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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA - CAMPUS I CURSO: NUTRIÇÃO COMPONENTE CURRICULAR: BIOQUÍMICA METABÓLICA DOCENTE: ÉRIKA RIBEIRO DISCENTES: AMANDA OLIVEIRA, KALYNE ARAÚJO E TÂMARA RODRIGUES HIPERINSULINEMIA ❖ O QUE É INSULINA? ❏ Hormônio produzido pelo pâncreas; ❏ Responsável pelo transporte de glicose; ❏ Tem ações específicas no fígado, tecido adiposo, vasos sanguíneos e rins. ❖ O QUE É HIPERINSULINEMIA? Elevação constante dos níveis de insulina no sangue. ❖ O QUE SIGNIFICA RESISTÊNCIA À INSULINA? Perda da “sensibilidade” ao estímulo/ação da insulina. ❖ O QUE CAUSA A RESISTÊNCIA INSULÍNICA? ● pode ter origem genética ou ser adquirida; ● obesidade (IMC >30); ● sobrepeso (IMC 25 - 30); ● sedentarismo. Doenças vinculadas à resistência insulínica: ● síndrome dos ovários policísticos; ● infecções pelo HIV; ● e hepatite C. A resistência à insulina está relacionada a muitos distúrbios que incluem: ● lesões na parede de vasos sanguíneos; ● aumento do colesterol no sangue; ● esteatose hepática; ● “pré-diabetes”, e diabetes; ● síndrome metabólica; ● puberdade precoce; ● ovários policísticos; ● doenças ateroscleróticas. OBESIDADE ● Função endócrina: O tecido adiposo libera peptídeos hormonais como a leptina, adiponectina e resistina, citocinas inflamatórias como fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina-6 (IL-6); ● Vias endócrinas, inflamatórias e neurais estão prejudicadas e podem modular a sinalização celular em diversos tecidos (músculo, fígado e tecido adiposo); ● pâncreas passa a produzir e liberar mais insulina para a manutenção dos níveis glicêmicos normais, aumentando-se desta forma os níveis de insulina circulante. ● hiperinsulinemia compensatória é um sinal evidente de perda da homeostase glicêmica na resistência à insulina (SALTIEL, KAHN, 2001). ● Complicações: hipertensão, dislipidemia, doença cardiovascular aterosclerótica, diabetes mellitus, apnéia do sono, problemas psico-sociais e diversos tipos de câncer. ● RESISTÊNCIA À INSULINA DIABETES MELLITUS Diabetes tipo 1: ● Produção de insulina insuficiente pelo pâncreas; ● Ocorre por herança genética e fatores ambientais como infecções virais; ● Acumula-se glicose no sangue. Diabetes tipo 2: ● Adquirida com o tempo; ● Consumo excessivo de carboidratos e açúcares; ● Torna-se resistente à insulina. SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS ● Aumento da produção de hormônios masculinos; ● Sintomas: aumento do volume ovariano, ausência de menstruação, ausência de ovulação, aumento de peso, acne, hirsutismo, queda de cabelo, RI e problemas com a fertilidade. ● Aumento do risco de doenças associadas: câncer de endométrio, ataque cardíaco e diabetes; ● Tratamento individualizado e não tem cura. HIPERTENSÃO ● A insulina aumenta o óxido nítrico (NO), vasodilatação; ● Na resistência à insulina, há uma diminuição da produção e liberação de NO, diminuindo a dilatação arterial, favorecendo a hipertensão, produção de endotelina = vasoconstritora; ● Retenção de sódio, que favorece a retenção de água, aumenta líquidos e a pressão arterial; ● cascata de eventos químicos dentro da célula, ativa uma enzima, a MAP-kinase, que favorece a proliferação de células no músculo liso das artérias e isso leva ao “enrijecimento” desta; ● excesso de peso, maior gordura no abdômen, sedentárias, e filhos de diabéticos. SÍNDROME METABÓLICA Fatores de Risco: ● Grande quantidade de gordura abdominal - Em homens cintura com mais de 102cm e nas mulheres maior que 88cm. ● Baixo HDL ("bom colesterol") - Em homens menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl. ● Triglicerídeos elevado (nível de gordura no sangue) - 150mg/dl ou superior ● Pressão sanguínea alta - 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão ● Glicose elevada - 110mg/dl ou superior. ALZHEIMER ➢ altos níveis de insulina inibem a degradação de beta amilóide (que contribui para a placa no cérebro). ➢ a hiperinsulinemia está associada a quase metade dos casos de Alzheimer ➢ A hiperinsulinemia pode levar à resistência à insulina no cérebro, ➢ e um estudo longitudinal mostra que níveis elevados de insulina – sem diabetes – dobram o risco de desenvolver a doença de Alzheimer. 