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Biossegurança em laboratórios ética

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CCB
DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL
CURSO DE BIOMEDICINA 
RENATA PESSOA GERMANO MENDES
MAURO CÉSAR DA SILVA
FERNANDA THAIS
JOSI
THAMIRES
BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS BIOMÉDICOS 
RECIFE, 2018
RENATA PESSOA GERMANO MENDES
MAURO CÉSAR DA SILVA
FERNANDA THAIS
JOSI
THAMIRES
BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS BIOMÉDICOS 
Trabalho apresentado à Prof. (a) Paloma Genú como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de Ética Profissional. 
RECIFE, 2018
SUMÁRIO 
	
	Pág.
	LISTA DE FIGURAS 
	03
	1. INTRODUÇÃO 
	04
	2. HISTÓRICO 
	05
	3. LABORATÓRIOS 
	05
	3.1. Laboratório de ensino e Pesquisa 
	05
	3.2. Laboratório de Pesquisa 
	06
	3.3 Laboratório da Área da Saúde 
	06
	4. FONTES DE RISCOS NOS LABORATÓRIOS 
	06
	4.1 Riscos Físicos 
	06
	4.2 Riscos Biológicos
	07
	4.3 Riscos Químicos
	07
	4.4 Riscos Ergonômicos 
	07
	4.5 Riscos de Acidentes 
	07
	4.6 Mapa de Risco
	07
	5. MANIPULAÇÃO DE AGENTES BIOLÓGICOS 
	08
	5.1. Classe de Risco 
	08
	5.2 Níveis de Biossegurança 
	09
	6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA – EPIs e EPCs
	10
	6.1 EPIs
	10
	6.2 EPCs
	13
	7. BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS
	14
	CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	18
	REFERÊNCIAS 
	19
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1: Mapa de Risco de um laboratório de química......................................................08 
FIGURA 2: Protetor Facial......................................................................................................10
FIGURA 3: Protetor Ocular.....................................................................................................11
FIGURA 4: Luvas....................................................................................................................11
FIGURA 5: Calçado de proteção.............................................................................................12
FIGURA 6: Medidas estabelecidas pela Norma da NR29......................................................12
FIGURA 7: Alerta de radiação................................................................................................15
FIGURA 8: Proteção obrigatório dos olhos.............................................................................16
FIGURA 9: Proibição de fumar...............................................................................................16
FIGURA 10: Saída de Emergência..........................................................................................16
FIGURA 11: Combate a Incêndio............................................................................................17
1. INTRODUÇÃO
A biossegurança compreende um conjunto de normas que visam prevenir, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, buscando eficiência sem comprometimento da saúde humana, de populações não alvo e do equilíbrio do meio ambiente. (ARAUJO & VASCONCELOS, 2004). 
	A biossegurança tem o papel fundamental na promoção à saúde, uma vez que aborda medidas de controle de infecção para proteção dos funcionários que atuam na rede laboratorial, além de colaborar para a preservação do meio ambiente, no que se refere ao descarte de resíduos proveniente desse ambiente, contribuindo para a redução de riscos à saúde. (CHAVES, 2016). 
O laboratório pode ser considerado um ambiente complexo, o qual é composto por pessoas, regentes, soluções, microrganismos, papéis entre outros, favorecendo, muitas vezes, a ocorrência de acidentes. Para que funcione de forma adequada e segura, torna-se necessário: disciplina, ética, adesão às normas e legislação, pois a ausências desses fatores em um ambiente extremamente hostil, tornam-se vulneráveis aos riscos que permeiam esse local (CHAVES, 2016). 
Na área da saúde pode-se observar um grande número de riscos ocupacionais, principalmente ao considerar-se que o hospital é o principal meio ambiente de trabalho dos profissionais que atuam nesta área. Por isso, a adoção de normas de biossegurança no trabalho em saúde é condição fundamental para a segurança dos trabalhadores, qualquer que seja a área de atuação, pois o riscos estão sempre presentes. Entre estes riscos estão, por exemplo, a contaminação pelo HIV e hepatite B, que ainda pode ser mais alarmante quando nenhuma medida profilática é adotada (GIR, 2004 apud ANDRADE E SANNA, 2007). 
Os laboratórios de Saúde Pública são, geralmente, locais ou ambientes singulares de trabalho aptos a expor as pessoas que neles labutam, ou que estejam na sua proximidade, a riscos, principalmente de doenças infecciosas (ROCHA, 2003). 
	Este trabalho buscar mostrar as maneiras de como trabalhar em segurança e os principais riscos que o trabalhador está exposto. 
2. HISTÓRICO 
Em 1995 foi criada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para estabelecer normas às atividades que envolvam construção, cultivo, manipulação, uso, transporte, armazenamento, comercialização, consumo, liberação e descarte relacionados a OGMs em todo o território brasileiro (Scholze, 1999 apud PENNA, et. al. 2010).
Em 19 de fevereiro de 2002 foi criada a Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS) no âmbito do Ministério da Saúde. A CBS trabalha com o objetivo de definir estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das ações de biossegurança, procurando sempre o melhor entendimento entre o Ministério da Saúde e as instituições que lidam com o tema (Brasil, 2006b apud PENNA, et. al. 2010).
Regulamentada a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, sobre as normas de biossegurança, pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CNTBio, o Brasil mostrou uma preocupação voltada aos laboratórios e sua segurança, pois além da grande exposição a agente químicos que recebemos no dia a dia contido na água, no ar e nos alimentos que são tratados com inseticidas e herbicidas, o trabalhador laboratorial recebe uma carga maior de agentes devido a exposição diária numa jornada de trabalho de 6 a 8 horas diárias (CHAVES, 2016). 
