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NR 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

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NR 30 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO 
 
Publicação D.O.U. 
Portaria SIT n.º 34, de 04 de dezembro de 2002 09/12/02 
 
Alterações/Atualizações D.O.U. 
 Portaria SIT n.º 12, de 31 de maio de 2007 04/06/07 (Ret. 08/06/07) 
Portaria SIT n.º 36, de 29 de janeiro de 2008 30/01/08 
Portaria SIT n.º 58, de 19 de junho de 2008 24/06/08 
Portaria SIT n.º 183, de 11 de maio de 2010 14/05/10 
Portaria SIT n.º 100, de 17 de janeiro de 2013 18/01/13 
 
30.1 Objetivo 
 
30.1.1 Esta norma regulamentadora tem como objetivo a proteção e a regulamentação das condições de segurança e 
saúde dos trabalhadores aquaviários. 
 
30.1.1.1 Para outras categorias de trabalhadores que realizem trabalhos a bordo de embarcações a regulamentação 
das condições de segurança e saúde dos trabalhadores se dará na forma especificada nos Anexos a esta norma. 
(Aprovado pela Portaria SIT n.º 58, de 19 de junho de 2008) 
 
30.2 Aplicabilidade 
 
30.2.1 Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de 
bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção da OIT n.º 147 - Normas Mínimas para Marinha 
Mercante, utilizadas no transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas embarcações utilizadas na 
prestação de serviços. (Alterado pela Portaria SIT n.º 58, de 19 de junho de 2008) 
 
30.2.1.1 O disposto nesta NR aplica-se, no que couber, às embarcações abaixo de 500 AB, consideradas as 
características físicas da embarcação, sua finalidade e área de operação. 
 
30.2.1.2 Esta norma aplica-se na forma estabelecida em seus Anexos, aos trabalhadores das embarcações artesanais, 
comerciais e industriais de pesca, das embarcações e plataformas destinadas à exploração e produção de petróleo, 
das embarcações específicas para a realização do trabalho submerso e de embarcações e plataformas destinadas a 
outras atividades. (Aprovado pela Portaria SIT n.º 58, de 19 de junho de 2008) 
 
30.2.2 A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras 
disposições legais com relação à matéria e ainda daquelas oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de 
trabalho. 
 
30.2.3 Às embarcações classificadas de acordo com a Convenção Solas, cujas normas de segurança são auditadas 
pelas sociedades classificadoras, não se aplicarem as NR-10, 13 e 23. 
 
30.2.3.1 Às plataformas e os navios plataforma não se aplica o disposto no subitem anterior. 
 
30.2.3.2 Para as embarcações descritas no subitem 30.2.3, são exigidas a apresentação dos certificados de classe. 
 
30.3 Competências 
 
30.3.1 Dos armadores e seus prepostos 
 
30.3.1.1 Cabe aos armadores e seus prepostos: 
a) cumprir e fazer cumprir o disposto nesta NR, bem como a observância do contido no item 1.7 da NR 01 – 
Disposições Gerais e das demais disposições legais de segurança e saúde no trabalho; 
b) disponibilizar aos trabalhadores as normas de segurança e saúde no trabalho vigentes, publicações e material 
instrucional em matéria de segurança e saúde, bem estar e vida a bordo; 
c) responsabilizar-se por todos os custos relacionados a implementação do PCMSO; 
d) disponibilizar, sempre que solicitado pelas representações patronais ou de trabalhadores, as estatísticas de 
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. 
 
30.3.2 Dos trabalhadores 
 
30.3.2.1 Cabe aos trabalhadores: 
a) cumprir as disposições da presente NR, bem como a observância do contido no item 1.8 da NR 01 - Disposições 
Gerais e das demais disposições legais de segurança e saúde no trabalho; 
b) informar ao oficial de serviço ou a qualquer membro do GSTB, conforme estabelecido em 30.4, as avarias ou 
deficiências observadas que possam constituir risco para o trabalhador ou para a embarcação; 
c) utilizar corretamente os dispositivos e equipamentos de segurança e estar familiarizado com as instalações, 
sistemas de segurança e compartimentos de bordo. 
 
30.4 Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho a Bordo das Embarcações - GSSTB (Alterado pela Portaria SIT n.º 
58, de 19 de junho de 2008) 
 
30.4.1 É obrigatória a constituição de GSSTB a bordo das embarcações de bandeira nacional com, no mínimo, 100 
de arqueação bruta(AB). (Alterado pela Portaria SIT n.º 100, de 17 de janeiro de 2013) 
 
30.4.1-A As embarcações de bandeira estrangeira que forem operar por mais de 90 dias em águas jurisdicionais 
brasileiras e com trabalhadores brasileiros a bordo aplica-se o disposto no item 30.4.1. (Inserido pela Portaria SIT 
n.º 100, de 17 de janeiro de 2013) 
30.4.1.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) das empresas de navegação marítima/fluvial deve 
ser constituída pelos empregados envolvidos nas atividades de cada estabelecimento da empresa e por marítimos 
empregados, efetivamente trabalhando nas embarcações da empresa, eleitos na forma estabelecida pela Norma 
Regulamentadora n.º 5 (NR 5), obedecendo-se as regras abaixo definidas: (Alterado pela Portaria SIT n.º 12, de 31 
de maio de 2007) 
a) o total de empregados existentes em cada estabelecimento da empresa deve determinar o número de seus 
representantes, de acordo com o Quadro I da NR 5; 
b) os marítimos devem ser representados na CIPA do estabelecimento sede da empresa, por um membro titular 
para cada dez embarcações da empresa, ou fração, e de um suplente para cada vinte embarcações da empresa, 
ou fração. (Alterado pela Portaria SIT n.º 12, de 31 de maio de 2007) (Retificação no DOU de 08/06/07) 
 
30.4.1.2 Os marítimos titulares e suplentes devem ser eleitos em votação em separado para comporem a CIPA, 
tendo todos os direitos assegurados pela NR 5. (Alterado pela Portaria SIT n.º 12, de 31 de maio de 2007) 
 
30.4.1.3 A participação dos marítimos eleitos nas reuniões da CIPA fica condicionada à presença da embarcação 
onde ele está lotado no município onde a empresa tem estabelecimento, no dia da reunião, desde que razões 
operacionais não impeçam sua saída de bordo. (Alterado pela Portaria SIT n.º 12, de 31 de maio de 2007) 
 
30.4.1.3.1 As despesas decorrentes da participação do marítimo eleito nas reuniões da CIPA são responsabilidade da 
empresa. (Alterado pela Portaria SIT n.º 12, de 31 de maio de 2007) 
 
30.4.1.4 Observado o item 30.4.1.3, a empresa deve adequar as datas das reuniões da CIPA de modo a permitir a 
presença dos marítimos a no mínimo três reuniões durante cada ano de seu mandato. (Alterado pela Portaria SIT n.º 
12, de 31 de maio de 2007) 
 
30.4.1.4.1 No caso do representante dos marítimos estar em trânsito pelo estabelecimento da empresa em virtude de 
início ou término de férias ou de afastamento legal, a data da reunião da CIPA deve ser alterada, para permitir a sua 
participação. (Alterado pela Portaria SIT n.º 12, de 31 de maio de 2007) 
 
30.4.1.4.2 No caso previsto no subitem 30.4.1.4.1, deve-se alterar a data de contagem do início das férias ou do 
afastamento legal, ou do regresso do marítimo para bordo devido ao fim das férias ou do afastamento legal, 
correspondente ao número de dias necessários à sua participação na reunião da CIPA. (Alterado pela Portaria SIT 
n.º 12, de 31 de maio de 2007) 
 
30.4.1.5 A administração de bordo deve adequar o regime de serviço a bordo para que o representante dos marítimos 
possa participar das reuniões da CIPA sem prejuízo de suas horas de repouso. (Alterado pela Portaria SIT n.º 12, de 
31 de maio de 2007) 
 
30.4.1.6 Os cipeiros marítimos eleitos, titulares e suplentes, devem participar da reunião mensal do GSSTB quando 
estiverem embarcados. (Inserido pela Portaria SIT n.º 100, de 17 de janeiro de 2013) 
 
30.4.2 Obrigam-se ao cumprimento da presente norma as empresas privadas ou públicas e órgãos da administração 
direta ou indireta. 
 
30.4.3 O GSSTB, funcionará sob orientação e apoio técnico dos serviços especializados em engenharia de segurançae em medicina do trabalho, observando o disposto na NR 04. 
 
30.4.4 A constituição do GSSTB não gera estabilidade aos seus membros, em razão das peculiaridades inerentes à 
atividade a bordo das embarcações mercantes. 
 
30.4.5 Da composição 
 
30.4.5.1 O Grupo de Segurança e Saúde do Trabalho a Bordo - GSSTB fica sob a responsabilidade do comandante 
da embarcação e deve ser integrado pelos seguintes tripulantes: 
- Oficial encarregado da segurança; 
- Chefe de máquinas; 
- Mestre de Cabotagem ou Contramestre; 
- Tripulante responsável pela seção de saúde; 
- Marinheiro de Maquinas. 
 
30.4.5.2 O comandante da embarcação poderá convocar outro qualquer membro da tripulação. 
 
30.4.6 Das finalidades do GSSTB: 
a) manter procedimentos que visem à preservação da segurança e saúde no trabalho e do meio ambiente, 
procurando atuar de forma preventiva; 
b) agregar esforços de toda a tripulação para que a embarcação possa ser considerada local seguro de trabalho; 
c) contribuir para a melhoria das condições de trabalho e de bem-estar a bordo; 
d) recomendar modificações e receber sugestões técnicas que visem a garantia de segurança dos trabalhos 
realizados a bordo; 
e) investigar, analisar e discutir as causas de acidentes do trabalho a bordo, divulgando o seu resultado; 
f) adotar providências para que as empresas mantenham à disposição do GSSTB informações, normas e 
recomendações atualizadas em matéria de prevenção de acidentes, doenças relacionadas ao trabalho, 
enfermidades infecto-contagiosas e outras de caráter médico-social; 
g) zelar para que todos a bordo recebam e usem equipamentos de proteção individual e coletiva para controle das 
condições de risco. 
 
