 
Este trabalho consiste numa modesta e tímida 
tentativa de colaborar com o seu processo de preparação 
para o concurso público. 
 
Trata-se da reunião de forma ordenada e sistematizada dos textos que abordam a síntese 
da jurisprudência dos Tribunais Superiores, publicados no Blog ao longo do ano de 2010, 
organizados por matérias e temas. A importância do estudo do presente conteúdo 
decorre da efetiva possibilidade de que seja objeto de cobrança em provas de 
concursos públicos, sendo também relevante para facilitar a fixação e compreensão de 
conceitos jurídicos, bem como da legislação constitucional e infraconstitucional. 
 
Venho produzindo os mencionados textos periodicamente, conforme as publicações dos 
informativos do STF e STJ, bem como das notícias do TST. Esta produção intelectual 
conta com uma técnica própria e específica que desenvolvi, exatamente para facilitar 
a compreensão, de forma pragmática e didática. A referida técnica envolve a extração 
dos seguintes elementos, em relação às decisões constantes nos informativos e eleitas 
como relevantes: Tema, Extrato da Tese e Síntese da Fundamentação. 
 
Muitas vezes a compreensão dos referidos elementos, constantes num precedente 
jurisprudencialmente importante, na forma veiculada nos acórdãos ou textos dos 
informativos, impõe razoável custo cognitivo e de tempo. 
 
Com o formato de texto adotado, observando a mencionada técnica própria que desenvolvi, 
busca-se minimizar os mencionados custos, facilitando a compreensão de maneira mais 
ágil. 
 
Esclareço ainda que se trata de um trabalho individual e solitário, de caráter não 
profissional e não comercial, impulsionado pela necessidade de constante atualização, 
bem como pela intenção colaborativa, o que implica em duplo benefício. 
 
Espero que este material alcance o objetivo de contribuição com seu processo de 
preparação para o concurso público. 
 
Agradeço à Dra Tânia Faga, responsável por relevante e obrigatória obra para o estudo da 
jurisprudência, que proporcionou grande colaboração na organização deste PDF. 
 
Boa leitura e bons estudos! 
 
Rogério Neiva 
Tuctorjuris
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ÍNDICE: 
 
1 - DIREITO ADMINISTRATIVO.................................... 01 
 
2 - DIREITO TRIBUTÁRIO............................................... 09 
 
3 - DIREITO AMBIENTAL................................................ 15 
 
4 - DIREITO DO CONSUMIDOR..................................... 16 
 
5 - DIREITO CIVIL.............................................................. 20 
 
6 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL................................. 29 
 
7 - DIREITO PENAL........................................................... 38 
 
8 - DIREITO PROCESSO PENAL.................................... 40 
 
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01
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1- DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1.1 Responsabilidade Administrativa : 
 
Tema: PAD. NULIDADES. CONFIGURAÇÃO 
Tese não há nulidade de processo administrativo disciplinar (PAD) em função 
da utilização de prova emprestada obtida em ação penal em curso. 
Fundamentação: (1) considerou-se que o STF admite a migração da prova 
criminal excepcional para procedimentos cíveis (art. 5º, X e XII, da CF/1988); 
(2) a jurisprudência tem entendido que no PAD as nulidades somente deverão 
ser reconhecidas quando houver prejuízo à defesa do acusado (princípio “pas 
de nullité sans grief”). 
Órgão: 3ª Seção 
Relator : Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho 
Processo: MS 14.405-DF 
 
Tema: PENA DE DEMISSÃO DE SERVIDOR. ATO DE IMPROBIDADE. 
PRESCRIÇÃO 
Tese: o prazo prescricional da pretensão punitiva da Administração Federal 
começa a ser contado da data em que se torna conhecido o fato desabonador, 
mas a instauração do processo administrativo disciplinar (PAD), mediante a 
publicação da respectiva portaria, interrompe a prescrição, sendo que 
contagem desta volta a correr por inteiro após transcorridos 140 dias, prazo 
máximo para a conclusão do PAD. 
Fundamentação: a Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) não 
revogou os dispositivos da Lei n. 8.112/1990, tendo apenas definido atos de 
improbidade administrativa e lhes cominando penas, permanecendo incólume a 
independência entre as esferas penal, civil e administrativa; (2) diante da 
referida independência, a Administração pode impor pena de demissão ao 
servidor nos casos de improbidade administrativa. 
Órgão: 2ª Seção 
Relator : Min. Og Fernandes 
Processo: MS 12.735 
 
Tema: PAD. INSTAURAÇÃO POR INVESTIGADOS E TESTEMUNHA SEM 
COMPROMISSO 
Tese é nulo resultado do processo administrativo disciplinar (PAD) que resulta 
na punição do servidor público, tendo sido instaurado por um dos investigados 
ou contando com testemunha também investigada, ouvida sem prestar 
compromisso de dizer a verdade. 
Fundamentação: entendeu-se que o referido cenário configura ofensa aos 
princípios da impessoalidade, previsto no caput do art. 37, Constituição 
Federal, e da imparcialidade, previsto no art. 18 da Lei n. 9.784/1999, a qual 
trata do processo administrativo. 
Órgão: 3ª Seção 
Relator : Min. Napoleão Nunes Maia Filho 
Processo: MS 14.233-DF 
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02
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Tema: EXECUÇÃO DE MULTA DE TCE. LEGITIMIDADE 
Tese subsiste legitimidade para o Estado propor execução de multa imposta 
por Tribunal de Contas estadual (TCE). 
Fundamentação: partindo da distinção entre a multa por ressarcimento e a 
multa punitiva em matéria administrativa, no referido caso, a sanção imposta 
não se refere a ressarcimento, e sim a uma multa eminentemente punitiva, 
comportando, portanto a promoção de execução. 
Órgão: Segunda Turma 
Relator : Min. Mauro Campbell Marques 
Processo: AgRg no REsp 1.181.122-RS 
 
Tema: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELEMENTO SUBJETIVO. 
CONFIGURAÇÃO 
Tese no caso de contratação de servidores sem o devido concurso público, 
ausente o dano ao patrimônio e o enriquecimento ilícito dos agentes públicos 
acusados, configura desproporcionalidade a imposição de sanção 
correspondente à suspensão dos direitos políticos juntamente com o 
pagamento de multa. 
Fundamentação: para a configuração da improbidade administrativa a 
existência de má-fé consiste em premissa do ato ilegal e ímprobo, ou seja, a 
ilegalidade só adquire o status de improbidade quando a conduta antijurídica 
ferir os princípios constitucionais da Administração Pública e se somar à má 
intenção do administrador. Assim, a improbidade administrativa consiste em 
imoralidade qualificada pelo dano ao erário e correspondente vantagem ao 
ímprobo ou a outrem. Assim, não cabe a análise do ilícito apenas pelo ângulo 
objetivo, ignorando o aspecto subjetivo da conduta praticada pelo agente 
público. 
Órgão: Primeira Turma 
Relator: Min Luiz Fux 
Processo: REsp 909.446-RN 
 
Tema: AÇÃO DE IMPROBIDADE. DECISÃO DELIBATÓRIA. CABIMENTO 
Tese: somente é devida a notificação prévia e decisão delibatória sobre o 
recebimento da petição inicial, enquanto atos processuais obrigatórios, nas 
ações de improbidade administrativa que sustentem a prática de ilícitos 
administrativos típicos, assim previstos na Lei n. 8.429/1992 (Lei de 
Improbidade Administrativa). 
Fundamentação: o referido procedimento, previsto no art. 17, §7º,somente é 
aplicável nas ações de improbidade administrativa típicas, vez que estas não 
se confundem com a simples ação de ressarcimento de danos ao erário, a qual 
não contém pedido de aplicação ao infrator de sanções de natureza político-
civis, com caráter punitivo, havendo, portanto, apenas o pedido de anulação de 
atos danosos e ressarcimento desses danos. 
Órgão: Primeira Seção 
Relator: Min Teori Albino Zavascki 
Processo: REsp 1.163.643-SP 
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03
Tuctorjuris
Tema: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. TIPIFICAÇÃO DA AÇÃO 
Tese: na ação civil pública por ato de improbidade administrativa o Juiz não 
fica limitado aos pedidos formulados pelo autor, podendo impor condenações 
com base em outras tipificações. 
Fundamentação: segundo a jurisprudência, basta que o autor faça uma 
descrição genérica dos fatos e imputação dos réus, sem necessidade de 
descrever, em minúcias, os comportamentos e as sanções devidas de cada 
agente. 
Órgão: STJ – Segunda Turma 
Relator: Min. Eliana Calmon 
Processo: REsp 1.134.461-SP 
 
Tema: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. RESPONSABILIDADE DE 
PARTICULARES 
Tese: o particular ou empresa beneficiários do ilícito administrativo não devem 
figurar no pólo passivo de ação civil pública (ACP) por improbidade 
administrativa. 
Fundamentação: (1) a lei de improbidade (Lei n. 8.429/1992) não impõe a 
formação de litisconsórcio; (2) a responsabilização do agente público, 
decorrente dos deveres inerentes à sua função pública, não se confunde com a 
responsabilidade do particular beneficiário do ilícito administrativo. 
Órgão: STJ – 2ª Turma 
Relator: Min. Herman Benjamin 
Processo: REsp 896.044-PA 
 
Tema: PENA DE DEMISSÃO. ATO DE IMPROBIDADE. PRESCRIÇÃO 
Tese o prazo prescricional da pretensão punitiva da Administração Federal 
começa a ser contado da data em que se torna conhecido o fato desabonador, 
mas a instauração do processo administrativo disciplinar (PAD), mediante a 
publicação da respectiva portaria, interrompe a prescrição, sendo que 
contagem desta volta a correr por inteiro após transcorridos 140 dias, prazo 
máximo para a conclusão do PAD. 
Fundamentação: a Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) não 
revogou os dispositivos da Lei n. 8.112/1990, tendo apenas definido atos de 
improbidade administrativa e lhes cominando penas, permanecendo incólume a 
independência entre as esferas penal, civil e administrativa; (2) diante da 
referida independência, a Administração pode impor pena de demissão ao 
servidor nos casos de improbidade administrativa. 
Órgão: 2ª Seção 
Relator: Min. Og Fernandes 
Processo: MS 12.735 
 
