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TCD ANÁLISES FARMACOPEICAS

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ALESSANDRA CRISTINA DE SOUZA SOARES
ANE KATERYNE MATIAS SILVA
EDUARDA AYUMI SHIRAISHI AMANO
	
TIABENDAZOL
COMPRIMIDOS
SUSPENSÃO ORAL
	Disciplina Análises Farmacopeicas - Trabalho de Conclusão de Disciplinapara destacar o espírito crítico dos(as) alunos(as) e melhor usar a Farmacopeia Brasileira, 5ª edição e uma estrangeira, submetido ao orientador Prof (a).Isabela da Costa Cesar -FAFAR - UFMG
Belo Horizonte - MG
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 
 Farmacopeias são compêndios oficiais em que se descrevem os métodos de análise e as especificações mínimas de qualidade para os insumos farmacêuticos ativos (fármacos); especialidades farmacêuticas; drogas vegetais e produtos para a saúde em geral. Essas especificações dependem das etapas de fabricação às quais os produtos são submetidos, uma vez que a qualidade é algo que se incorpora ao longo do processo de produção, e não apenas se relaciona ao cumprimento das especificações em relação ao produto acabado. A garantia da qualidade está relacionada a todos os aspectos envolvidos na produção de um medicamento, desde a qualidade das matérias-primas utilizadas até a sua produção, o que envolve profissionais bem treinados; obediência às Boas Práticas de Fabricação (BPF); controles em processo (controle de qualidade realizado durante o processo de produção, onde são realizados testes mais simples com o objetivo de avaliar a adequabilidade do andamento da produção); controle do produto acabado e condições adequadas de estocagem.
 Além das Farmacopeias Brasileira e Americana, existem outras. Algumas apresentam foco mais social, como a Farmacopeia elaborada na OMS (Farmacopeia Internacional), que é menos tecnológica, e contém métodos de análises que vão desde métodos mais simples e de menor custo até métodos mais complexos e de maior custo. Essa apresenta monografias de fármacos utilizados para o tratamento de doenças características de países menos desenvolvidos, como antimaláricos, que não estão presentes, por exemplo, na Farmacopeia Americana, já que não faz parte do contexto americano.
 Não há obrigatoriedade para que um país elabore sua própria Farmacopeia, porém a existência de uma Farmacopeia nacional caracteriza o avanço científico e tecnológico do País, o que garante a qualidade dos insumos farmacêuticos e das especialidades farmacêuticas produzidas em tal.
 A Farmacopeia Brasileira é o Código Oficial Farmacêutico do País. É revisada e atualizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), junto com a Comissão da Farmacopeia Brasileira (CFB) e diversos Comitês Técnicos Temáticos (CTT). Encontra-se na quinta edição, e se apresenta em dois volumes. No primeiro volume estão descritos os métodos gerais, enquanto no segundo estão descritas as monografias.
 Toda empresa brasileira produtora de produtos farmacêuticos deve avaliar a qualidade de seu produto de acordo com os testes descritos na Farmacopeia Brasileira, já que seu uso tem amparo legal e exclusivo. Na ausência de uma monografia para o produto que se deseja analisar, a empresa pode realizar os testes baseando-se no que é descrito em outras Farmacopeias.
 De acordo com a RDC 37/2009 da ANVISA, em que se trata da admissibilidade das Farmacopeias estrangeiras, na ausência de monografia oficial de matéria-prima, formas farmacêuticas, correlatos e métodos gerais inscritos na Farmacopeia Brasileira, poderá ser adotada monografia oficial, última edição, de uma das seguintes Farmacopeias estrangeiras: Alemã; Americana; Argentina; Britânica; Europeia; Francesa; Internacional (OMS); Japonesa; Mexicana; Portuguesa.
Tiabendazol
Tiabendazolum
C10H7N3S; 201,25 g/mol
 Tiabendazol; 08493 (Registro Chemical Abstract Service – CAS. cada número de registro CAS é um identificador numérico único, que designa apenas uma substância e que não possui significado químico algum).
2-(4-Tiazolil)-1H-benzimidazol
[148-79-8] - Registro Chemical Abstract Service – CAS
 A Farmacopeia Brasileira 5ª edição (FB 5) contém a monografia para o insumo farmacêutico ativo, para as formas farmacêuticas comprimidos, pomadas esuspensão oral. A Farmacopeia Americana 34ª edição (USP 34), contém a monografia para o insumo farmacêutico ativo, para as formas farmacêuticas suspensão oral e comprimidos mastigáveis.