30.4.7 Das atribuições 
 
30.4.7.1 Cabe ao GSSTB: 
a) zelar pelo cumprimento a bordo das normas vigentes de segurança, saúde no trabalho e preservação do meio 
ambiente; 
b) avaliar se as medidas existentes a bordo para prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho são 
satisfatórias; 
c) sugerir procedimentos que contemplem medidas de segurança do trabalho, especialmente quando se tratar de 
atividades que envolvam risco; 
d) verificar o correto funcionamento dos sistemas e equipamentos de segurança e de salvatagem; 
e) investigar, analisar e divulgar os acidentes ocorridos a bordo, com ou sem afastamento, fazendo as 
recomendações necessárias para evitar a possível repetição dos mesmos; 
f) preencher o quadro estatístico de acordo com o modelo constante no Quadro I anexo e elaborar relatório 
encaminhando-os ao empregador; 
g) participar do planejamento para a execução dos exercícios regulamentares de segurança, tais como abandono, 
combate a incêndio, resgate em ambientes confinados, prevenção a poluição e emergências em geral, avaliando 
os resultados e propondo medidas corretivas; 
h) promover, a bordo, palestras e debates de caráter educativo, assim como a distribuição publicações e/ou 
recursos audiovisuais relacionados com os propósitos do grupo; 
i) identificar as necessidades de treinamento sobre segurança, saúde do trabalho e preservação do meio ambiente; 
j) quando da ocorrência de acidente de trabalho o GSSTB deve zelar pela emissão da CAT e escrituração de termo 
de ocorrência no diário de bordo. 
 
30.4.8 Das reuniões 
 
30.4.8.1 O GSSTB reunir-se-á, em sessão ordinária, de caráter obrigatório, pelo menos uma vez a cada trinta dias. 
 
30.4.8.2 Em sessão extraordinária: 
a) por iniciativa do comandante da embarcação; 
b) por solicitação escrita da maioria dos componentes do GSSTB ao comandante da embarcação; 
c) quando da ocorrência de acidente de trabalho, tendo como conseqüência óbito ou lesão grave do acidentado; 
d) na ocorrência de incidente, práticas ou procedimentos que possam gerar riscos ao trabalho a bordo. 
 
30.4.8.3 Serão consideradas de efetivo trabalho as horas destinadas ao cumprimento das atribuições do GSSTB que 
devem ser realizadas durante a jornada de trabalho. 
 
30.4.8.4 O comandante tomará as providências para proporcionar aos membros do GSSTB, os meios necessários ao 
desempenho de suas funções e ao cumprimento das deliberações do grupo. 
 
30.4.8.5 Ao final de cada reunião será elaborada uma ata referente às questões discutidas. 
 
30.4.8.5.1 As atas das reuniões ficarão arquivadas a bordo, sendo extraídas cópias para o envio à direção da empresa 
ou quando houver, diretamente ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – 
SESMT. 
 
30.4.8.6 Anualmente, sempre que compatível com a movimentação da embarcação, o GSSTB reunir-se-á a bordo 
com representantes do SESMT da empresa, em porto nacional escolhido por esta, para acompanhamento, 
monitoração e avaliação das atividades do referido grupo. 
 
30.4.8.7 Quando o empregador não for obrigado a manter o SESMT, deverá recorrer aos serviços profissionais de 
uma assessoria especializada em segurança e medicina do trabalho para avaliação anual das atividades do GSSTB. 
 
30.4.9 Das comunicações e providências 
 
30.4.9.1 Cabe ao comandante da embarcação: 
a) comunicar e divulgar as normas que a tripulação deve conhecer e cumprir em matéria de segurança e saúde no 
trabalho a bordo e preservação do meio ambiente; 
b) dar conhecimento à tripulação das sanções legais que poderão advir do descumprimento das Normas 
Regulamentadoras, no que tange ao trabalho a bordo; 
c) encaminhar à empresa as atas das reuniões do GSSTB solicitando o atendimento para os itens que não puderam 
ser resolvidos com os recursos de bordo. 
 
30.4.9.2 Cabe ao armador e seus prepostos: 
a) analisar as propostas do grupo, implementando-as sempre que se mostrarem adequadas e exeqüíveis e, em 
qualquer caso, informar ao GSSTB sua decisão fundamentada; 
b) quando do transporte de substâncias perigosas, assegurar que o comandante da embarcação tenha conhecimento 
das medidas de segurança que deverão ser tomadas; 
c) promover os meios necessários para o cumprimento das atribuições do GSSTB previstas nos itens 30.7 e 30.8. 
 
30.5 Do Programa de Controle Medico de Saúde Ocupacional - PCMSO 
 
30.5.1 As empresas ficam obrigadas a elaborar Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, 
com o objetivo de promover e preservar a saúde de seus empregados, conforme disposto na NR 07 e observado o 
disposto no Quadro II - Padrões Mínimos dos Exames Médicos. 
 
30.5.2 Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, em três vias. 
 
30.5.2.1 A primeira via do ASO deve ser mantida a bordo da embarcação em que o trabalhador estiver prestando 
serviço. 
 
30.5.2.2 A segunda via do ASO deve ser obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo nas outras duas 
vias. 
 
30.5.2.3 A terceira via do ASO deve ser mantida na empresa em terra. 
 
30.5.3 Caso o prazo de validade do exame médico expire no decorrer de uma travessia, fica prorrogado até a data da 
escala da embarcação em porto onde hajam as condições necessárias para realização desses exames, observado o 
prazo máximo de quarenta e cinco dias. 
 
30.6 Da Alimentação 
 
30.6.1 Toda embarcação comercial deve ter a bordo o aprovisionamento de víveres e água potável, devendo ser 
observado: o número de tripulantes, a duração, a natureza da viagem e as situações de emergência. 
 
30.6.1.1 Deverá ser garantido um cardápio balanceado, cujo teor nutritivo atenda às exigências calóricas necessárias 
às condições de saúde e conforto dos trabalhadores, adequadas ao tipo de atividade e que assegure o bem estar a 
bordo. 
 
30.7 Higiene e Conforto a Bordo 
 
30.7.1 Os corredores e a disposição dos camarotes, refeitórios e salas de recreação, devem garantir uma adequada 
segurança e proteção contra as intempéries e condições da navegação, bem como isolamento do calor, do frio, do 
ruído excessivoe das emanações provenientes de outras partes da embarcação. 
 
30.7.1.1 Ao longo do convés a embarcação deverá possuir uma via de segurança para passagem dos tripulantes. 
 
30.7.2 As tubulações de vapor, de descarga de gases e outras semelhantes, não devem passar pelas acomodações da 
tripulação nem pelos corredores que levem a elas. Quando essas, por motivos técnicos, passarem por tais corredores, 
devem estar isoladas e protegidas. 
 
30.7.3 Toda embarcação deve estar provida de um sistema de ventilação adequado que deve ser regulado para 
manter o ar em condições satisfatórias, de modo suficiente a atender quaisquer condições atmosféricas. 
 
30.7.4 Toda embarcação, à exceção daquelas destinadas exclusivamente à navegação nos trópicos, deve estar 
provida de um sistema de calefação adequado para o alojamento da tripulação. Os radiadores e demais 
equipamentos de calefação devem estar instalados de modo a evitar perigo ou desconforto para os ocupantes dos 
alojamentos. 
 
30.7.5 Todos os locais destinados à tripulação devem ser bem iluminados. 
 
30.7.5.1 Quando não for possível obter luz natural suficiente, deve ser instalado um sistema de iluminação artificial. 
 
30.7.5.2 Nos camarotes, cada beliche deve estar provido de uma lâmpada elétrica, individual. 
 
30.7.6 Cada camarote deve estar provido de uma mesa ou de uma escrivaninha, um espelho, pequenos armários para 
os artigos usados no asseio pessoal, uma estante para livros e cabides para pendurar roupas, bem como de um 
armário individual e um cesto de lixo. Todo mobiliário deverá ser de material liso e resistente, que não se deforme 
pela corrosão. 
 
30.7.7 Nos casos de prévia utilização de qualquer acomodação por tripulante portador de doença infecto-contagiosa, 
o local deverá ser submetido a uma desinfecção minuciosa. 
 
30.7.8 Os membros da tripulação devem dispor de camas individuais. 
 
30.7.9 As camas devem estar colocadas a uma distância uma da outra de modo a que se permita o acesso a uma 
delas sem passar por cima da outra. 
 
30.7.9.1 A cama superior deve ser provida de escada fixa para acesso à mesma. 
 
30.7.10 É vedada a sobreposição de mais de duas camas. 
 
30.7.11 É vedada a sobreposição de camas ao longo do costado da embarcação, quando esta sobreposição impedir a 
ventilação e iluminação natural proporcionada por uma vigia. 
 
30.7.12 As camas não devem estar dispostas a menos de 30 cm do piso. 
 
30.7.13 Os colchões utilizados devem ter, no mínimo, densidade 26 e espessura de 10 cm, mantidos em perfeito 
estado de higiene e conservação. 
 
30.7.14 O fornecimento, conservação e higienização da roupa de cama serão por conta do empregador. 
 
30.7.15 As dimensões internas de uma cama não devem ser inferiores a 1,90 metros por 0,80 metros. 
 
30.7.16 Na embarcação onde a aplicação dos subitens 30.7.1 e 30.8.4, gere modificações estruturais incompatíveis 
tecnicamente com as áreas disponíveis, ou reformas capazes de influenciar na segurança da embarcação, deve ser 
apresentado pelo armador projeto técnico alternativo para aprovação da autoridade competente. 
 
30.8 Dos Salões de Refeições e Locais de Recreio. 
 
30.8.1 Os pisos e anteparas não devem apresentar irregularidades e devem ser mantidos em perfeito estado de 
conservação. 
 
30.8.1.1 Os pisos devem ser de material antiderrapante. 
 
30.8.2 As mesas e cadeiras devem ser de material resistente à umidade, de fácil limpeza e estar em perfeitas 
condições de uso. 
 
