Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Controle de Constitucionalidade Das Leis e Atos Normativos Constituição Superlegalidade formal: As normas de revisão estão submetidas a exigências processuais, formais e materiais “agravadas” ou “reforçadas”. A “rigidez” da Constituição é observada nestas normas! Constituição Parametricidade material: Conformidade substancial de todas as normas estatais com as normas e princípios da Constituição Constituição Conjugação de ambos os aspectos: “Os actos normativos só estarão conformes com a Constituição quando não violem o sistema formal, constitucionalmente estabelecido, da produção desses actos e quando não contrariem, positiva e negativamente, os parâmetros plasmados nas regras ou princípios constitucionais” (CANOTILHO) Primórdios Caso Marbury vs Madison “Entre essas alternativas não há meio- termo. A Constituição ou é uma lei suprema, não passível de modificação por meios ordinários, ou está nivelada com as leis ordinárias e, como outras leis, é passível de ser alterada quando ao legislador agrade alterá-la”. MARSHALL O caso: Marbury vs Madison JOHN ADAMS WILLIAM MARBURY JAMES MADISON THOMAS JEFFERSON JOHN MARSHALL 1800 1801 1803 Primórdios Marbury vs Madison “Se a primeira parte da alternativa for verdadeira, então as Constituições escritas são tentativas absurdas, de parte do povo, de limitar um poder que é, de sua própria natureza, ilimitável”. MARSHALL Constituição (concepção liberal) “Toda la ciencia de la libertad, todo el arte del gobierno libre, consiste en el conjunto de reglas y preocupaciones dirigidas a impedir que los mandatarios del país abusen de sus mandatos y que el mandante, es decir, el país soberano conserve el poder de prevenir y corregir los abusos de sus mandatarios en la gestión de sus mandatos”. ALBERDI Inconstitucionalidade Inconstitucionalidade formal: O vício formal é aquele que atinge o ato em seu processo de elaboração. Acarreta nulidade total Inconstitucionalidade material Dissonância entre o conteúdo do ato normativo e a Constituição Inconstitucionalidade por ação ou omissão “A omissão constitucional pode decorrer da inércia de qualquer dos Poderes do Estado. Por exemplo, um ato de governo não praticado, embora exigido pela Constituição, implica em inércia constitucional”. CLÈVE Modelos de Controle • Político Decorre do dogma da soberania da lei: só os próprios corpos legislativos podem manifestar-se sobre a validade das leis. Constituição Francesa de 1958: Conselho Constitucional Modelos de Controle • Jurisdicional 1. Americano (judicial review) 2. Austríaco Modelo Americano Todo juiz tem competência para, julgando um caso concreto, deixar de aplicar determinada lei, declarando-a inconstitucional (controle difuso). Características do Modelo Americano • Caso concreto: Os tribunais são chamados a resolver uma lide e, incidentalmente, solucionam a questão constitucional Características do Modelo Americano • A constitucionalidade é mera questão prejudicial ao exame do mérito. • Questão prejudicial: “a relação jurídica, ou autenticidade ou falsidade de documento, de cuja decisão depende, no todo ou em parte, julgamento da lide.“ (GRINOVER) Características do Modelo Americano • A inconstitucionalidade é alegada por via de exceção, como meio de defesa. Características do Modelo Americano • A decisão vale inter pares. • A lei não desaparece da ordem jurídica. Características do Modelo Americano • A inconstitucionalidade é preexistente; a decisão jurídica só a declara. • Os efeitos da decisão retroagem à data da edição da lei. Características do Modelo Americano • Apenas no caso concreto, há a repristinação da legislação anterior. • Repristinação: instituto pelo qual é restabelecida a vigência de uma lei pela revogação da norma que a tinha revogado. Modelo Austríaco • É o controle concentrado e abstrato das leis. • É cometido a um único órgão, a Corte ou Tribunal Constitucional Características do Modelo Austríaco • É concentrado num único órgão do Poder Judiciário. • É