2 INSUMO FARMACÊUTICO ATIVO
2.1 ESPECIFICAÇÃO
 Contém no mínimo 98,0% e no máximo 101,0% - FB 5 e USP 34
2.2 DESCRIÇÃO 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
 Pó cristalino, branco ou quase branco. – FB 5
 Pó branco ou praticamente branco, inodoro ou quase inodoro. – USP 34
SOLUBILIDADE
 Praticamente insolúvel em água, pouco solúvel em clorofórmio, etanol e éter etílico. Solúvel em ácidos minerais diluídos – FB 5
 Praticamente insolúvel em água; ligeiramente solúvel em acetona e em álcool; muito pouco solúvel em clorofórmio e éter. – USP 34
Os termos descritivos de solubilidade são interpretados conforme Tabela 1, que consta no volume 1 da FB 5 e em anexo da USP 34. A expressão ‘partes’ refere-se à dissolução de 1 g de sólido no número de mililitros do solvente estabelecido em número de partes.
Tabela 1 – Termos descritivos de solubilidade e seus significados 
segundo a FB5 e USP 34
	Solvente
	Termo descritivo
	Muito solúvel 
	Menos de 1 parte
	Facilmente solúvel 
	De 1 a 10 partes
	Solúvel 
	De 10 a 30 partes
	Ligeiramente solúvel 
	De 30 a 100 partes
	Pouco solúvel 
	De 100 a 1000 partes
	Muito pouco solúvel 
	De 1000 a 10 000 partes
	Praticamente insolúvel ou insolúvel
	Mais de 10 000 partes
CONSTANTES FÍSICO-QUÍMICAS
 Faixa de fusão: 296 a 303ºC – FB 5 (5.2.2)e USP 34 <741>.
2.3 IDENTIFICAÇÃO
ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO NO INFRAVERMELHO
 O espectro de absorção no infravermelho da amostra dessecada, e dispersa em brometo de potássio tem as mesmas características, com máximos de absorção nos mesmos comprimentos de onda e com mesma intensidade observada para o tiabendazol SQR – FB 5 (5.2.14) e USP 34 <197K>.
ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO NO ULTRAVIOLETA
 O espectro de absorção no ultravioleta, na faixa de 200 a 400 nm, de solução exibe máximo de absorção em 304 nm, idêntico ao observado para solução similar de Tiabendazol SQR. A solução preparada deve ter concentração de 5 mg/mL.– FB 5 (5.2.14) e USP 34 <197U>.
CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
 Na cromatografia em camada delgada, a mancha principal do cromatograma da solução amostra corresponde à cor, intensidade e posição da solução de Tiabendazol SQR. – FB 5 e USP 34.
PROCEDIMENTO COLORIMÉTRICO
 No procedimento colorimétrico deve-se obter coloração final azul ou azul-violeta. – FB 5 e USP 34.
2.4 ENSAIOS DE PUREZA
SUBSTÂNCIAS RELACIONADAS
 Proceder como no teste C de Cromatografia em Camada Delgada (CCD). Tal teste consiste no sistema cromatográfico em que a separação dos componentes de uma mistura ocorre através da migração diferencial sobre uma fase estacionária. A posição final de cada mancha é designada pelo Rf. Após a revelação da cromatoplaca, mede-se a distância atingida por dessas manchas a partir da origem. A quantidade de manchas revela o número de substâncias presentes na mistura, ou seja, a presença de outras manchas além da principal, evidência impurezas no insumo farmacêutico ativo.
 Rf = (distância atingida pela mancha a partir da origem) / (distância percorrida pelo solvente desde a origem). – FB 5.
METAIS PESADOS
 No máximo 0,001% (10 ppm) – FB 5 e USP 34.
ÁGUA 
 Pode conter no máximo 0,5% – FB 5 e USP 34.
CINZAS SULFATADAS
 Pode conter no máximo 0,1% – FB 5 e USP 34.
2.5 TESTE DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
 Não preconizado na FB 5 ou USP 34.
2.6 DOSEAMENTO
 Dissolver 0,15 g da amostra em 30 mL de ácido acético glacial e titular com ácido perclórico 0,1 M SV. O ácido perclórico reage com o grupo funcional amina, presente no Tiabendazol. Observar o ponto final utilizando potenciômetro ou cloreto de metilrosanilínio SI até mudança de cor de azul para azul-esverdeado. 1mLde ácido perclórico
0,1 M SV equivale a 20,130 mg de tiabendazol. – FB 5 (5.3.3.5) e USP 34.
2.7 EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO
 Armazenar em recipientes bem fechados, protegidos da luz – FB 5 e USP 34.
