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Biomoléculas: Carboidratos, Proteínas, Lipídeos e Ácidos Nucléicos Fisiologia Humana Me. Renan Fava Marson Introdução Carboidratos • Outras denominações: - Hidratos de carbono - Glicídios, glícides ou glucídios - Açúcares. • Ocorrência e funções gerais: São amplamente distribuídos nas plantas e nos animais, onde desempenham funções estruturais e metabólicas. É o combustível preferencial para a contração muscular esquelética, sua depleção repercute em queda do desempenho. • Composição – São formados por C, H, O. • Fórmula Geral CnH2nOn Classificação Amido CARBOIDRATOS Monossacarídios Dissacaridíos Polissacarídos Glicose, frutose, Galactose Sacarose, lactose e maltose • Monossacarídeos – Açúcares Fundamentais (não necessitam de qualquer alteração para serem absorvidos) – Fórmula Geral: CnH2nOn – Propriedades: • solúveis em água e insolúveis em solventes orgânicos • brancos e cristalinos • maioria com saber doce • estão ligados à produção energética. Vegetais AMIDO Animais GLICOGÊNIO Fígado Músculos Armazenamento dos Carboidratos A quantidade de Glicogênio armazenada depende Exercício DIETA Observação: Após uma noite de sono os estoques de glicogênio hepático podem até zerar, como podem alcançar valores de 500 mmol/Kg depois de uma refeição rica em carboidrato. MONOSSACARÍDEO FUNÇÃO RIBOSE (PENTOSE) ESTRUTURAL (RNA) DESOXIRRIBOSE (PENTOSE) ESTRUTURAL (DNA) GLICOSE (HEXOSE) ENERGIA FRUTOSE (HEXOSE) ENERGIA GALACTOSE (HEXOSE) ENERGIA Funções dos carboidratos Fonte de energia Estrutural Reserva de Energia Matéria prima para biossíntese de outras biomoléculas Os mais importantes – Glicose ou dextrose: é a forma de açúcar que circula no sangue e se oxida para fornecer energia. No metabolismo humano, todos os tipos de açúcar se transformam em glicose. É encontrada no milho, na uva e em outras frutas e vegetais. – Frutose ou Levulose: é o açúcar das frutas. – Galactose: faz parte da lactose , o açúcar do leite. Oxidação A oxidação do açúcar fornece energia para a realização dos processos vitais dos organismos. A oxidação (completa) fornece CO2 e H2O. Cada grama fornece aproximadamente 4 kcal, independente da fonte. O oposto desta oxidação é o que ocorre na fotossíntese. Dissacarídeos São combinações de açúcares simples que, por hidrólise, formam duas moléculas de monossacarídeos, iguais ou diferentes. Ligação Glicosídica (maltose) DISSACARÍDEO COMPOSIÇÃO FONTE Maltose Glicose + Glicose Cereais Sacarose Glicose + Frutose Cana-de-açúcar Lactose Glicose + Galactose Leite Hidrólise da Sacarose Oligossacarídeos: São açúcares complexos que têm de 3 a 10 unidades de monossacarídeos. Polissacarídeos: São açúcares complexos que têm mais de 10 moléculas de monossacarídeos POLISSACARÍDEO FUNÇÃO E FONTE Glicogênio Açúcar de reserva energética de animais e fungos Amido Açúcar de reserva energética de vegetais e algas Celulose Função estrutural. Compõe a parede celular das células vegetais e algas Quitina Função estrutural. Compõe a parede celular de fungos e o exoesqueleto de artrópodes Ácido hialurônico Função estrutural. Cimento celular em células animais Carboidratos Digestabilidade Prod. Final Degradação Polissacarídeos Celulose Indigerível ------- Amido Dextrina Glicogênio Digerível Glicose Oligossacarídeos Sacarose Maltose Lactose Digerível Digerível Digerível Gli+Fritose Gli+Gli Galactose+Gli Monossacarídeos Glicose Frutose Manose Galactose -------- -------- -------- -------- Digestabilidade dos Carboidratos e seus respectivos produtos da digestão Carboidratos Modificados • Modificações químicas para funções tecnológicas/nutricionais, para pacientes com alguma disfunção. • Sorbitol: Álcool da glicose, com poder adoçante a glicose, é absorvido lentamente e serve para manter o nível de açúcar alto após as refeições. Retarda a sensação da fome. • Manitol: Álcool da manose. Pouco digerido e fornece metade da energia liberada pela glicose. • Xilitol: Álcool da xilose, doçura semelhante a sacarose. 