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Livro Completo Modulo 8.2

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Administração 
Gestão do Valor Empresarial 
Módulo 8.2
Editorial
S
um
ár
io
SISTEMA COC DE EDUCAÇÃO 
E COMUNICAÇÃO
Presidente
Chaim Zaher
Vice-Presidente
Adriana Baptiston Cefali Zaher
Diretor Superintendente
Nilson Curti
EDITORA COC
Diretor-Geral
Mário Baldochi
Diretor Editorial
Miguel Castro Cerezo
Gerente Pedagógico Editorial 
Zelci Clasen de Oliveira 
Gerente de Produção Editorial 
Osvaldo Govone 
Gerente Comercial 
Marcia Zaidan 
Gerente de Parcerias 
Jhony Yamada 
Diretora Corporativa – Central de 
Qualidade 
Mônica Valéria de Almeida Righi
Conselho Editorial
Clementino Castelo Branco Neto
José Romero Nobre de Carvalho
José Tadeu Bichir Terra
Lucélia Secco 
Mário Cícero Baldochi 
Miguel Castro Cerezo 
Mônica Valéria de Almeida Righi 
Zelci Clasen de Oliveira 
FACULDADE INTERATIVA COC
Diretor de EAD
Jeferson Ferreira Fagundes
Diretora Acadêmica
Cláudia Regina de Brito
Coordenação Pedagógica de EAD
Gladis S. Linhares Toniazzo
Kátia Cristina Nascimento Figueira
Marina Caprio
Administração 
Coordenação do curso
Vanessa Bernardi Ortolan Riscifina
Autores
Andrei Aparecido de Albuquerque 
Marcela Soares Pacheco 
Marcos Danilo Chiodi 
Ornella Pacífico
Produção Editorial
Editora COC LTDA.
CNPJ 04.967.051/0001-48 
Inscrição Estadual 582.620.689.117
Rua General Celso de Mello Rezende, 301
Pq. Industrial Lagoinha – 
Ribeirão Preto – SP
CEP 14095-270
www.editora.coc.com.br
S
um
ár
io Apresentação da Faculdade Interativa COC ....... 11Apresentação do Módulo...................................... 12
Administração financeira de longo prazo ................ 13
Unidade 1: Decisões de investimento de longo prazo ........... 15
Objetivos da sua aprendizagem ....................................................... 15
Você se lembra? ................................................................................... 15
Introdução ................................................................................................ 16
1.1 Decisões de investimento .................................................................... 16
1.2 Risco e retorno ........................................................................................ 20
Atividades ......................................................................................................... 27
Leitura complementar........................................................................................... 28
Resumo ................................................................................................................... 28
Reflexão .................................................................................................................... 28
Leituras Recomendadas .............................................................................................. 29
Referências .................................................................................................................. 29
Na próxima unidade ...................................................................................................... 29
Unidade 2: Fontes de financiamento de longo prazo ................................................ 31
Objetivos da sua aprendizagem ..................................................................................... 31
Você se lembra? ............................................................................................................. 31
Introdução ...................................................................................................................... 32
2.1 Financiamento por recursos próprios ...................................................................... 32
2.1.1 Fontes de recursos próprios ................................................................................ 34
2.1.2 Tipos de ações ................................................................................................... 38
2.1.3 Valor das ações ............................................................................................... 40
2.1.4 Principais critérios de análise de ações ...................................................... 41
2.1.5 Avaliação de ações fora do contexto de uma carteira ............................. 42
2.2 Financiamento por recursos de terceiros ................................................ 44
Atividades ................................................................................................ 48
Leitura complementar ........................................................................... 49
Resumo ............................................................................................. 49
Reflexão ........................................................................................ 49
Leituras recomendadas ............................................................ 50
Referências ......................................................................... 51
Na próxima unidade ........................................................................................................ 51
Unidade 3: Custo de capital ......................................................................................... 53
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 53
Você se lembra? .............................................................................................................. 53
Introdução ....................................................................................................................... 54
3.1 Custo de capital de terceiros ..................................................................................... 54
3.2 Custo de capital próprio ............................................................................................ 56
3.3 Custo total de capital (WACC) ................................................................................. 59
 Atividades ...................................................................................................................... 62
Leitura complementar ..................................................................................................... 64
Resumo ........................................................................................................................... 64
Reflexão .......................................................................................................................... 64
Leituras recomendadas .................................................................................................... 65
Referências ...................................................................................................................... 65
Na próxima unidade ........................................................................................................ 66
Unidade 4: Estrutura de capital .................................................................................. 67
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 67
Você se lembra? .............................................................................................................. 67
Introdução ....................................................................................................................... 68
4.1 Estrutura ótima de capital ......................................................................................... 68
4.2 Teoria de Modigliani – Miller sem impostos ............................................................ 72
Atividades ....................................................................................................................... 76
Leitura complementar ..................................................................................................... 76
Resumo ...........................................................................................................................76
Reflexão .......................................................................................................................... 77
Leituras Recomendadas .................................................................................................. 77
Referências ...................................................................................................................... 78
Na próxima unidade ........................................................................................................ 78
Unidade 5: Política de dividendos ............................................................................... 79
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 79
Você se lembra? .............................................................................................................. 79
Introdução ....................................................................................................................... 80
5.1 Aspectos básicos da política de dividendos .............................................................. 81
5.2 Teoria residual dos dividendos de dividendos .......................................................... 84
5.3 Relevância e irrelevância dos dividendos ................................................................. 85
5.4 Dividendo mínimo obrigatório e juros sobre capital próprio ................................... 89
Atividades ....................................................................................................................... 91
Leitura complementar ..................................................................................................... 92
Resumo ........................................................................................................................... 92
Reflexão .......................................................................................................................... 93
Leituras Recomendadas .................................................................................................. 93
Referências ...................................................................................................................... 94
Análise de projetos de investimentos ............................................................. 95
Unidade 1: Decisão de investimento ............................................................................ 97
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 97
Você se lembra? .............................................................................................................. 97
Introdução ....................................................................................................................... 98
1.1 Orçamento de Capital .............................................................................................. 98
1.2 Motivações-chave para investimentos de capital ................................................... 101
1.3 Tipos de decisão de investimento .......................................................................... 103
1.4 Informações necessárias a um processo de orçamento de capital .......................... 105
Reflexão ........................................................................................................................ 106
Atividades ..................................................................................................................... 107
Leituras recomendadas .................................................................................................. 107
Referências ................................................................................................................... 110
Na próxima unidade .......................................................................................................111
Unidade 2: Construção dos fluxos de caixa .............................................................. 113
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 113
Você se lembra? ............................................................................................................ 113
Introdução ..................................................................................................................... 114
2.1 Determinação do investimento inicial ................................................................... 115
2.2 Estimativa dos fluxos de caixa ............................................................................... 119
Atividades ..................................................................................................................... 124
Gabarito das Atividades ................................................................................................ 126
Reflexão ........................................................................................................................ 126
Leituras recomendadas .................................................................................................. 126
Referências ................................................................................................................... 127
Na próxima unidade ...................................................................................................... 127
Unidade 3: Ferramentas de análise de investimentos .............................................. 129
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 129
Você se lembra? ............................................................................................................ 129
Introdução ..................................................................................................................... 130
3.1 Payback .................................................................................................................. 130
3.2 Valor presente líquido (VPL) ................................................................................. 135
3.3 Taxa interna de retorno (tir) ................................................................................... 139
Reflexão ........................................................................................................................ 141
Atividades ..................................................................................................................... 141
Gabarito ......................................................................................................................... 143
Leitura complementar ................................................................................................... 144
Referências .................................................................................................................... 144
Na próxima unidade ...................................................................................................... 144
Unidade 4: Seleção de projetos de investimentos ..................................................... 145
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 145
Você se lembra? ............................................................................................................ 145
Introdução ..................................................................................................................... 146
4.1 Comparação entre os métodos VPL e TIR ............................................................. 146
4.2 Análises de projetos com decisões conflitantes .................................................... 149
Reflexão ........................................................................................................................ 152
Atividades .....................................................................................................................153
Gabarito ......................................................................................................................... 154