2.8 ROTULAGEM DO INSUMO FARMACÊUTICO ATIVO
 De acordo com a legislação vigente – FB 5. Não especificado na USP 34.
2.9 CLASSE TERAPÊUTICA DO INSUMO FARMACÊUTICO ATIVO
 Anti-helmíntico. – FB 5. Não especificado na USP 34.
3 FORMAS FARMACÊUTICAS
3.1 TIABENDAZOL COMPRIMIDOS
3.1.1 ESPECIFICAÇÃO
 Contém no mínimo 90,0% e no máximo 110,0%. – FB 5 e USP 34.
3.1.2 IDENTIFICAÇÃO
ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO NO ULTRAVIOLETA
 Espectrofotometria de absorção no ultravioleta da solução amostra exibe máximo idêntico ao observado no espectro da solução padrão. – FB 5.
CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
 O tempo de retenção do pico principal do cromatograma da solução amostra, corresponde àquele do pico principal da solução padrão. – FB 5 e USP 34.
PROCEDIMENTO COLORIMÉTRICO
 Deve-se obter coloração final azul intensa ou violeta. – FB 5.
EXTRAÇÃO
Triturar 0,5 g de comprimidos de tiabendazol, adicionar 20 mL de água e filtrar. Lavar o resíduo com 20 mL de água e dissolver o resíduo em 30 mL de ácido clorídrico e filtrar. Com a solução filtrada, proceder com a alcalinização com hidróxido de sódio e extrair com dissulfeto de carbono e filtrar. Após a filtração, evaporar o solvente. O resíduo obtido cumpre os requisitos para o teste de identificação A do tiabendazol. – USP 34.
3.1.3 CARACTERÍSTICAS
DETERMINAÇÃO DE PESO
 Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites especificados na FB5, em relação ao peso médio, porém, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas.– FB 5
DUREZA
 O teste consiste em submeter o comprimido à ação de um aparelho que meça a força, aplicada diametralmente, necessária para esmagá-lo.O resultado do teste é informativo e não reprovativo.– FB 5
FRIABILIDADE
 São considerados aceitáveis os comprimidos com perda igual ou inferior a 1,5% do seu peso ou a porcentagem estabelecida na monografia.– FB 5.
DESINTEGRAÇÃO
 Após o limite de tempo, aproximadamente 30 minutos, todos os comprimidos devem ter desintegrado. – FB 5
UNIFORMIDADE DE DOSES UNITÁRIAS
 Para comprimidos não revestidos podem ser aplicados os testes de variação de peso e uniformidade de dose unitária. A escolha do teste será de acordo com o peso do comprimido em mg e a porcentagem total do fármaco existente no comprimido. – FB 5 e USP 34
3.1.4ENSAIOS DE PUREZA
 Não preconizado na FB 5 ou USP 34.
3.1.5 TESTES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
 Não preconizado na FB 5 ou USP 34.
3.1.6 DOSEAMENTO
TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA (5.2.14)
 A partir de 20 comprimidos de tiabendazol, pulverizá-los, pesar 0,15 g e dissolver em 30 mL de ácido acético glacial e titular com ácido perclórico 0,1 M SV. O ácido perclórico reage com o grupo funcional amina, presente no Tiabendazol. Observar o ponto final utilizando potenciômetro ou cloreto de metilrosanilínio SI até mudança de cor de azul para azul-esverdeado. 1mLde ácido perclórico 0,1 M SV equivale a 20,130 mg de tiabendazol. – FB 5
 Primeiro procede-se com a titulação potenciométrica do padrão (feito na mesma concentração da amostra), determina-se o ponto final (momento em que todo amina presente no tiabendazol reagiu com o ácido perclórico) da titulação e calcula-se a concentração do padrão, já que se sabe que 1 mL de ácido perclórico reage com 20,130 mg de tiabendazol. Em seguida, faz-se a titulação potenciométrica da amostra e, assim como no padrão, determina-se o ponto final e a concentração da amostra. Como a concentração do padrão é exatamente conhecida, já que para sua preparação é utilizada uma substância química de referência, este serve como parâmetro para comparação da amostra. Assim, a amostra deve ter de 90 a 110% de tiabendazol em relação ao padrão.
ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO NO ULTRAVIOLETA (5.2.14)
 Pesar e pulverizar 20 comprimidos de tiabendazol e transferir 0,1 g para um balão volumétrico de 100 mL, adicionando 75 mL de ácido clorídrico ácido clorídrico 0,1 M e deixar em banho-maria por 15 minutos. Após o esfriamento completar o volume com ácido clorídrico 0,1 M e filtrar. Transferir 10 mL do filtrado para um balão volumétrico de 100 mL, completando o volume com ácido clorídrico 0,1 M. Pipetar 5 mL e transferir para balão volumétrico de 100 mL e completar novamente o volume com ácido clorídrico. Medir absorção em 302 nm da solução amostra e padrão (preparada na mesma concentração da amostra) e calcular as respectivas concentrações – FB 5 
 O doseamento por esse método é feito determinando a quantidade de luz absorvida pela solução, visto que essa varia de acordo com a concentração do meio (solução). Com a realização dos cálculos e consequente determinação da concentração do padrão e da amostra, a solução amostra deve conter de 90 a 110% em relação ao contido na solução padrão.
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE)
 Previamente à preparação da solução amostra, pesar e pulverizar 20 comprimidos. Inicialmente transferir 0,2 g do pó para um balão volumétrico de 1000 mL, adicionar 100 mL de ácido clorídrico 0,1 M, prosseguir com a homogeneização e aquecer em banho-maria por 30 minutos. Após esfriar completar o volume com água e filtrar, descartando os primeiros 20 mL.
 Para a realização da CLAE, injetar 20 mL, separadamente, de solução amostra e padrão e medir as áreas dos picos gerados no cromatograma. Fazer os cálculos para determinar a quantidade de tiabendazol nos comprimidos comparando com a solução padrão. – FB 5 (5.2.17.4) e USP 34 <621>
 Esse método é utilizado para o doseamento, já que o pico produzido é referente apenas ao tiabendazol, tendo em vista que esse também é um método de separação. Assim, a área do pico refere-se à concentração da solução injetada.
3.1.7 EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO
 Manter em recipientes bem fechados, protegidos da luz.– FB 5e USP 34
3.1.8 ROTULAGEM
 De acordo com a legislação vigente.– FB 5
3.2 TIABENDAZOLSUSPENSÃO ORAL
3.2.1 ESPECIFICAÇÃO
 O limite para a identificação do tiabendazol suspensão oral deve ser de no mínimo 90% e no máximo de 110,0% da quantidade declarada de C10H7N3S.– FB 5 e USP 34
3.2.2 IDENTIFICAÇÃO 
ESPECTRO DE ABSORÇÃO NO ULTRAVIOLETA
 Exibe máximo de absorção em 302 nm, idêntico ao observado no espectro da solução padrão, ambas na concentração de 0,0005% (p/v).– FB 5 (5.2.14)
CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA 
 O tempo de retenção do pico principal do cromatograma da solução amostra, obtida no método C. de Doseamento, corresponde àquele do pico principal da solução padrão. – FB 5 e USP 34
PROCEDIMENTO COLORIMÉTRICO
 Deve-se obter uma coloração final azul intensa ou violeta. – FB 5
EXTRAÇÃO
 Triturar 0,5 g de comprimidos de tiabendazol, adicionar 20 mL de água e filtrar. Lavar o resíduo com 20 mL de água e dissolver o resíduo em 30 mL de ácido clorídrico e filtrar. Com a solução filtrada, proceder com a alcalinização com hidróxido de sódio e extrair com dissulfeto de carbono e filtrar. Após a filtração, evaporar o solvente. O resíduo obtido cumpre os requisitos para o teste de identificação A do tiabendazol IFA. – USP 34.
3.2.3 CARACTERÍSTICAS
ASPECTO
 O conteúdo do frasco deve escorrer com fluidez. A suspensão deve ser homogênea, viscosa, livre de grumos e partículas estranhas. – FB 5
DETERMINAÇÃO DE VOLUME
 Proceder conforme descrito em produtos líquidos em recipientes para doses múltiplas (exceto injetáveis), separando 10 unidades e reconstituindo cada unidade conforme indicado no rótulo. O volume médio não deve ser inferior ao volume declarado e o volume individual de nenhuma das unidades testadas deve ser inferior a 95,0% ou superior a 110,0% do volume declarado. – FB 5 e USP 34
3.2.4 ENSAIOS DE PUREZA
 Não especificado.– FB 5 e USP 34
3.2.5 TESTES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA FB 5. 
 Está preconizado o teste de contagem do número total de micro-organismos mesófilos e de pesquisa
de micro-organismos patogênicos. – FB 5.
 Não preconizado na USP 34.
