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DIREITO CONSTITUCIONAL AÇÕES CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE SEGURANÇA RICARDO S. TORQUES 
1 
 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 
Conforme o art. 5º, LXIX, “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido 
e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público”. 
O mandado de segurança é ação de natureza residual (ou sudsidiária), que tramita em rito 
sumário especial, possuindo natureza civil, ainda que impetrado contra ato de juiz criminal. 
De acordo com Paulo e Alexandrino, o “mandado de segurança é cabível contra o chamado “ato 
de autoridade”, entendido como qualquer manifestação ou omissão do Poder Público, no 
desempenho de suas atribuições”. Além disso, prosseguem os autores, “equiparam-se às 
autoridades públicas, (...), os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores 
de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais 
no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições“ 
(p. 206: 2010). 
De acordo com o art. 5º e art. 1º, §2º, ambos da Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 
12.016/09), NÃO cabe o remédio constitucional, quanto se tratar: 
1) de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de 
caução – segundo Paulo e Alexandrino, “mesma que seja cabível o recurso administrativo 
com efeito suspensivo, se o administrado simplesmente deixar escoar o prazo sem apresentar 
esse recurso, não fica impedido de ajuizar o mandado de segurança” (p. 207: 2010).; 
2) de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
3) de decisão judicial transitada em julgado – da mesma forma dispõe a Sum nº 268, do STF 
(decisões judiciais transitadas em julgado são atacáveis mediante ação rescisória ou revisão 
criminal, a depender da matéria); 
4) contra atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, 
sociedades de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
Além dos dispositivos citados, NÃO cabe mandado de segurança contra lei em tese, conforme 
entendimento do STF, consubstanciado na Súm nº 266. 
Por direito líquido e certo, Paulo e Alexandrino compreendem como “aquele demonstrado de 
plano, de acordo com o direito, e sem incerteza, a respeito dos fatos narrados pelo impetrante” (p. 
208: 2010). Em razão disso, não se cogita a dilação probatória em mandado de segurança, 
devendo as provas serem pré-constituídas. A liquidez exigida no mandado de segurança 
refere-se à matéria fática – sobre os fatos alegados pelo impetrante – ao contrário da matéria de 
direito que, de acordo com o STF, poderá apresentar grande complexidade jurídica. 
DIREITO CONSTITUCIONAL AÇÕES CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE SEGURANÇA RICARDO S. TORQUES 
2 
 
Paulo e Alexandrino (p. 208/9) elencam o rol dos legitimados ativos (sujeitos ativos) para a 
impetração da segurança: 
1) pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não no Brasil; 
2) as universalidade reconhecidas por lei, que, embora sem personalidade jurídica, possuem 
capacidade processual para defesa de seus direitos, como, por exemplo, o espólio, a massa 
falida, o condomínio, a herança, a sociedade de fato e a massa do devedor insolvente; 
3) os órgãos públicos de grau superior, na defesa de suas prerrogativas e atribuições; 
4) os agentes políticos e 
5) o Ministério Público, em sede de 2º, OU o promotor e justiça, quando se tratar de mandad de 
segurança perante juízos de 1º. 
 
Os referidos autores indicam como legitimados passivos do mandado de segurança (p. 209: 
2010): 
1) autoridades públicas de quaisquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e 
dos municípios, sejam de que categoria forem e sejam quais forem as funções que exerçam; 
2) os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades 
autárquicas (incluídas as fundações governamentais com personalidade jurídica de direito 
público); 
3) os dirigentes de pessoas jurídicas de direito privado, integrantes ou não da administração 
pública formal, e as pessoas naturais, desde que eles estejam no exercício de atribuições do 
Poder Público, e SOMENTE no que disse respeito a essas atribuições. 
Importante ressaltar que, em se tratando competência delegada, a autoridade coatora será o 
agente delegado (que recebeu a atribuição), e não o agente delegante, conforme entendimento 
do Súm. nº 510, do STF. 
Ao despachar a inicial o juiz ordenará notificação da autoridade coatora para que no prazo de 10 
dias prestar informações. Além disso, deverá ser dada ciência ao órgão responsável pela defesa 
judicial da pessoa jurídica interessada. 
Ao despachar a petição inicial, o juiz analisará o pedido de liminar, se houver, podendo exigir do 
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar eventual ressarcimento à 
pessoa jurídica. Tal exigência está sob crítica na doutrina, pois afirma-se que poderá “dificultar, 
ou mesmo impedir ao impetrante, a obtenção dessa medida acauteladora de seu direito, quando 
não tiver condições econômicas para o cumprimento de tal exigência” (p. 211: 2010). 
São dois os pressupostos para a concessão de medidas liminares, de acordo com Paulo e 
Alexandrino (p. 210: 2010): 
1) plausibilidade jurídica do pedido (fumus boni iuris) e 
2) risco de dano irreparável ou de difícil reparação em decorrência da demora na prestação 
jurisdicional definitiva (periculum in mora). 
DIREITO CONSTITUCIONAL AÇÕES CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE SEGURANÇA RICARDO S. TORQUES 
3 
 