Leituras recomendadas .................................................................................................. 155
Referências .................................................................................................................... 158
Na próxima unidade ...................................................................................................... 158
Unidade 5: Decisões de investimento em condições de risco ................................... 159
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 159
Você se lembra? ............................................................................................................ 159
Introdução ..................................................................................................................... 160
5.1 Introdução à análise de risco do projeto ................................................................ 160
5.2 Análise de sensibilidade ......................................................................................... 161
5.3 Análise de cenários ................................................................................................ 166
Resolução: ..................................................................................................................... 170
Reflexão ........................................................................................................................ 170
Atividades ..................................................................................................................... 170
Gabarito ......................................................................................................................... 171
Leituras recomendadas .................................................................................................. 173
Material e métodos ........................................................................................................ 175
Referências ................................................................................................................... 179
Gestão de projetos .......................................................................................... 181
Unidade 1: Introdução ao gerenciamento de projetos ............................................. 183
Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 183
Você se lembra? ............................................................................................................ 183
1.1 Introdução ao gerenciamento de projetos .............................................................. 184
1.2 Por que estudar gerenciamento de projetos? .......................................................... 188
1.3 PMI ........................................................................................................................ 191
1.4 PMBOK ................................................................................................................. 193
1.5 PMP e o CAPM ...................................................................................................... 194
1.6 Definição de projetos ............................................................................................. 197
Atividades ..................................................................................................................... 200
Reflexão ........................................................................................................................ 201
Leituras recomendadas .................................................................................................. 201
Referências .................................................................................................................... 202
Na próxima unidade ...................................................................................................... 203
Unidade 2: O gerenciamento de projetos nas organizações .................................... 205
Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 205
Você se lembra? ............................................................................................................ 205
2.1 O gerenciamento de projetos e o gerente de projetos ............................................ 206
2.2 Contexto do gerenciamento de projetos ................................................................. 209
2.3 Influências organizacionais .................................................................................... 211
2.4 Por que os projetos falham dentro das organizações?............................................ 217
Atividades ..................................................................................................................... 222
Reflexão ........................................................................................................................ 224
Referências .................................................................................................................... 225
Na próxima unidade ...................................................................................................... 226
Unidade 3: Ciclo de vida de produto, projeto e gerenciamento de projetos .......... 227
Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 228
Você se lembra? ............................................................................................................ 228
3.1 Introdução ao ciclo de vida do produto, do projeto e do 
gerenciamento do projeto .............................................................................................. 228
3.2 Ciclo de vida do produto ........................................................................................ 228
3.3 Ciclo de vida do projeto ......................................................................................... 230
3.4 Ciclo de vida do gerenciamento do projeto ........................................................... 238
Atividades ..................................................................................................................... 245
Reflexão ........................................................................................................................ 248
Leituras recomendadas .................................................................................................. 248
Referências .................................................................................................................... 258
Na próxima unidade ...................................................................................................... 258
Unidade 4: As 9 áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos ................. 259
Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 259
Você se lembra? ............................................................................................................ 260
4.1 Introdução às 9 áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos ................ 260
4.2 Gerenciamento de integração ................................................................................. 261
4.3 Gerenciamento de escopo ...................................................................................... 266
4.4 Gerenciamento de tempo ....................................................................................... 271
4.5 O gerenciamento de custo ...................................................................................... 275
4.6 O gerenciamento de qualidade ...............................................................................276
4.7 O gerenciamento de recursos humanos .................................................................. 278
4.8 Gerenciamento das comunicações ......................................................................... 280
4.9 Gerenciamento de riscos ........................................................................................ 283
4.10 Gerenciamento das aquisições ............................................................................. 286
Atividades ..................................................................................................................... 288
Reflexão ........................................................................................................................ 289
Leituras recomendadas .................................................................................................. 290
Referências .................................................................................................................... 290
Governança Corporativa ................................................................................. 291
Unidade 1: Conceitos e princípios básicos da Governança Corporativa ............... 293
Processos de ensino-aprendizagem ............................................................................... 293
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 293
Você se lembra? ............................................................................................................ 293
Introdução ..................................................................................................................... 294
1.1 A origem da Governança Corporativa .................................................................... 295
1.2 Conceitos básicos de Governança Corporativa ...................................................... 302
1.3 A Governança Corporativa e os conceitos relacionados ........................................ 304
Atividades ..................................................................................................................... 309
Reflexão ........................................................................................................................ 310
Leituras recomendadas .................................................................................................. 310
Referências bibliográficas ............................................................................................. 310
Na próxima unidade ...................................................................................................... 312
Unidade 2: As práticas de Governança Corporativa .....................................................313
Processos de ensino-aprendizagem .....................................................................................313
Objetivos da sua aprendizagem ..........................................................................................313
Você se lembra? ..................................................................................................................313
Introdução ...........................................................................................................................314
2.1 Evolução das práticas de Governança Corporativa .....................................................314
2.2 Governança Corporativa no mundo .............................................................................319
2.3 Governança Corporativa no Brasil ...............................................................................321
2.4 Consolidação da Governança Corporativa ...................................................................323
Atividades ...........................................................................................................................325
Reflexão ..............................................................................................................................326
Leituras recomendadas ........................................................................................................326
Referências bibliográficas ...................................................................................................327
Na próxima unidade ............................................................................................................328
Unidade 3: Controles internos e os casos de fraude nas empresas ...............................329
Processos de ensino-aprendizagem .....................................................................................329
Objetivos da sua aprendizagem ..........................................................................................329
Você se lembra? ..................................................................................................................329
Introdução ...........................................................................................................................330
3.1 As empresas de capital aberto ......................................................................................330
3.2 Controles internos: auditorias ......................................................................................331
3.3 Casos de fraude ............................................................................................................333
3.4 A Importância da Governança Corporativa ..................................................................336
Atividades ...........................................................................................................................338
Reflexão ..............................................................................................................................339
Leituras recomendadas ........................................................................................................340
Referências bibliográficas ...................................................................................................340
Na próxima unidade ............................................................................................................341
Unidade 4: O futuro da Governança Corporativa .........................................................343
Processos de ensino-aprendizagem .....................................................................................343
Objetivos da sua aprendizagem ..........................................................................................343
Você se lembra? ..................................................................................................................343
Introdução ...........................................................................................................................344
4.1 Transparência nas informações e prestação de contas das empresas ...........................344
4.2 As tendências da Governança Corporativa no mundo .................................................348
4.3 A Governança Corporativa nas empresas familiares ...................................................350
A
pr
es
en
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çã
o
A
pr
es
en
ta
çã
oAtividades ..................................................................................................................... 353Reflexão ........................................................................................................................ 354
Leituras recomendadas .................................................................................................. 355
Referências bibliográficas ............................................................................................. 355
A
pr
es
en
ta
çã
o A Faculdade Interativa COC
Prezado acadêmico(a)
Bem-vindo(a) à Faculdade Interativa COC. Temos 
o prazer de recebê-lo(a) no novo segmento desta insti-
tuição de ensino que já possui mais de 40 anos de experi-
ência em educação.A Faculdade Interativa COC tem se destacado pelo uso 
de alta tecnologia nos cursos oferecidos, além de possuir corpo 
docente formado por professores experientes e titulados. 
O curso, ora oferecido, foi elaborado dentro das Diretrizes 
Curriculares do MEC, de acordo com padrões de ensino superior da 
mais alta qualidade e com pesquisa de mercado. 