30.8.2.1 As cadeiras devem possuir dispositivos para fixação ao piso. 
 
30.8.3 Os salões de refeições e os locais de recreio devem ter iluminação, ventilação e temperatura adequadas. 
 
30.8.4 Nas embarcações maiores que 3000 AB, devem ser instaladas salas de lazer, com mobiliário próprio. 
 
30.8.4.1 Nas embarcações menores que as previstas no subitem 30.8.4, o refeitório pode ser utilizado como sala de 
lazer. 
 
30.9 Da Cozinha 
 
 
30.9.1 A captação de fumaças, vapores e odores deve ser feita mediante a utilização de um sistema de exaustão. 
 
30.9.2 As garrafas de GLP, bem como suas conexões devem ser certificadas e armazenadas fora do recinto da 
cozinha, em local sinalizado, protegido e ventilado. 
 
30.10 Das Instalações Sanitárias 
 
30.10.1 As instalações sanitárias devem obedecer aos seguintes requisitos: 
a) os pisos devem ser de material antiderrapante, impermeável, de fácil limpeza e devem estar providos de um 
sistema de drenagem; 
b) os locais devem ser devidamente iluminados, arejados e, quando necessário, aquecidos; 
c) as pias devem ter o necessário abastecimento de água doce, quente e fria; 
d) os vasos sanitários devem ter pressão de descarga suficiente, permitindo seu funcionamento a qualquer 
momento e o seu controle de modo individual e, quando necessário, dispor de ducha higiênica próxima; 
e) quando houver vários vasos sanitários instalados num mesmo local os mesmos devem estar separados por meio 
de divisórias que garantam a privacidade dos usuários; 
f) as instalações sanitárias devem ser mantidas em permanente estado de conservação e limpeza. 
 
30.11 Dos Locais para Lavagem e Secagem de Roupas e Guarda de Roupas de Trabalho. 
 
30.11.1 Todas as embarcações de um mínimo de 500 AB devem ter facilidades para lavagem e secagem de roupas 
de trabalho. 
 
30.11.2 As instalações para a lavagem de roupas devem ter abastecimento de água doce. 
 
30.11.3 Deve haver local devidamente arejado e de fácil acesso para guardar as roupas de trabalho. 
 
30.12 Da Proteção à Saúde 
 
30.12.1 A enfermaria, quando existente, deve reunir condições quanto a sua capacidade, área, instalações de água 
quente e fria, drenagem de líquidos e resíduos. 
 
30.12.1 A enfermaria deve dispor de meios e materiais adequados para o cumprimento de sua finalidade. 
 
30.13 Segurança nos Trabalhos de Limpeza e Manutenção das Embarcações. 
 
30.13.1 Na limpeza de tanques de carga, óleo, lastro ou de espaços confinados é obrigatório: 
a) vistoria prévia do local por tripulante habilitado, com atenção especial ao monitoramento dos percentuais de 
oxigênio, contaminantes e de explosividade da mistura no ambiente, em conformidade com as normas vigentes; 
b) uso de ventilador, exaustor ou de ambos para a eliminação de gases e vapores, antes de permitir a entrada de 
pessoas, a fim de manter uma atmosfera segura durante a realização dos trabalhos; 
c) trabalho realizado em dupla, portando o executante um cabo guia que possibilite o seu resgate, pelo observador; 
d) uso de aparelhos de iluminação e acessórios cujas especificações sejam adequadas à área classificada; 
e) proibição de fumar ou portar objetos que produzam chamas, centelhas ou faíscas; 
f) uso de equipamentos de ar mandado ou autônomo de pressão positiva, em ambientes com deficiência de 
oxigênio ou impregnados por gases e vapores tóxicos; 
g) depositar em recipientes apropriados, estopas e trapos usados, com óleo, graxa, solventes ou similares para 
terem destinação adequada. 
 
30.13.2 A execução de serviços em espaços confinados somente deve ser realizado após vistoria e emissão da 
respectiva Permissão de Trabalho pelo comandante da embarcação ou seu preposto. 
 
30.13.3 Não são permitidos trabalhos simultâneos de reparo e manutenção com as operações de carga e descarga, 
quando prejudiquem a saúde e a integridade física dos trabalhadores. 
 
30.13.4 Os tripulantes não poderão realizar trabalhos em andaimes, estruturas altas e em costado sem a observância 
das medidas de segurança devidas. 
 
30.14 Disposições Complementares. 
 
30.14.1 As normas relativas à segurança e saúde no trabalho são regulamentadas quanto à sua abrangência, 
aplicação e condições de trabalho, na forma de anexos a esta norma, nas seguintes atividades: 
��exploração e produção de petróleo em plataformas e navios-plataforma marítimos; 
��pescaindustrial e comercial; 
��pesca artesanal; 
��trabalho submerso; 
��outras atividades realizadas a bordo de embarcações e plataformas. 
 
QUADRO I 
 
EMPRESA: ANO: 
 NAVIO: 
(1) HORAS HOMEM DE 
EXPOSIÇÃO AO RISCO 
NÚMERO DE ACIDENTES 
OCORRIDOS 
TAXA DE 
ACIDENTADOS 
MÊS QUANTIDADE (2) SEM AFASTAMENTO 
(3) COM 
AFASTAMENTO (4) TFSA (5) TFCA 
JAN 
FEV 
MAR 
ABR 
MAI 
JUN 
JUL 
AGO 
SET 
OUT 
NOV 
DEZ 
TOTAL 
 
(1) Total de horas à disposição do empregador (número de tripulantes x 24 horas x 30 dias). 
(2) Aquele em que o empregado retorna as suas atividades normais no mesmo dia do acidente ou no dia seguinte no 
início da próxima jornada de trabalho. 
(3) Aquele em que o empregado não retorna as suas atividades normais no mesmo dia do acidente ou no dia seguinte 
no início da próxima jornada de trabalho. 
(4) Número de acidentes sem afastamento x 1.000.000 / número de horas homem de exposição. 
(5) Número de acidentes com afastamento x 1.000.000 / número de horas homem de exposição. 
 
QUADRO II 
 
PADRÕES MÍNIMOS BÁSICOS NOS EXAMES MÉDICOS 
Requisitos gerais para todos os trabalhadores marítimos por ocasião do exame médico: 
a) não apresentar qualquer distúrbio em seu senso de equilíbrio, sendo capaz de movimentar-se sobre 
superfícies escorregadias irregulares e instáveis; 
b) não apresentar qualquer limitação ou doença que possa impedir a sua movimentação normal e o desempenho 
das atividades físicas de rotina de bordo, incluído agachar, ajoelhar, curvar e alcançar objetos localizados acima 
da altura do ombro; 
c) ser capaz de subir e descer, sem ajuda, escadas verticais e inclinadas; 
d) ser capaz de segurar, levantar, girar e manejar diversas ferramentas de uso comum, abrir e fechar alavancas e 
volantes de válvulas e equipamentos de uso comum; 
e) ser capaz de manter uma conversação normal; 
f) não apresentar sintomas de distúrbios mentais ou de comportamento; 
g) dentição – mínimo de 10 dentes naturais ou prótese similar, em cada arcada, que não comprometam a 
articulação normal e os tecidos moles. 
Acuidade Visual 
Suficiente com correção para 
desempenhar suas atividades ou 
funções a bordo. 
Para os trabalhadores marítimos que se tornarem monoculares em 
serviço, sem evidência de doença degenerativa progressiva, será 
requerida uma acuidade visual, com correção, compatível com as 
atividades ou funções que desempenham a bordo. 
PRADRÕES MÍNIMOS ESPECÍFICOS 
Função a bordo Acuidade Visual Básica Acuidade Visual Corrigida 
Comandante, Oficiais de Náutica e 
Subalternos da Seção de Convés. 
Sem Correção 
6 / 60 = 0,6 
6 / 6 no melhor olho = 1 e 
6 / 12 = 0,5 no outro olho 
Tripulante que se tornou monocular em serviço com evidência de doença progressiva no olho remanescente 
Comandante, Oficiais de Náutica e 
Subalternos da Seção de Convés. 
Sem Correção 
6 / 60 = 0,6 
6 / 6 = 1 no olho 
remanescente 
Função a bordo Acuidade Visual Básica Acuidade Visual Corrigida 
Oficiais de máquinas e 
Subalternos da Seção de 
Máquinas 
Sem Correção 
6 / 60 = 0,6 6 / 18 = 0,4 
Tripulante que se tornou monocular em serviço com evidência de doença progressiva no 
olho remanescente 
Oficiais de máquinas e 
Subalternos da Seção de 
Máquinas 
Sem Correção 
6 / 60 = 0,6 
6 / 9 = 0,6 no olho 
remanescente 
 
Para todas as funções a bordo serão considerados como padrões mínimos específicos: 
 
�- Sem condições significativas evidentes de visão dupla (diplopia); 
- Campos visuais suficientes e sem evidências de patologias; 
- Serão toleradas discromatopsias leves e moderadas, conforme os critérios estabelecidos nos testes utilizados. 
 
 
ANEXO I 
PESCA COMERCIAL E INDUSTRIAL 
 
1. Objetivo e campo de aplicação 
2. Definições 
3. Obrigações gerais 
4. Disposições de segurança e saúde nas embarcações 
5. Exames médicos e primeiros socorros 
6. Formação e informação 
Apêndice I - Disposições mínimas de segurança e saúde aplicáveis aos barcos de pesca novos 
Apêndice II - Disposições mínimas de segurança e saúde aplicáveis aos barcos de pesca existentes 
Apêndice III - Meios de salvamento e sobrevivência 
 
1. Objetivo e campo de aplicação 
 
1.1. O presente Anexo estabelece as disposições mínimas de segurança e saúde no trabalho a bordo das embarcações 
de pesca comercial e industrial inscritas em órgão da autoridade marítima e licenciadas pelo órgão de pesca 
competente. 
 
1.1.1. As embarcações de pesca comercial e industrial estão sujeitas ainda aos controles periódicos previstos nas 
demais normas que a elas se aplicam. 
 
1.2. Este Anexo aplica-se a todos os pescadores profissionais e barcos de pesca de comprimento total igual ou 
superior a 12,0 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 10 que se dediquem a operações de pesca comercial e 
industrial, salvo disposições em contrário. 
 