Tema: LEGITIMIDADE DO MP. EXECUÇÃO DE CONDENAÇÃO AO 
RESSARCIMENTO DO ERÁRIO 
Tese: o Ministério Público tem não apenas legitimidade para ajuizar ação civil 
pública voltada ao ressarcimento do erário, na forma da Súmula 329, mas 
também é co-legitimado para propor a execução, não sendo esta exclusiva da 
Advocacia Pública, mormente diante da inércia de tal instituição. 
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04
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Fundamentação: entendeu-se que não há como admitir a outorga de 
atribuições e competências institucionais, desacompanhada de mecanismos 
voltados ao alcance efetivo de seus objetivos, sob pena de inviabilizar o papel 
reconhecido, principalmente em se tratando da defesa do patrimônio público.. 
Órgão: Segunda Turma 
Relator: Min Castro Meira 
Processo: REsp 1.162.074-MG 
 
1.2 Servidor Público 
 
Tema: TETO REMUNERATÓRIO. TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL 
Tese o teto remuneratório dos servidores dos Tribunais de Contas Estaduais 
tem como parâmetro mais apropriado para a sua definição o Poder Judiciário. 
FUNDAMENTOS: (1) segundo a jurisprudência do STF, com base no art. 44 da 
CF/1988, o TCU atua paralelamente ao Congresso, mas sem compor o referido 
órgão; (2) o § 3º do art. 73 da CF prevê expressamente que os ministros do 
TCU têm as mesmas prerrogativas dos ministros do STJ, sendo que no art. 75, 
determina que as normas estabelecidas para o TCU aplicam-se no nível 
estadual; (3) observância do princípio da simetria, que envolve a repetição aos 
Estados da Federação de preceitos estabelecidos para a União. 
Órgão: 5ª Turma 
Relator: Min Felix Fischer 
Processo: RMS 30.878-CE 
 
Tema: APOSENTADORIA INTEGRAL. DOENÇA GRAVE. ROL 
EXEMPLIFICATIVO 
Tese Cabe a conversão em aposentadoria por invalidez com proventos 
integrais, no caso de doença incurável, mesmo que esta não esteja 
especificada no rol do art. 186, I, § 1º, da Lei n. 8.112/1990. 
Fundamentação: Apesar do reconhecimento de precedentes da Corte em 
sentido diverso, considerou-se, por um lado, que o art. 40, I, da CF prevê a 
doença grave ou incurável como causa de aposentadoria por invalidez com 
proventos integrais, sendo que, por outro, o rol de doenças previsto na Lei n. 
8.112/1990 deveria ser considerado apenas exemplificativo. Considerou-se 
ainda como fundamento o princípio da isonomia. 
Órgão: 5ª Turma 
Processo: REsp 942.530-RS 
 
Tema: PENSÃO POR MORTE. ANTERIOR APOSENTADORIA DO 
FALECIDO. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO 
Tese para a definição do benefício correspondente à pensão por morte, se 
falecido o servidor na vigência da EC n. 41/2003 e da Lei n. 10.887/2004, 
mesmo aposentado antes das referidas inovações normativas, a pensão devida 
ao cônjuge supérstite está sujeito aos novos regramentos. 
Fundamentação: (1) conforme o princípio “tempus regit actum”, a lei que 
disciplina a concessão de benefício previdenciário é a que vige quando se 
implementam os requisitos necessários para sua obtenção (Súm. n. 340-STJ), 
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05
Tuctorjuris
ocorrendo o mesmo com a pensão por morte de servidor público; (2) o 
falecimento do servidor é o requisito necessário à obtenção do referido 
benefício, sendo que a data de implemento desse requisito não pode ser 
confundida com a data de sua aposentadoria; (3) antes do falecimento, há 
apenas expectativa de direito, e não direito subjetivo desde logo exigível 
(direito adquirido), hipótese em que se permite a incidência de novel legislação 
se alteradas as normas que regem esse benefício (Súm. n. 359-STF). 
Órgão: Corte Especial 
Relator : Min. Teori Albino Zavascki 
Processo: MS 14.743-DF 
 
1.3 Poder de polícia- Limitações à Propriedade 
 
Tema: LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS PRÉ-EXISTENTES À AQUISIÇÃO 
DO IMÓVEL. INDENIZAÇÃO. NÃO CABIMENTO 
Tese é indevida indenização em favor de proprietários de imóvel atingido por 
ato administrativo, salvo se comprovada limitação mais extensa que as já 
existentes na ocasião de aquisição do imóvel. 
Fundamentação: as limitações administrativas preexistentes à aquisição do 
imóvel não geram indenização pelo esvaziamento do direito de propriedade, 
principalmente quando o gravame narrativo é antecedente à alienação e à 
ciência do adquirente. 
Órgão: 1ª Turma 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.168.632-SP 
 
Tema: CESSÃO DE IMÓIVEL PRECÁRIA E IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA 
Tese não configura improbidade administrativa o ato que permite o uso de 
imóvel público a título precário, sem previsão legal que autorize, caso o imóvel 
seja destinado a abrigar, sob a orientação de servidora municipal em trabalho 
voluntário, crianças sujeitas a abusos e maus-tratos, durante a noite e fins de 
semana. 
Fundamentação: (1) a situação mencionada na tese não viola os art. 10 e 11 
da Lei n. 8.429/1992, pois não há dano ao erário ou atentado a princípios 
administrativos; (2) o ato foi praticado com o intuito de assegurar direito 
fundamental, absoluto e prioritário de as crianças e adolescentes obterem 
proteção especial, conforme apregoado no art. 227 da CF/1988, sendoque a 
eventual ilegalidade na formalização do ato é insuficiente para caracterizar a 
improbidade administrativa, vez que não há imoralidade, desídia, desvio ético 
ou desonestidade na conduta do agente público. 
Órgão: Segunda Turma 
Relator : Min. Herman Benjamin 
Processo: REsp 1.129.277-RS 
 
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06
Tuctorjuris
Tema: DESAPROPRIAÇÃO. REFORMA AGRÁRIA. CÁLCULO DE 
INDENIZAÇÃO. ÁREA NÃO APROVEITÁVEL 
Tese na desapropriação para fins de reforma agrária, a área não aproveitável 
integra o cálculo (módulo fiscal) em que se define a classificação da 
propriedade rural como pequena, média ou grande. 
Fundamentação: (1) o Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/1964) conceituou 
módulo rural como unidade de medida familiar, posteriormente alterado pela 
Lei n. 6.746/1979, que alterou disposições desse estatuto, criando o conceito 
de módulo fiscal, estabelecendo um critério técnico destinado a aferir a área do 
imóvel rural para cálculo de imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), 
sendo que, por outro lado, a Lei n. 8.629/1993, ao regulamentar o art. 185 da 
CF/1988, optou pelo uso do módulo fiscal, mais afeiçoado ao direito tributário 
que ao agrário, para estabelecer a classificação de pequeno, médio e grande 
pela extensão da área do imóvel rural, mas deixou de explicar a forma de sua 
aferição; (2) assim, a classificação da propriedade rural como pequena, média 
ou grande deve ser aferida pelo número de módulos fiscais obtidos, dividindo-
se a área aproveitável do imóvel rural pelo módulo fiscal do município, de modo 
que é imprópria a idéia de tripartir o cálculo do tamanho da propriedade, 
diferenciando-o de acordo com o fim almejado, seja para efeito de 
indivisibilidade seja para efeito de desapropriação para reforma agrária ou, 
ainda, para cálculo do ITR. 
Órgão: 2ª Turma 
Relator : Rel. Min. Humberto Martins 
Processo: REsp 1.161.624-GO 
 
Tema: MULTA ADMINISTRATIVA. DANO AMBIENTAL. PRESCRIÇÃO 
Tese o prazo prescricional para a cobrança de multa administrativa por infração 
à Lei Federal n. 9.873/1999, no âmbito da execução fiscal ajuizada pelo Ibama, 
voltada à cobrança de débito inscrito em dívida ativa, corresponde a cinco 
anos. Tal prazo envolve lapso para que, no exercício do poder de polícia, a 
Administração Pública Federal (direta ou indireta) apure o cometimento da 
infração à legislação do meio ambiente, sendo contado da data da prática do 
ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que houver 
cessado a infração. 
Fundamentação: entendeu-se aplicável analogicamente o art. 1º do Dec. n. 
20.910/1932, bem como adotou-se o entendimento de que a jurisprudência já 
consolidou no sentido de que, por se tratar de multa administrativa, não é 
aplicável a regra geral de prescrição do Código Civil. 
Órgão: Primeira Seção 
Relator: Min Castro Meira 
Processo: REsp 1.115.078-RS 
 
Tema: LIMITES DE ATUAÇÃO DOS CONSELHOS PROFISSIONAIS E 
LIBERDADE DE TRABALHO 
Tese É indevida considerar inserida no conceito de educação física, para fins 
de submissão a conselho profissional, as atividades desvinculadas da 
educação do corpo especificamente, tais como artes marciais e dança, sendo 
ilegítmo ato do Conselho Federal de Educação Física (Confef) no sentido da 
referida regulação. 
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Tuctorjuris
Fundamentação: Considerou-se como fundamento a regra do livre exercício 
profissional, prevista no art. 5o, XIII, da CF/1988. 
Órgão: 2ª Turma 
Processo: REsp 1.170.165-RJ 
 
1.4 Serviços Públicos e Responsabilidade Civil do Estado 
 
Tema: DOENÇA CRÔNICA. MEDICAMENTO NÃO PREVISTO PELO MS 
Tese O portador de doença crônica tem direito líquido e certo à obtenção junto 
ao Estado, gratuitamente, de medicamentos de alto custo, ainda que não 
atendam requisitos previstos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do 
Ministério da Saúde. 
Fundamentação: (1) a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, 
conforme estabelece o art. 196 da CF/88, sendo que na aplicação das normas 
constitucionais, a exegese deve partir dos princípios fundamentais para os 
setoriais, merecendo destaque a proteção à dignidade humana, valor influente 
sobre todas as demais questões; (2) o Estado deverá propiciar aos 
necessitados não qualquer tratamento, mas o tratamento mais adequado e 
eficaz, capaz de ofertar ao enfermo maior dignidade e menor sofrimento, de 
modo que nas situações limítrofes, nas quais há risco para a saúde humana e 
uma alegada ineficiência do medicamento, a resposta judicial não pode deixar 
a vida humana ao desabrigo, devendo prevalecer a valorização da dignidade 
da vida humana; (3) embora a Portaria n. 863/2002 do Ministério da Saúde 
trace critérios objetivos para o fornecimento gratuito de medicamentos, este ato 
não pode se sobrepor ao direito constitucional à saúde. 
Órgão: Primeira Turma 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: RMS 24.197-PR 
 