Assim, apresentamos neste material o trabalho desenvolvido pe-
los professores do COC que, junto à tecnologia da informação e comu-
nicação, proporciona ensino inovador e sempre atualizado.
Este livro juntamente com o AVA – Ambiente Virtual de Apren-
dizagem – e a teleaula integram a base que viabiliza os estudos. Este 
material tem como objetivo ser a base dos conhecimentos necessários à 
sua formação, além de auxiliá-lo(a) nos estudos e incentivá-lo(a), com as 
indicações bibliográficas de cada capítulo, a aprofundar cada vez mais 
seus conhecimentos.
Procure ler os textos antes de cada aula para poder acompanhá-la 
melhor e, assim, interagir com o professor nas aulas ao vivo. Não deixe 
para estudar no final de cada módulo somente com o objetivo de pas-
sar pelas avaliações; procure ler este material, realizar outras leituras 
e pesquisas sobre os temas abordados e estar sempre atualizado, 
afinal, num mundo globalizado e em constante transformação, é 
preciso estar sempre “ligado”, atualizado e informado.
Procure dedicar-se ao curso que você escolheu, aprovei-
tando-se do momento que é fundamental para sua formação 
pessoal e profissional. Leia, pesquise, acompanhe as aulas, 
realize as atividades on-line, você estará se formando 
de maneira responsável, autônoma e, certamente, fará 
diferença no mundo contemporâneo.
Sucesso!
A
pr
es
en
ta
çã
o
A
pr
es
en
ta
çã
o
Apresentação
O Módulo 8.2
Caro aluno, no Módulo 8.2 – Gestão do 
Valor Empresarial –, você aprenderá conceitos 
referentes às seguintes áreas do conhecimento: 
• Administração financeira de longo prazo;
• Análise de projetos de investimento;
• Gestão de projetos;
• Governança corporativa.
Estes conhecimentos são fundamentais para a formação 
do administrador, contribuindo diretamente para tornar o pro-
cesso de planejamento mais efetivo e para uma tomada de decisão 
mais precisa.
Este material foi cuidadosamente preparado para auxiliá-lo na 
apreensão e compreensão desses novos conceitos. Esperamos que ele 
traga nova luz à sua carreira.
Mas lembre-se de que a colheita de bons resultados também de-
pende de você! Por isso, leia o material antes das aulas, acompanhe-as 
assiduamente, faça os exercícios propostos, participe das atividades 
do ambiente virtual de aprendizagem (AVA), tire suas dúvidas com os 
professores e tutores. Enfim, adote uma postura proativa no processo de 
ensino-aprendizagem!
Sucesso!
A
pr
es
en
ta
çã
o Administração finan-ceira de longo prazo
Prezado aluno, seja bem-vindo à dis-
ciplina Administração financeira de longo 
prazo. Esta é uma área de importância para toda 
e qualquer empresa e, portanto, com forte potencial 
de acolhimento de novos profissionais como você, 
que, com certeza, pode se tornar um grande administra-
dor financeiro.
A sobrevivência das empresas depende da qualidade das de-
cisões financeiras tomadas por seus gestores. Não é surpresa dizer que 
aquelas com teor de longo prazo têm importância ainda mais elevada.
Esta disciplina foca as decisões financeiras de longo prazo a que 
as empresas estão sujeitas. Elas podem ser subdividas em dois grandes 
grupos: decisões de investimento e decisões de financiamento. Essa divi-
são ajudará na fundamentação de nosso conteúdo.
Na unidade 1, serão verificadas as principais características rela-
cionadas às decisões de investimentos de longo prazo. Nela, você também 
encontrará a discussão sobre a relação risco e retorno, tão importante para a 
atuação dos administradores financeiros.
 Com base nos investimentos a serem realizados, é necessário identifi-
car as fontes de financiamento de longo prazo disponíveis às empresas – este 
será o conteúdo da unidade 2, que discutirá as fontes provenientes de recur-
sos próprios e de recursos de terceiros.
Depois de conhecer as origens de recursos, na unidade 3 você apren-
derá a calcular o custo de cada um destes capitais e também o custo total 
de capital de uma empresa.
A unidade 4 apresentará o conceito de estrutura de capital e as 
teorias relacionadas a ela, um dos temas mais relevantes da área fi-
nanceira e que suscita fortes discussões.
Finalizando nosso conteúdo, na unidade 5 será explorado o 
tema política de dividendos, assunto que trata de como deve ser 
executado o pagamento aos sócios. Encerra-se o conteúdo, 
mas apenas se inicia sua jornada de atuação como admi-
nistrador financeiro. 
 Bons estudos!
Prof. Me. Andrei Aparecido de Albuquerque
U
ni
da
de
 1
U
ni
da
de
 1
Decisões de investi-
mento de longo prazo
Esta unidade explora os fundamentos das 
decisões de investimento de longo prazo e os 
principais motivos que levam as empresas a reali-
zar tais desembolsos. Também aborda os conceitos de 
risco e retorno, elementos de fundamental importância 
para a atuação do administrador financeiro. 
Objetivos da sua aprendizagem
Com o desenvolvimento desta unidade, espera-se que você, 
aluno, seja capaz de atingir os seguintes objetivos: 
 Aprender sobre as decisões de investimentos de longo prazo.1. 
 Compreender os principais motivos que levam as empresas a 2. 
efetuar investimentos de longo prazo.
 Estudar as definições de risco e retornos e a relação entre es-3. 
ses dois fatores.
Você se lembra?
Quais são as principais decisões financeiras a que uma empresa está 
sujeita? Você se recorda dessas decisões? Como explorado em unidades 
anteriores, as empresas devem tomar decisões de investimento (onde 
aplicar seu dinheiro) e decisões de financiamento (de onde se originarão 
os recursos necessários para realizar seus investimentos). Essas decisões 
com perspectiva de longo prazo garantem à empresa a possibilidade 
de continuar por um horizonte de tempo indeterminado, portanto 
entendê-las é de fundamental importância para o gestor financeiro. 
Vamos começar pelas decisões de investimento de longo prazo, 
tema desta unidade. Aproveite seus estudos!
16
Administração financeira de longo prazo
Introdução
O processo de alocação de capital, mais comumente denominado de 
investimento, é uma das três principais decisões financeiras a que estão 
sujeitos os administradores financeiros das empresas. Essas três decisões 
são: investimento, financiamento e dividendos. Todas elas serão explora-
das nesta disciplina, ficando esta unidade focada na primeira delas. 
A decisão de investimento, como afirmam Assaf Neto e Lima 
(2009), é muitas vezes considerada como a mais importante das Finanças 
Corporativas, talvez por complexidade e abrangência.
Pode-se dizer que o investimento em ativos imobilizados, também 
chamados de investimentos fixos ou investimentos de capital, determina o 
futuro da empresa, assim como sua viabilidade e competitividade. Nessa 
perspectiva, é necessário ter em mente dois conceitos, risco e retorno, e 
como funciona sua inter-relação, pois isso interfere diretamente nas de-
cisões de investimentos a ser tomadas pelos administradores financeiros. 
Esse é o objetivo fundamental desta unidade e você está convidado a co-
meçar e se aprofundar neste estudo.
Por que esta unidade é importante? 
O conteúdo desta unidade é importante para você, pois lhe permitirá 
entender os investimentos de longo prazo e os motivos de as empresas 
os realizar, além de compreender e saber mensurar a relação entre risco e 
retorno, possibilitando fornecer dados financeiros ou avaliá-los da melhor 
forma, podendo transformá-los em decisões que garantamaumento do 
valor da empresa.