1.2.1. Para embarcações menores que 12,0 m ou Arqueação Bruta inferior a 10, esta Norma aplica-se naquilo que 
couber. 
 
2. Definições 
 
2.1. Barco é todo barco de pesca, novo ou existente. 
 
2.1.1 Barco de pesca, para os fins deste Anexo, é toda embarcação de bandeira brasileira utilizada para fins 
comerciais ou industriais que exerça atividade de captura, conservação, beneficiamento, transformação ou 
industrialização de seres vivos que têm na água o seu meio natural. 
 
2.1.2. Considera-se barco de pesca novo a embarcação cujos planos de construção tenham sido aprovados pela 
autoridade marítima após a data de entrada em vigor do presente Anexo ou cuja inscrição tenha ocorrido após seis 
meses da mesma data. 
 
2.1.3. Barco de pesca existente é toda embarcação de pesca que não seja um barco de pesca novo. 
 
2.2. Trabalhador é toda pessoa que exerce uma atividade profissional a bordo de um barco, inclusive as que estão em 
período de formação e os aprendizes, com exclusão do pessoal de terra que realize trabalhos a bordo e dos práticos. 
 
2.3. Pescador profissional é a pessoa que exerce sua atividade a bordo, em todas as funções devidamente habilitadas 
pela autoridade marítima brasileira, ainda que em período de formação ou aperfeiçoamento, com exclusão do prático 
e do pessoal de terra que realize trabalhos não inerentes à atividade-fim. 
 
2.4. Armador é a pessoa física ou jurídica que explora barcos próprios, afretados, arrendados ou cedidos, dentro de 
qualquer modalidade prevista nas legislações nacional ou internacional, ainda que esta não seja sua atividade 
principal. 
 
2.5. Patrão de pesca é todo pescador devidamente habilitado para comandar um barco e administrar as atividades de 
pesca, sendo responsável por sua operação. 
 
3. Obrigações Gerais 
 
3.1. Cabe ao armador: 
a) adotar as medidas necessárias para que os barcos sejam utilizados de forma a não comprometer a segurança e a 
saúde dos trabalhadores nas condições meteorológicas previsíveis; e 
b) fornecer ao patrão de pesca os meios necessários para cumprir as obrigações que lhe são atribuídas pelo presente 
Anexo. 
 
3.2. É responsabilidade do armador, em caso de acidente a bordo em que haja morte ou desaparecimento, lesão 
grave ou prejuízo material de grande monta, tomar providências para que o patrão de pesca, além de cumprir as 
normas legais, elabore um relatório detalhado do ocorrido. 
 
3.2.1. O relatório deve ser enviado, caso requerido, à autoridade laboral competente. 
 
3.2.2. A ocorrência será registrada de forma detalhada no livro de quarto ou, caso não exista, em documento 
específico para esse fim. 
 
4. Disposições de segurança e saúde nos barcos 
 
4.1. Os barcos de pesca novos, ou que sofreram reformas ou modificações importantes, devem atender às 
disposições mínimas de segurança e saúde previstas no Apêndice I do presente Anexo. 
 
4.2. No caso de barcos depesca existentes, devem ser cumpridas as disposições previstas no Apêndice II. 
 
4.3. A observância do disposto neste Anexo não exime os barcos dos controles periódicos previstos nas demais 
normas que a eles se aplicam. 
 
4.4. Cabe ao armador, sem prejuízo da responsabilidade do patrão de pesca: 
a) zelar pela manutenção técnica dos barcos, de suas instalações e equipamentos, especialmente no que diz respeito 
ao disposto nos Apêndices I e II do presente Anexo, de forma a eliminar o quanto antes os defeitos que possam 
afetar a segurança e saúde dos trabalhadores; 
b) tomar medidas para garantir a limpeza periódica dos barcos e do conjunto de instalações e equipamentos, de 
modo a manter condições adequadas de higiene e segurança; 
c) manter a bordo dos barcos os meios de salvamento e de sobrevivência apropriados, em bom estado de 
funcionamento e em quantidade suficiente, de acordo com as normas da autoridade marítima; 
d) atender às disposições mínimas de segurança e saúde relativas aos meios de salvamento e sobrevivência 
previstas no Apêndice III deste Anexo e nas normas da autoridade marítima; 
e) fornecer os equipamentos de proteção individual necessários, quando não for possível evitar ou diminuir 
suficientemente os riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores com meios ou técnicas coletivas de 
proteção, de acordo com a Norma Regulamentadora n.º 6; e 
f) garantir o aprovisionamento de víveres e água potável em quantidade suficiente, de acordo com o número de 
pescadores profissionais e outros trabalhadores a bordo, a duração, a natureza da viagem e as situações de 
emergência. 
 
5. Exames médicos e primeiros socorros 
 
5.1. É responsabilidade do armador: 
a) custear a elaboração e implementação do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO dos 
pescadores, conforme disposto na Norma Regulamentadora n.º 7; 
b) suprir a embarcação dos meios necessários para o atendimento de primeiros socorros a bordo e de livro de 
primeiros socorros e medicamentos, de acordo com o preconizado pelas autoridades marítima e sanitária; e 
c) tomar providências para que exista pelo menos um pescador profissional treinado no atendimento de primeiros 
socorros para cada dez pescadores profissionais ou fração a bordo. 
 
5.2. Para cada exame médico realizado, o médico responsável emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, em 
três vias. 
 
5.2.1. A primeira via do ASO deve ser mantida a bordo da embarcação em que o pescador profissional estiver 
prestando serviço. 
 
5.2.2. A segunda via do ASO deve ser obrigatoriamente entregue ao pescador profissional, mediante recibo nas 
outras duas vias. 
 
5.2.3. A terceira via do ASO deve ser mantida com o armador ou seu preposto em terra. 
 
5.3. O prazo de validade do exame médico fica prorrogado, caso expire no decorrer de uma pescaria, até a data da 
escala da embarcação em um porto onde haja as condições necessárias para sua realização, observado o máximo de 
quarenta e cinco dias. 
 
6. Formação e informação 
 
6.1. Em relação aos pescadores profissionais, cabe ao armador: 
a) exigir certificado de formação emitido pela autoridade marítima; e 
b) garantir o fornecimento de informações adequadas e compreensíveis sobre segurança e saúde a bordo, assim 
como sobre as medidas de prevenção e proteção adotadas no barco, sem prejuízo da responsabilidade do patrão 
de pesca; 
 
6.2. A formação dos pescadores profissionais deve incluir instruções precisas compreendendo, em especial: 
a) o treinamento para o combate a incêndios; 
b) a utilização de meios de salvamento e sobrevivência; 
c) o uso adequado dos aparelhos de pesca e dos equipamentos de tração; e 
d) os diferentes métodos de sinalização, especialmente os de comunicação por sinais. 
 
6.2.1. Quando de modificações nas atividades do barco, novas informações devem ser ministradas sempre que 
necessário. 
 
6.3. É responsabilidade do armador garantir que toda pessoa contratada para comandar um barco esteja devidamente 
habilitada pela autoridade marítima. 
 
6.3.1. A formação profissional especializada deve incluir, no mínimo, os seguintes tópicos: 
a) prevenção de enfermidades profissionais e acidentes de trabalho a bordo e as providências a serem adotadas em 
caso de acidentes; 
b) combate a incêndio e utilização dos meios de salvamento e sobrevivência; 
c) estabilidade do barco e manutenção da estabilidade em todas as condições previsíveis de carga e durante as 
operações de pesca; e 
d) procedimentos de navegação e comunicação via rádio. 
 
7. Disposição Final 
 
7.1. Cabe à Fundacentro elaborar e manter atualizado um Guia Técnico, de caráter recomendatório, para a avaliação 
e a prevenção dos riscos relativos à utilização de barcos de pesca. 
 
APÊNDICE I 
Disposições Mínimas de Segurança e Saúde Aplicáveis aos Barcos de Pesca Novos 
 
1. Campo de aplicação 
 
1.1. As obrigações previstas no presente apêndice aplicam-se aos barcos de pesca novos, considerando: 
a) as características operacionais para as quais foram projetados; 
b) a distância máxima de operação; 
c) a autonomia de tempo de navegação e pesca; 
d) os requisitos de segurança dos locais de trabalho ou da atividade pesqueira; e 
e) as circunstâncias ou a evidência de riscos a bordo. 
 
2. Navegabilidade e estabilidade 
 
2.1. O barco deve ser mantido em boas condições de navegabilidade e ser dotado de equipamentos apropriados ao 
seu destino e utilização. 
 
2.2. Informações sobre as características de estabilidade do barco, quando exigíveis, devem estar disponíveis a 
bordo e acessíveis ao pessoal de serviço. 
 
2.3. Todo barco deve manter sua estabilidade intacta para as condições de serviço previstas, cabendo ao patrão de 
pesca adotar as medidas de precaução necessárias. 
 
2.4. As instruções relativas à estabilidade do barco devem ser estritamente observadas. 
 
3. Instalações 
 
3.1. Instalações elétricas 
 
3.1.1. As instalações elétricas devem ser projetadas e montadas de modo seguro, garantindo: 
a) a proteção da tripulação e do barco contra os perigos elétricos; 
b) o funcionamento correto dos equipamentos necessários para a manutenção do barco em condições normais de 
operação e de habitabilidade, sem que se recorra a uma fonte de eletricidade de emergência; e 
c) o funcionamento dos equipamentos elétricos essenciais para a segurança em situações de emergência. 
 
3.1.2. O barco deve ser dotado de fonte de energia elétrica de emergência. 
 
3.1.2.1. A fonte de energia elétrica de emergência deve estar situada fora da praça de máquinas e ser projetada, em 
todos os casos, de forma a garantir, em caso de incêndio ou de avaria da instalação elétrica principal, o 
funcionamento simultâneo, por no mínimo três horas: 
a) do sistema de comunicação interna, dos detectores de incêndio e da sinalização de emergência; 
b) das luzes de navegação e da iluminação de emergência; 
c) do sistema de radiocomunicação; e 
d) da bomba elétrica de emergência contra incêndio ou alagamento, caso exista. 
 