Tema: TEORIA DA RESERVA DO POSSÍVEL. LIMITES E DEFINIÇÃO 
Tese o acolhimento da teoria da reserva do possível – segundo a qual a 
efetivação de direitos sociais, de caráter positivos e prestacionistas, depende 
das condições orçamentárias do poder público, pressupõe a demonstração de 
real insuficiência de recursos, não sendo admitido que a referida tese seja 
utilizada como uma desculpa genérica para a omissão estatal no campo da 
efetivação dos direitos fundamentais, principalmente os de cunho social. 
Fundamentação: (1) a reserva do possível não pode ser oposta à efetivação 
dos direitos fundamentais, já que não cabe ao administrador público preteri-la, 
pois não se trata de opção do governante, não sendo resultado de juízo 
discricionário, nem pode ser encarada como tema que depende unicamente da 
vontade política; (2) aqueles direitos que estão intimamente ligados à dignidade 
humana não podem ser limitados em razão da escassez, quando ela é fruto 
das escolhas do administrador; (3) a referida teoria não pode ser oponível à 
realização do mínimo existencial. 
Órgão: 2ª Turma 
Relator: Min Humberto Martins 
Processo: REsp 1.185.474-SC 
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Tema: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. INCÊNDIO EM SHOW. 
MORTE 
Tese havendo incêndio em estabelecimento destinado a shows, o qual 
ocasiona a morte dos presentes, a responsabilidade civil do Estado é de 
natureza subjetiva. 
Fundamentação: (1) diante da alegação de falta de fiscalização efetiva por 
parte do ente estatal, por não ter obstado a realização do evento sem as 
devidas medidas preventivas, tratando-se de conduta omissiva do Estado, a 
responsabilidade é subjetiva, devendo ser discutida a culpa estatal; (2) é 
imprescindível comprovar a inércia na prestação do serviço público, bem como 
demonstrar o mau funcionamento do serviço, para que seja configurada tal 
responsabilidade. 
Órgão: 1ª Turma 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.040.895-MG 
 
1.5 Licitações e Contratos: 
 
Tema: LEGALIGALIDADE DE EDITAL DE LICITAÇÃO EXCLUDENTE 
Tese: no edital de licitação, voltado à contratação para fornecimento de mão de 
obra à Administração Pública, não há ilegalidade na exclusão de entidade 
cooperativa. 
Fundamentação: Entendeu-se que, considerando os rigores da legislação 
trabalhista e previdenciária, a referida exclusão é compatível com a 
preservação do interesse público primário e secundário. 
Órgão: 2ª Turma 
Relator : Min. Eliana Calmaon 
Processo: REsp 1.141.763-RS 
 
 
Tema: MULTA EM CONTRATO ADMINISTRATIVO E MANDADO DE 
SEGURANÇA 
Tese: não cabe mandado de segurança para atacar decisão queimpõe multa 
no âmbito de contratação administrativa, mesmo tendo sido o contrato 
precedido de procedimento licitatório, pois não se trata de ato de autoridade, 
mas ato de gestão (art. 1º, §2º da Lei 12.016/2009). 
Fundamentação: Entendeu-se ainda que a referida matéria exige dilação 
probatória, o que também inviabiliza o mandado de segurança. 
Órgão: 1ª Turma 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.078.342-PR 
 
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2- DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
2.1 Processo Tributário e Execução Fiscal 
 
Tema: EXECUÇÃO FISCAL HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ADESÃO. 
PARCELAMENTO 
Tese Descabe a condenação em honorários advocatícios nos casos de 
desistência de embargos à execução fiscal de créditos da Fazenda Nacional, 
determinada pela adesão do contribuinte a programa de parcelamento fiscal. 
Fundamentação: Os honorários já estão incluídos no débito consolidado, por 
força do encargo de 20% determinado pelo art. 1º do DL n. 1.025/1969, que os 
abrange (art. 3º da Lei n. 7.711/1988). 
Órgão: Primeira Seção 
Relator : Rel. Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.143.320-RS 
 
Tema: CESSÃO DE PRECATÓRIOS E COMPENSAÇÃO DE DÉBITO 
TRIBUTÁRIO 
Tese: não cabe a compensação do crédito fiscal com o título de crédito de 
precatório, adquirido pelo devedor perante terceiros. 
Fundamentação: a penhora de crédito transforma-se em pagamento apenas 
de dois modos: pela sub-rogação ou alienação em hasta pública (art. 673 do 
CPC), sendo que nessa última modalidade é indispensável a avaliação, não 
cabendo a aquisição em hasta pública de crédito de precatório por seu valor 
nominal, em troca de futuro recebimento da mesma quantia em data incerta. 
Ademais, no caso, o executado não é o credor original do precatório, tendo se 
tornado titular do referido crédito por escritura de cessão e obtenção de 
deságio. 
Órgão: Primeira Turma 
Relator : Min. Teori Albino Zavascki 
Processo: REsp 1.059.881-RS 
 
Tema: RESPONSABILIDADE DE SÓCIOS. SEGURIDADE SOCIAL 
Tese: os sócios de sociedades empresárias por cotas de responsabilidade 
limitada não respondem pessoalmente pelos débitos da sociedade junto à 
seguridade social. 
Fundamentação: entendimento firmado pelo STF, em decisão na qual foi 
declarada a inconstitucionalidade do art. 13 da Lei n. 8.620/1993, 
posteriormente revogado pelo art. 79, VII, da Lei 11.941/2009. 
Órgão: STJ – 1ª SEÇÃO 
Relator : Min. Teori Albino Zavascki 
Processo: REsp 1.153.119-MG 
 
Tema: EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. LANÇAMENTO. 
HOMOLOGAÇÃO. 
Tese: O prazo prescricional quinquenal para o Fisco exercer a pretensão da 
cobrança judicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como 
vencimento da obrigação tributária declarada, nos casos de tributos sujeitos a 
lançamento por homologação, em que o contribuinte cumpriu o dever 
instrumental 
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de declarar a exação mediante declaração de débitos e créditos tributários 
federais (DCTF) ou guia de informação de apuração do ICMS (GIA), entre 
outros, mas não adimpliu a obrigação principal, de pagamento antecipado, nem 
sobreveio qualquer causa interruptiva da prescrição ou impeditiva da 
exigibilidade do crédito. 
Fundamentação: Segundo o art. 219, § 1º, do CPC, a interrupção da 
prescrição pela citação retroage à propositura da ação, o que, após as 
alterações promovidas pela LC n. 118/2005, justifica, no Direito Tributário, 
interpretar que o marco interruptivo da prolação do despacho que ordena a 
citação do executado retroage à data do ajuizamento da ação executiva, que 
deve respeitar o prazo prescricional. Dessa forma, a propositura da ação é o 
termo final do prazo prescricional e o termo inicial de sua recontagem (sujeita 
às causas interruptivas do art. 174, parágrafo único, do CTN). 
Órgão: Primeira Seção 
Relator : Rel. Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.120.295-SP 
 
Tema: CRÉDITO TRIBUTÁRIO POR RECOLHIMENTO INDEVIDO E 
EFEITOS: 
Tese: a sentença que declara crédito tributário em favor do contribuinte, 
decorrente recolhimento indevido, conta com juízo de certeza e exigibilidade, 
autorizando tanto a compensação tributária, quanto o recebimento por meio de 
precatório ou requisição de pequeno valor. 
Órgão: 1ª Turma 
Relator : Min. Teori Albino Zavascki 
Processo: REsp 1.120.295-SP 
 
 
2.2 Obrigação e Responsabilidade Tributária 
 
 
Tema: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. MULTAS. SUCESSÃO 
Tese: a responsabilidade tributária da empresa sucessora abrange, além dos 
tributos devidos pela empresa sucedida, as multas moratórias ou punitivas, 
representativas de dívida de valor e acompanhando o passivo do patrimônio 
adquirido pela empresa sucessora, desde que o fato gerador tenha ocorrido até 
a data da sucessão. 
Fundamentação: (1) segundo dispõe o art. 113, § 3º, do CTN, o 
descumprimento de obrigação acessória faz surgir, imediatamente, nova 
obrigação consistente no pagamento da multa tributária; (2) a responsabilidade 
da sucessora abrange, nos termos do art. 129 do CTN, os créditos 
definitivamente constituídos, em curso de constituição ou constituídos 
posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias 
surgidas até a data da sucessão. 
Órgão: 1ª Seção 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 923.012-MG 
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Tema: TAXA. CONFIGURAÇÃO DE NOTIFICAÇÃO 
Tese: O envio ao endereço do contribuinte da guia de cobrança (carnê) da taxa 
de licença para funcionamento configura notificação presumida do lançamento 
do tributo, que pode ser elidida pelo contribuinte, a quem cabe a prova de que 
não recebeu a guia. 
Fundamentação: Aplica-se, por analogia, o entendimento da Primeira Seção 
firmado em recurso repetitivo referente ao ônus da prova do recebimento do 
carnê de IPTU (Súm. n. 397-STJ). 
Órgão: Primeira Seção 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.114.780-SC 
 
 
Tema: OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL 
INEXISTENTE 
Tese: o ente federado competente pode autuar o contribuinte pelo 
descumprimento de obrigação acessória, correspondente à exigência de nota 
fiscal para deslocamento de bens integrantes do ativo imobilizado e de uso e 
consumo entre estabelecimentos da mesma instituição financeira, o que, em 
tese, não caracteriza hipótese de incidência do ICMS (Súm. n. 166-STJ), sendo 
a obrigação acessória autônoma e podendo ser instituída pelo ente legislador 
no interesse da arrecadação ou da fiscalização tributária, mesmo inexistindo a 
obrigação principal. 
Fundamentação: previsão do art. 113, § 2º do Código Tributário Nacional. 
Órgão: STJ – 1ª SEÇÃO 
Relator: Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.116.792-PB 
 