3.2.6 DOSEAMENTO
ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO NO ULTRAVIOLETA
 Transferir volume da suspensão oral equivalente a 0.25 g para um balão volumétrico de 100 mL, adicionando 75 mL de ácido clorídrico ácido clorídrico 0,1 M e deixar em banho-maria por 15 minutos. Após o esfriamento completar o volume com ácido clorídrico 0,1 M e filtrar. Diluir até atingir a concentração de 0,0005% (p/v). Medir absorção em 302 nm da solução amostra e padrão (preparada na mesma concentração da amostra) e calcular as respectivas concentrações – FB 5 
 O doseamento por esse método é feito determinando a quantidade de luz absorvida pela solução, visto que essa varia de acordo com a concentração do meio (solução). Com a realização dos cálculos e consequente determinação da concentração do padrão e da amostra, a solução amostra deve conter de 90 a 110% em relação ao contido na solução padrão.
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE)
 Transferir volume de suspensão oral equivalente a 500 mg para balão volumétrico de 250 mL e completar o volume com ácido clorídrico 0,1 M. Transferir 5 mL da solução do balão para novo balão volumétrico, dessa vez de 50 mL e completar o volume com água, obetendo uma solução de concentração 0,2 mg/mL.
 Injetar 20 mL, separadamente, de solução amostra e padrão e medir as áreas dos picos gerados no cromatograma. Fazer os cálculos para determinar a quantidade de tiabendazol nos comprimidos comparando com a solução padrão. – FB 5 (5.2.17.4) e USP 34 <621>
 Esse método é utilizado para o doseamento, já que o pico produzido é referente apenas ao tiabendazol, tendo em vista que esse também é um método de separação. Assim, a área do pico refere-se à concentração da solução injetada.
3.2.7 EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO
 Manter em recipientes bem fechados, protegidos do calor. – FB 5 e USP 34
3.2.8 ROTULAGEM
 De acordo com a legislação vigente. – FB 5
 Não especificado na USP 34.
4 MÉTODOS GERAIS
4.1 CONTAGEM TOTAL DO NÚMERO DE MICRO-ORGANISMOS MESÓFILOS
 O teste permite quantificar o número total de bactérias mesófilas e fungos, presentes em uma determinada forma farmacêutica. Sendo contabilizadaa população de micro-organismos que apresentam crescimento visível, em até 5 dias, em Ágar caseína-soja a 32,5 ± 2,5 °C e em até 7 dias, em Ágar Sabouraud-dextrose a 22,5 ± 2,5 °C. A determinação pode ser efetuada pelo Método de filtração em membrana, Método em placa ou Método dos Tubos Múltiplos (MNP). Esse último é reservado para produtos que apresentam baixa densidade bacteriana. A escolha do método é determinada por fatores como: natureza do produto e o número esperado de micro-organismos.
4.2 CROMATOGRAFIA EM CAMADA (CCD)
 A CCD é uma técnica cromatográfica que possibilita a separação de componentes de uma mistura, devido a migração diferencial desses componentes por uma fase estacionária, composta por uma fina camada de material adsorvente, aplicado sobre um suporte plano. A migração dos componentes da mistura é promovida através da passagem de uma fase móvel, constituída por uma mistura de solventes. Durante o procedimento a fase móvel permanece no interior de um recipiente ou cuba, de material transparente e inerte, geralmente vidro, onde a cromatoplaca é inserida, em posição vertical e sob atmosfera saturada de fase móvel.
4.3 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE)
 A CLAE é uma técnica de separação fundamentada na distribuição dos componentes de uma mistura entre duas fases imiscíveis, a fase móvel, líquida, e a fase estacionária sólida, contida em uma coluna cilíndrica. As separações são alcançadas por partição, adsorção, troca iônica, exclusão por tamanho ou interações estereoquímicas, dependendo do tipo de fase estacionária utilizada. A CLAE apresenta vantagens sobre a cromatografia a gás para as análises de combinações orgânicas. Além disso, as amostras não voláteis e termolábeis são, preferencialmente, analisadas por CLAE.