3.1.2.2. A bateria de acumuladores, quando utilizada como fonte, deve estar ligada automaticamente ao quadro de 
distribuição de energia elétrica de emergência e garantir a alimentação ininterrupta durante três horas dos sistemas a 
que se fez referência nas alíneas a, b e c do subitem 3.1.2.1. 
 
3.1.3. O quadro principal de distribuição de eletricidade e o quadro de emergência devem: 
a) ser instalados de forma a não estarem expostos à água ou ao fogo; 
b) dispor de indicações claras; e 
c) ser revistos periodicamente no que diz respeito às caixas e aos suportes dos fusíveis, de modo a garantir que 
sejam utilizados fusíveis cuja corrente nominal seja adequada à intensidade de corrente do circuito. 
 
3.1.4. Os compartimentos onde ficam alojados os acumuladores elétricos devem ser adequadamente ventilados.3.2. Outras instalações 
 
3.2.1. Os dispositivos eletrônicos de navegação devem ser testados freqüentemente e mantidos em perfeito estado de 
funcionamento. 
 
3.2.2. A instalação de radiocomunicações deve ter capacidade de entrar em contato, a qualquer momento, com, no 
mínimo, uma estação costeira ou interior, levando-se em conta as condições normais de propagação das ondas 
radioelétricas, observados os requisitos técnicos estabelecidos nas normas da autoridade marítima. 
 
3.2.3. Os equipamentos de tração, carga e descarga e acessórios semelhantes devem ser mantidos em boas condições 
de funcionamento, examinados periodicamente e certificados anualmente. 
 
3.2.4. As instalações frigoríficas e os sistemas de ar comprimido devem ter manutenção adequada e ser submetidos a 
revisões periódicas. 
 
3.2.5. Os equipamentos de cozinha e eletrodomésticos que utilizem gases somente devem ser usados em espaços 
ventilados. 
 
3.2.6. Cilindros que contenham gases inflamáveis ou outros gases perigosos devem ter indicação clara do seu 
conteúdo e ser armazenados em espaços abertos. 
 
3.2.6.1. As válvulas reguladoras de pressão e as canalizações ligadas aos cilindros devem ser protegidas contra 
avarias por choque. 
 
4. Vias e saídas de emergência 
 
4.1. As vias e saídas a serem utilizadas no caso de emergência devem: 
a) permanecer sempre desimpedidas; 
b) ser de fácil acesso e adequadamente sinalizadas, com indicação clara da direção da saída; e 
c) conduzir o mais diretamente possível ao nível superior ou a uma zona de segurança e, desse ponto, às 
embarcações de salvamento, de modo que os trabalhadores possam evacuar os locais de trabalho e de 
alojamento rapidamente e em condições de máxima segurança. 
4.1.1. O número, a distribuição e as dimensões das vias devem estar de acordo com a utilização, o equipamento e o 
número máximo de pessoas que podem estar nesses locais. 
4.1.2. A sinalização deve ser feita nos lugares adequados e ter durabilidade. 
4.2. As saídas que possam ser utilizadas como de emergência e que devam permanecer fechadas devem permitir 
abertura fácil e rápida por qualquer trabalhador ou por equipes de salvamento. 
4.3. As portas e outras saídas de emergência devem: 
a) manter estanqueidade ao mau tempo ou à água, de acordo com o local, considerando suas funções específicas 
em relação à segurança; e 
b) oferecer a mesma resistência ao fogo que a das anteparas. 
 
4.4. As vias, os meios de abandono e as saídas de emergência que necessitem de iluminação devem ser dotados de 
sistema de iluminação de emergência de intensidade suficiente para os casos de avaria do sistema normal. 
 
5. Detecção e combate a incêndios 
 
5.1. Os alojamentos e os lugares de trabalho fechados, incluindo praça de máquinas e porões de pesca, devem ter 
dispositivos adequados de combate a incêndio e, se necessário, detectores de incêndio e sistema de alarme, de 
acordo com as dimensões e a utilização do barco, os equipamentos de que é dotado, as características físicas e 
químicas das substâncias a bordo e o número máximo de pessoas que podem estar a bordo. 
 
5.1.1. Os dispositivos de combate a incêndio devem ser: 
a) instalados em locais de fácil acesso, desobstruídos e sinalizados; e 
b) mantidos em perfeitas condições de funcionamento. 
 
5.1.2. Os trabalhadores devem ser informados quanto à localização, aos mecanismos de funcionamento e à forma de 
utilização dos dispositivos de combate a incêndio. 
 
5.1.3. É obrigatória a verificação da existência de extintores e demais equipamentos de combate a incêndio a bordo, 
antes de qualquer saída do barco do porto. 
 
5.1.4. Os dispositivos portáteis de combate a incêndio devem ser de fácil acesso e operação e estar devidamente 
sinalizados. 
 
5.1.4.1. A sinalização deve ser colocada em locais adequados e permanentemente mantida. 
 
5.2. Os sistemas de detecção de incêndio e de alarme devem ser testados regularmente e mantidos em bom estado de 
funcionamento. 
 
5.3. Devem ser realizados exercícios de combate a incêndio envolvendo toda a tripulação pelo menos uma vez por 
ano e sempre que necessário. 
 
6. Locais de trabalho 
 
6.1. Ambientes de trabalho 
 
6.1.1. Os locais de trabalho fechados devem dispor de ventilação suficiente, de acordo com os métodos de trabalho e 
as exigências físicas impostas aos trabalhadores. 
 
6.1.1.1. A ventilação mecânica deve ser mantida em bom estado de funcionamento. 
 
6.1.2. A temperatura nos locais de trabalho deve ser adequada ao organismo humano durante as horas de trabalho, 
levando-se em consideração os métodos de trabalho empregados, as exigências físicas impostas aos trabalhadores e 
as condições meteorológicas reinantes ou que possam ocorrer na região em que o barco opera. 
 
6.1.3. Os locais de trabalho, na medida do possível, devem receber luz natural suficiente e estar equipados com 
iluminação artificial adequada às circunstâncias da pesca e que não coloque em risco a segurança e saúde dos 
trabalhadores, nem a navegação de outros barcos. 
 
6.1.3.1. As instalações de iluminação dos locais de trabalho, das escadas e dos corredores devem ser escolhidas de 
modo a não apresentar riscos de acidentes para os trabalhadores nem dificultar a navegação do barco. 
 
6.1.3.2. Os lugares de trabalho em que trabalhadores estejam particularmente expostos a riscos em caso de avaria da 
iluminação artificial devem possuir iluminação de emergência de intensidade adequada, mantida em condições de 
funcionamento eficaz e testada periodicamente. 
 
6.1.3.3. Os locais onde estejam instalados postos de trabalho devem ser dotados de isolamento acústico e térmico 
suficientes, levando-se em conta o tipo de tarefas e a atividade física dos pescadores profissionais. 
 
6.2. Pisos, anteparas e tetos 
 
6.2.1. Todos os locais aos quais os trabalhadores tenham acesso devem possuir pisos antiderrapantes ou dispositivos 
contra quedas e estar livres de obstáculos. 
 
6.2.2. As superfícies dos pisos, das anteparas e dos tetos devem ser de fácil higienização. 
 
6.3. Portas 
 
6.3.1. As portas, em especial as portas de correr, quando indispensáveis, devem funcionar com a máxima segurança 
para os trabalhadores, especialmente em condições de mar e de tempo adversas. 
 
6.3.2. Todas as portas devem poder ser abertas por dentro, sem necessidade de dispositivos específicos, como 
chaves ou assemelhados. 
 
6.3.3. As portas devem poder ser abertas por ambos os lados nos compartimentos de trabalho. 
 
6.4. Vias de circulação e zonas perigosas 
 
6.4.1. Deve estar disponível escada de embarque, prancha de embarque ou dispositivo similar que ofereça acesso 
apropriado e seguro ao barco. 
 
6.4.2. Os corredores, cruzamentos, partes exteriores de compartimentos e todas as vias de circulação no barco 
devem ser equipados com corrimãos, apoios para as mãos ou outro meio que garanta a segurança da tripulação 
durante suas atividades a bordo. 
 
6.4.3. Caso haja risco de queda de trabalhadores pela escotilha do convés, ou de um convés para outro, devem ser 
instalados guarda-corpos adequados em todos os locais necessários. 
 
6.4.3.1. Os guarda-corpos devem ter altura mínima de um 1,20 m, proteções intermediárias e rodapé de 0,20 m. 
 
6.4.4. As aberturas de acesso às áreas do convés ou da coberta utilizadas para permitir a manutenção das instalações 
devem ser feitas de modo a garantir a segurança dos trabalhadores. 
 
6.4.5. As amuradas e outros meios instalados para evitar quedas pela borda devem ser mantidos em bom estado de 
conservação e permitir o escoamento rápido da água. 
 
6.4.6. Nos sistemas de arrasto pela popa dotados de rampa na parte superior deve haver portão ou outro dispositivo 
de segurança da mesma altura que as amuradas, a fim de proteger os trabalhadores do risco de queda. 
 
6.4.6.1. O dispositivo deve ser facilmente aberto e fechado, de preferência porcontrole remoto, e ser aberto 
unicamente para largar ou içar a rede. 
 
7. Segurança nas operações 
 
7.1. As áreas de trabalho devem estar preparadas para sua finalidade e oferecer proteção adequada aos trabalhadores 
contra quedas a bordo ou no mar. 
 
7.1.1. As zonas de manuseio do pescado devem ser suficientemente espaçosas no que diz respeito à altura e à área 
de trabalho, considerando o número de pescadores profissionais exigidos na operação. 
 
7.2. O controle dos motores deve ser instalado em local específico, separado, com isolamento acústico e térmico. 
 
7.2.1. Quando localizado na praça de máquinas, o controle dos motores deve possuir acesso independente. 
 
7.2.2. Considera-se o passadiço um local que atende a todos os requisitos mencionados no item 7.2. 
 
7.3. Os comandos de equipamentos de tração devem: 
a) ser instalados em área suficientemente ampla, projetada para facilitar a operação; 
b) permitir fácil visualização da área de trabalho; e 
c) garantir que os operadores não se exponham a riscos de acidentes com cabos e partes móveis. 
 