realizado de forma abstrata, sem consideração a nenhum interesse concreto eventualmente ofendido. Características do Modelo Austríaco • A via de argüição da inconstitucionalidade é a via direta. • A Itália admite o controle concentrado por meio de incidentes de inconstitucionalidade. Características do Modelo Austríaco • O objeto da ação é o exame da própria constitucionalidade. • Há um rito próprio e um rol de legitimados específico para a propositura da ação. Características do Modelo Austríaco • A decisão de inconstitucionalidade é constitutiva. Princípio da presunção de legalidade das normas estatais. Características do Modelo Austríaco • A decisão de inconstitucionalidade só produz efeitos para o futuro (ex nunc). • Eficácia erga omnes (efeitos de obrigação geral, válida para todos). • A lei desaparece do ordenamento. Momento do Controle • Preventivo, prévio, a priori Ocorre durante o processo legislativo, de modo a evitar o ingresso de norma inconstitucional no ordenamento jurídico. Ex.: França (exclusivo), Portugal, Áustria, Itália e Espanha (juntamente com o sucessivo) Momento do Controle • Controle Preventivo no Brasil: 1. Comissões de Constituição e Justiça 2. Veto jurídico (art. 84, V, CF) 3. Negativa de seguimento pelo Presidente da Casa Legislativa 4. Mandado de segurança impetrado contra irregularidade do processo legislativo Mandado de Segurança (legitimidade) • A regularidade do processo legislativo (princípio do devido processo legislativo) tem sido reconhecido como direito líquido e certo do parlamentar. • Jurisprudência majoritária do STF: só pode ser impetrado por violação de norma constitucional do processo legislativo. Direito ao devido processo legislativo • “O processo legislativo é suscetível de controle pelo Poder Judiciário, havendo possibilidade de lesão jurídico- constitucional. A legitimidade ativa é privativa de Membro do Congresso Nacional, não cabendo a terceiros”. (STF, MS 23.328, j. em 27/01/99 – RDA 215/227) Mandado de Segurança (normas regimentais) A interpretação das normas regimentais é assunto interna corporis da cada Casa Legislativa, insuscetível de provocar pronunciamento do Poder Judiciário Momento de Controle • Repressivo, sucessivo ou a posteriori Ocorre quando a norma impugnada já ingressou no ordenamento, produzindo ou não efeitos. Titulares do Controle Repressivo 1. Poder Judiciário (via difusa ou concentrada) 2. Poder Legislativo: • (i) quando o Poder Executivo exorbita do poder regulamentar (Art. 49, V, CF) • (ii) rejeição de medida provisória por vício de inconstitucionalidade 3. Administração: A Administração pode anular os seus próprios atos quando estes se encontrem eivados de vícios. Poder Judiciário Brasileiro JÚRI TRE STM JUIZ JUIZ JEF JUIZ JÚRI JUIZ JEC TRTRT STJ STF TJ/TATR TSTTSE CJM TRF CJM TME TU CNJ Controle de Constitucionalidade no Brasil Como em Portugal, no Brasil o controle é misto, podendo ser difuso ou concentrado Controle de Constitucionalidade no Brasil • Difuso: Princípio do livre convencimento do juiz (princípio da autonomia) O juiz tem liberdade para dar a determinado litígio a solução que lhe pareça mais adequada, conforme seu convencimento, dentro dos limites impostos pela lei e pela Constituição, e motivando sua decisão. Controle de Constitucionalidade no Brasil Os órgãos jurisdicionais colegiados só poderão declarar a inconstitucionalidade das leis e atos normativos pela maioria absoluta dos votos do Plenário. Controle de Constitucionalidade no Brasil O Senado Federal pode suspender a eficácia de norma declarada inconstitucional pelo STF (Art. 52, X, CF) Função discricionária Controle de Constitucionalidade no Brasil • Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade – Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (Art. 102, I, a, CF) – Ação de Inconstitucionalidade por omissão Controle de Constitucionalidade no Brasil – Antecedentes Históricos • 1824 – Império – Controle = Legislativo • 1891 – Início do Controle Difuso – Decisão inter partes • 