 
Tema: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. MULTAS. SUCESSÃO 
Tese a responsabilidade tributária da empresa sucessora abrange, além dos 
tributos devidos pela empresa sucedida, as multas moratórias ou punitivas, 
representativas de dívida de valor e acompanhando o passivo do patrimônio 
adquirido pela empresa sucessora, desde que o fato gerador tenha ocorrido até 
a data da sucessão. 
Fundamentação: (1) segundo dispõe o art. 113, § 3º, do CTN, o 
descumprimento de obrigação acessória faz surgir, imediatamente, nova 
obrigação consistente no pagamento da multa tributária; (2) a responsabilidade 
da sucessora abrange, nos termos do art. 129 do CTN, os créditos 
definitivamente constituídos, em curso de constituição ou constituídos 
posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias 
surgidas até a data da sucessão. 
Órgão: 1ª Seção 
Relator: Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 923.012-MG 
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Tema: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RETENÇÃO.
RESPONSABILIDADE 
Tese a responsabilidade pelo recolhimento da contribuição previdenciária 
retida na fonte incidente sobre a mão de obra utilizada na prestação de 
serviços contratados é exclusiva do tomador do serviço, inexistindo 
responsabilidade supletiva da empresa cedente. 
Fundamentação: previsão do art. 33, § 5º, da Lei n. 8.212/1991. 
Órgão: STJ – 1ª SEÇÃO 
Relator : Min. Teori Albino Zavascki 
Processo: REsp 1.131.047-MA 
 
 
 
2.3 Administração Tributária: 
 
 
Tema: CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO TRIBUTÁRIO. RECUSA. 
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
Tese Cabe a recusa em fornecer certidão negativa de débito (CND) por 
descumprimento da a obrigação acessória de entregar a guia de recolhimento 
do FGTS e informações à Previdência Social (GFIP). 
Fundamentação: Previsão do art. 32, IV e § 10, da Lei n. 8.212/1991 (na 
redação que lhe deu a Lei n. 9.528/1997), sendo que afastar a referida lei 
violaria a Súmula Vinculante n. 10 do STF (cláusula de reserva de planário). 
Órgão: Primeira Seção 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.042.585-RJ 
 
 
Tema: RECURSO REPETITIVO. EXCLUSÃO DO SIMPLES. CAUSA 
IMPEDITIVA. RETROATIVIDADE. 
Tese no caso de exclusão de sociedade empresária do Sistema Integrado de 
Pagamento de Impostos e Contribuições das Micro e Pequenas Empresas 
(Simples), na circunstância que a lei prevê como impeditiva ao ingresso ou 
permanência nesse sistema (art. 9º, III a XIV e XVII a XIX, da Lei n. 
9.317/1996), os seus efeitos serão produzidos a partir do mês seguinte à data 
de ocorrência da situação excludente. 
Fundamentação: ocorrendo uma das circunstâncias impeditivas de ingresso 
ou de permanência no sistema, a pessoa jurídica sabedora do impedimento 
deve comunicar sua exclusão do regime. Porém, se não o fizer, é dado ao 
Fisco o direito de proceder à sua exclusão de ofício, no momento em que 
detectar a ocorrência da situação excludente, sendo que tal ato é meramente 
declaratório e permite a retroatividade de seus efeitos à data da ocorrência da 
situação que originou a exclusão. 
Órgão: Primeira Seção 
Relator : Min. Benedito Gonçalves 
Processo: REsp 1.124.507-MG 
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Tema: DEMANDA JUDICIAL E REGISTRO NO CADIN 
Tese a mera existência de demanda judicial não autoriza, por si só, a 
suspensão do registro do devedor no Cadin. 
FUNDAMENTO: entendeu-se que a exigência do art. 7º da Lei n. 10.522/2002 
condiciona a referida eficácia suspensiva a dois requisitos comprováveis pelo 
devedor: (1) que ele tenha ajuizado ação com o objetivo de discutir a natureza 
da obrigação ou seu valor, com o oferecimento de garantia idônea e suficiente 
ao juízo, na forma da lei; (2) suspensão da exigibilidade do crédito objeto do 
registro nos termos da lei. 
Órgão: Primeira Seção 
Relator: Min Luiz Fux 
Processo: REsp 1.137.497-CE 
 
2.4 Imposto de Renda 
 
Tema: DEPÓSITOS JUDICIAIS. DEDUÇÃO DA BASE DO IR. NÃO 
CABIMENTO. Tese os depósitos judiciais não podem ser considerados 
despesas dedutíveis do lucro real apurado para fins de Imposto de Renda. 
Fundamentação: os arts. 7º e 8º da Lei n. 8.541/1992– que impedem a 
dedução de provisões designadas para pagamento de impostos e contribuições 
como despesas, para fins de apuração do lucro real e do imposto de renda (IR) 
devido – compatibilizam-se com o ordenamento jurídico de regência, devendo 
ser aplicada a mesma lógica aos depósitos judiciais. 
Órgão: 1a Seção 
Relator : Min. Eliana Calmon 
Processo: REsp 1.168.038-SP 
 
Tema: DANO MORAL E IMPOSTO DE RENDA 
Tese não há incidência de imposto de renda sobre os valores recebidos a título 
de indenização por danos morais. 
Fundamentação: considerou-se que no caso não ocorre acréscimo 
patrimonial, sendo que os valores recebidos contam com natureza 
indenizatória, voltados à reparação da dor ou do sofrimento experimentado 
pela vítima, beneficiária da indenização. 
Órgão: 1ª Seção 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.152.764-CE 
 
Tema: IMPOSTO DE RENDA. REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO. 
INDENIZAÇÃO 
Tese os valores a serem pagos em razão de decisão judicial trabalhista que 
determina a reintegração do ex-empregado contam com natureza salarial, 
atraindo a incidência de imposto de renda. 
Fundamentação: (1) os referidos valores são percebidos a título de salários 
vencidos, como se o empregado estivesse no pleno exercício de seu vínculo 
empregatício; (2) caso houvesse comprovação de que os valores recebidos 
tivessem decorrido da inviabilidade da reintegração, na forma dos arts. 493, 
495 e 
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497 da CLT, os valores a serem percebidos pelo empregado seriam 
enquadrados na indenização prevista no art. 7º, I, da CF/1988, tendo natureza 
eminentemente indenizatória e não caracterizando acréscimo patrimonial ou 
geração de renda. 
Órgão: STJ – 1ª Seção 
Relator: Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.142.177-RS 
 
 
2.5 Espécies Tributárias: 
 
Tema: IMPUTAÇÃO TRIBUTÁRIA. COFINS. NÃO CABIMENTO (Recurso 
Repetitivo) 
Tese não cabe o reconhecimento de inexigibilidade da Cofins, com o 
reconhecimento do direito à compensação dos valores recolhidos 
indevidamente a esse título, corrigidos monetariamente, nos moldes da 
ampliação da base de cálculo e majoração da alíquota previstas nos arts. 3º, 
§§ 1º e 8º, da Lei n. 9.718/1998, em favor da pessoa jurídica optante pela 
tributação do imposto de renda com base no lucro presumido. 
Fundamentação: (1) a regra de imputação de pagamentos estabelecida nos 
arts. 354 e 379 do CC/2002 é inaplicável aos débitos de natureza tributária, 
visto que a compensação tributária rege-se por normas próprias e específicas, 
não sendo possível aplicar subsidiariamente as regras do CC/2002; (2) não há 
lacuna na legislação tributária, em matéria de imputação de créditos nas 
compensações tributárias, que autorize a sua integração pela aplicação da lei 
civil. 
Órgão: 1a Seção 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 960.239-SC 
 
Tema: CRÉDITO DE ICMS. ADQUIRENTE DE BOA FÉ. NOTA FISCAL 
INIDONEA 
Tese o comerciante de boa-fé que adquire mercadoria cuja nota fiscal, emitida 
pela empresa vendedora, seja declarada inidônea, pode aproveitar o crédito do 
ICMS pelo princípio da não cumulatividade, uma vez que demonstrada a 
veracidade da compra e venda, sendo que o ato declaratório de inidoneidade 
somente produz efeitos a partir de sua publicação. 
Fundamentação: entendeu-se que a responsabilidade do adquirente de boa-fé 
reside na exigência, no momento da celebração do negócio jurídico, da 
documentação pertinente à assunção da regularidade do alienante, cuja 
verificação de idoneidade cabe ao Fisco, razão pela qual não incide o art. 136 
do CTN, aplicável ao alienante. 
Órgão: Primeira Seção 
Relator: Min Luiz Fux 
Processo: REsp 1.148.444-MG 
 
Tema: SALÁRIO EDUCAÇÃO. SUJEITO PASSIVO 
Tese o sujeito passivo da contribuição correspondente ao salário-educação é a 
empresa, assim considerada em sentido amplo, ou seja, firma individual ou 
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sociedade empresária, que assume os riscos da atividade econômica, admite, 
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço, bem como qualquer entidade 
pública ou privada vinculada à Previdência Social, com ou sem fins lucrativos, 
salvo no caso dos entes da administração direta. 
Fundamentação: art. 15 da Lei n. 9.424/1996, regulamentado pelo Decreto 
6.003/2006, e arts. 1º, § 5º, do DL 1.422/1975, 2º da CLT e 4º da Lei n. 
3.807/1960, com redação dada pela Lei 5.890/1973. 
Órgão: STJ – 1ª SEÇÃO 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.162.307-RJ 
 
 
 
3-DIREITO AMBIENTAL 
 
 
Tema: DANO AMBIENTAL. REPARAÇÃO E INDENIZAÇÃO 
Tese no caso de dano ambiental, é possível a cumulação de indenização 
pecuniária e obrigações de fazer, voltadas à recomposição do objeto da lesão. 
Fundamentação: a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado é 
compatível com a indenização pecuniária por eventuais prejuízos, até sua 
restauração plena, sendo que, havendo a restauração imediata e completa do 
bem lesado, mesmo não subsistindo obrigação de reparação, pode haver a 
obrigação de reverter à coletividade os benefícios econômicos auferidos com a 
exploração ilegal do meio ambiente. 
Órgão: Segunda Turma 
Relator: Min Herman Benjamin 
Processo: REsp 1.114.893-MG 
 