4.4 DETERMINAÇÃO DE ÁGUA
 A determinação de água pode ser realizada por três métodos distintos: método volumétrico, método da destilação azeotrópica e método gravimétrico. Os dois primeiros testes possibilitam a determinação de água absorvida ou hidratada. Entretanto, o método gravimétrico pode remover qualquer componente volátil presente na amostra. O método volumétrico baseia-se na reação quantitativa entre a água e uma solução anidra de dióxido de enxofre e iodo, dissolvidos em piridina e metanol (reagente de Karl Fischer). Nesse método, admite-se o emprego de qualquer equipamento que permita a exclusão adequada da umidade atmosférica e a determinação do ponto final da titulação. Além disso, durante o método, a quantidade de água em mg, na qual reage com um mL do reagente, deverá ser determinada. No método por destilação azeotrópica, a água presente na amostra é destilada com tolueno, solvente no qual é praticamente imiscível. Por apresentar uma maior densidade, a água é coletada em um tubo receptor, após seu resfriamento. O aparelho utilizado no método por destilação azeotrópica é o Dean Stark. No método gravimétrico, uma quantidade da amostra é colocada em estufa a vácuo ou não, em uma determinada temperatura, por um determinado período de tempo. O procedimento é realizado até a obtenção de massa constante. O teste gravimétrico também poderá ser realizado utilizando dessecador com sílica, na presença de pentóxido de fósforo, um potente agente de desidratação. Os critérios de aceitação são especificados nas monografias individuais.
 Reação de oxi-redução: H2O + I2 + SO2 →2 HI + SO3
4.5 DETERMINAÇÃO DE CINZAS SULFATADAS (RESÍDUO POR INCINERAÇÃO)
 Cinzas sulfatadas são resíduos não voláteis à incineração na presença de ácido sulfúrico. A sua determinação visa estabelecer o teor de constituintes ou impurezas inorgânicas contidas em substâncias orgânicas. Neste teste, uma a 2 g da amostra (exceto especificado na monografia) são pulverizados e adicionados em grau previamente calcinado, resfriado em dessecador e tarado. Em seguida, são adicionados 1 mL de ácido sulfúrico e a mistura é aquecida até a carbonização. Após o resfriamento, são adicionados mais 1 mL de ácido sulfúrico com o intuito de umedecer o resíduo. O material é incinerado com aquecimento gradativo a 600 ± 50 °C, durante tempo determinado. Este procedimento deverá ser repetido até que a diferença entre as duas pesagens seja ≤ 0,5 mg. A porcentagem de cinzas sulfatadas em relação a substância sob ensaio, deverá ser determinada.
4.6 DETERMINAÇÃO DE PESO
 O objetivo desse teste é verificar se as unidades de um mesmo lote apresentam uniformidade de peso (produtos em dose unitária) ou se há homogeneidade de distribuição no envase (acondicionamento em dose múltipla). O teste é aplicado em formas farmacêuticas sólidas em dose unitária (comprimidos não revestidos e revestidos; pastilhas; cápsulas duras e moles e supositórios); formas farmacêuticas sólidas acondicionadas em recipientes para dose unitária (pós estéreis; pós liofilizados; pós para injetáveis e pós para reconstituição de uso oral) e formas farmacêuticas sólidas e semissólidas acondicionadas em recipientes para doses múltiplas (granulados, pós, géis,cremes, pomadas e pós para reconstituição). Desse modo, determina-se o peso em gramas de cada unidade, calculando-se o valor do peso médio, desvios individuais em relação ao peso médio e porcentagem em relação ao valor rotulado. Os critérios de avaliação são descritos no volume I da Farmacopeia.
4.7 DETERMINAÇÃO DO PONTO OU INTERVALO DE FUSÃO
 O ponto de fusão é a temperatura na qual uma determinada substância se encontra completamente fundida. O intervalo de fusão por sua vez, é a faixa de temperatura na qual uma determinada substância, começa a se fluidificar até se encontrar completamente fundida. Existem, basicamente, quatro métodos para determinação do ponto ou intervalo de fusão: método do capilar; método do capilar aberto; método da gota e método do bloco metálico aquecido. O procedimento
de cada método está descrito em MÉTODOS GERAIS da FB 5v.1.
4.8 ESPECTROFOTOMETRIA NO ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E INFRAVERMELHO
 As técnicas espectrofotométricas são fundamentadas na absorção da energia eletromagnética por determinadas moléculas. Esta absorção depende tanto da concentração, quanto da estrutura química das mesmas. A espectrofotometria de absorção pode ser dividida em ultravioleta, visível e infravermelho, dependendo dos intervalos de frequência de energia. A faixa de comprimento de onda da região ultravioleta (UV), visível (VIS), infravermelho próximo (NIR), médio (MIR) e distante são: 190 a 380 nm, 380 a 780 nm, 780 a 2500 nm, 4 a 25 µm e 25 a 300 µm, respectivamente. Na região do ultravioleta e visível, a absorção de energia resulta em transições eletrônicas, geralmente de elétrons dos orbitais s e p ligantes e não ligantes para os orbitais p* e s* antiligantes. Entretanto, na região do infravermelho esta absorção resulta em transições vibracionais, caracterizadas por estiramentos e tensionamentos de ligações interatômicas e modificações dos ângulos das ligações.