Não será admitida a concessão de medida liminar em mandado de segurança que tenha 
por objeto: 
1) a compensação de créditos tributários; 
2) a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior e 
3) a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a 
extensão de vantagens ou pagamentos de qualquer natureza. 
O prazo para a impetração do mandado de segurança é de 120 dias decadenciais (Súm. nº 
430, STF), sendo contado da data que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser 
impugnado. 
Entende a doutrina que se o ato impugnado é de trato sucessivo (como, por exemplo, 
pagamentos periódicos) o prazo renovar-se-á a cada ato. 
Ressalta a doutrina são ser possível falar em prazo para as hipóteses de mandado de segurança 
preventivo. 
Ainda em relação ao prazo, conforme entendimento de Paulo e Alexandrino, “uma vez denegado 
o mandado de segurança, o pedido poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a 
decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito” (p. 212: 2010). 
São dois os critérios que definem a competência do juízo para apreciação judicial do 
mandado de segurança: 
1) autoridade coatora e 
2) sede funcional. 
Conforme Súm. nº 624, do STF, a competência para julgar ato de autoridade de tribunal não 
será do STF, entendendo-se que os próprios tribunais possuem competência para julgar 
os mandados de segurança contra seus atos. 
No âmbito da Justiça Estadual a competência será definida pela constituição estadual de 
cada estado-membro, conforme disposição do art. 125, da CRFB. 
Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de 
instrumento, mas do indeferimento da petição inicial, porque decisão terminativa de mérito, é 
cabível apelação. Da mesma forma, da sentença, denegando ou concedendo mandado de 
segurança, cabe apelação. 
Conforme entendimento do STF, na Súm. nº 622, não cabe interposição de embargos 
infringentes. 
As decisões em mandado de segurançaestão sujeitas ao duplo grau de jurisidição 
obrigatoriamente (reexame necessário), não impedindo, todavia, a execução provisória caso 
concedida a segurança, exceto nos casos em que não for possível a medida liminar 
(compensação de créditos tributário, entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, 
DIREITO CONSTITUCIONAL AÇÕES CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE SEGURANÇA RICARDO S. TORQUES 
4 
 
reclassificação ou equiparação de servidor e concessão de aumento ou extensão de vantagens 
ou pagamento de qualquer natureza). 
Segundo Paulo e Alexandrino, “o pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias 
assegurados em sentença de mandado de segurança a servidor público da administração direta 
ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações 
que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial” (Súm. nº 271, do STF). Tal 
entendimento decorre da Súm. nº 269, do STF, que afirma não ser o mandado de segurança 
substitutivo da ação de cobrança. 
Não será aceito o mandado de segurança como sucedâneo da ação popular, conforme Súm. nº 
101, do STF. 
Além disso, conforme a Súm. nº 512, do STF, não cabem honorários advocatícios em 
condenação decorrente de mandado de segurança. 
Por fim, conforme ensinam Paulo e Alexandrino, “o mandado de segurança admite desistência 
em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente do consentimento do 
impetrado, mesmo que já tenha sido proferida a decisão de mérito” (p. 215: 2010). 
 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
 
Possui previsão expressa na CRFB, art. 5º, LXX, podendo ser impetrado por (sujeitos ativos): 
1) partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses ou à 
finalidade partidária; 
2) organização sindical. Conforme entendimento do STF, pela Súm. nº 630, do STF, as 
organizações sindicais possuem legitimidade para impetrar a segurança apenas em relação a 
parte dos membros; 
3) entidade de classe e 
4) associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 ano, para a defesa 
de direito da totalidade ou parte dos associados, de acordo com o estatuto e desde que 
pertinente o direito à finalidade, sendo dispensada autorização especial para agir em juízo. 
Trata-se de hipótese de substituição processual ou legitimação extraordinária, não sendo 
necessário, nem autorização dos associados para agir em juízo, conforme a Súm nº 629, do 
STF. 
De acordo com Paulo e Alexandrino (p. 216:2010), os direitos protegidos pelo mandado de 
segurança coletivo podem ser: 
1) direitos coletivos transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria 
de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica ou 
2) direitos individuais homogêneos, decorrentes de origem comum e da atividade ou situação 
específica da totalidade ou de parte dos associados do impetrante.

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