 
Tema: DANO AMBIENTAL. LEGITIMIDADE PASSIVA DE ESTADO MEMBRO 
Tese o Estado da federação é legítimo para figurar no pólo passivo de ação 
voltada à responsabilização pela degradação do meio ambiente, diante de 
conduta omissiva quanto ao dever de fiscalização. 
Fundamentação: o art. 23, VI, da CF/1988 estabelece a competência comum 
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para a proteção ao meio 
ambiente e combate à poluição em qualquer de suas formas, sendo que, por 
outro lado, o art. 225, caput, da CF/1988 prevê o direito de todos a um meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo em benefício das presentes e 
futuras gerações. 
Órgão: Segunda Turma 
Relator: Min Mauro Campbell Marques 
Processo: AgRg no REsp 958.766-MS 
 
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4- DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
 
 
4.1 Plano de Saúde 
 
 
Tema: PLANO DE SAÚDE. RESPONSABILIDADE POR DANO CAUSADO 
POR MÉDICO CONVENIADO 
Tese a seguradora do plano de saúde responde solidariamente pelo dever de 
indenizar, juntamente com o médico conveniado, pelos danos por ele 
causados. 
Fundamentação: quem se compromete a prestar assistência médica é 
responsável pelos serviços dos profissionais indicados. 
Órgão: 4ª Turma 
Relator : Min. Honildo Amaral de Mello Castro 
Processo: REsp 1.133.386-RS 
 
 
Tema: PLANO DE SAÚDE. CARENCIA. RECUSA DE ATENDIMENTO DE 
URGÊNCIA. DANO MORAL 
Tese: cabe a condenação ao pagamento de indenização por danos morais 
contra empresa de plano de saúde que se nega a custear serviços médicos 
emergenciais durante período de carência, bem como a ressarcir diversos 
procedimentos cirúrgicos, ambulatoriais e medicamentos. 
Fundamentação: a quebra de carência é exceção prevista no art. 35-C da Lei 
n. 9.656/1998 (redação dada pela Lei n. 11.935/2009), sendo que a 
jurisprudência do STJ entende que o prazo de carência, apesar de válido, não 
prevalece quando se tratar de casos excepcionais como a internação de 
urgência, de modo que cabe à empresa responsável pelo plano honrar seu 
compromisso contratual de amparo médico hospitalar. 
Órgão: 4ª Turma 
Relator : Min. Honildo Amaral de Mello Castro 
Processo: REsp 1.067.719-CE 
 
 
Tema: PLANO DE SAÚDE E GARANTIA DE CIRURGIA BARIÁTRICA E 
PLÁSTICA 
Tese: As entidades de planos de saúde devem assegurar a realização de 
cirurgia bariátrica (voltada à redução de estômago) e plástica. 
Fundamentação: Tratar-se de procedimentos inerentes ao tratamento da 
obesidade mórbida, a qual encontra-se acobertada pelo art. 10 da Lei n. 
9.656/1998. 
Órgão: 3ª Turma 
Processo: REsp 1.136.475-RS 
 
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Tema: PLANO DE SAÚDE E GARANTIA DE CIRURGIA BARIÁTRICA E 
PLÁSTICA 
Tese: As entidades de planos de saúde devem assegurar a realização de 
cirurgia bariátrica (voltada à redução de estômago) e plástica. 
Fundamentação: Tratar-se de procedimentos inerentes ao tratamento da 
obesidade mórbida, a qual encontra-se acobertada pelo art. 10 da Lei n. 
9.656/1998. 
Órgão: 3ª Turma 
Processo: REsp 1.136.475-RS 
 
 
Tema: PLANO DE SAÚDE. RECUSA À RENOVAÇÃO. INVALIDADE 
Tese não cabe a recusa da renovação de apólice coletiva de plano de saúde, 
por parte de seguradora, sob a alegação de elevado índice de sinistros, 
decorrente de concentração de segurados em faixas etárias mais avançadas, 
ou imposição de aumento de cerca de 100%. 
Fundamentação: (1) a Lei n. 9.656/1998 define que no plano privado de 
assistência à saúde a sua natureza jurídica corresponde à de contrato de trato 
sucessivo, por prazo indeterminado, com transferência onerosa de riscos que 
possam afetar futuramente a saúde do consumidor e seus dependentes; (2) os 
serviços prestados por seguradora de saúde contam com importância na 
sociedade de consumo, pois o consumidor tem como objetivo principal garantir, 
no futuro, quando ele e sua família necessitarem, que será dada a cobertura do 
seguro nos termos do contrato, sendo que a operadora pode ser acionada a 
qualquer momento, desde que receba mensalmente o valor estipulado. 
Órgão: STJ- 3ª Turma 
Relator: Min. Nancy Andrighi 
Processo: REsp 1.106.557-SP 
 
 
 
4.1 Relação de Consumo: 
 
 
Tema: CONFIGURAÇÃO DE RELAÇÃO DE CONSUMO 
Tese não relação de consumo entre revendedora de máquinas e equipamentos 
e transportadora. 
Fundamentação: o Superior Tribunal de Justiça adota como critério a teoria 
finalista, segundo a qual se considera consumidor aquele que adquire ou utiliza 
produto ou serviço como destinatário final. 
Órgão: 3ª Turma 
Relator: Min. Sidnei Beneti 
Processo: REsp 836.823-PR 
 
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Tema: APLICAÇÃO DO CDC. MOCROEMPRESÁRIO. 
Tese cabe a aplicação das regras de proteção ao consumidor, como a restrição 
à imposição da cláusula de eleição de foro que dificulta o livre acesso do ao 
Poder Judiciário, no caso de contrato para a aquisição de máquina de bordar, 
entabulado entre a empresa fabricante e a pessoa física que utiliza o bem para 
sua sobrevivência e de sua família, desde que demonstrada a sua 
vulnerabilidade econômica. 
Fundamentação: conforme estabelecido pela jurisprudência do STJ, apesar 
do conceito subjetivo ou finalista de consumidor estar restrito à pessoa física ou 
jurídica que adquire o produto no mercado a fim de consumi-lo, tal teoria 
(finalista) pode ser abrandada, de modo a autorizar a aplicação das regras do 
CDC para resguardar como consumidores determinados profissionais 
(microempresas e empresários individuais) que adquirem bens para usá-lo no 
exercício de sua profissão, o que exige a demonstração da vulnerabilidade 
técnica, jurídica ou econômica (hipossuficiência). 
Órgão: STJ – Terceira Turma 
Relator: Min. Nancy Andrighi 
Processo: REsp 1.010.834-GO 
 
4.2 Atuação da Fiscalização: 
 
Tema: LESÃO A CONSUMIDORES. DUPLA PUNIÇÃO. ÓRGÃOS FEDERAIS 
E ESTADUAIS 
Tese não é devida a aplicação de mais de uma multa, imposta por distintos 
órgãos de defesa do consumidor (um federal e outro estadual), em função de 
uma mesma lesão a direitos de consumidores. 
Fundamentação: apesar de existir órgãos federais e estaduais de defesa dos 
consumidores, com atribuições e papéis concorrentes, não se admite que, pela 
mesma infração, todas as autoridades possam impor sanções à mesma 
empresa, pois significaria admitir que a quantidade de punições seria em 
função do número de órgãos de defesa do consumidor existentes no país e não 
em função do número de violações. 
Órgão: 1ª Turma 
Relator : Min. Benedito Gonçalves 
Processo: REsp 1.087.892-SP 
 
Tema: MULTA APLICADA POR PROCON. COMPOSIÇÃO JUDICIAL 
POSTERIOR 
Tese: No caso de violação a direito do consumidor, havendo imposição de 
sanção administrativa pelo Procon, a composição judicial entre o fornecedor-
infrator e o consumidor não desconstitui a referida penalidade imposta, não 
afastando a cobrança e exigibilidadeda multa. 
Fundamentação: A multa prevista no art. 56 do CDC não tem por finalidade 
reparar o dano sofrido pelo consumidor, mas punir o infrator e desestimular 
outras condutas semelhantes. 
Órgão: 1ª Turma 
Processo: REsp 1.164.146-SP 
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Tema: MULTA APLICADA POR PROCON. COMPOSIÇÃO JUDICIAL 
POSTERIOR 
Tese:No caso de violação a direito do consumidor, havendo imposição de 
sanção administrativa pelo Procon, a composição judicial entre o fornecedor-
infrator e o consumidor não desconstitui a referida penalidade imposta, não 
afastando a cobrança e exigibilidade da multa. 
Fundamentação: A multa prevista no art. 56 do CDC não tem por finalidade 
reparar o dano sofrido pelo consumidor, mas punir o infrator e desestimular 
outras condutas semelhantes. 
Órgão: 1ª Turma 
Processo: REsp 1.164.146-SP 
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5 - DIREITO CIVIL 
 
 
5.1 Direito de Família 
 
 
Tema: DESTITUIÇÃO DO PÁTRIO PODER DO PAI BIOLÓGICO POR 
PADASTRO. LEGITIMIDADE 
Tese o padrasto detém legitimidade ativa e interesse de agir para propor a 
destituição do poder familiar do pai biológico, em caráter preparatório à adoção 
de menor. 
Fundamentação: (1) o art. 155 do ECA dispõe que o procedimento para a 
perda do poder familiar terá início por provocação do MP ou de pessoa dotada 
de legítimo interesse, mas o art. 41, § 1º, do referido diploma permite que um 
dos cônjuges adote o filho do outro, autorizando ao padrasto invocar o legítimo 
interesse para a destituição do poder familiar do pai biológico, devido à 
convivência familiar, ligada essencialmente à paternidade social ou 
socioafetividade, a qual seria o convívio de carinho e participação no 
desenvolvimento e formação da criança sem a concorrência do vínculo 
biológico; (2) o padrasto tem legítimo interesse amparado na socioafetividade, 
para postular destituição do poder familiar do pai biológico da criança. 
Órgão: 3ª Turma 
Relator : Min. Nancy Andrighi 
Processo: REsp 1.106.637-SP 
 