7.4. Os equipamentos de tração devem ser dotados de dispositivos de parada de emergência localizados onde 
possam ser acionados diretamente pelo operador ou por outros pescadores profissionais. 
 
7.5. O operador dos comandos de equipamentos de tração deve ter visão adequada da movimentação do 
equipamento e dos trabalhadores que estão na faina. 
 
7.5.1. Quando os equipamentos de tração forem acionados do passadiço, o operador deve ter visão clara da área de 
movimentação do equipamento e dos trabalhadores envolvidos na faina, diretamente ou por outro meio adequado. 
 
7.6. O sistema de comunicação entre o passadiço e o convés de trabalho deve ser adequado e confiável. 
 
7.7. Deve-se manter rigorosa vigilância, assim como sistema sonoro e visual de alerta da tripulação, quanto ao risco 
iminente de golpe do mar durante as operações de pesca ou quando se realize trabalho no convés. 
 
7.8. As partes móveis a descoberto dos viradores, dos cabos de arrasto e das peças dos equipamentos devem ser 
protegidas por meio de mecanismos adequados. 
 
7.9. Devem ser instalados sistemas de controle da movimentação de cargas, especialmente nos sistemas de arrasto, 
incluindo: 
a) mecanismos de bloqueio da porta da rede de arrasto; e 
b) mecanismos de controle do balanceio do copo da rede de arrasto. 
 
7.10. Os equipamentos de proteção individual utilizados como peças de vestuários ou que se usem por cima dessas 
peças devem ser de cores vivas, para contrastar com o meio marinho e serem bem visíveis. 
 
8. Condições de habitabilidade e áreas de vivência a bordo 
 
8.1. Requisitos básicos 
 
8.1.1. A localização, a estrutura, o isolamento acústico e térmico e a disposição das áreas de vivência a bordo, 
incluindo dormitórios, locais de alimentação, sanitários, áreas de lazer, lavanderia e meios de acesso aos mesmos, 
devem oferecer proteção adequada contra inclemências do tempo e do mar, vibrações, ruído e emanações 
provenientes de outras áreas, que possam perturbar os trabalhadores nos seus períodos de alimentação e repouso. 
 
8.1.2. As áreas de vivência a bordo devem possuir altura livre adequada. 
 
8.1.2.1. Nos locais em que os trabalhadores devam permanecer em pé por períodos prolongados, a altura não pode 
ser inferior a 1,9 m. 
 
8.1.2.2. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, a 
altura livre nas áreas de vivência não pode ser inferior a 2,0 m. 
 
8.1.2.3. A autoridade marítima pode permitir redução da altura livre nas áreas de vivência, se razoável e se não 
resultar em desconforto para os pescadores profissionais. 
 
8.1.3. As áreas de vivência destinadas aos dormitórios não podem comunicar-se diretamente com os porões de 
armazenamento de pescado e com as salas de máquinas, exceto por meio de aberturas a serem utilizadas 
exclusivamente como saídas de emergência. 
 
8.1.3.1. Caso seja razoável e factível, deve-se evitar comunicação direta entre as áreas destinadas aos dormitórios e 
as áreas destinadas a cozinha, despensas, instalações sanitárias coletivas e lavanderia. 
 
8.1.3.2. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
as áreas destinadas aos dormitórios não podem comunicar-se diretamente com porões de pescado, sala de máquinas, 
cozinhas, despensas, lavanderias e instalações sanitárias de uso coletivo, exceto pelas aberturas destinadas a servir 
exclusivamente como saídas de emergência. 
 
8.1.4. Os espaços destinados às áreas de vivência devem ser adequadamente isolados e os materiais constituintes das 
anteparas interiores, divisórias e revestimentos de piso devem ser adequados, de modo a garantir um ambiente 
salubre a bordo. 
 
8.1.5. As áreas de vivência devem possuir sistema para escoamento de água. 
 
8.1.6. Todos os espaços das áreas de vivência em seu conjunto devem possuir pelo menos duas saídas de emergência 
em bordos opostos. 
 
8.1.7. A temperatura nos dormitórios, nas áreas de serviço, nos refeitórios e nos locais de primeiros socorros deve 
estar de acordo com o uso específico de cada lugar. 
 
8.1.8. Os barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100 
devem dispor de instalações de lazer, jogos, livros e outros meios de entretenimento adequados. 
 
8.1.9. Os trabalhadores a bordo devem poder ter acesso aos equipamentos de comunicação disponíveis, a um preço 
que não exceda o de custo. 
 
8.1.10. As áreas de vivência dos pescadores devem ser mantidas em condições adequadas de asseio e limpeza, não 
sendo permitido o armazenamento nesses locais de material ou mercadoria que não seja de uso pessoal dos seus 
ocupantes. 
 
8.2. Conforto térmico e acústico 
 
8.2.1. Os níveis de ruído nas áreas de vivência devem ser reduzidos ao mínimo. 
 
8.2.1.1. Nas áreas destinadas aos dormitórios dos pescadores profissionais, os níveis de ruído devem ser limitados a 
um máximo de 65 dB(A). 
 
8.2.2. As áreas de vivência devem ser protegidas quanto à transmissão de vibrações oriundas dos motores, dos 
equipamentos de guindar e da casa de máquinas. 
 
8.2.3. Os barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100 
devem ser dotados de áreas de vivência com isolamento acústico e sistemas de absorção de vibrações, de modo a 
garantir um nível máximo de ruído de 65 dB(A). 
 
8.2.3.1. Nas áreas destinadas aos dormitórios dos pescadores profissionais dos barcos a que se refere o subitem 
8.2.3, os níveis máximos de ruído devem ser de 60 db(A). 
 
8.2.4. A ventilação das áreas de vivência deve considerar as condições climáticas da área de operação prevista no 
projeto do barco, de modo a proporcionar continuamente uma renovação de ar em quantidade satisfatória em relação 
ao número máximo de trabalhadores a bordo. 
 
8.2.4.1. Os barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100 
devem ser equipados com sistema de ventilação artificial nas áreas de vivência, capaz de regular continuamente a 
circulação de ar em qualquer condição atmosférica e climatológica. 
 
8.2.5. As áreas de vivência dos barcos projetados para operar em áreas situadas fora das Zonas Tropicais ou sujeitas 
a temperaturas inferiores a 15ºC devem possuir sistema de calefação capaz de garantir um nível de aquecimento 
adequado. 
 
8.2.5.1. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
deve ser instalado sistema de ar condicionado nos espaços destinados a áreas de vivência, ponte de comando, sala de 
rádio e salas de controle central de máquinas, assim como nos locais de trabalho onde seja necessário, exceto 
naqueles que operem com regularidade em zonas cujas condições climáticas tornem desnecessáriasmedidas de 
controle térmico. 
 
8.3. Dormitórios 
 
8.3.1. Quando o desenho, as dimensões ou as características de operação de pesca para as quais o barco foi projetado 
permitirem, os dormitórios devem estar situados próximos ao centro de gravidade do barco, onde se minimizem os 
efeitos dos movimentos e da aceleração, não sendo permitida sua instalação à frente da antepara de colisão. 
 
8.3.2. As áreas dos dormitórios, excluindo-se os espaços ocupados pelas camas e armários, devem proporcionar aos 
pescadores profissionais espaço e comodidade adequados, considerando o período de duração das operações de 
pesca para as quais foi projetado o barco. 
 
8.3.2.1. Os barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m, porém menor do que 50,0 m, ou de Arqueação 
Bruta igual ou superior a 100, porém menor do que 500, devem possuir nos dormitórios área livre de no mínimo 1,0 
m² por trabalhador a bordo, excluindo-se os espaços ocupados por camas e armários. 
 
8.3.2.2. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 50,0 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 500, a 
área livre deverá ser de 1,5 m² por trabalhador. 
 
8.3.3. O número máximo de trabalhadores por dormitório não poderá ser superior a seis. 
 
8.3.3.1. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
o número máximo de trabalhadores não pode ser superior a quatro e o número de oficiais não pode ser superior a 
dois, por dormitório. 
 
8.3.3.2. A autoridade marítima poderá permitir exceção aos subitens 8.3.3 e 8.3.3.1, nos casos particulares em que 
sua aplicação não seja razoável ou factível, de acordo com o tipo de embarcação, suas dimensões e o serviço ao qual 
se destina. 
 
8.3.4. O número máximo de pessoas por dormitório deverá estar indicado de forma legível e indelével em lugar de 
fácil visualização na entrada do dormitório. 
 
8.3.5. Os pescadores profissionais devem dispor de camas individuais de dimensões apropriadas e com colchões 
confeccionados com materiais adequados. 
 
8.3.5.1. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
as dimensões das camas não podem ser menores que 1,90 x 0,68 m. 
 
8.3.6. Os dormitórios devem ser equipados com mobiliário que facilite a limpeza e proporcione comodidade aos 
pescadores profissionais, devendo ser incluídos camas, armários individuais e uma escrivaninha em cada dormitório. 
 
8.3.6.1. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
os dormitórios devem ser separados por sexo. 
 
8.3.6.2. Nos barcos menores, os dormitórios devem ser administrados de modo a proporcionar aos homens e 
mulheres a bordo um nível adequado de privacidade. 
 
8.3.7. Devem existir cabides ou armários fora das áreas de dormitórios para pendurar roupas de trabalho usadas ou 
capas impermeáveis. 
 
8.3.8. O armador deverá prover a embarcação de roupa de cama apropriada para cada cama a bordo. 
 
8.4. Instalações Sanitárias 
 
8.4.1. Os barcos que disponham de dormitórios devem ser dotados de instalações sanitárias compostas de pias, 
privadas e chuveiros protegidos contra oxidação e escorregões, de fácil limpeza e em número adequado à quantidade 
de trabalhadores, de acordo com as normas das autoridades marítima e sanitária. 
 