4.9 PESQUISA DE MICRO-ORGANISMOS PATOGÊNICOS
 Esse método possibilita verificar a presença ou a ausência de micro-organismos específicos em meios seletivos. No volume I da FB 5 há informação do modo de preparo e incubação das amostras.
4.10 REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO
 Método clássico para identificação de substâncias, por meio de reações características de grupamentos químicos, resultando fenômenos facilmente perceptíveis como: a formação de precipitado, formação de produto colorido, desprendimento de gás, descoramento do reagente utilizado, entre outros. Na identificação de íons cloreto por exemplo, a amostra é tratada com nitrato de prata em meio ácido. Havendo a presença de íon cloreto na amostra, esse é precipitado na forma de cloreto de prata (precipitado branco). Essa técnica não é aplicada a mistura de fármacos.
4.11 SUBSTÂNCIAS RELACIONADAS
 Substâncias relacionadas são impurezas orgânicas, presentes em insumos farmacêuticos ou medicamentos, apresentando estruturas químicas relacionadas ao fármaco. Essas substâncias são subprodutos de reações de degradação, portanto, suas concentrações deverão ser avaliadas e controladas. Os limites máximos permitidos estão descritos na monografia individual do insumo farmacêutico ou medicamento. Os principais métodos de análise são: cromatografia por camada delgada (CCD) ou cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A avaliação de substâncias relacionadas especificas é denominada na monografia farmacopeica como limite de “nome da impureza”.
4.12 TESTE DE DESINTEGRAÇÃO
 O teste de desintegração avalia o tempo necessário para a desintegração de comprimidos e cápsulas. O teste deverá ser realizado em comprimidos revestidos ou não, cápsulas duras ou moles, exceto comprimidos ou cápsulas de liberação prolongada. O teste é realizado em aparelhagem específica, onde seis unidades a serem testadas, são colocadas em uma cesta, capaz de realizar movimentos verticais, imergindo e emergindo as unidades em solução especificada (37 ± 1 °C).
4.13 TESTE DE DISSOLUÇÃO
 O teste de dissolução permite determinar a quantidade de substância ativa, dissolvida no meio de dissolução, quando o medicamento é submetido a ação de uma aparelhagem específica. A FB 5 aponta três tipos de aparelhagem: cestas, pás e cilindros alternantes. A monografia individual do medicamento, descreve o meio de dissolução adequado, que deverá ser utilizado no teste (37 ± 0,5 °C) e especifica o tempo de coleta, no qual alíquotas do meio de dissolução deverão ser coletadas. A determinação do teor da substância ativa, poderá ser determinada por espectrofotometria ou cromatografia. O resultado do teste é expresso em porcentagem da quantidade declarada presente no rótulo. O critério de aceitação é fornecido pelo volume I da FB 5, levando em conta o valor de tolerância (Q), especificado na monografia individual.
4.14 TESTE DE DUREZA
 O teste de dureza determina a resistência de comprimidos ou núcleos ao esmagamento ou à ruptura, sob pressão radial.O teste é realizado com 10 unidades, utilizando aparelhagem específica (durômetro). As unidades são testadas, individualmente, obedecendo sempre à mesma orientação (considerar a forma, presença de ranhura e gravação). O resultado do teste é informativo e não reprovativo.
4.15 TESTE DE FRIABILIDADE
 O teste de friabilidade determina a resistência de comprimidos ou núcleos não revestidos à abrasão, quando submetidos à ação mecânica de aparelhagem específica (friabilômetro). O teste consiste em pesar com exatidão um número determinado de unidades, segundo a monografia, submetê-las à ação do friabilômetro e retirá-las depois de efetuadas 100 rotações. Os resíduos de pó deveram ser retirados com o auxílio de um pincel e a diferença entre o peso inicial e o peso final deverá ser determinada. A porcentagem de pó perdidodeverá ser calculada. A FB 5 aponta um valor máximo de 1,5%, entretanto, o resultado do teste é informativo.