 
Tema: RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO AVOENGA. CARENCIA DE AÇÃO 
Tese: subsiste viabilidade jurídica do pedido dos netos buscarem o 
reconhecimento de relação avoenga, inexistindo carência de ação, quanto à 
falta de interesse de agir. 
Fundamentação: entendeu-se que os direitos da personalidade, entre eles o 
direito ao nome e ao conhecimento da origem genética, são inalienáveis, 
vitalícios, intransmissíveis, extrapatrimoniais, irrenunciáveis, imprescritíveis e 
oponíveis erga omnes, de modo que os netos e filhos possuem direito de agir 
próprio e personalíssimo, voltado à busca de provimento declaratório de 
relação de parentesco em face do avô ou dos herdeiros, vez que o direito ao 
nome, à identidade e à origem genética está intimamente ligado ao conceito de 
dignidade da pessoa humana. 
Órgão: Segunda Seção 
Relator: Min Nancy Andrighi 
Processo: REsp 807.849-RJ 
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Tema: PENSÃO ALIMENTÍCIA. OBRIGAÇÃO DIRETA DOS AVÓS. 
INEXISTENTE 
Tese: não cabe o ajuizamento de ação buscando o pagamento de pensão 
alimentícia diretamente contra os avós. 
Fundamentação: a obrigação dos avós em pagarem a pensão alimentícia aos 
netos é subsidiária e complementar, sendo que primeiro os pais respondem 
pelo alimentando. Conseqüentemente, só quando os pais não podem prestá-
los integralmente ou parcialmente cabe a obrigação aos avós. 
Órgão: 4ª Turma 
Relator : Min. Aldir Passarinho Junior 
Processo: REsp 576.152-ES 
 
Tema: UNIIÃO HOMOAFETIVA E DIREITO À PENSÃO POR MORTE 
Tese: subsiste o direito à percepção de pensão por morte, devida no âmbito de 
regime de previdência privada, em favor de companheiro no caso de união 
homoafetiva 
Fundamentação: Foram adotados os seguintes fundamentos: aplicação de 
analogia e isonomia, de modo a entender a união homoafetiva como entidade 
familiar; a subordinação dos planos de previdência privada “aos ditames 
genéricos do plano básico estatal”; incidência igualitária do direito social 
previdenciário, ainda que de caráter privado complementar, sobre todos 
aqueles que se colocam sob seu manto protetor 
Órgão:3ª Turma 
Relator : Min. Nancy Andrighi 
Processo: STJ-REsp 1.026.981-RJ 
 
 
Tema: LIMITES À DOAÇÃO UNIVERSAL. ACORDO DE SEPARAÇÃO 
Tese a proibição de doação universal de bens, prevista no art. 548 do CC, 
incide no acordo da separação consensual do casal. 
Fundamentação: (1) a referida limitação se destina à proteção do autor da 
liberalidade, ao impedi-lo de, em um momento de impulso ou de depressão 
psicológica, promover ato de desfazimento de todos seus bens, o que o 
colocaria em estado de pobreza; (2) a dissipação completa do patrimônio 
atenta contra o princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, II, da 
CF/1988); (3) os acordos realizados nas separações judiciais são transações 
de alta complexidade, haja vista os interesses a serem ajustados (guarda dos 
filhos, visitas, alimentos etc.), sendo por esse motivo corriqueira a prática de 
acordos a transigir com o patrimônio a fim de compor ajustes para resolver 
questões que não seriam solucionadas sem a condescendência econômica de 
uma das partes 
Órgão: Terceira Turma 
Relator : Des Convocado Vasco Della Giustina 
Processo: REsp 285.421-SP 
 
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5.2 Responsabilidade Civil 
 
Tema: MATÉRIA JORNALÍSTICA. AUSÊNCIA DE DANO MORAL 
Tese se o veículo de comunicação publica matéria jornalística com o título 
“Motorista Bêbado Bate Carro da Câmara”, não configura extrapolação ao seu 
direito de informar, nem ofensa à honra da pessoa objeto da notícia, se há 
prova de que o próprio motorista e algumas testemunhas teriam confirmado a 
ocorrência da ingestão de álcool. 
Fundamentação: (1) a liberdade de informação, sobretudo a amparada na 
liberdade de imprensa, assume um caráter dúplice, ou seja, há direito tanto de 
informar quanto de ser informado, sendo que, se de um lado não se permite a 
leviandade por parte da imprensa, publicando matérias inverídicas que possam 
ofender a honra das pessoas, de outro lado também não se exigem, na 
atividade jornalística, verdades absolutas provadas previamente em 
investigação administrativa, policial ou judicial; (2) se houvesse a referida 
exigência, iria colidir com a celeridade exigida nos meios de comunicação para 
noticiar os fatos; (3) a veracidade dos fatos noticiados na imprensa não deve 
consubstanciar dogma absoluto ou condição indispensavelmente necessária à 
liberdade de imprensa, mas um compromisso ético com a informação 
verossímil, o que pode eventualmente abarcar informações não totalmente 
precisas, havendo, portanto, margem tolerável de inexatidão por legítimo juízo 
de aparência dos fatos e interesse público. 
Órgão: 4ª Turma 
Relator : Min. Luis Felipe Salomão 
Processo: REsp 680.794-PR 
 
Tema: INDÚSTRIA TABAGISTA. RESPONSABILIDADE CIVIL 
Tese não há responsabilidade civil por parte da indústria tabagista, diante do 
falecimento de consumidor de cigarro em função de câncer. 
Fundamentação: (1) o cigarro classifica-se como produto de periculosidade 
inerente (art. 9º do CDC) , tal como o álcool, sendo ator de risco de diversas 
enfermidades; (2)o caso não envolve produto defeituoso (art. 12, § 1º, do 
mesmo código) ou de alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou 
segurança, esse último de comercialização proibida, (art. 10 do mesmo 
diploma); (3) o art. 220, § 4º, da CF/1988 chancela a comercialização do 
cigarro, apenas lhe restringindo a propaganda, ciente o legislador constituinte 
dos riscos de seu consumo;(4) segundo o CDC, considera-se defeito a falha 
que se desvia da normalidade, capaz de gerar frustração no consumidor, que 
passa a não experimentar a segurança que se espera do produto ou serviço; 
(5) aplicação da teoria do dano direto e imediato, acolhida no direito civil 
brasileiro (art. 403 do CC/2002 e art. 1.060 do CC/1916), sendo que ainda não 
está comprovada pela Medicina a causalidade necessária, direta e exclusiva 
entre o tabaco e câncer, pois ela se limita a afirmar a existência de fator de 
risco entre eles, tal como outros fatores, como a alimentação, o álcool e o 
modo de vida sedentário ou estressante. 
Órgão: Quarta Turma 
Relator : Min. Luis Felipe Salomão 
Processo: REsp 1.113.804-RS 
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Tema: RESPONSABILIDADE CIVIL. DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
Tese no caso de acidente rodoviário, sendo ajuizada ação pelo consumidor 
para a reparação de danos, não cabe a denunciação da lide por parte da 
sociedade empresária operadora de pacotes de viagens de turismo em face da 
proprietária do ônibus. 
Fundamentação: o art. 88 do CDC não dá margens à aplicação do referido 
instituto. Destaca-se ainda que o contrato é celebrado entre a sociedade e o 
autor da ação, sendo que a discussão sobre a responsabilidade de um terceiro 
contratado pela denunciante é estranho ao direito discutido e retardaria a 
própria marcha do processo em desfavor do autor. Contudo, considerou-se 
ressalvado eventual direito de regresso contra a proprietária do ônibus. 
Órgão: Quarta Turma 
Relator : Min. Aldir Passarinho Junior 
Processo: REsp 605.120-SP 
 
 
Tema: POSTE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. COLISÃO DE VEÍCULO. 
RESPONSABILIDADE 
Tema: Poste de Iluminação Pública. Colisão de Veículo. Responsabilidade 
Tese no caso de colisão de veículo em poste de iluminação pública, presume-
se responsável pela colisão o condutor do veículo. 
Fundamentação: (1) o poste de iluminação instalado na via pública constitui 
obstáculo imóvel, impossível, por si só, de causar acidente; (2) havendo colisão 
que causadora de danos, cabe ao condutor do veículo demonstrar o fato 
excludente de sua responsabilidade, ou seja, a eventual inadequação do local 
onde se encontrava o poste. 
Órgão: STJ – Quarta Turma 
Relator: Min. Aldir Passarinho Junior 
Processo: REsp 895.419-DF 
 
 
Tema: ANÚNCIO EM CLASSIFICADOS. RESPONSABILIDADE DE JORNAL 
Tese não há responsabilidade por parte de empresa jornalística que promove 
anúncio de venda de veículos nos classificados de jornal, na situação em que o 
anunciante promove a prática de estelionato contra o comprador. 
Fundamentação: (1) não se aplica ao caso o Código de Defesa do 
Consumidor, pois a empresa jornalística não conta com participação do 
contrato celebrado entre o anunciante e o consumidor, não podendo a primeira 
ser enquadrada no conceito de fornecedora, nos termos do art. 3º do CDC; (2) 
o dano experimentado pelo consumidor decorre do pagamento efetuado ao 
anunciante, e não da compra do jornal no qual o anúncio foi veiculado; (3) não 
cabe à empresa de comunicação responder por eventuais abusos ou enganos 
praticados por seus anunciantes. 
Órgão: 3ª Turma 
Relator: Min. Nancy Andrighi 
Processo: REsp 1.046.241-SC 
 
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Tema: NEGATIVAÇÃO POR AJUIZAMENTO DE AÇÃO. AUSENCIA DE 
DANO MORAL 
Tese (1) não há responsabilidade civil, tampouco obrigação de pagar 
indenização, por parte do responsável por negativação realizada por órgão de 
proteção ao crédito, no caso desta negativação ter decorrido de ação de 
execução, ainda que indevidamente ajuizada. 
Fundamentação: (1) o exercício do direito de ação não pode ser interpretado 
como gerador de dano moral, pois faz parte dos direitos constitucionalmente 
garantidos; (2) somente no caso de comprovada má-fé em provocar a 
prestação jurisdicional do Estado ou em litígio de natureza temerária, caberia 
reconhecer a existência de danos morais; (3) em função do princípio da 
publicidade, os bancos de dados autonomamente procedem à inscrição de 
devedores, sendo que envolve informação constante do cartório de distribuição 
de feitos judiciais, contando com ampla publicidade. 
Órgão: STJ-Quarta Turma 
Relator: Min. Aldir Passarinho Junior 
Processo: REsp 780.583-DF 
 