8.4.1.1. As instalações sanitárias devem: 
a) ser ventiladas com ar livre independente de qualquer outra parte das áreas de vivência; 
b) ser concebidas e operadas de maneira a eliminar o risco de contaminação de outras áreas do barco; 
c) permitir privacidade aos trabalhadores na sua utilização; e 
d) dispor de água doce, quente e fria, em quantidade suficiente para assegurar higiene adequada aos trabalhadores 
durante todo o período que permaneçam a bordo. 
 
8.4.1.2. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
os pescadores que ocupam dormitórios com instalações sanitárias privadas devem dispor de pelo menos uma ducha, 
um vaso sanitário e um lavatório para cada quatro pessoas. 
 
8.5. Refeitórios 
 
8.5.1. Os refeitórios devem ser próximos da cozinha. 
 
8.5.1.1. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
os refeitórios devem ser separados dos dormitórios. 
 
8.5.2. As dimensões e o equipamento do refeitório devem estar adequados a atender no mínimo de 1/3 dos 
trabalhadores a bordo por vez. 
 
8.5.3. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, os 
trabalhadores devem poder ter acesso a um refrigerador de volume adequado e possibilidade de preparar bebidas 
quentes e frias. 
 
8.6. Cozinha, Local de Preparo de Alimentos e Despensa 
 
8.6.1. Todos os barcos devem possuir local adequado, com utensílios e equipamentos necessários, para se preparar 
alimentos. 
 
8.6.1.1. Sempre que possível deve instalar-se uma cozinha em ambiente separado e exclusivamente para essa 
finalidade. 
 
8.6.1.2. Os barcos de comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100 
devem estar equipados com cozinha separada. 
 
8.6.2. A cozinha ou a instalação destinada à preparação dos alimentos deve possuir dimensões adequadas, ser bem 
iluminada, ventilada e devidamente mantida. 
 
8.6.3. Quando se utilize gás liquefeito para se cozinhar, os recipientes devem estar devidamente acondicionados na 
área externa da embarcação. 
 
8.6.4. Deve existir local adequado, com tamanho suficiente, devidamente ventilado e seco, para o armazenamento de 
provisões, de modo a evitar sua deterioração durante a viagem. 
 
8.6.4.1. Os barcos que não disponham de refrigeradores devem ser dotados de outros dispositivos que possam ser 
utilizados para se manter alimentos armazenados a baixa temperatura. 
 
8.6.4.2. Os barcos de comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
devem dispor de despensa e refrigerador ou outro tipo de lugar específico para o armazenamento de alimentos a 
baixa temperatura. 
 
8.6.5. A cozinha, despensa e locais para preparo de alimentos devem ser mantidas em boas condições de higiene. 
 
8.6.6. Todo o lixo e restos de alimentos devem ser depositados em recipientes fechados e mantidos fora dos locais 
onde se manipulam os alimentos e ser descartados de acordo com as normas ambientais vigentes. 
 
8.6.7. Deve ser previsto aprovisionamento suficiente de víveres e água potável em quantidade, qualidade, variedade 
e valor nutritivo, levando em consideração o número de pescadores a bordo, suas exigências religiosas e práticas 
culturais em relação à alimentação, assim como a duração e natureza da viagem. 
 
8.6.7.1. A autoridade competente pode estabelecer requisitos mínimos quanto ao valor nutricional dos alimentos e às 
quantidades mínimas de alimentos e água que devem ser levadas a bordo. 
 
8.7. Lavanderia 
 
8.7.1. Os barcos que possuam dormitórios devem dispor de instalações para lavagem e secagem de roupas, conforme 
seja necessário, considerando as condições de utilização do barco. 
 
8.7.1.1. Os barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100 
devem possuir instalações para lavar, secar e passar roupas. 
 
8.7.1.2. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 50,0 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 500, 
as instalações para lavar, secar e passar roupa devem ser separadas dos dormitórios, refeitórios, instalações 
sanitárias, e devem estar em local suficientemente ventilado e provido de cordas ou outros meios para secar a roupa. 
 
8.8. Locais para atenção à saúde: 
 
8.8.1. Sempre que necessário, deve ser disponibilizado dormitório isolado para pescador que esteja enfermo ou 
lesionado. 
 
8.8.1.1. Os barcos com comprimento total igual ou superiora 50,0 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 500 
devem ser dotados de enfermaria separada, adequadamente equipada e mantida em condições higiênicas. 
 
8.8.2. Todos os barcos devem dispor de material de primeiros socorros de acordo com as normas das autoridades 
marítima e sanitária. 
 
9. Inspeções periódicas 
 
9.1. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, o 
patrão de pesca ou outro pescador profissional por ele autorizado deve realizar inspeções periódicas para garantir 
que os locais de vivência estejam em condições de habitabilidade e de segurança adequadas. 
 
9.1.1. As inspeções periódicas devem verificar se o barco dispõe de alimentos e água potável em quantidade 
suficiente e em bom estado de conservação. 
 
9.1.2. Os resultados das inspeções devem ser anotados no livro de bordo, assim como as medidas adotadas para 
solucionar as anomalias detectadas. 
 
APÊNDICE II 
Disposições Mínimas de Segurança e Saúde Aplicáveis aos Barcos de Pesca Existentes 
 
1. Campo de aplicação 
 
1.1. As obrigações previstas neste Apêndice aplicam-se aos barcos de pesca já existentes, considerando: 
a) as características operacionais para as quais foram projetados; 
b) a distância máxima de operação; 
c) a autonomia de tempo de navegação e pesca; 
d) os requisitos de segurança dos locais de trabalho ou da atividade pesqueira; e 
e) as circunstâncias ou a evidência de riscos a bordo. 
 
2. Navegabilidade e estabilidade 
 
2.1. O barco deve ser mantido em boas condições de navegabilidade e ser dotado de equipamentos apropriados ao 
seu destino e utilização. 
 
2.2. Informações sobre as características de estabilidade do barco, quando exigíveis, devem estar disponíveis a 
bordo e acessíveis ao pessoal de serviço. 
 
2.3. Todo barco deve manter sua estabilidade intacta para as condições de serviço previstas, cabendo ao patrão de 
pesca adotar as medidas de precaução necessárias. 
 
2.4. As instruções relativas à estabilidade do barco devem ser estritamente observadas. 
 
3. Instalações 
 
3.1. Instalações elétricas 
 
3.1.1. As instalações elétricas devem ser mantidas de modo seguro, garantindo: 
a) a proteção da tripulação e do barco contra os perigos elétricos; 
b) o funcionamento correto dos equipamentos necessários para manutenção do barco nas condições normais de 
operação e de habitabilidade, sem que se recorra a uma fonte de energia elétrica de emergência; e 
c) o funcionamento dos aparelhos elétricos essenciais à segurança em situações de emergência. 
 
3.1.2. Deve ser instalada uma fonte de energia elétrica de emergência de maneira a garantir, em caso de incêndio ou 
de avaria da instalação elétrica principal, o funcionamento simultâneo, por no mínimo três horas: 
a) do sistema de comunicação interna, dos detectores de incêndio e da sinalização de emergência; 
b) das luzes de navegação e da iluminação de emergência; 
c) do sistema de radiocomunicação; e 
d) da bomba elétrica de emergência contra incêndios e da bomba elétrica de esgotamento do porão, caso exista. 
 
3.1.2.1. Quando as características estruturais do barco permitirem, a fonte de energia elétrica de emergência deve, 
exceto em barcos abertos, estar situada fora da praça de máquinas. 
 
3.1.2.2. A bateria de acumuladores, quando utilizada como fonte, deve estar ligada automaticamente ao quadro de 
distribuição de energia elétrica de emergência e garantir, em caso de falha da fonte principal, a alimentação 
ininterrupta durante três horas dos dispositivos a que se fez referência nas alíneas a, b e c do subitem 3.1.2. 
 
3.1.3. O quadro principal de distribuição de eletricidade e o quadro de emergência devem ser instalados de forma a 
não estarem expostos à água ou ao fogo. 
 
3.2. Outras instalações 
 
3.2.1. A instalação de radiocomunicações deve ter capacidade de entrar em contato, a qualquer momento, com, no 
mínimo, uma estação costeira ou interior, levando-se em conta as condições normais de propagação das ondas 
radioelétricas, observados os requisitos técnicos estabelecidos nas normas da autoridade marítima. 
 
4. Vias e saídas de emergência 
 
4.1. As vias e saídas a serem utilizadas no caso de emergência devem: 
a) permanecer sempre desimpedidas; 
b) ser de fácil acesso; e 
c) conduzir o mais diretamente possível ao nível superior ou a uma zona de segurança e desse ponto, às 
embarcações de salvamento, de modo que os trabalhadores possam evacuar os locais de trabalho e de alojamento 
rapidamente e em condições de máxima segurança. 
 
4.1.1. O número, a distribuição e as dimensões das vias e saídas devem estar de acordo com o número máximo de 
pessoas que possam estar nesses locais. 
 
4.1.1.1. Na impossibilidade de atendimento ao item 4.1.1, devem ser providenciadas as alterações necessárias nos 
seguintes prazos, com aprovação da autoridade competente: 
a) imediatamente, quando não houver pelo menos duas saídas situadas uma em cada bordo; ou 
b) por ocasião da primeira reforma, nos demais casos. 
 
4.2. As saídas que possam ser utilizadas como de emergência e que devam permanecer fechadas devem permitir 
abertura fácil e rápida por qualquer trabalhador ou por equipes de salvamento. 
 
4.3. As vias e saídas de emergência devem ser adequadamente sinalizadas, com indicação clara da direção da saída. 
 
4.3.1. A sinalização deve ser feita nos lugares adequados e ter durabilidade. 
 
4.4. As vias, os meios de abandono e as saídas de emergência que necessitem de iluminação devem ser dotados de 
sistema de iluminação de emergência de intensidade suficiente para os casos de avaria do sistema normal. 
 
5. Detecção e combate a incêndios 
 
5.1. Os alojamentos e os lugares de trabalho fechados, incluindo praça de máquinas e porões de pesca, devem ter 
dispositivos adequados de combate a incêndio e, se necessário, detectores de incêndio e sistema de alarme, de 
acordo com as dimensões e a utilização do barco, os equipamentos de que é dotado, as características físicas e 
químicas das substâncias a bordo e o número máximo de pessoas que podem estar a bordo. 
 