4.16 TESTE DE UNIFORMIDADE DE DOSE UNITÁRIA
 O teste de uniformidade de dose unitária visa assegurar a uniformidade de distribuição do fármaco, em unidades de um determinado lote de medicamentos. Neste teste, dois métodos são utilizados (variação de peso e uniformidade de conteúdo), que deveram ser aplicados em formas farmacêuticas sólidas, contendo um ou mais fármacos. A variação de peso é aplicada em medicamentos onde a dose e a proporção do fármaco é ≥ 25 mg e ≥ 25%, nessa classificação o tipo da forma farmacêutica também é avaliado. No teste de variação de peso, a quantidade de fármaco por unidade é estimada a partir do resultado do doseamento e dos pesos individuais das unidades, assumindo-se uma distribuição homogênea do princípio ativo. Entretanto, o teste de uniformidade de conteúdo, baseia-se no doseamento individual do princípio ativo, em um determinado número de unidades. Nos dois testes, a porcentagem do valor rotulado (%VR) por unidade, a média dessas porcentagens, a média do limite especificado (T), o desvio padrão (s) e o valor de aceitação (VA), deverão ser calculados. Os critérios de aceitação são descritos no volume I da FB 5.
4.17 TITULAÇÕES EM MEIO NÃO AQUOSO
 As titulações em meio não aquoso são empregadas para fármacos que são bases ou ácidos fracos. A titulação em meio não aquoso se baseia no conceito ácido / básico de Brönsted-Lowry, no qual o ácido é uma substância que doa próton e a base é aquela que recebepróton. Os solventes empregados na titulação em meio não aquoso devem satisfazer certas exigências. O ponto final do doseamento pode ser determinado visualmente pela mudança de cor ou potenciometricamente. Geralmente a escolha do métodobaseia-se no pKa dos analitos em água. Para bases com o pKa da ordem de 4, a detecção é, em geral, por meio de indicadores; para as que o pKa está entre 1 e 4, a detecção é potenciométrica. No volume I da FB 5 estão preconizados o tipo de solvente; indicador e eletrodos que deveram ser utilizados no teste.
5 ANÁLISE CRÍTICA
 No que diz respeito aos conteúdos contidos nas Farmacopeias Brasileira e dos Estados Unidos, vê-se uma disparidade considerável. Uma das principais diferenças notadas foi no quesito quantidade de testes. 
 Na USP 34, para o Tiabendazol, é abordado um leque menor de testes, sendo esses mais precisos, rápidos e caros,como a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), único teste especificado para doseamento de comprimidos e suspensão oral. Isso ocorre devido a condição econômica melhor, além de maior acesso a tecnologia.
 Já a FB 5, no caso do Tiabendazol, aborda tanto testes simples e baratos, quanto testes caros, mais precisos e automatizados, desde que a eficiência de todos seja garantida, apesar de possuírem confiabilidades distintas. Um exemplo é o doseamento de comprimidos e suspensão oral por meio de titulação potenciométrica que requer certo gasto e tecnologia para sua realização, porém muito menor quanto comparados a CLAE, método também preconizado na FB 5 para
o doseamento das duas formas farmacêuticas. Essa maior quantidade de testes na FB 5 ocorre de forma a tornar a farmacopeia esteja ajustada em relação a infraestrutura tecnológica e econômica do país, além de garantir, para as indústrias, acesso e condições para a realização dos testes de controle de qualidade em seus medicamentos, em que estas tem o direito de empregar aquele teste que melhor lhe cabe.
 Além disso, características do medicamento, como dureza, friabilidade e desintegração, no caso dos comprimidos não são especificados na USP 34, diferentemente da FB 5, o que a torna mais eficaz tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo, logo mais completa.
6 CONCLUSÃO
 Tendo em vista que anteriormente à disciplina de Análises Farmacopeicas o contato com a Farmacopeia havia sido irrisório, a realização desse trabalho nos trouxe conhecimento sobre as abordagens da FB 5 e da USP 34, um maior conhecimento sobre os testes e quais são feitos para as diferentes formas farmacêuticas, nos ensinou como deve-se ser feita a pesquisa dentro das farmacopeias e o manuseio das informações, além de ter nos mostrado o quanto a farmacopeia, seja brasileira ou estrangeira é ferramenta de pesquisa essencial para nós, futuros farmacêuticos.
 O trabalho também contribuiu para um maior conhecimento sobre a Farmacopeia Americana, uma das mais utilizadas no mundo, devido ao fato da sua constante atualização, o que nos mostrou que, quando não encontrado determinado dado na FB 5, a USP 34 deve ser uma bibliografia alternativa.
REFERÊNCIAS
FARMACOPEIA Brasileira, 5 ed., Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitário, 2010, v. 1 e 2. 
THE UNITED States Pharmacopeia, 34 th ed., Rockville: United States Pharmacopoeial Convention, 2011. 
Belo Horizonte, 1 de novembro de 2017.
ALESSANDRA CRISTINA DE SOUZA SOARES
ANNE KATERYNE MATIAS SILVA
EDUARDA AYUMI SHIRAISHI AMANO

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