1/5 de velocidade de absorção comparado a glicose. Usado por diabéticos e em gomas de mascar para evitar as cáries. • Ação poupadora de energia: a presença de carboidratos suficientes para satisfazer a demanda energética impede que as proteínas sejam desviadas para essa proposta, permitindo que a maior proporção de proteína seja usada para função básica de construção de tecido. • Efeito anticetogênico: a quantidade de carboidrato presente determina como as gorduras poderiam ser quebradas para suprir uma fonte de energia imediata, desta forma afetando a formação e disposição das cetonas. • Coração: o glicogênio é uma importante fonte emergencial de energia contrátil. • Sistema Nervoso Central: O cérebro não armazena glicose e dessa maneira depende minuto a minuto de um suprimento de glicose sangüínea. Uma interrupção prolongada glicêmica pode causar danos irreversíveis ao cérebro. Funções Especiais dos Carboidratos no Tecido Corporal Necessidades de Carboidratos 50% a 60% das calorias totais devem ser derivadas dos carboidratos 1 g de carboidrato fornece 4 Kcal 1 g de glicose fornece 3,41 Kcal Necessidade mínima de carboidrato: 1mg/Kg/dia Excesso • Os carboidratos, quando em excesso no organismo, transformam-se em gordura e ficam acumulados nos adipócitos, podendo causar obesidade e arteriosclerose. (aumento dos triglicerídeos sanguíneos). Carência • A falta de carboidratos no organismo manifesta-se por sintomas de fraqueza, tremores, mãos frias, nervosismo e tonturas, o que pode levar até ao desmaio. É o que acontece no jejum prolongado. A carência leva o organismo a utilizar-se das gorduras e reservas do tecido adiposo para fornecimento de energia, o que provoca emagrecimento. Mecanismos de Regulação • Níveis de carboidratos no sangue são controlados por hormônios secretados por células pancreáticas: – INSULINA – GLUCAGON – SOMATOSTATINA Digestão dos Carboidratos • A saliva contém uma enzima que hidrolisa o amido: a amilase salivar (ptialina), secretada pelas glândulas parótidas. • A amilase salivar consegue hidrolisar apenas 3 a 5 % do total, pois age em um curto período de tempo, liberando dextrinas (forma de maltose e isomaltose). • A amilase salivar é rapidamente inativada em pH 4,0 ou mais baixo, de modo que a digestão do amido iniciada na boca, cessa rapidamente no meio ácido do estômago. BOCA ESTÔMAGO • Duodeno: A amilase pancreática é capaz de realizar à digestão completa do amido, transformando-o em maltose e dextrina. • Intestino Delgado: Temos a ação das dissacaridases • (enzimas que hidrolisam os dissacarídeos), que estão na borda das células intestinais. INTESTINO Absorção dos Carboidratos • São transformados em monossacarídeos e estão prontos para a absorção; • Ordem de absroção: Glicose • Glicose e galactose fazem transporte ativo: ATPases: pega a mol. De um lado e libera de outro da célula • Frutose: Transporte passivo, sendo instantaneamente transformada em glicose quando atravessa o epitélio intestinal. • Transporte ativo: gasto de ATP • Transporte passivo: gradiente de difusão (mais para menos) • Poli, oligo = Convertidos em mono e levados para o fígado, sendo então distribuído para todas as vias do corpo. • Utilização da glicose pelo organismo: – Gliconeogenese: síntese do glicogênio a partir de Ac graxo e proteínas; – Glicogênese: Glicogênio a partir da glicose; – Glicólise: oxidação da glicose paraprodução de ATP; – Glicogenólise: Catabolismo do glicogênio para a produção de glicose. 