1934 – Início da Cláusula de Reserva de Plenário – Controle do Senado sobre a suspensão – Representação Interventiva – Criação do MS Controle de Constitucionalidade no Brasil – Antecedentes Históricos • 1937 – Reserva de Plenário – Enfraquecimento do STF e dos controles • 1946 – Retomada dos controles e do papel do STF • 1965 – Início do Controle Concentrado – Início do Controle Concentrado nos Estados Controle de Constitucionalidade no Brasil – Antecedentes Históricos • 1967 e 1969 – Controle Misto – Ampliação da Representação Interventiva • 1988 – Legitimados da ADI – Início da ADPF – Início da ADC – Controle de Constitucionalidade Estadual – Súmulas Vinculantes – ADI interventiva – Início da ADO e MI – Cautelar em Controle Concentrado de Constitucionalidade CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE REGRAS GERAIS 1. NORMA ABSTRATA è validade ampla 2. EM VIGOR A PARTIR DE 05.10.88 3. QUESTIONAVEL CONSTITUCIONALIDADE OU INCONSTITUCIONALIDADE 4. COMPETÊNCIA DO STF è guardião da CF – (11 ministros) 5. EFEITOS ‘ERGA OMNES” è vale para todos 6. INTRUMENTOS PROCESSUAIS ESPECÍFICOS è ADIn – ADECON - ADPF) ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE A) – PREVENTIVO Poderes Legislativo e Executivo ocorre durante o processo de criação da norma, já na fase de iniciativa B) REPRESSIVO Poder Judiciário Excepcionalmente: o Legislativo (Art. 62 e 49 V, CF “ATAQUE A NORMA” Inicia-se após a sanção da Lei e vai monitorar a abrangência desta, verificando a ocorrência de algum conflito constitucional DIRETO (ADin + ADECON + ADPF) “ via de ação” “ controle abstrato” “ cont. concentrado” INDIRETO “via difusa” “controle concreto” Efeito “Inter partes” ADIN è “Ação Declaratória de Inconstitucionalidade” ADIN-genérica, vale para todo o tipo de conflito constitucional ADIN-Interventivas, geralmente provocadas pelo Procurador junto ao STF, para promover uma intervenção em determinado poder público FEDERAL è ESTADUAL e ESTADUAL è MUNICIPAL ADIN-por omissão, na impossibilidade do STF declarar a norma inconstitucional notifica a regulamentação pu a criação de uma lei inexistente, para resolver um determinado problema, com efeito “inter partes” objetivo: Declarar ato normativo ou lei (Federal ou Estadual) que afronte a CF è inconstitucional Nota: As municipais NÂO legitimidade è ATIVA (Art. 103, CF) Lei 9868/99 è Processamento da ADIN ou ADIn ou ADI LIMINAR è: Ação de emergência, risco, urgência (“periculum in mora” e “fumus boniiuris” - (plausabilidade) Quórum mínimo: 8 dos 11 ministros Julgamento: Maioria absoluta = 7 votos Ação Direta Interventiva • Legitimação ativa: Procurador Geral da República • Objeto: violação de princípios sensíveis da CF por norma estadual • Efeitos: Requisição do ato de intervenção pelo STF, dirigida ao Presidente da República Ação de Inconstitucionalidade por omissão • Efeitos: 1. Órgão administrativo: adoção das providências necessárias em 30 dias; 2. Órgão Legislativo: ciência das providências necessárias. Não há prazo. ADECON è “Ação Declaratória de Constitucionalidade” objetivo: Declarar ato normativo ou lei (Federal ou Estadual) campo material: LEI / ATO NORMATIVO è Federal è Constitucional Nota: As municipais NÂO legitimidade è ATIVA (Art. 103, CF) Lei 9868/99 è Processamento da ADECON segue o da AdIN CAUTELAR: Ação de emergência, risco, urgência (“periculum in mora” e “fumus boni iuris” (plausabilidade) Quórum mínimo: 8 dos 11 ministros Julgamento: Maioria absoluta = 7 votos REQUISITO NECESSÁRIO: GRAVE CONTROVÉRSIA e INSTABILIDADE Ação Declaratória de Constitucionalidade • Legitimação ativa: Art. 103, CF. • Objeto: comprovada controvérsia judicial que ponha em risco a presunção de constitucionalidade de lei ou ato normativo. • Efeitos: ex tunc, erga omnes e vinculantes a todos os órgãos do Poder Executivo e demais órgãos do Poder Judiciário. PONTOS COMUNS Ingresso Legitimado ART 103 - CF PROCESSO • LIMINAR • JULGAMENTO ADPF – 9892/99 – Art. 102 CF LEI / ATO NORMATIVO • FEDERAL • ESTADUAL • MUNICIPAL • PRECEITO