62% de maior mortalidade por câncer. Em particular, eles também têm um risco 161% maior de mortalidade gastrointestinal. IARC - Agência Internacional de Pesquisa em Câncer CÂNCER Indivíduos com níveis altos de insulina no sangue têm um risco de A hiperinsulinemia crônica pode aumentar o risco de câncer, aumentando a atividade biológica do IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina), que pode ajudar os tumores a crescerem. A insulina também pode influenciar diretamente o crescimento tumoral. CÂNCER As células cancerosas são carne da nossa própria carne apenas um pouco diferentes e por assim serem lutam com as armas das nossas próprias células normais para sobreviverem e portanto apresentam aguçados todos os mecanismos de proliferação celular, de proteção apoptótica e ainda não respeitam o território sagrado das células vizinhas, invadem e tomam conta de novos territórios. Entretanto as células normais estão em muito maior número e teriam condições de se defenderem se não tivessem sido pegas de “surpresa” porque o hospedeiro, o ser humano constituído por elas, as maltratou contínua e ininterruptamente por muito tempo, até que um grupo se rebelou e começou a viver por si só: o câncer ( Felippe – 2005b). ➢ O Fator de Crescimento Semelhante à Insulina (IGF-I) aumenta a proliferação celular, diminui a apoptose das células malignas, promove a angiogênese tumoral e facilita o aparecimento de metástases. ➢ Na maioria das células as ações do IGF-I são mediadas pelo seu receptor IGF-IR, que está expresso em todos os tipos de células com exceção dos hepatócitos e dos linfócitos T (Werner – 1991 , Baserga – 1998). ➢ O IGF-I e seu receptor estão envolvidos no desenvolvimento de vários tipos de câncer como : mama, próstata, pulmão, colo-retal, endométrio, osteosarcoma, neuroblastoma, pâncreas, ovário e testículo (Sullivan – 1995 , Torestsky – 1996 , Sachdev – 2001 , Moschos – 2002 , Dupont – 2003 ). DOENÇA CARDIOVASCULAR ➢ A hiperinsulinemia estimula a produção de citocinas pró-inflamatórias em sistemas vasculares e células endoteliais . ➢ Níveis elevados de insulina podem levar ao desenvolvimento de hipertensão (pressão arterial elevada) por meio de sinais de insulina prejudicados e outros distúrbios metabólicos ➢ O aumento dos níveis de insulina em jejum aumenta o risco de DCV. DOENÇA RENAL CRÔNICA ➢ A resistência à insulina é visível nos estágios iniciais da doença renal crônica . ➢ A hiperinsulinemia pode levar à DRC independentemente de diabetes tipo 2 por meio do estresse oxidativo, estimulando fatores de crescimento e regulando os receptores renais. ❖ COMO SUSPEITAR DE HIPERINSULINEMIA? ➢ pessoas com história familiar de diabetes ➢ obesidade ou sobrepeso associadas ao aumento da circunferência da cintura (cintura maior que 80 cm nas mulheres e 90 cm nos homens). ➢ Alguns pacientes apresentam manchas escurecidas, amarronzadas, que não coçam e que não saem com a fricção na região da nuca, dobras do pescoço, axilas e dobras dos braços. Os níveis de insulina aumentados e sua relação com os níveis de glicose no sangue podem confirmar o diagnóstico. Acantose nigricans É importante perceber os sinais e sintomas da hiperinsulinemia. Quanto mais cedo forem reconhecidos, mais cedo você poderá deter os danos. Dado isto, aqui estão alguns sinaisa observar: – Fadiga / Falta de energia – Ganho de peso – Visão embaçada – Fome intensa / Desejo por doces – Incapacidade de manter o foco – Fraqueza muscular – Pensamento nebuloso – Sede constante No entanto, tenha em mente que a hiperinsulinemia é frequentemente assintomática. Em outras palavras, pode não haver indicadores visíveis, mas uma completa ausência de sintomas. DIETA DE RESTRIÇÃO ➢ A composição geral dessas dietas é extremamente baixa