Decisões de investimento 1.1 
Gitman (2004, p. 304) afirma que os “investimentos de longo prazo 
representam gastos substanciais de fundos que comprometem uma empre-
sa em determinada linha de ação”. Consequentemente, uma organização 
necessita ter procedimentos adequados para analisar e selecionar esses 
investimentos de longo prazo. Portanto, ela precisa ser capaz de medir os 
fluxos de caixa e aplicar as técnicas de decisão apropriadas. A forma de 
medição desses fluxos de caixa e as técnicas de análise serão exploradas 
em outra disciplina desse módulo. Nesta, contudo, serão abordados os 
fundamentos das decisões de investimentos. Entretanto, observe como 
elas estão diretamente relacionadas.
17
EA
D
-1
0-
A
D
 8
.2
Decisões de investimento de longo prazo - Unidade 1
Conforme Assaf Neto e Lima (2009), 
pode-se verificar várias decisões organiza-
cionais que fazem parte de um processo de 
investimento de capital, em que pode-se 
citar: as decisões de substituição de ativos, 
de ampliação de capacidade produtiva, de 
lançamentos de novos produtos etc.
O processo de decisão de investimento 
está atrelado a toda organização, apesar de o foco 
dessa disciplina estar mais concentrado naquelas com fins lucrativos, em-
bora nada nos impeça de utilizarmos os mesmos conceitos para aquelas 
com objetivos distintos. Em função dessa relevância dos investimentos, 
você pode observar no quadro 1.1 alguns exemplos reais de investimentos 
divulgados por empresas brasileiras.
Quadro 1.1: Exemplos de investimentos
Exemplos de investimentos no Brasil
Investimentos habitacionais da Caixa Econômica Federal1
A Caixa espera investir R$ 15 bilhões no programa Minha Casa, 
Minha Vida em 2009. Do total, serão destinados R$ 4 bilhões para a 
faixa até três salários mínimos, R$ 5,7 bi para os que recebem de três 
a seis salários mínimos, R$ 4 bi para os que têm renda entre seis e dez 
salários, além de R$ 1,2 bi para infra-estrutura. Para 2010, a projeção 
de investimento é de R$ 30 bi, e os outros R$ 15 bi em 2011.
A implantação total do programa está estimada em cerca de R$ 60 bi-
lhões. Deste total, 34 bilhões serão subsidiados, sendo R$ 20,5 bilhões 
provenientes da União, e R$ 7,5 bilhões do Fundo de Garantia por Tem-
po de Serviço (FGTS). Somente para as famílias com renda de até três 
salários, o aporte financeiro será de R$ 16 bilhões.
Exemplo de investimentos de uma indústria: AmBev2
No ano de 2008, a AmBev investiu R$ 2.055,4 milhões em ampliação 
das linhas de produção, compra de ativos de giro e o início da constru-
ção de uma nova maltaria, além de uma nova fábrica em Minas Gerais 
que devem ser inauguradas em 2009.
 
Consulte o 
relatório anual da 
Petrobras e veja o plano de 
negócios desta empresa que 
relata os projetos de investimentos 
ela faz a longo prazo. Acesse: www.
petrobras.com.br.
Decisões de investimento de longo prazo - Unidade 1
18
Administração financeira de longo prazo
Plano de investimentos da Petrobrás
O Plano de Negócios 2009-2013 da Petrobras prevê um volume 
de investimentos de US$ 174,4 bilhões para suas atividades no merca-
do brasileiro e internacional. O gráfico a seguir demonstra a distribui-
ção desse valor de investimentos por área da empresa.
Plano de negócios 2009-2013
E&P (104,6)*
G&E (11,8)
Corporativo (5,6)
RTC (43,4)**
59%
25%
7%
3%
Petroquímica (3,0)
Distribuição (2,8)
Biocombustíveis (3,2)
2%
2%
2%
* US$ 17,0 bilhões em exploração / ** Refino transporte e comercialização
Fontes:
1 <http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/13/materia. 2009-04-
13.6064256742/view>. Acessado em 15/1/2009.
2 Relatório Anual 2008 <http://www.ambev.com.br/Investidores/>. Acessado 
15/1/2009.
3 Relatório Anual 2008 <http://www.hotsitespetrobras.com.br/rao2008/i18n/pt/
downloads/RA.pdf>. Acessado em 15/1/2009.
Com o passar do tempo, os ativos imobilizados (máquinas, equipa-
mentos, veículos etc.) podem se tornar obsoletos ou necessitar de reformas, 
momento no qual a empresa estará sujeita à tomada de decisões financeiras. 
Normalmente, as empresas fazem uma diversidade de investimentos de longo 
prazo, no entanto o mais comum entre as empresas industriais é o investimen-
to em ativos imobilizados. Os ativos imobilizados são compreendidos como 
aqueles geradores de resultados, já que fundamentalmente eles que represen-
tam a base de obtenção de lucros e o valor das empresas. Nesse grupo estão 
incluídos os equipamentos, fábricas e terrenos. (GITMAN, 2004)
19
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Decisões de investimento de longo prazo - Unidade 1
A seguir são exploradas as principais razões ou motivos que fazem 
as empresas realizarem investimentos de longo prazo.
Motivos dos investimentos de longo prazo 1.1.1 
Um investimento de longo prazo, comumente chamado de gasto de 
capital, é um desembolso financeiro com o qual a empresa objetiva obter be-
nefícios em um período superior a um ano. Um desembolso que visa a gerar 
benefícios em prazos inferiores a um ano e é chamado de gasto operacional. 
Dessa forma, os gastos ou investimentos em ativos imobilizados são reco-
nhecidos como gastos de capital, no entanto nem todos os gastos de capital 
são enquadrados como ativos imobilizados. Vamos ver exemplos disso?
Podemos pensar que um desembolso no montante de R$ 100.000,00 
para comprar uma nova máquina, com vida útil estimada em 15 anos, é 
um gasto de capital que deveria figurar no ativo imobilizado do balanço 
patrimonial da empresa. Por outro lado, um desembolso de R$ 100.000,00 
em propaganda, que produz benefícios por um longo período de tempo, 
também é um gasto de capital, mas não representa um ativo imobilizado.
Os investimentos de longo prazo (ou gastos de capital) podem ser rea-
lizados por várias razões distintas. Podem ser enquadradas como principais a 
ampliação, a substituição ou a renovação de ativos imobilizados ou a obten-
ção de algum outro benefício menos tangível a longo prazo. Observe no qua-
dro 1.2 uma síntese dos principais motivos de realização de gastos de capital.
Quadro 1.2: Razões de realização de investimentos de longo prazo
Principais motivos da realização de investimentos de longo 
prazo (gastos de capital)
Motivo Descrição
Expansão
O motivo mais comum de gasto de capital é o aumento do nível 
de operações, geralmente por meio da aquisição de ativos imobili-
zados. Uma empresa em crescimento precisa adquirir ativos imo-
bilizados rapidamente, como imóveis e instalações de produção.
Substituição
Conforme o crescimento da empresa desacelera e ela atinge 
a maturidade, a maioria dos gastos de capital visa a repor ou 
substituir ativos obsoletos ou desgastados. Sempre que uma 
máquina exige um reparo importante, o gasto com o reparo 
deve ser comparado ao que seria feito para substituir a máqui-
na e com os benefícios da substituição.
20
Administração financeira de longo prazo
É 
importante ressaltar 
que o valor de um bem não 
deve estar vinculado à forma como ele 
é financiado; seu valor econômico depende 
da capacidade futura de geração de resultados 
operacionais esperados. A qualidade dos investi-
mentos em ativos e não a forma de seu financiamen-
to é que determina a riqueza e, consequentemente, a 
atratividade econômica de um investimento (ASSAF 
NETO; LIMA, 2009).
Principais motivos da realização de investimentos de longo 
prazo (gastos de capital)
Renovação
Uma alternativa à substituição é a renovação, a qual pode en-
volver a reconstrução, a reforma ou o ajuste de um ativo imo-
bilizado. Por exemplo, uma perfuradora poderia ser renovada 
com a substituição do motor e com a adição de um sistema de 
controle numérico; uma instalação física poderia ser renovada 
com a substituição da fiação elétrica e a adição de ar-condicio-nado. Para aumentar a eficiência, tanto a substituição como a 
renovação de máquinas podem ser soluções adequadas.