Tema: RESPONSABILIDADE CIVIL. EXPLORAÇÃO DE TRANSPORTE 
Tese havendo responsabilidade civil por parte de empresa exploradora de 
transporte público e assumindo outra empresa a referida atividade, inexiste 
transmissão de pagar indenização em relação à segunda. 
Fundamentação: sendo a exploração do serviço assumido por meio de 
investidura originária (licitação), inexiste sucessão empresarial, salvo por 
previsão contratual expressa, o que afasta a transmissão da obrigação de 
reparar o dano, antes imposto à antiga titular da exploração do serviço. 
Órgão: STJ – 4ª Turma 
Relator: Min. João Otávio de Noronha 
Processo: REsp 1.095.447-RJ 
 
Tema: USO INDEVIDO DE IMAGEM. PUBLICAÇÃO JORNALÍSTICA 
Tese é devida indenização por danos morais pelo uso de imagem decorrente 
de publicação jornalística sem autorização, correspondente à fotografia da 
vítima de acidente automobilístico. 
Fundamentação: (1) o direito à imagem constitui um dos elementos 
integrantes do direito à personalidade (art. 11 do CC/2002) e o conferiu 
proteção à imagem e à honra; (2) configura ofensa o simples uso da imagem 
sem autorização, ainda que tal utilização não tenha conteúdo vexatório, pois o 
direito à imagem se integra de forma irrestrita na personalidade; (3) a utilização 
indevida da imagem gera, autonomamente, indenização por perdas e danos 
(art. 12 do CC/2002), sendo que Súm. n. 403-STJ estabelece que a 
indenização pela publicação de imagens com fins econômicos independe da 
prova do prejuízo. 
Órgão: STJ-Quarta Turma 
Relator : Min. Luis Felipe Salomão 
Processo: REsp 1.005.278-SE 
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Tema: DANO MORAL. IMUNIDADE PROFISSIONAL. ADVOGADO 
Tese a imunidade profissional garantida ao advogado pelo Estatuto da OAB 
não abarca os excessos cometidos pelo profissional em afronta à honra de 
quaisquer das pessoas envolvidas no processo, seja o magistrado, a parte, o 
membro do Ministério Público, o serventuário ou o advogado da parte contrária. 
Fundamentação: somente estão resguardadas pela imunidade profissional do 
advogado as supostas ofensas que guardem pertinência com a discussão da 
causa em julgamento, contudo sem degenerar em abuso ou ofensas pessoais 
aos envolvidos, pois a imunidade profissional não poderia abranger os 
excessos configuradores de delito de calúnia nem de desacato. 
Órgão: STJ-Quarta Turma 
Relator : Min. Maria Isabel Gallotti 
Processo: REsp 919.656-DF 
 
 
Tema: NEGATIVAÇÃO. SISTEMA DO BANCO CENTRAL 
Tese: o Sistema de Informação do Banco Central (Sisbacen) se equipara às 
instituições restritivas ao crédito, como o Serasa e o SPC, para efeito de 
negativação de devedores. 
Fundamentação: (1) o Sisbacen, conforme seu regulamento (Circular n. 
3.232/2004 do Bacen), consiste no conjunto de recursos de tecnologia de 
informação interligados em rede utilizado pela instituição na condução de seus 
processos de trabalho, de modo que para possibilitar sua finalidade 
regulamentar, ocorre o desmembramento em outros sistemas de informação ou 
cadastros de menor porte, tais como o Cadastro de Emitentes de Cheques sem 
Fundos (CCF), o Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor 
Público Federal (Cadin) e o Sistema de Informações de Crédito do Banco 
Central (SCR); (2) o banco de dados mantido pelo Bacen distingue-se de 
outros, pois é alimentado tanto por informações positivas quanto negativas,o 
que o caracteriza como um sistema múltiplo, enquanto a maioria dos demais 
somente armazenam informações negativas; (3) o cadastro de negativação no 
Sisbacen, no âmbito das instituições bancárias, tem o mesmo efeito que os 
demais órgãos restritivos de crédito, figurando como central de risco, com o fim 
de avaliar o risco de crédito e a idoneidade financeira dos consumidores; (4) 
conforme jurisprudência já firmada na Segunda Seção do STJ, a proibição de 
realizar inscrições em órgãos de proteção ao crédito tem caráter mandamental, 
se sobrepondo a ordens contidas em portarias e circulares do Poder Executivo 
que obrigam as instituições financeiras a prestar informações mensalmente 
sobre os clientes. 
Órgão: STJ-3ª Turma 
Relator: Min. Nancy Andrighi 
Processo: REsp 1.099.527-MG 
 
 
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Tema: AUSENCIA DE DANO MORAL. CORTE DE ENERGIA. INSTITUIÇÃO 
Tese: Apesar de reconhecer a existência de tese da 2ª Seção considerando 
indevido corte de energia elétrica de instituições hospitalares, ante a 
supremacia do interesse da coletividade, no caso não seria devida indenização 
por dano moral em função da interrupção do fornecimento de energia, por se 
tratar de sociedade empresarial, exploradora de atividade hospitalar, bem como 
pela existência de notificações prévias. 
Órgão: 2ª Turma 
Relator : Min. Elana Calmon 
Processo: STJ- REsp 771.853-MT 
 
5.3 Obrigações, Contratos e Empresarial 
Tema: SUICÍDIO E INDENIZAÇÃO POR SEGURO DE VIDA 
Tese havendo suicídio, mesmo dentro do período de carência de dois anos da 
contratação do seguro de vida, não há a presunção de que se trata de ato 
premeditado e fraudulento, não se afastando, portanto, o direito ao recebimento 
de indenização por parte dos beneficiários. 
Fundamentação: (1) a boa-fé deve ser sempre presumida, enquanto a má-fé, 
ao contrário, necessita de prova clara da sua existência, de modo que o fato do 
suicídio ter ocorrido no período de carência de dois anos do contrato de 
seguro, previsto no Código Civil, por si só, não implica na exclusão do dever da 
seguradora indenizar; (2) o art. 798, caput, do Código Civil não afastou a 
necessidade da comprovação da premeditação do suicídio, sendo que a 
interpretação do mencionado artigo deve ser compatível com os preceitos de 
ordem pública estabelecidos pelo Código de Defesa do Consumidor, pois se 
trata de uma típica relação de consumo; (3) não se confunde a premeditação 
ao suicídio por ocasião da contratação do seguro com premeditação ao próprio 
ato, pois uma coisa é a contratação causada pela premeditação ao suicídio e 
outra, diferente, é a preparação do ato suicida, sendo que a exclusão de 
cobertura ocorre apenas na primeira hipótese. 
Órgão: 3ª Turma 
Relator : Rel. Min. Massami Uyeda 
Processo: REsp 1.077.342-MG 
 
Tema: BILHETE DE LOTERIA. DATA DA APOSTA E DATA DO REGISTRO 
Tese: no caso de aposta em loteria, com bilhete não nominativo, é irrelevante a 
intenção do apostador quanto à aposta pretendida, bem como a consideração 
da data de realização da aposta, pois o que deve nortear o pagamento de 
prêmios de loterias federais, em casos tais, é a literalidade do bilhete. 
Fundamentação: o bilhete não nominativo ostenta características de título ao 
portador, veiculando direito autônomo cuja obrigação incorpora-se no próprio 
documento, inclusive podendo ser transferido por simples tradição, 
característica que torna irrelevante a discussão acerca das circunstâncias em 
que se aperfeiçoou a aposta ou mesmo da intenção do apostador. 
Órgão: 4ª Turma 
Relator: Min Luis Felipe Salomão 
Processo: REsp 902.158-RJ 
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Tuctorjuris
Tema: TAXA DE DESCONTO EM OPERAÇÕES COM CARTÃO DE 
CREDITO. LIMITE 
Tese: não cabe o estabelecimento de “taxa de desconto” superior a 1% ao 
mês, cobrada por rede de cartão de crédito, em operações de antecipação de 
pagamento de valores referentes a transações realizadas com cartões de 
crédito em estabelecimento comerciais. 
Fundamentação: (1) apesar de não incidir nas referidas situações as normas 
do Código de Defesa do Consumidor, considerando a adoção da teoria finalista 
para a definição de consumidor, a qual leva em consideração o destinatário 
final econômico do bem ou serviço adquirido, bem como considerando que a 
mencionada modalidade de contrato é estabelecida com a intenção de 
fomentar as atividades comerciais, os juros caracterizam-se como o “preço do 
dinheiro”, a compensação ou indenização à parte que dispõe seu capital a 
outro, por tempo determinado; (2) assim, a “taxa de desconto” cobrada – juros 
incidentes sobre o capital emprestado em adiantamento a partir da data em 
que é disponibilizado até o momento em que ocorre a quitação do mútuo, a 
compensação entre o valor que foi emprestado e o que a sociedade tem a 
receber do mutuante – nada mais é do que juros compensatórios, limitados a 
1% ao mês. 
Órgão: STJ – Terceira Turma 
Relator: Rel. Min. Sidnei Beneti 
Processo: REsp 910.799-RS 
 
Tema: ROUBO DE CARGA. CONTRATO DE SEGURO. 
RESPONSABILIDADE DA TRANSPORTADORA 
Tese: não há obrigação de empresa transportadora pagar indenizaçãoà 
empresa seguradora, no caso da mercadoria transportada não chegar ao seu 
destino em decorrência de roubo com arma de fogo ocorrido durante o trajeto. 
Fundamentação: na conformidade da jurisprudência do STJ, trata-se de 
hipótese de força maior, excludente de responsabilidade da empresa de 
transportes. 
Órgão: STJ – 4ª Turma 
Relator: Min. Luis Felipe 
Processo: REsp 663.356-SP 
 