5.1.1. Os dispositivos de combate a incêndio devem sempre estar em seus locais, em perfeitas condições de 
funcionamento e prontos para uso imediato. 
 
5.1.2. Os trabalhadores devem ser informados quanto à localização, aos mecanismos de funcionamento e à forma de 
utilização dos dispositivos de combate a incêndio. 
 
5.1.3. Antes da saída do barco do porto deve ser verificado se os extintores e os demais equipamentos de combate a 
incêndio encontram-se a bordo. 
 
5.1.4. Os dispositivos manuais de combate a incêndio devem ser de fácil acesso e operação, devidamente 
sinalizados. 
 
5.1.4.1. A sinalização deve ser colocada em locais adequados e estar permanentemente mantida. 
 
5.2. Os sistemas de detecção de incêndio e de alarme, quando houver, devem ser testados regularmente e mantidos 
em bom estado de funcionamento. 
 
5.3. Exercícios de combate a incêndio devem ser realizados periodicamente. 
 
5.4. Quando da recarga, os extintores devem ser efetivamente descarregados pelos trabalhadores de bordo como 
forma de treinamento e capacitação para sua utilização. 
 
6. Locais de trabalho 
 
6.1. Ambientes de trabalho 
 
6.1.1. Os locais de trabalho fechados devem dispor de ventilação suficiente, de acordo com os métodos de trabalho e 
as exigências físicas impostas aos pescadores profissionais. 
 
6.1.1.1. A ventilação mecânica deve ser mantida em bom estado de funcionamento. 
 
6.1.2. A temperatura nos locais de trabalho deve ser adequada ao organismo humano durante as horas de trabalho, 
levando-se em consideração os métodos de trabalho empregados, as exigências físicas impostas aos trabalhadores e 
as condições meteorológicas reinantes ou que possam ocorrer na região em que o barco opera. 
 
6.1.3. A temperatura nos alojamentos,na área de serviços, nos refeitórios e nos locais de primeiros socorros deve 
estar de acordo com o uso específico de cada lugar. 
 
6.1.4. A critério da autoridade competente, os locais de trabalho devem dispor de isolamento acústico e térmico 
suficientes, levando-se em conta o tipo de tarefas e a atividade física dos trabalhadores. 
 
6.1.5. Os locais de trabalho, na medida do possível, devem receber luz natural suficiente e ser equipados com 
iluminação artificial adequada às circunstâncias da pesca, que não ponha em perigo a segurança e saúde dos 
trabalhadores, nem a navegação de outros barcos. 
 
6.1.6. As instalações de iluminação dos locais de trabalho, das escadas e dos corredores devem ser escolhidas de 
modo a não apresentar riscos de acidentes para os trabalhadores nem dificultar a navegação do barco. 
 
6.1.7. Os lugares de trabalho em que trabalhadores estejam particularmente expostos a riscos em caso de avaria da 
iluminação artificial devem possuir iluminação de emergência de intensidade adequada. 
 
6.1.7.1. A iluminação de emergência deve ser mantida em condições de funcionamento eficaz e testada 
periodicamente. 
 
6.2. Pisos, anteparas e tetos 
 
6.2.1. Todos os locais aos quais os trabalhadores tenham acesso devem possuir pisos antiderrapantes ou dispositivos 
contra quedas e estar livres de obstáculos. 
 
6.2.2. As superfícies dos pisos, das anteparas e dos tetos devem ser de fácil higienização. 
 
6.3. Portas 
 
6.3.1. As portas, em especial as portas de correr, quando indispensáveis, devem funcionar com a máxima segurança 
para os trabalhadores, especialmente em condições de mar e de tempo adversas. 
 
6.3.2. Todas as portas devem poder ser abertas por dentro, sem necessidade de dispositivos específicos, como 
chaves ou assemelhados. 
 
6.3.3. As portas devem poder ser abertas por ambos os lados nos compartimentos de trabalho. 
 
6.4. Vias de circulação e zonas perigosas 
 
6.4.1. Deve estar disponível escada de embarque, prancha de embarque ou dispositivo similar que ofereça acesso 
apropriado e seguro ao barco. 
 
6.4.2. Os corredores, cruzamentos, partes exteriores de compartimentos e todas as vias de circulação no barco 
devem ser equipados, quando tecnicamente possível, com corrimãos, apoios para as mãos ou outro meio que garanta 
a segurança da tripulação durante suas atividades a bordo. 
 
6.4.3. Caso haja risco de queda de trabalhadores pela escotilha do convés, ou de um convés para outro, devem ser 
instalados guarda-corpos adequados em todos os locais em que seja tecnicamente possível. 
 
6.4.3.1. Os guarda-corpos devem ter altura mínima de 1,20 m. 
 
6.4.4. As aberturas de acesso às áreas do convés ou da coberta utilizadas para permitir a manutenção das instalações 
devem ser feitas de modo a garantir a segurança dos trabalhadores. 
 
6.4.5. As amuradas e outros meios instalados para evitar quedas pela borda devem ser mantidos em bom estado de 
conservação e permitir o escoamento rápido da água. 
 
6.4.6. Nos sistemas de arrasto pela popa dotados de rampa na parte superior deve haver portão ou outro dispositivo 
de segurança da mesma altura que as amuradas, a fim de proteger os trabalhadores do risco de queda. 
 
6.4.6.1. O dispositivo deve ser facilmente aberto e fechado, de preferência por controle remoto, e ser aberto 
unicamente para largar ou içar a rede ou o bote. 
 
7. Segurança nas operações 
 
7.1. As áreas de trabalho devem estar preparadas para sua finalidade e, na medida do possível, oferecer proteção 
adequada aos trabalhadores contra quedas a bordo ou no mar. 
 
7.1.1. As zonas de manuseio do pescado devem ser suficientemente espaçosas no que diz respeito a altura e área de 
trabalho, considerando o número de pescadores profissionais exigidos na operação. 
 
7.2. O controle dos motores deve ser instalado em lugar separado, com isolamento acústico e térmico. 
 
7.2.1 Quando localizado na praça de máquinas, o controle dos motores deve possuir acesso independente, se as 
características estruturais do barco permitirem. 
 
7.2.2. Considera-se o passadiço um local que atende a todos os requisitos mencionados no item 7.2. 
 
7.3. Os comandos de equipamentos de tração, quando as características estruturais do barco permitirem, devem ser 
instalados em área suficientemente ampla, para não permitir que os operadores exponham-se a riscos de acidentes 
com cabos e partes móveis. 
 
7.4. Os equipamentos de tração devem ser dotados de dispositivos de segurança adequados para emergências, 
inclusive os de parada de emergência. 
 
7.5. O operador dos comandos de equipamentos de tração deve ter visão adequada da movimentação do 
equipamento e dos trabalhadores que estão na faina. 
 
7.5.1. Quando os equipamentos de tração forem acionados do passadiço, o operador deve ter visão clara dos 
trabalhadores envolvidos na faina, diretamente ou por outro meio adequado. 
 
7.6. O sistema de comunicação entre o passadiço e o convés de trabalho deve ser confiável. 
 
7.7. Deve-se manter constantemente rigorosa vigilância e procedimentos para alerta da tripulação quanto ao risco 
iminente de golpe do mar durante as operações de pesca ou quando se realize trabalho no convés. 
 
7.8. Os riscos da movimentação a descoberto dos viradores, dos cabos de arrasto e das peças móveis do 
equipamento devem ser reduzidos ao mínimo por meio da instalação de mecanismos de proteção. 
 
7.9. Devem ser instalados sistemas de controle da movimentação de cargas, especialmente mecanismo de bloqueio 
da porta da rede de arrasto. 
 
7.10. Os equipamentos de proteção individual utilizados como peças de vestuários ou que se usem por cima dessas 
peças devem ser de cores vivas, para contrastar com o meio marinho e serem bem visíveis. 
 
8. Condições de habitabilidade e áreas de vivência a bordo 
 
8.1. Alojamentos 
 
8.1.1. Os alojamentos dos trabalhadores devem ser protegidos das intempéries, do calor e do frio excessivos e 
adaptados de forma a minimizar ruído, vibrações, efeitos dos movimentos e das acelerações e emanações 
provenientes de outros locais, quando tecnicamente possível. 
 
8.1.1.1. Deve-se instalar iluminação adequada nos alojamentos. 
 
8.1.2. O número de trabalhadores por dormitório não pode ser superior a seis. 
 
8.1.2.1. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
o número de trabalhadores por dormitório não pode ser superior a quatro e o de oficiais não pode ser superior a dois 
por dormitório. 
 
8.1.2.2. A autoridade marítima poderá permitir exceção aos subitens 8.1.2 e 8.1.2.1, nos casos particulares em que 
sua aplicação não seja razoável ou factível, de acordo com o tipo de embarcação, suas dimensões e o serviço ao qual 
se destina. 
 
8.1.3. O número máximo de pessoas por dormitório deve ser indicado de forma legível e indelével em lugar de fácil 
visualização na entrada do dormitório. 
 
8.1.4. Os pescadores profissionais devem dispor de camas individuais de dimensões apropriadas e com colchões 
confeccionados com materiais adequados. 
 
8.1.4.1. Consideradas as características regionais, a autoridade competente poderá autorizar o uso de redes 
individuais no lugar das camas. 
 
8.1.4.2. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, 
as dimensões das camas não podem ser inferiores a 1,90 x 0,68 m. 
 
8.1.5. Os dormitórios devem ser equipados com mobiliário que facilite a limpeza e proporcione comodidade aos 
pescadores profissionais, devendo ser incluídos camas e armários individuais. 
 
8.1.6. Nos barcos com comprimento total igual ou superior a 26,5 m ou Arqueação Bruta igual ou superior a 100, os 
dormitórios devem ser separados por sexo. 
 
8.1.7. A cozinha e o refeitório devem: 
a) ter dimensões adequadas; 
b) ser suficientemente iluminados e ventilados; e 
c) ser de fácil limpeza.

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