Outros
Alguns gastos de capital não resultam na aquisição ou na 
transformação de ativos imobilizados, aqueles tangíveis. Em 
vez disso, envolvem comprometimento de fundos de longo 
prazo, na expectativa de algum resultado futuro. Esses gastos 
incluem desembolsos de propaganda, pesquisa e desenvolvi-
mento, consultoria de gestão e novos produtos. Outras propos-
tas de gastos de capital, como a instalação de mecanismos de 
controle de poluição e segurança, determinados pelo governo, 
são as de difícil avaliação porque geram resultados intangíveis 
em vez de fluxos de caixa claramente mensuráveis.
AdAptAdo de GitmAn (2004), p. 305.
Agora que já foram trabalhados os 
conceitos iniciais das decisões de 
investimentos e os principais 
motivos de as empresas 
realizarem tais desem-
bolsos, torna-se interes-
sante compreender dois 
conceitos de extrema 
importância para o gestor 
financeiro, o risco e o re-
torno, os quais são explo-
rados no próximo tópico.
Risco e retorno 1.2 
É interessante destacar que os ar-
gumentos aqui expostos terão foco nas empresas de capital aberto, isso é 
feito simplesmente pelo fato de as maiores e mais complexas organizações 
terem esse formato, no entanto nada impede dos conceitos aqui explora-
dos serem utilizados em empresas constituídas de forma diferente.
O risco e o retorno são dois fatores que o administrador financeiro 
deve saber avaliar para poder maximizar o preço da ação da empresa. Va-
mos começar explorando os conceitos desses dois elementos.
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Decisões de investimento de longo prazo - Unidade 1
Definições de risco 1.2.1 
Conforme Groppelli e Nikbakht (2006, p. 73), risco “é o grau de 
incerteza de um investimento”. Mais fundamentalmente, de acordo com 
Gitman (2004, p. 184), “risco é a possibilidade de perda financeira”. 
Dessa forma, os ativos mais arriscados são aqueles que oferecem maiores 
possibilidades à perda financeira.
De maneira mais formal, o termo risco é utilizado como sinônimo de 
incerteza e está relacionado à variabilidade dos retornos associados a um 
ativo. Por exemplo, um título público com valor de face de R$ 2.000,00, o 
qual garante ao seu proprietário juros de R$ 200,00 num prazo de trinta dias, 
não oferece risco, pois não há variabilidade associada à sua taxa de retorno. 
Por outro lado, um investimento de R$ 2.000,00 em ações de uma empresa 
qualquer, que pode no mesmo prazo gerar qualquer resultado entre R$ 0,00 
e R$ 400,00 pode ser compreendido como muito arriscado em função da 
alta variabilidade de seu retorno. Assim, quanto mais certo for o retorno de 
um ativo, menos variabilidade e risco ele proporcionará. (GITMAN, 2004).
Certos tipos de riscos afetam de forma direta tanto administradores 
quanto acionistas. O quadro 1.3 descreve de forma sintética as principais 
fontes comuns de riscos para empresas e acionistas. É necessário reforçar 
que o risco operacional e o risco financeiro são mais específicos à empresa, 
tornando-os fundamentais para a atuação dos administradores financeiros. 
Assaf Neto (2009) define o risco econômico como aquele intrínseco 
à própria atividade da empresa e às características do mercado em que ela 
atua, portanto independe de como a empresa está financiada. Entre os exem-
plos associados a esse risco, estão a sazonalidade de mercado, a tecnologia, 
a concorrência, a estrutura de custos etc. Esse autor define o risco financeiro 
como aquele associado à capacidade que a empresa tem de liquidar seus 
Au
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Am
st
im
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Administração financeira de longo prazo
compromissos financeiros assumidos, ou seja, às decisões de financiamento, 
assim empresas com mais altos níveis de endividamento apresentam risco 
financeiro mais elevado que aquelas com baixos níveis de endividamento.
Quadro 1.3: Fontes de riscos
Fontes populares de risco para administradores financeiros e acionistas
Fontes de risco Descrição
Riscos específicos da empresa
Risco operacional
É a possibilidade de que a empresa não seja ca-
paz de cobrir seus custos de operação. Seu nível 
é determinado pela estabilidade das receitas da 
empresa (fixos) e pela estrutura de seus custos 
operacionais (variáveis).
Risco financeiro
É a possibilidade de que a empresa não seja capaz 
de saldar suas obrigações financeiras. Seu nível é 
determinado pela previsibilidade d0os fluxos de 
caixa operacionais da empresa e suas obrigações 
financeiras com encargos fixos.
Riscos específicos dos acionistas
Risco de taxa de juros
É a possibilidade de que as variações das taxas de 
juros afetem negativamente o valor de um inves-
timento. A maioria dos investimentos perde valor 
quando a taxa de juros sobe e ganha valor quando 
ela cai.
Risco de liquidez
É a possibilidade de que um ativo não possa ser 
liquidado com facilidade a um preço razoável. A 
liquidez é significativamente afetada pelo porte e 
pela profundidade do mercado no qual o ativo é 
costumeiramente negociado.
Risco de mercado
É a possibilidade de que o valor de um ativo caia 
por causa de fatores de mercado independentes 
do ativo (como eventos econômicos, políticos e 
sociais). Em geral, quanto mais o valor do ativo 
reage ao comportamento do mercado, maior é seu 
risco; quanto menos reage, menor é o seu risco.
Riscos para empresas e acionistas
Risco de evento
É a possibilidade de que um evento totalmente 
inesperado exerça efeito significativo sobre o 
valor da empresa ou um ativo específico. Esses 
eventos raros, como a decisão do governo de 
mandar recolher do mercado um medicamento 
popular, costumam afetar um pequeno grupo de 
empresas ou ativos.
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Decisões de investimento de longo prazo - Unidade 1
Fontes populares de risco para administradores financeiros e acionistas
Risco de câmbio
É a exposição dos fluxos de caixa esperados para 
futuras flutuações das taxas de câmbio. Quanto 
maior a possibilidade de flutuações cambiais in-
desejáveis, maior o risco dos fluxos de caixa e, 
portanto, menor o valor da empresa ou do ativo.
Risco de poder aquisitivo
É a possibilidade de que a variação dos níveis de 
preços, causada por inflação ou deflação na econo-
mia, afete desfavoravelmente os fluxos de caixa e 
o valor da empresa ou de um ativo. Normalmente, 
as empresas ou os ativos com fluxos de caixa que 
variam com os níveis gerais de preços apresentam 
risco mais baixo de variação de poder aquisitivo. 
Ao contrário, se os fluxos de caixa não variarem 
de acordo com os níveis gerais de preços, ofere-
cem maior risco ao poder aquisitivo.
Risco de tributação
A possibilidade de que mudanças adversas na le-
gislação tributária venham a ocorrer. Empresas e 
ativos cujos valores são sensíveis a essas mudan-
ças implicam maior risco.
GitmAn (2004), p. 185.
Não há dúvidas de que os administradores financeiros, assim como os 
investidores em ações, devem levar em consideração esses e outros riscos para to-
marem suas decisões de investimento. Agora, estudaremos o conceito de retorno!
Definições de retorno 1.2.2 
Uma vez que o risco é medido em função da variabilidade (também 
chamada de volatilidade) dos retornos, é necessário saber do que eles se 
tratam. Groppelli e Nikbakht (2006, p. 73) definem como retornos “as 
receitas esperadas ou fluxos de caixa previstos de qualquer investimento”. 