85 g de ATP = quantidade armazenada pelo músculo para reserva energética. Fermentação Respiração aeróbica Processos para transferência de energia Insulina • Insulina: – Produzida pelas células beta das ilhotas de Langerhans – Compreende cerca de 1% da massa celular do pâncreas – Um dos mais importantes hormônios que coordenam a utilização de combustíveis pelos tecidos – Efeitos metabólicos anabólicos síntese de glicogênio, triacilgliceróis e proteínas – Efeito sobre o metabolismo da glicose: • Fígado inibe a gliconeogênese e glicogenólise • Fígado e músculo aumenta a glicogênese Glucagon • Age nas mesmas células que a insulina; • Mobiliza as reservas energéticas para a manutenção da glicemia entre as refeições; • No fígado estimula a glicogenólise; • No tecido adiposo estimula a lipólise, liberando ácidos graxos; • Estimula a gliconeogênese e a cetogênese; • Liga-se a um receptor específico de membrana. Diabetes Melitus Síndrome de comprometimento do metabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas Diabetes melitus tipo I (DMID) Falta de secreção de insulina Diabetes melitus tipo II (DMNID) Resistência à insulina Alteração do metabolismo de todos os principais alimentos Ausência de insulina Resistência à insulina Deficiência no metabolismo da glicose Impedir a sua captação eficiente pela maioria das células do corpo Menor utilização de glicose pelas células Aumento da utilização de gorduras e proteínas Fisiopatologia Diabete Melito Tipo I (DMID) • 10% a 20% dos diabéticos • Diabetes melitus juvenil Observado em indivíduos com menos de 20 anos de idade Deficiência absoluta de insulina Relativa excreção excessiva de glucagon Lesão das células beta pancreáticas Infecções virais ou doenças auto-imunes Tendência hereditária à degeneração Sintomatologia 80% a 90% das células beta destruídas Sintomas abruptos Hiperglicemia Utilização aumentada de gorduras para a obtenção de energia Cetoacidose Depleção das proteínas do organismo Hiperglicemia Gliconeogênese (aumento na produção hepática de glicose) Utilização periférica de glicose diminuída Glicosúria (excreção de glicose em excesso na urina) Desidratação celular Diurese osmótica Poliúria (excreção excessiva de urina) Polidipsia (sede excessiva) Lesão tecidual Glicosilação de proteínas Cetoacidose Aumento da lipólise para produzir energia (através da oxidação de ácidos graxos) Cetogênese acelerada (síntese hepática de corpos cetônicos) Desidratação celular Hálito cetônico (eliminação de corpos cetônicos no ar expirado) Acidose grave Cetonúria (excreção de corpos cetônicos na urina) + Morte Perda de peso, fadiga e fraqueza Polifagia (fome intensa) Diabetes Mellitus Tipo II (DMNID) • 80% a 90% dos diabéticos • Diabetes melitus de início adulto Ocorre depois dos 40 anos de idade, freqüentemente entre 50 e 60 anos • Desenvolve-se de modo gradual, sem sintomas óbvios Redução da sensibilidade dos tecidos-alvo aos efeitos metabólicos da insulina Resistência à insulina Fatores Genéticos = Secundária à obesidade Diminuição da utilização e armazenamento de carboidratos Hiperglicemia Aumento da concentração plasmática de insulina Diabético não-insulino- dependente Células beta funcionalmente ativas Secreção de insulina Regulação normal da glicose Diabetes melitus tipo II Secundária à obesidade Menor número de receptores de insulina Anormalidades das vias de sinalização Pessoas Obesas Resistência à insulina Sintomatologia Ingestão de carboidratos Hiperglicemia leve Estágios avançados Células beta disfuncionais Hiperglicemia acentuada Mesmos efeitos observados no diabetes melitus tipo I • Poliúria e polidipsia (durante várias semanas), e polifagia (menos comum) Diagnóstico • O diagnóstico de diabetes baseiam-se em diversos testes químicos da urina e do sangue: – Glicose urinária – Níveis de glicemia 80 a 90 mg/100 ml Acima de 110 mg/100 ml normal anormal Níveis plasmáticos de insulina Muito baixos ou indetectáveis Muito altos ou normal Diabete mellito tipo I Diabete mellito tipo II Exames Laboratoriais Testes que servem para o diagnóstico e acompanhamento do diabetes. GLICEMIA DE JEJUM • Após 8 horas de jejum; • Glicemia plasmática (mg/dl) Normal até 99mg/dl Pré-diabete 100 a 125mg/dl Diabete 126mg/dl e acima, deve ser confirmado com novo teste em outro dia. • A amostra usada para o exame é plasma ou soro, mas também pode ser feita com LCR e urina; GLICEMIA PÓS-PRANDIAL Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG) Exames Laboratoriais Hipoglicemia • Diminuição da taxa de glicose no