em carboidratos (<10%), com proteína moderada e maiores quantidades de gorduras saudáveis. ➢ Dietas de baixo teor de carboidratos induzem vários efeitos metabólicos favoráveis, incluindo diminuição da glicose sanguínea e redução dos níveis de insulina. ➢ Em mulheres com obesidade, uma dieta cetogênica de baixo carboidrato resultou em uma redução significativa nos níveis de insulina em jejum (-54%) ao longo de 24 semanas. ➢ A restrição de carboidratos em pacientes idosos obesos leva a melhorias na sensibilidade à insulina. SONO ➢ Privação de sono em jovens saudáveis induz níveis mais elevados de insulina em jejum. Aumento da inflamação que pode predispor o corpo a níveis mais elevados de insulina. ➢ As mudanças a curto prazo no sono podem afetar o metabolismo da glicose. ➢ A privação do sono entre 24 horas e 5 dias resulta em níveis alterados de glicose. ➢ Em um estudo com 1455 adultos com idade superior a 6 anos, os indivíduos que dormiam menos de 6 horas por noite apresentaram níveis significativamente mais elevados de glicose em jejum. ➢ Um estudo analisou indivíduos saudáveis após uma típica noite de 8 horas de sono e, em seguida, uma noite de sono de 4 horas. Esta única noite de privação de sono reduziu a taxa de infusão de glicose dos indivíduos em 25%. COMO PREVENIR E TRATAR? CONCLUSÃO A hiperinsulinemia é uma causa unificadora e subjacente da maioria das doenças crônicas. A hiperinsulinemia endógena é um desafio diagnóstico. Na investigação, é fundamental dosar especificamente a proinsulina, uma vez que, em casos raros, a hipoglicemia pode resultar da produção autônoma dessa molécula e consequente falha da supressão durante um período de diminuição rápida ou prolongada da glicemia. E todos nós podemos tomar medidas simples para melhorar a nossa saúde, minimizando a quantidade de açúcar/carboidratos refinados que consumimos. Por último, não devemos negligenciar os benefícios do sono e do exercício – ambos os quais desempenham um papel inestimável na nossa saúde geral. “Come pouco ao almoço e menos ainda ao jantar, que a saúde de todo o corpo constrói-se na oficina do estômago.” Miguel de Cervantes REFERÊNCIAS 1. CARVALHEIRA, José B.C. and SAAD, Mario J.A..Doenças associadas à resistência à insulina/hiperinsulinemia, não incluídas na síndrome metabólica. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2006, vol.50, n.2, pp.360-367. ISSN 1677-9487. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302006000200022. 2. JOSEPH, Michael. Hyperinsulinemia: The worl’ds Biggest Killer?. 2017. Disponível em: < https://www.nutritionadvance.com/hyperinsulinemia-insulin-resistance/> Acesso em: 29 de maio 2018. 3. LOPES, Heno F. EGAN, Brent M. Desequilíbrio Autonômico e Síndrome Metabólica: Parceiros Patológicos em uma Pandemia Global Emergente. 2006. http://www.scielo.br/pdf/%0D/abc/v87n4/22.pdf. 4. PEDROSA, Fernanda. Entenda a Resistência à Insulina. 2016. Disponível em: < https://drafernandapedrosa.com/entenda-resistencia-insulina/ Acesso em : 29 de maio 2018. 5. GARCIA, Flávia. 10 coisas que você precisa saber sobre síndrome de ovários policísticos. SBEM. 2009. Disponível em: < https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-sindrome-dos-ovarios-policisticos/> Acesso em: 09 de junho 2018. 6. MATOS, Amélio G. Hipertensão Arterial e Altos Níveis de Insulina. SBEM. Disponível em: <https://www.endocrino.org.br/hipertensao-arterial-e-altos-niveis-de-insulina/> Acesso em: 09 de junho 2018. 7. FONSECA, E.A.I. Influência da Obesidade e da resistência à insulina sobre o desenvolvimento tumoral: efeito da metformina. 2010. 94 f. Dissertação (Mestrado) - São Paulo: Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, 2010. 8. JUNIOR, José F. Tratamento nutricional e endócrino do câncer: benefícios da integração do médico clínico com o oncologista. 2007. Disponível em: < http://www.medicinacomplementar.com.br/biblioteca/pdfs/Cancer/ca-0383.pdf> Acesso em: 09 de junho 2018.
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