Gitman (2004, p. 184) afirma que o “retorno é o ganho ou a perda total 
sofrido por um investimento em certo período”. Nota-se que essa última 
definição considera a possibilidade de retornos negativos, o que de fato é 
possível, por exemplo, em títulos de renda variável, caso das ações.
m
Ar
ie
 H
ip
pe
nm
eY
er
 / AFp
24
Administração financeira de longo prazo
O retorno é normalmente medido pela soma dos proventos em dinhei-
ro durante o período com a variação do valor, em termos porcentuais do 
valor do investimento no início do período. O cálculo da taxa de retorno de 
qualquer ativo no período t é, comumente definida pela seguinte expressão:
k
C P P
Pt
t t t
t
=
+ – –
–
1
1
Em que:
kt = taxa observada, esperada ou exigida de retorno durante o período t;
Ct = fluxo de caixa recebido com o investimento no ativo no 
periodo t – 1 a t;
Pt = preço (valor) do ativo na data t;
Pt – 1 = preço (valor) do ativo na data t –1;
 
 Nessa formulação, o retorno (kt) demonstra o efeito combinado 
do fluxo de caixa (Ct) e de variações de valor (Pt – Pt –1) no período t. 
É interessante acrescentar que os valores do início (Pt) e do final do pe-
ríodo (Pt – 1) não são necessariamente valores realizados. Mais frequen-
temente, são não realizados, pois significa que apesar de o ativo não 
ter sido efetivamente comprado na data t–1 e vendido na data t, esses 
valores poderiam ter sido realizados se essas transações tivessem sido 
concretizadas.
 Segundo Gitman (2004), essa equação pode ser usada para de-
terminar a taxa de retorno tanto para período que pode ser curto, como 
um dia, como para um período longo, como dez anos ou mais. Porém, na 
maioria dos casos, t é igual a um ano, significando que k reflete uma taxa 
anual de retorno.
 Vamos estudar um exemplo de comparação de retornos!
 Suponha que a empresa Quimera S.A. deseja determinar a taxa 
de retorno de duas máquinas adquiridas: a Labor e a Relax. A Labor 
foi adquirida há um ano por R$ 60.000,00 e, atualmente, tem valor de 
mercado de R$ 64.500,00; no decorrer do ano, gerou receitas de 
R$ 6.400,00 após o imposto de renda. A Relax foi comprada há quatro 
anos e seu valor, no ano que acabara de terminar, caiu de R$ 48.000,00 
para R$ 47.200,00; no decorrer do ano, gerou R$ 10.640,00 de receitas 
após o imposto de renda. Utilizando esses dados na equação disponibili-
zada anteriormente, é possível calcular a taxa de retorno para cada uma 
das máquinas, como segue:
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-1
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Decisões de investimento de longo prazo - Unidade 1
Labor (L):
kL
R R R
R
R
R
= + = =$ . $ . $ .
$ .
$ .
$ .
,6 400 64 500 60 000
60 000
10 900
60 000
18 5– %%
Relax (R):
kL
R R R
R
R
R
= + = =$ . $ . $ .
$ .
$ .
$ .
,10 640 47 200 48 000
48 000
9 840
48 000
20 5– %%
Apesar da queda do seu valor de mercado durante o ano, o fluxo de 
caixa da Relax fez com que ela gerasse uma taxa 
de retorno maior do que a taxa da Labor nesse 
mesmo período. Isso enfatiza que a análise 
do impacto conjunto do fluxo de caixa e a 
variação do valor, demonstrado pela taxa de 
retorno, é altamente importante para o admi-
nistrador financeiro.
Relação entre risco e retorno 1.2.3 
De acordo com Groppelli e Nikbakht (2006), 
risco e retorno são a base fundamental sobre a qual as decisões racionais 
e inteligentes acerca de investimentos são tomadas. Como já informado, 
risco é uma medida de incerteza dos retornos, os quais são os fluxos de 
caixa esperados de um investimento.
 Um exemplo simples pode ajudar na compreensão dessa relação. 
Todos sabem que depositar dinheiro numa caderneta de poupança é mais 
seguro do que apostar na loteria. A poupança rende uma taxa de juros 
constante e baixa e é garantida pelo governo federal. O que representa 
alto grau de confiança no resgate dos juros e do valor inicial depositado. 
Os retornos da caderneta de poupança não se alteram demasiadamente, o 
que os classifica como seguros e com baixo grau de risco. Em contrapar-
tida, ao apostarem na loteria, as pessoas desconhecem o resultado, podem 
ganhar muito, porém também podem perder todo valor apostado. Assim, 
os retornos sobre os valores apostados em loteria são altamente incertos, 
portanto são muito voláteis e com elevado grau de risco. Se dois investi-
mentos geram o mesmo retorno, a escolha final será baseada em função 
do risco. Assim o projeto que apresentar o menor nível de risco será o 
escolhido.
 
Conexão
Veja mais informações sobre 
ações e o retorno delas, acessan-
do o site da Bolsa de Valores de São 
Paulo: www.bovespa.com.br.
26
Administração financeira de longo prazo
Gitman (2004) classifica os administradores em três categorias no 
que tange às preferências em relação ao risco: 
 Administrador indiferente a risco – Para este, o retorno exigido 1. 
não sofre variação quando o nível de risco vai de x1 a x2, ou 
seja, não considera nenhum aumento do retorno exigido em 
função da elevação do risco. Logicamente, essa atitude não faz 
muito sentido no mundo empresarial.
 Administrador avesso a risco – Para este, o retorno exigido se 2. 
eleva quando o risco aumenta, ou seja, exige-se retorno mais 
alto para se compensar o risco maior.
 Administrador propenso a risco – Para este, o retorno exigi-3. 
do cai com a elevação do risco, isto é, tal administrador está 
disposto a abrir mão de algum retorno para correr mais riscos. 
Porém, esse comportamento não traria benefícios para a em-
presa.
A maioria dos administradores é avessa a riscos. Portanto, para de-
terminado aumento de risco, exigem incremento de retorno. Fazendo com 
que os considere como conservadores, e não agressivos, quando assumem 
riscos em nome de suas empresas.
Alguns investimentos possibilitam retornos mais elevados, enquanto 
outros pagam baixo retorno. Isso ocorre porque não se pode esperar retor-
no elevado de um “negócio seguro”. Por outro lado, é plausível se exigir 
retorno elevado quando se investe dinheiro em um negócio arriscado ou 
especulativo. Portanto, os investidores devem ser adequadamente recom-
pensados pelos riscos assumidos. (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2006)
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dr
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Decisões de investimento de longo prazo - Unidade 1
Reforçando conceitos já 
explorados na unidade, segundo 
Assaf Neto e Lima (2009), risco é uma 
probabilidade de ganho ou perda associada a 
uma decisão de investimento. Como visto, há re-
lação direta entre risco e retorno. Quanto maior for o 
risco, maior será o retorno esperado, daí os possíveis 
comportamentos dos administradores.
Lembre-se
O retorno esperado pela 
aplicação do seu dinheiro 
deve ser proporcional 
ao risco incorrido nessa 
decisão de investimento. 
Risco é uma medida do 
grau de incerteza asso-
ciado aos resultados futu-
ros e à volatilidade dos re-
tornos de um investimento.
Atividades 
 Quais são os principais motivos de as empresas efetuarem investi-01. 
mentos de longo prazo, os também chamados gastos de capital?
 Comente alguns tipos de risco a que estão sujeitos administradores 02. 
financeiros e acionistas.
O que é risco no contexto da tomada de decisões financeiras?03. 
Risco operacional e risco financeiro são a mesma coisa? Explique sua 04. 
resposta.