sangue; Causas são: • Consumo de álcool (mais freqüente); • Jejum: alimentação insuficiente ou que não fornece carboidratos em quantidades suficientes; • Esforço físico: o funcionamento dos músculos pode ter consumido a glicose disponível no sangue e o corpo pode não ter tido tempo de liberar suas reservas, é temporário em indivíduos saudáveis; • Consumo de medicamentos: como o caso de medicamentos antidiabéticos. Também pode ser causada por aspirina, AINEs, beta-bloqueadores não-cardiosseletivos. Sinais da hipoglicemia: • Tremor, ansiedade, nervosismo, palpitações, taquicardia, sudorese, calor, palidez, frio, pupilas dilatadas; • Fome, borborigma (“ronco” na barriga), náusea, vômito, desconforto abdominal. Sinais da hipoglicemia produzidos no cérebro: • prejuízo de suas funções (neuroglicopenia), causando enxaqueca, confusão, letargia, perda da consciência e vários outros sintomas. Esses desajustes podem ir desde um mal estar até um coma. • Glicemia abaixo de 65 mg/dl - eficiência mental diminui; • Glicemia abaixo de 40 mg/dl - limitação de ações e julgamento; • Glicemia mais baixa podem ocorrer convulsões; • Glicemia próxima ou abaixo de 10 mg/dl - neurônios ficam eletricamente desligados, resultando no coma. • Nem todas manifestações ocorrem, nem há uma ordem de ocorrência; • Manifestações específicas variam de acordo com a idade e a severidade da hipoglicemia; • Hipoglicemia severa pode resultar em morte ou dano cerebral; Tratamento • Diabetes mellito tipo I: Administração de insulina Metabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas mais normal possível Insulina Regular Ação de 3 a 8 horas Precipitada com zinco ou com derivados protéicos Ação de 10 a 48 horas Dose única Doses adicionais (refeições) • Diabetes mellito tipo II: Dietas e prática de exercícios físicos Perda de peso Diminuir a resistência à insulina Fármacos Tiazolidinedionas e a metformina Aumentar a sensibilidade à insulina Sulfoniluréias Estimular a produção aumentada de insulina pelo pâncreas Estágios mais tardios Administração de insulina Questões: 1) Quais são as principais classes de carboidratos? 2) Quais são os valores de referência de glicemia? 3) Quais são os principais mecanismos de regulação de glicemia no organismo humano? 4) A doença na qual o indivíduo apresenta deficiência de insulina é chamada ................ 5) Quais são os tipos de Diabetes e qual a diferença entre eles? 6) Como a deficiência de insulina pode levar ao coma? 7) O que significa polidipsia, polifagia e poliúria? 8) Quais são os testes usados para diagnósticoe acompanhamento do diabetes? 9) Para que serve o teste da Hemoglobina Glicada? 10) O que significa hipoglicemia e quais são seus sintomas? Metabolismo dos Lipídeos Lipídeos • Biomoléculas insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos; • Substancias que, por hidrólise, fornecem ácidos graxos e glicerol; • Desempenham importantes funções em nosso organismo, como: – Formação de M. Celulares – Armazenamento de energia Lipídeos • Gorduras e óleos: mais conhecidos • Se por um lado, esses dois tipos de lipídios preocupam muitas pessoas por estarem associadas a altos índices de colesterol no sangue, por outro, eles exercem importantes funções no metabolismo e são fundamentais para a sobrevivência da maioria dos seres vivos. Um dos papéis dos lipídeos é o de funcionar como eficiente reserva energética. Funções 1. Componentes estruturais das membranas biológicas. 2. Propiciam reservas de energia, predominantemente na forma de triacilglicerol. 3. lipídeos e derivados servem como vitaminas e hormônios. 