Tema: DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA. 
CABIMENTO 
Tese: o art. 50 do Código Civil autoriza a desconsideração da personalidade 
jurídica inversa, a qual consiste no afastamento da autonomia patrimonial da 
sociedade, para, contrariamente ao que ocorre na desconsideração da 
personalidade tradicional, atingir o ente empresarial e seu patrimônio social, de 
modo a responsabilizar a pessoa jurídica por dívidas de seus sócios ou 
administradores. 
Fundamentação: (1) apesar da existência de divergências doutrinárias, o STJ 
firmou entendimento de que cabe a desconstituição da personalidade jurídica 
no processo de execução ou falimentar, independentemente de ação própria; 
(2) da análise do art. 50 do Civil, constata-se a adoção da teoria maior da 
desconsideração, segundo a qual se exige, além da prova de insolvência, a 
demonstração de desvio de finalidade (teoria subjetiva da desconsideração) ou 
de 
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confusão patrimonial (teoria objetiva da desconsideração); (3) apesar da 
literalidade do texto legal, sob a ótica de uma interpretação teleológica, o art. 
50 do Código Civil autoriza a conclusão de possibilidade da teoria da 
desconsideração da personalidade jurídica na forma inversa, a qual encontra 
justificativa nos princípios éticos e jurídicos inerentes ao próprio mecanismo, de 
modo a vedar o abuso de direito e a fraude contra credores, considerando 
inclusive que a finalidade maior consiste em combater a utilização indevida do 
entidade societária por seus sócios, exigindo, portanto, o atendimento dos 
requisitos relacionados à fraude ou abuso de direito. 
Órgão: 3ª Turma 
Relator : Min. Nancy Andrighi 
Processo: REsp 948.117-MS 
 
Tema: JUROS. DESAPROPRIAÇÃO 
Tese: no caso de desapropriação decorrente do caráter improdutivo do imóvel, 
a improdutividade não afasta o direito aos juros compensatórios, sendo que, no 
entanto, estes são indevidos caso a propriedade se mostre não passível de 
qualquer espécie de exploração econômica, atual ou futura, em decorrência de 
limitações legais ou da situação geográfica ou topográficado local. 
Fundamentação: entendeu-se que os juros restituem não só o que o 
expropriado deixou de ganhar com a perda antecipada, mas também a 
expectativa de renda, considerando a possibilidade de o imóvel ser aproveitado 
a qualquer momento de forma racional e adequada, ou até ser vendido com o 
recebimento do seu valor à vista. 
Órgão: 1ª Seção 
Relator : Rel. Min. Castro Meira 
Processo: REsp 1.116.364-PI 
 
Tema: AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO A COISA JULGADA. JUROS DE MORA. 
NOVO CÓDIGO CIVIL (Recurso Repetitivo) 
Tese: não viola a coisa julgada a situação na qual o título judicial exeqüendo, 
proferido antes do advento do Código Civil de 2002, fixa os juros de mora em 
0,5% ao mês e, na execução da decisão, determina-se a incidência de juros de 
1% ao mês a partir da lei nova. 
Fundamentação: (1) com o advento do CC/2002, o dispositivo de lei anterior 
tratando da matéria, que estabelecia os juros de 0,5% deixou de existir, 
passando o Tema a ser disciplinado pelo art. 406 do novo Código; (2) os juros 
são consectários legais da obrigação principal, razão por que devem ser 
regulados pela lei vigente à época de sua incidência; (3) na formação do título 
judicial, deve especificá-los conforme a legislação vigente, sendo que havendo 
superveniência de outra norma, o título a ela deve se adequar. 
Órgão: Corte Especial 
Relator : Min. Mauro Campbell Marques 
Processo: REsp 1.111.117-PR 
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6- DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
6.1 Atuação e Legitimidade do Ministério Público 
 
 
Tema: AÇÃO POPULAR. JUNTADA DE DOCUMENTOS PELO MP. 
LEGITIMIDADE 
Tese: no âmbito da tramitação de ação popular é cabível o cumprimento, por 
parte do Ministério Público, de determinações impostas às partes, dentre as 
quais se inclui a juntada de documentos. 
Fundamentação: conforme a lógica do art. 6º, § 4º, da Lei n. 4.717/1965, cabe 
ao MP, ao acompanhar a ação popular, entre outras atribuições, apressar a 
produção de prova, tendo, portanto, legitimidade para requerer e produzir as 
provas que entender necessárias ao deslinde da demanda; (2) ao requisitar 
documentos, o MP não atua como autor, mas apenas cumpre seu dever de 
intervir obrigatoriamente na ação popular, em razão da flagrante 
indisponibilidade dos interesses em jogo, agilizando produção de prova 
essencial para o prosseguimento do feito. 
Órgão: 1ª Turma 
Relator : Min. Teori Albino Zavascki 
Processo: REsp 826.613-SP 
 
 
Tema: AÇÕES INDENIZATÓRIAS CONTRA O ESTADO E ATUAÇÃO DO MP 
Tese: nas ações de caráter indenizatório, ajuizadas em face da Fazenda 
Pública, não cabe a atuação do Ministério Público como custus legis (art. 82,III 
do CPC). 
Fundamentação: Partindo da distinção entre o interesse público primário e 
secundário, sendo o primeiro de caráter amplo e coincidente com a 
preservação do Estado e da sociedade, e o segundo de caráter patrimonial 
envolvendo a Administração Pública, considerou-se que o interesse público a 
exigir a atuação do MP corresponde somente ao primário. 
Órgão: 1ª Turma 
Processo: REsp 1.149.416-RS 
 
 
Tema: AÇÕES INDENIZATÓRIAS CONTRA O ESTADO E ATUAÇÃO DO MP 
Tese: nas ações de caráter indenizatório, ajuizadas em face da Fazenda 
Pública, não cabe a atuação do Ministério Público como custus legis (art. 82,III 
do CPC). 
Fundamento: Partindo da distinção entre o interesse público primário e 
secundário, sendo o primeiro de caráter amplo e coincidente com a 
preservação do Estado e da sociedade, e o segundo de caráter patrimonial 
envolvendo a Administração Pública, considerou-se que o interesse público a 
exigir a atuação do MP corresponde somente ao primário. 
Órgão: 1ª Turma 
Processo: REsp 1.149.416-RS 
 
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Tema: LEGITIMIDADE DO MP. EXECUÇÃO DE CONDENAÇÃO AO 
RESSARCIMENTO DO ERÁRIO 
Tese: o Ministério Público tem não apenas legitimidade para ajuizar ação civil 
pública voltada ao ressarcimento do erário, na forma da Súmula 329, mas 
também é co-legitimado para propor a execução, não sendo esta exclusiva da 
Advocacia Pública, mormente diante da inércia de tal instituição. 
Fundamentação: entendeu-se que não há como admitir a outorga de 
atribuições e competências institucionais, desacompanhada de mecanismos 
voltados ao alcance efetivo de seus objetivos, sob pena de inviabilizar o papel 
reconhecido, principalmente em se tratando da defesa do patrimônio público. 
Órgão: Segunda Turma 
Relator: Min Castro Meira 
Processo: REsp 1.162.074-MG 
 
Tema: LEGITIMIDADE DO MP. CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA 
Tese: o Ministério Público conta com legitimidade para o ajuizamento de ação 
civil pública, no âmbito da defesa de direitos transindividuais, no caso de 
emissão de faturas de consumo de energia elétrica que contenham com dois 
códigos de leitura ótica, com a informação clara e ostensiva dos valores 
devidos a título de contribuição de iluminação pública e à tarifa de energia 
elétrica, 
Fundamentação: (1) a mencionada pretensão não se confunde com hipótese 
de pretensão tributária, pois o que se busca consiste no resguardo de 
interesses dos consumidores e não contribuintes, insurgindo-se contra a forma 
pela qual a concessionária cobra os serviços de energia elétrica e a 
contribuição de iluminação pública; (2) configura-se a existência de interesse 
transindividual nas situações nas quais se busca alcançar uma coletividade, 
representada por um grupo determinável, ligado pela mesma relação jurídica 
com a concessionária, sendo que o Ministério Público, conforme o art. 129, III, 
da CF/1988, os arts. 81 e 82 do CDC e do art. 1º da Lei n. 7.347/1985, conta 
com legitimidade para promover ação civil pública, inclusive na defesa de 
direitos dos consumidores de energia elétrica. 
Órgão: STJ- Primeira Turma 
Relator : Min. Luiz Fux 
Processo: REsp 1.010.130-MG 
 
Tema: INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS E LEGITIMAÇÃO DO MP 
Tese: cabe a atuação do Ministério Público, por meio do ajuizamento de ação 
civil pública, na condição de legitimado extraordinário, na tutela de interesses 
individuais homogêneos (art. 81 do CDC), ainda que sejam disponíveis. 
Fundamentação: considerou-se que a legitimação do MP decorreria da 
condição dos titulares dos direitos lesados, os quais seriam “pessoas de pouca 
instrução e baixo poder aquisitivo que, mesmo lesadas, mantêm-se inertes, 
pois tolhidas por barreiras econômicas e sociais”. 
Órgão: 3ª Turma 
Relator : Min. Nancy Andrighi 
Processo: STJ-REsp 910.192-MG 
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6.2 Tutelas Coletivas: 
 
Tema: AÇÕES COLETIVAS E EXECUÇÃO NO DOMICÍLIO DO 
BENEFICIÁRIO 
Tese: na forma do art. 98, I do CDC, nas ações de natureza coletiva seria 
possível a liquidação e a execução de sentença no domicílio do autor, o que 
também estaria em sintonia com o o art. 101, I, do mesmo código. 
Fundamentação: permitir a execução no domicílio do titular do direito 
reconhecido seria medida de facilitação do acesso à justiça. 
Órgão: 3ª Seção 
Relator : Min. Arnaldo Esteves Lima 
Processo: .STJ-CC 96.682-RJ 
 
 
6.3 Fazenda Pública em Juízo 
 
Tema: SENTENÇA ILÍQUIDA E REMESSA NECESSÁRIA 
Tese: as sentenças ilíquidas proferidas contra a União, Distrito Federal, 
estados, municípios, bem como suas autarquias e fundações de direito público 
estão sujeitas ao reexame necessário (duplo grau de jurisdição). 
Fundamentação: entendeu-se que na hipótese não incide a exceção prevista 
no § 2º do art. 475 do CPC. 
Órgão: Corte Especial 
Relator: Min Fernando Gonçalves 
Processo: EREsp 701.306-RS 
 
Tema: APLICAÇÃO DO ART. 739, § 5º DO CPC À FAZENDA PÚBLICA 
Tese: o art. 739, § 5º do CPC se aplica à Fazenda Publica, devendo

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