28
Administração financeira de longo prazo
Leitura complementar
Para aprender um pouco sobre modelos de medição de risco, leia 
o artigo Métodos de medição de risco de mercado, elaborado por Paulo 
Henrique Soto Costa e Tara Keshar Nanda Baidya, publicado na revista 
Produção, vol. 13, n. 3, São Paulo, 2003. Veja o resumo:
Métodos de medição de risco de mercado: um estudo comparativo 
Resumo
A modelagem do risco de mercado é de grande importância para as 
instituições financeiras e outras firmas que parti-
cipam do mercado financeiro. Os modelos e 
técnicas empregados no Brasil nem sempre 
são os mais adequados às nossas condições 
específicas. Este trabalho estuda dez mo-
delos de estimação de risco (volatilidade), 
usando dados de ações brasileiras, e faz uma 
aplicação em determinaçãode VaR. 
Reflexão
 Nesta unidade, foram exploradas as decisões de investimentos 
de longo prazo a que estão sujeitas as empresas. Saber onde investir é de 
suma importância para a atuação do administrador financeiro, pois as de-
cisões de investimentos feitas da forma coesa e adequada é o que garante 
a sobrevivência da empresa.
 Também foram estudados os principais motivos que fazem as 
empresas realizarem investimentos de longo prazo, os também chamados 
gastos de capital. A técnica que operacionaliza esses gastos é chamada de 
orçamento de capital (comumente tratado pelo seu termo ou sigla em lín-
gua inglesa Capital Expenditure – Capex). Como os ativos imobilizados 
são, geralmente, vistos como geradores de resultados, no longo prazo as 
empresas tendem a focar investimentos neles.
 Ainda foram trabalhados os conceitos de risco e retorno, funda-
mentais para a compreensão e a avaliação das decisões sobre investimen-
tos, já que o administrador financeiro deve tomar decisões racionais, o que 
o impele a exigir retornos mais elevados quando há expectativa de correr 
mais riscos. 
 
Conexão
Interessado pelo artigo? 
Então, consulte-o na íntegra 
acessando: http://www.scielo.br/pdf/
prod/v13n3/v13n3a02.pdf
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.2
Decisões de investimento de longo prazo - Unidade 1
Leituras Recomendadas
Amplie seus conhecimentos sobre decisões de investimento de lon-
go prazo, estudando os livros:
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2009. 
DAMODARAN, Aswath. Finanças corporativas: teoria e prática. 2. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
Para continuar expandindo seus estudos, navegue pela Internet, vi-
site sites de empresas que você tenha interesse e procure seus relatórios 
anuais em algumas organizações, substituído (como a Vale) ou comple-
mentado pelo Relatório de Sustentabilidade; nesses documentos, você 
encontrará as informações mais diversas sobre os investimentos executa-
dos por essas corporações. Pesquise Brasil Foods, Natura, Vale, Cemig, 
Gerdau etc. Boa navegação!
Referências
ASSAF NETO, A; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 
São Paulo: Atlas, 2009.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São 
Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.
GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E. Administração financeira. Tra-
dução Célio Knipel Moreira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
Na próxima unidade
Esta unidade focou esforços na decisão de investimento que as orga-
nizações devem realizar. A partir do momento que já foi tomada a decisão 
de onde investir é preciso saber de onde obter os recursos, qual dinheiro 
vai possibilitar que tal investimento seja executado? Essa questão trata-se 
da decisão de financiamento. Nesse sentido, a próxima unidade visa a ex-
plorar as possíveis formas de financiamento disponíveis para as empresas. 
30
Administração financeira de longo prazo
U
ni
da
de
 2
Então, mãos à obra. Continue estudando os temas de administração finan-
ceira de longo prazo! O sucesso das empresas necessita de uma gestão 
financeira de excelência.
U
ni
da
de
 2
Fontes de financia-
mento de longo prazo
Nesta unidade, são abordadas as fontes de 
financiamento de longo prazo das empresas, que 
podem ser sintetizadas em dois grupos: capital pró-
prio e capital de terceiros.
Objetivos da sua aprendizagem
Prezado aluno, esta unidade tem como objetivo lhe 
possibilitar atingir os seguintes objetivos:
 Estudar as fontes de financiamento por recursos próprios.1. 
 Estudar as fontes de financiamento por recursos de terceiros.2. 
Você se lembra?
As empresas devem realizar investimentos de longo prazo que 
lhe agreguem valor. E de onde vêm os recursos que possibilitam esses 
investimentos? Que tipo de decisão é essa? Como já discutido em uni-
dades anteriores, essa é a decisão de financiamento que a empresa deve 
tomar. Esta unidade aborda as possíveis fontes de financiamento disponí-
veis para as empresa. Aproveite esse conteúdo ao máximo!
32
Administração financeira de longo prazo
Introdução
Na unidade anterior, foram estudados os principais aspectos rela-
cionados à decisão de investimentos de longo prazo. Uma vez decidido 
onde investir é necessário saber de onde virão os recursos para realizar 
tais projetos. Dessa forma, pode-se dizer que não é possível efetuar um 
investimento sem ter como financiá-lo adequadamente. 
Nesta unidade, será atribuído foco as formas de financiamento de 
longo prazo disponíveis às empresas. Estudar e entender de onde vêm os 
recursos passíveis para a efetivação de um plano de investimentos de lon-
go prazo de uma firma.
Basicamente, existem duas fontes de financiamento de longo 
prazo para as corporações. A primeira são os recursos próprios, em 
que uma empresa pode se financiar por meio dos aportes realizados 
por seus proprietários, seja o inicial seja o da venda de novas ações 
ou, então, pode realizar seu autofinanciamento por meio da utilização 
dos recursos líquidos gerados por ela mesma. A segunda alternativa é 
utilizar-se de recursos de terceiros, ou seja, optar por empréstimos e 
financiamentos de outros que tenham dinheiro disponível para repas-
sar a agentes econômicos interessados.
Essa questão de financiamento faz parte do campo de atuação e 
compete ao leque de tomadas de decisão do administrador financeiro. 
Então, bons estudos!
Por que esta unidade é importante? 
Para poder realizar seus investimentos, toda empresa necessita de 
fontes de recursos. Nesta unidade, aluno, você entenderá quais são as 
fontes de recursos de longo prazo disponíveis para uma empresa e suas 
principais características, o que lhe auxiliará no processo de elaboração de 
informações ou de tomada de decisões sobre esse quesito.
2.1 Financiamento por recursos próprios
A fonte de recursos inicial de qualquer empresa é o patrimônio 
líquido, ou seja, o capital aplicado pela(s) pessoa (s) física (s) ou 
jurídica(s) que tenha(tenham) interesse em começar o seu negócio. 
Como se trata de um dinheiro investido pelo próprio interessado, tal 
recurso é denominado de próprio.
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 Assaf Neto (2008) afirma que é por meio da participação dos pro-
prietários que as empresas conseguem as melhores condições financeiras 
para viabilização de seus projetos de investimentos, pela natureza perma-
nente da captação e pelo baixo comprometimento do caixa.
 Outra forma de investimento na empresa, utilizando recursos 
próprios, é fazer isso por meio do resultado gerado da empresa em deter-
minado período, ou seja, pelo emprego dos lucros da empresa nas suas 
alternativas de investimento. Assim, como afirma Matias (2007), quando 
a empresa obtém resultados positivos (lucros), gera uma questão aos seus 
administradores, ou proprietários: Quanto devo reaplicar na empresa? Ou: 
Quanto devo pagar aos sócios?
 Dessa forma, é possível observar a existência de dois fluxos para 
o capital oriundo do patrimônio líquido: um para investimentos que 
ocorrem por meio do dinheiro aplicado inicialmente e contribuições se-
guintes, além do lucro reaplicado na empresa; e outro fluxo para a distri-
buição dos resultados aos investidores do negócio. (MATIAS, 2007). A 
figura 6.1 demonstra esses dois fluxos e seu posicionamento em termos 
do balanço patrimonial da empresa.