4. Ácidos biliares lipofílicos ajudam na solubilização dos lipídeos Funções • estimulação crescimento • manutenção pele e crescimento capilar • regulação do metabolismo de colesterol • Reprodução • Deficiência – Dim. Crescimento – Dermatite escamosa – Infertilidade – Anormalidades renais – Contração reduzida do miocárdio – Mitocôndrias hepáticas anormais • Acidos Graxos (>4carbonos), ou seja fornecem grande qtte energia • Saturados: Não possuem ligações duplas (sólidos, por estarem organizados) • Insaturados (menor ponto de fusão) – Monoinsaturados: Omega 9 – Poliinsaturados: Omega 6, 3 • Classificação de cadeias: – Curta 4-8 – Médio 9-12 – Longo 13-20 – Muito longos + 20 carbonos Classificação dos Lipídeos • Simples: compostos que por hidrólise total, dão origem a ácidos graxos e glicerol: – Glicerídeos: Mono, di ou triglicerídeo. Esteres de Ac graxo e glicerol. – Cerídeos: Ac graxo e alcool monohidroxílico. Função de impermeabilização em frutas, insetos e aves. Classificação dos Lipídeos • Lipídeos compostos: outros grupos na molécula além de Ac graxo+glicerol: – Fosfolipideos: coagulação sanguínea, estrutura das fibras nervosas e menb. Plasmáticas. – Glicerofosfolipídeos: esteres de Ac graxo, fosfato e um alcool aminado. Menb de tecidos animais e vegetais, tem função de detergencia no organismo, pois o Ac graxo atrai a gordura e o fósforo atrai a H2O. • Lipídeos derivados: Esteróis, que dão origem a compostos como o colesterol, as vitaminas D3 e D2, aos ácidos biliares e aos hormônios sexuais e adrenocorticais – Ex: testosterona, progesterona, estrogênio, epinefrina Classificação dos Lipídeos Esteróides – alguns esteróides são hormônios (por exemplo, a testosterona, o hormônio sexual masculino) e outros são vitaminas (por exemplo, a vitamina D). O colesterol, que para os químicos é um álcool complexo, é outro exemplo de esteróide: é importante componente de membranas celulares, embora hoje seja temido como causador de obstrução (entupimento) em artérias do coração. O colesterol não “anda” sozinho no sangue. Ele se liga a uma proteína e, dessa forma, é transportado. Há dois tipos principais de combinações: o HDL, que é o bom colesterol e o LDL que é o mau colesterol. Essas siglas derivam do inglês e significam lipoproteína de alta densidade (HDL – High Density Lipoprotein) e lipoproteína de baixa densidade (LDL – Low Density Lipoprotein). O LDL transporta colesterol para diversos tecidos e também para as artérias, onde é depositado, formando placas que dificultam a circulação do sangue, daí a denominação mau colesterol. Já o HDL faz exatamente o contrário, isto é, transporta colesterol das artérias principalmente para o fígado, onde ele é inativado e excretado como sais biliares, justificando o termo bom colesterol. O colesterol não existe em vegetais, o que não significa que devemos abusar dos óleos vegetais, porque afinal, a partir deles (ácidos graxos), nosso organismo produz colesterol. Digestão dos Lipídeos • BOCA - Lipase lingual – pouca ação • ESTÔMAGO - lipase gástrica – inibida pelo pH ácido (começo) • A maior parte da digestão ocorre no intestino delgado pela ação da lipase pancreática e da bile • DUODENO – sais biliares + ação das lipases pancreática e intestina – onde efetivamente inicia-se a digestão de lipídios • A lipase pancreática é a enzima mais importante da digestão dos lipídeos, que pela ação da enzima se transformam em Ac graxo + glicerol; • Inflamação do pancreas ou fígado significa 50% menos de digestão; • Todo lipídeo é absrovido: – 40% glicerol e Ac graxo livre – 60% mono e diglicerídeos O colesterol e as Vit. Lipossolúveis não precisam sofrer digestão, pois são facilmente absorvidas pela mucosa intestinal. O colesterol ligado a Ac graxo sofre hidrólise e é absorvido como colesterol livre. Absorção dos Lipídeos • “Síntese de NOVO” os produtos da digestão de lipídeos são absorvidos pela mucosa intestinal ressintetizados em triglic. ou fosfolipídeos. • Ac graxo cadeia média cruzam a mucosa do estomago ou inestino sem reesterificação e vão direto para o fígado. • A lipemia máxima ocorre em média após 4 horas da ingesta alimentar. • Sendo os lipídeos apolares, não circulam sozinho no meio aquoso “PLASMA” – Com isso necessitamos de quilomicrons e lipoproteínas para serem carreadores. – A albumina é proteina de estrutura das lipoproteínas que ajuda no transporte dos lipídeos. – A cirrose impede a síntese de