FUNDAMENTAL • CARÁTER RESIDUAL PRECEITOS FUNDAMENTAIS – Princípios Fundamentais – Art. 1º - 4º A ADPF argui sobre os descumprimentos à estes artigos – Se não houver outro meio para atacar a norma, resta a ADPF para: a) descumprimento de preceito fundamental b) Não se poder utilizar da ADIN ou da ADECON (caráter residual) As normas produzidas até o dia 04-10-88, passam por uma verificação chamada de RECEPÇÃO CONSTITUCIONAL que, tem por objetivo verificar no dia-adia, dentro do poder judiciário, a sua compatibilidade ou não da constituição de 1988; levando-se em conta apenas e tão somente o seu aspecto material ou seja; O QUE ELAS DIZEM. Já a partir de 05-10-88, data da promulgação e entrada em vigor da nova Constituição Federal, a referida adequação passa a ser necessária tanto em relação a forma ou seja: COMO FOI FEITA, e também quanto à MATÉRIA QUE TRATA. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL É IMPRESCRÍTIVEL. DIPLOMAS LEGAIS ADIn - Ação Declaratória de Inconstitucionalidade •Lei 9.868/99 ADECON - Ação Declaratória de Constitucionalidade •Lei 9.868/99 ADPF - Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental •Lei 9.282/99 Resultado do Caso Malbury x Madison • O caso de William Marbury contra James Madison sessão de Fevereiro de 1803 (I, repertório de Crachi, 137-189), foi decidido e colocado o seguinte resumo: “Quando a comissão já está assinada pelo presidente, completa-se a nomeação do funcionário, a comissão é feita e perfeita quando o secretário de Estado lhe estampa o selo dos Estados Unidos. Reter a comissão assim feita e perfeita, é violar legitimo direito adquirido. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos é incompetente para mandar passar alvará de mandamus, ordenando ao secretário do Estado entregar um documento do Estado entregar um documento, a constituição lhe não dá em tais casos jurisdição originária e é inconstitucional a resolução do congresso que lha conferiu. Nula é toda a lei oposta à constituição” AMICUS CURIE • Espécie peculiar de intervenção de terceiros em processos, onde uma pessoa, entidade ou órgão com profundo interesse em uma questão jurídica levada à discussão junto ao Poder Judiciário, intervém, a priori como parte "neutra", na qualidade de terceiro interessado na causa, para servir como fonte de conhecimento em assuntos inusitados, inéditos, difíceis ou controversos, ampliando a discussão antes da decisão final. • Trata-se de um instituto muito usado (e abusado) nos EUA, tanto que o Poder Judiciário de lá têm imposto várias regras restritivas para que interessados com clara má-fé não intervenham no feito apenas para atrapalhar, confundir, ou aumentar discussões inúteis. A partir de 1999 o amicus curiae passou a ser discutido com maior ênfase, pois a Lei 9.868/99, que trata de processo e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Declaratória de Constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, dispôs sobre ele no parágrafo 2º de seu art. 7º. RESERVA DE PLENÁRIO • O princípio da reserva de plenário assegurado no artigo 97 da CF determina que "somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público". • Assim, a maioria absoluta deve estar presente no Tribunal Pleno ou no órgão especial que lhe fizer as vezes. Essa regra é excepcionada, unicamente, quando se tratar do disposto no artigo 481 , CPC , ou seja, os próprios órgãos fracionários poderão julgar a inconstitucionalidade do ato normativo, não remetendo a questão ao Pleno ou ao órgão especial, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. RECLAMAÇÃO • A jurisprudência do STF admite, excepcionalmente, reclamação para preservar a autoridade de decisão prolatada em ação direta de inconstitucionalidade, desde que haja identidade de partes e que a prática de atos concretos fundados na norma declarada inconstitucional promane do órgão que a editou’ (STF-Pleno, Rec 556-9-TO, rel. Min. Maurício Corrêa. J. 11.11.96, julgaram procedente, dois votos vencidos, DJU 3.10.97, p. 49.23. FIM
Compartilhar