Figura 2.1: Fluxos do patrimônio líquido
Ativo Passivo
Patrimônio líquidoInvestimentos
Distribuição de
resultados
Matias (2007), p. 28.
O patrimônio líquido reflete a diferença entre o ativo (conjunto 
de bens e direitos da empresa) e o passivo (obrigações da empresa). Ele 
representa o capital próprio da empresa, aquele proveniente dos donos, 
sócios, acionistas, enfim os investidores desse negócio.
Antesde prosseguir no tema, vale ponderar sobre as principais dife-
renças entre o capital próprio e o capital de terceiros, as quais são sinteti-
zadas no quadro 6.1 a seguir. 
Fontes de financiamento de longo prazo - Unidade 2
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Administração financeira de longo prazo
Quadro 2.1: Principais diferenças entre capital próprio e capital de terceiros
Tipo de capital
 Característica Capital próprio Capital de terceiros
Influência nas decisões 
da administração1 
Direitos sobre resultados 
e ativos 
Prazo de vencimento 
Tratamento fiscal
 Sim 
Subordinado ao capital 
de terceiros
Nenhum
Não há dedução
Não
Preferencial em rela-
ção ao capital próprio
Determinado
Dedução de juros
1 No caso de violação das obrigações contratuais pelo emitente, os credores e os acionistas preferenciais 
podem receber o poder de influenciar as decisões da administração; caso contrário, somente os acionistas 
ordinários têm direito de voto.
Adaptado de Gitman (2004), p. 264.
2.1.1 Fontes de recursos próprios
Basicamente, existem duas formas de captação de recursos próprios para 
a empresa; a primeira delas é pela retenção de resultados líquidos, o chamado 
autofinanciamento; a segunda e principal é pela integralização de novas ações. 
Em face disso, é importante fixar que as ações são títulos de pro-
priedade e representam a menor fração do capital social de uma empresa 
(sociedade anônima, sociedade por ações ou companhia). Ressalta-se que 
o detentor da ação (acionista) não é um credor da empresa, mas sim um 
coproprietário com direito à participação em seu resultado.
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Ao contrário das dívidas, uma ação não tem prazo de resgate, po-
dendo ser convertida em dinheiro a qualquer momento mediante negocia-
ção no mercado. Sempre que desejar o investidor poderá alterar sua posi-
ção acionária, seja desfazendo-se dos títulos que possui, seja vendendo as 
ações de uma empresa ou adquirindo-as de outra.
 As sociedades anônimas emitentes de ações podem ser de dois 
tipos: abertas e fechadas. Uma companhia é aberta quando tem suas ações 
distribuídas a um número mínimo de acionistas, podendo ser negociadas 
em Bolsas de Valores; nesse caso, a empresa deve ser registrada como de 
capital aberto na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Já as com-
panhias de capital fechado são tipicamente empresas familiares, com 
circulação de suas ações restrita a um grupo identificado de investidores. 
(ASSAF NETO, 2008).
 A abertura de capital é um interessante meio de a empresa obter 
novos montantes de recursos próprios. 
 Assaf Neto e Lima (2009) sintetizam as principais razões para a 
abertura de capital da seguinte forma:
 A empresa não tem obrigação contratual em devolver o di-a) 
nheiro captado;
 O prazo de reembolso do capital aos investidores é indetermi-b) 
nado;
 Com capital próprio, reduz-se o risco financeiro da empresa;c) 
 A abertura de capital promove melhor imagem institucional d) 
com fornecedores, clientes, funcionários, investidores e toda 
sociedade.
O processo de integralização de novas ações ocorre no mercado de ca-
pitais e obedece a um fluxo sequencial de atividades, conforme a figura 2.2.
Figura 2.2: Etapas do processo de emissão de novas ações
 
Empresa 
emitente de 
novas ações
→
Instituição 
financeira inter-
mediadora da 
operação
→
Colocação 
inicial: 
mercado 
primário
→
Renegociação 
das ações: 
mercado 
secundário
Fonte: AssAF neto e LimA (2009), p. 556.
 Na sequência, são relatadas as características principais de cada 
uma dessas fases.
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Administração financeira de longo prazo
A – Empresa emitente
Conforme Assaf Neto e Lima (2009), ao se decidir financiar me-
diante a subscrição e integralização de novas ações, é esperado que a 
empresa tenha certas condições de atratividade econômica, as quais são 
principalmente avaliadas por seus resultados econômicos financeiros e 
conveniências da abertura de capital. A avaliação do ambiente de subscri-
ção de capital abrange:
I. Um estudo setorial que envolve, entre outros aspectos, o merca-
do consumidor, o mercado fornecedor de matérias-primas e as empresas 
concorrentes. Nessa etapa, são feitas avaliações sobre evolução real das 
vendas, potencial de mercado e de crescimento da atividade da empresa, 
a existência de controles oficiais sobre os preços de venda dos produtos, 
acesso aos fornecedores de matérias-primas, a evolução desses custos e a 
participação de mercado das empresas concorrentes etc.
II. As características básicas de emissão nessa etapa consideram a 
existência de incentivos fiscais na subscrição primária das ações, as condi-
ções de pagamento (integralização) da subscrição, o preço de lançamento 
das ações, a existência de garantia de liquidez no mercado secundário etc.
III. A situação conjuntural avalia o desempenho e as perspectivas 
do mercado acionário de forma geral, os níveis de taxa de juros de aplica-
ções alternativas, o comportamento da inflação etc.
Você sabia? 
Emissão de ações é o ato de tornar esses valores mobiliários dispo-
níveis para compra (em negociação) no mercado.
Emissão pública de ações é o lançamento desses títulos para ven-
da, destinado ao público investidor. Essa operação é realizada mediante a 
intermediação de uma instituição financeira.
B – Instituição financeira intermediadora
Segundo Assaf Neto e Lima (2009), a instituição financeira inter-
mediadora nada mais é do que um elo entre a empresa carente de recursos 
e os agentes econômicos superavitários (com capacidade de poupança – 
poupadores) disponíveis no mercado primário.
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Assim, a intermediação 
corresponde a realizar uma fun-
ção de ligação entre os investi-
dores de mercado com interesse 
em realizar certo negócio. Na 
subscrição de capital, compete 
à intermediação negociar com 
os investidores a colocação de 
novas ações emitidas por uma 
empresa. A primeira emissão 
pública de ações de uma em-
presa é chamada de IPO (Initial 
Public Offering).
 
 Lembre-se
IPO (Initial Public Offering ou Oferta Pública Inicial) é a denomi-
nação dada à primeira subscrição pública de capital de uma empresa no 
mercado acionário!
 Uma empresa com interesse de se financiar por meio de integrali-
zação de novas ações deve procurar uma instituição financeira não bancá-
ria (sociedades corretoras, distribuidoras e bancos de investimento) que as 
subscreve, objetivando sua colocação posterior no mercado de ações.
C – Mercado primário e mercado secundário
 De acordo com Assaf Neto e Lima (2009), o mercado de ações pode 
ser dividido em dois segmentos, o mercado primário e o mercado secundário.
 O mercado primário é aquele em que ocorre a canalização direta 
dos recursos monetários disponíveis aos poupadores para o financiamento das 
empresas. Isso ocorre por meio da colocação (venda) inicial das ações emiti-
das. De forma mais efetiva, é nesse setor que as empresas buscam os recursos 
próprios necessários para atingir o seu crescimento. Os recursos obtidos no 
mercado primário servirão para que as empresas implementem seus projetos 
de investimento.
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Administração financeira de longo prazo
 Você sabia que nos últimos anos cresceu muito o número de empresas 
que decidiram abrir seu capital e captar recursos no mercado de capitais? Isso 
mesmo, esse número se elevou recentemente, passando a ser uma importante 
fonte de financiamento de longo prazo não só para empresas de grande porte, 
mas para as de menor porte também. Além das ações

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