albumina, portanto impede a síntese de lipoproteínas. Lipoproteínas • LDL – Lipoproteína de baixa densidade (Low Density Lipoprotein) – possui afinidade pela parede arterial. Alta ingestão de gordura saturada eleva o LDL, levando a um maior risco de ateques cardiacos e arteroesclerose. • HDL – Lipoproteína de alta densidade (High Density Lipoprotein) – maior quantidade de proteína e menor qttde de colesterol, protegendo o indivíduo, competindo com o LDL para ingressar nas células do tecido arterial. Atua como um caminhão de lixo, removendo o colesterol dos tecidos, levando para o fígado para ser eliminado como sais biliares (fezes). • VLDLc – Lipoproteína de muito baixa densidade (Very Low Density Lipoprotein) – contém maior porcentagem de gordura e menor de proteínas, é responsável por levar energia as células. Transportam os triglicerídeos sintetizados no fígado • Quilomicrons – são formados por maior quantidade de lipídeos e os primeiros transportadores de gordura após sua digestão. Função Lipoproteínas • Transporte de Lipídeos de Origem Alimentar ou Endógeno • Transporte de Lipídeos de Origem Hepática ou Exógeno • Transporte reverso de colesterol Anabolismo dos Lipídeos • Depois dos lipídeos da dieta, a segunda maior fonte de Ac graxos é a BIOSSINTESE; • São Ac graxos produzidos a partir de moléculas menores que resultam do catabolismo dos carboidratos, alguns AA e alguns Ac graxos. Lactato e Piruvato são comuns para a síntese de Ac graxos Essa via anabólica é chamada: LIPOGÊNESE Através da Lipogênese, o excesso de glicose pode ser armazenado como gordura e os lipídeos de membranas podem ser substituídos; Assim como os ácidos graxos perdem dois carbonos no catabolismo eles são sintetizados no anabolismo; As reações anabólicas, porém ocorrem no citoplasma celular e não nas mitocôndrias, onde acontece a oxidação dos ácidos graxos. Metabolismo das Proteínas DEFINIÇÃO • Proteínas: macromoléculas compostas por cadeias longas de aminoácidos unidos por ligações peptídicas. • Ligações peptídicas: formada pela remoção de H2O do grupo carboxila de um aminoácido e do grupoalfa-amino do outro • Aminoácidos: são compostos por um grupo amino (NH2) adicionado ao carbono alfa (C próximo ao NH2) Classificação das proteínas 1) Proteína de alto valor biológico (AVB): Possuem em sua composição aminoácidos essenciais em proporções adequadas. É uma proteína completa. Ex.: proteínas da carne, peixe, aves e ovo. 2) Proteínas de baixo valor biológico (BVB): Não possuem em sua composição aminoácidos essenciais em proporções adequadas. É uma proteína incompleta. Ex.: cereais integrais e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, etc.). 3) Proteínas de referência: Possuem todos os aminoácidos essenciais em maior quantidade. Ex.: ovo, leite humano e leite de vaca. Classificação dos aminoácidos Aminoácidos são unidades estruturais das proteínas. Eles se unem em longas cadeias, em várias estruturas geométricas e combinações químicas para formar as proteínas específicas. 1) Aminoácidos essenciais: Precisam ser fornecidos através da dieta. São eles: Valina, lisina, treonina, leucina, isoleucina, triptofano, fenilalanina e metionina. A histidina e a arginina são essenciais para crianças até 1 ano de vida. 2) Aminoácidos não essenciais: Podem ser sintetizados pelo organismo em quantidades adequadas para uma função normal. • AMINOÁCIDOS: O mais importante desta classe é a alanina. Este e os outros aminoácidos aqui utilizados são liberados pelos músculos esqueléticos. • Mecanismo – O aminoácido é transportado para o fígado, no qual sofre transaminação para gerar piruvato. Este através da gliconeogênese é transformado em glicose que retornará ao músculo ou será degradado pela via glicolítica. Este processo é chamado ciclo da glicose-alanina. É neste processo também que ocorre o transporte de NH4 + para que ocorra a síntese da uréia pelo fígado também. • LACTATO: No caso do jejum, é liberada pelos eritrócitos por glicolise anaeróbica. • Mecanismo - O lactato passa para o fígado, no qual é convertido a piruvato pela lactato desidrogenase, e este entra no Ciclo de Cori, no qual irá transformar-se em glicose que cairá na corrente sanguínea para ser utilizada pelos músculos esqueléticos. Classificação das Proteínas • De acordo com solubilidade: • P. simples: hidrólise = somente aa – Fibrosas: função estrutural: • Colágeno: enc. Tecido Conjuntivo. Produz gelatina • Elastina: sem. Ao colágeno. Não produz gelatina. Proteína das artérias – Globulares: • Anticorpos: imunoglobulinas • Hormônios: insulinas • Albumina: lipoproteínas • P. Conjugadas: por hidrólise fornecem outros componentes além dos aa. – Lipoproteina: lipídeo + protéina (Função estrutural e transporte. Ex: colesterol e fosfolipídeos) – Glicoproteina: açucar + proteína (aumenta a solubilidade da proteína e viscosidade. Ex: claro do ovo / ovomucina) – Metaloproteína: cobre, magnésio, zinco e ferro ligado a proteína (metais facilitam o transp. De proteínas pelo organismo: Ex: Hemoglobina – Fosfoproteína: fósforo ligado ao cálcio, impedindo a precpitação pelo aquecimento. A presença de grupos fosfatoss dificulta a ação de enzimas digestivas, resultando na hidrólise parcial dos fosfolípídeos, que podem ter papel importante na formação do cálcio (caseína, vitelina) – Nucleoproteína: proteínas basicas + Ac. Nucléicos. Encontradas no núcleo celular Funções de alguns AA • Triptofano: percursor da tiroxina (T4) e importante na formação de adrenalina; • Arginina e citrulina (não essenciais): importantes no ciclo da uréia; • Glicina: síntese de HB e sais biliares; • Histidina: síntese de histamina, que causa vasodilatação no sistema circulatório; • Creatina: formada a partir da arginina, metionina e glicina, funcionando como reserva de ATP • Glutamia, Ac glutâmico, asparagina: funcionam como reserva do grupo NH2; • Fenilalanina: ´síntese de hormônios, tiroxina e adrenalina. Absorção das Proteínas • AA livres que atravessaram a parede do inst. Delgado são absorvidos e passam para a circulação para serem utilizados na síntese de Proteínas; • Absorvidos no jejuno e íleo (microvilosidades); • Os não digeridos não serão absorvidos e consequentemente liberado pelas fezes; • São absorvidos por transporte ativo (cotransporte de sódio), com consumo de energia e levados até o fígado para distribuição celular; • 30 mg AA na corrente sanguínea; • Relativamente baixa pelo fato dos aa serem prontamente absorvidos assim que chegam as células; • O fígado armazena estes aa temporariamente, apenas regulando sua concentração no sangue; • Fígado = principal responsável pelo do catabolismo dos aa essenciais. Intestino delg. Corrente sanguínea Fígado Células • A amônia produzida pela oxidação dos aa é eliminada através da ureia. • Após a retirada do nitrogênio dos aa, a cadeia carbônica segue para o Ciclo de krebs, ocorrendo a oxidação total dos aa e produzindo energia; • As cadeias de alguns aa são transformados em piruvato, dai a glicose e depois a glicogênio pela gliconeogênese; • Outros aa dão origem a acetil coA, que por carregar o ciclo geram corpos cetônicos que serão posteriormente eliminados. Síntese de Proteínas • Digerida pelo DNA, que contém a informação necessária para determinar a sequencia das aa constituintes de cada proteína (Maior parte da síntese proteica ocorre no citoplasma); • Proteínas estruturais: colágeno e elastina, encontradas na pele, cartilagem ossos dos animais; • Proteínas contrateis: actina e miosina, encontrada principalmente nos músculos dos animais; • Anticorpos: participam do mecanismo de defesa de qualquer antígeno, unindo-se e desativando-o; • Proteínas sanguíneas: – Albuminas: Mantém a capacidade tampão do sangue e estrutura das lipoproteínas; – Fibrinogênio: papel importante na coagulação; – Hemoglobina: carregador de oxigênio dos pulmões para as células; – Hormônios: regulam reações metabólicas; – Enzimas: catalisam reações de degradação e síntese no organismo.
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