3. LABORATÓRIOS 
3.1. Laboratórios de Ensino e Pesquisa 
Estes se diferenciam de outros, devido a grande rotatividade de professores, pesquisadores, estagiários, alunos de graduação e pós- graduação, além da variabilidade de atividades no local de aula e pesquisa (HIRATA & FILHO, 2008). 
A biossegurança nesse caso, não pode está restrita aos cuidados com os organismos geneticamente modificados, que merecem uma atenção ainda maior, mas deve ter uma abordagem mais ampla da segurança geral tanto para alunos como para professores e funcionários técnicos ou administrativos, por estarem todos envolvidos no trabalho universitário de ensino e pesquisa (HIRATA & FILHO, 2008).
3.2. Laboratórios de Pesquisa 
A segurança nas atividades laboratoriais e a proteção do pessoal e do meio ambiente são essenciais na prática moderna do laboratório destinado às atividades farmacêuticas: de pesquisa ou ensino, de produção ou controle de medicamentos e alimentos, de diagnóstico laboratorial e outras (HIRATA & FILHO, 2008).
3.3. Laboratórios da Área da Saúde 
	Segundo Hirata & Filho (2008), grande parte dos acidentes que envolvem profissionais da área de saúde se deve a não observância e obediência às normas de segurança. Em virtude da exposição direta a agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos e leveduras) e substâncias químicas, esses profissionais são alvo de infecções ocupacionais e intoxicações graves. Contudo, o emprego de práticas seguras e o uso de equipamentos de proteção adequados reduzem significativamente o risco de acidente ocupacional. As atividades de profissionais da área de saúde têm de ser realizada em ambiente seguro e saudável. 
4. FONTES DE RISCOS NOS LABORATÓRIOS 
4.1 Riscos Físicos
Consideram-se agentes de riscos físicos as diversas formas de energia, originadas dos equipamentos e são dependentes dos equipamentos, do manuseio do operador ou do ambiente em que se encontra no laboratório. Pode-se citar alguns exemplos: ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultrassom, etc. Estufas, muflas, banhos de água, bicos de gás, lâmpadas infravermelhas, mantas aquecedoras, agitadores magnéticos com aquecimento, incubadoras elétricas, fornos de micro-ondas e autoclaves são os principais equipamentos geradores de calor. Suas instalações devem ser feitas em local ventilado e longe de materiais inflamáveis, voláteis e de equipamentos termo sensíveis (UFMA, 2011).
4.2 Riscos Biológicos
Os materiais biológicos abrangem amostras provenientes de seres vivos como plantas, bactérias, fungos, parasitas, animais e seres humanos (sangue, urina, escarro, peças cirúrgicas, biópsias, entre outras). (UFMA, 2011). 
4.3 Riscos Químicos 
	Consideram-se agentes de riscos químicos os produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. A classificação das substâncias químicas, gases, líquidos ou sólidos devem ser conhecidas por seus manipuladores. Nesse aspecto, tem-se solventes orgânicos, explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos, corrosivos e tóxicos. Eles devem ser manipulados de forma adequada em locais que permitam ao operador a segurança pessoal e do meio ambiente, além dos cuidados com o descarte dessas substâncias (UFMA, 2011). 
4.4 Riscos Ergonômicos 
	Considera-se riscos ergonômicos qualquer fator que possa interferir nas características psico-fisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. Tais riscos referem-se as condições dos projetos dos laboratórios como a distância em relação à altura dos balcões, cadeiras, prateleiras, gaveteiros, capelas, circulação e obstrução de áreas de trabalho. Os espaços devem ser adequados para a execução de trabalhos, limpeza e manutenção, garantindo o menor risco possível de choques acidentais (UFMA, 2011).
4.5 Riscos de Acidentes 
	Considera-se riscos de acidentes qualquer fator que coloque o trabalhador ou aluno em situação de perigo e possa afetar sua integridade e bem estar físico. São exemplos de riscos de acidentes: equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico e armazenamento inadequados, etc (UFMA, 2011). 
4.6 Mapa de Risco 
	O mapa de risco é um instrumento de prevenção e orientação a cerca dos riscos existentes, que deve ser elaborado para ambientes onde o profissional seja exposto a algum tipo de risco. Ele é utilizado como forma de prevenção de acidentes e orientação dos riscos existentes, além de facilitar a interpretação utilizando linguagem visual com o mínimo de informação técnica.
Figura 1: Mapa de risco em um laboratório de química
Fonte: Pinto, et. al.
5. MANIPULAÇÃO DE AGENTES BIOLÓGICOS 
5.1 Classes de Risco 
Classe de risco 1: Agentes biológicos que oferecem baixo risco individual e para a coletividade, descritos na literatura como não patogênicos para as pessoas ou animais adultos sadios. Exemplos: Lactobacillus sp., Bacillus (BRASIL, 2004).
Classe de risco 2: Agentes biológicos que oferecem moderado risco individual e limitado risco para a comunidade, que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente seja limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes (BRASIL , 2004).
Classe de risco 3: Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e moderado risco para a comunidade, que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa (BRASIL, 2004).
Classe de risco 4: Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e para a comunidade, com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Nem sempre está disponível um tratamento eficaz ou medidas de prevenção contra esses agentes. Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus (BRASIL, 2004).
Classe de risco especial: agentes biológicos que oferecem alto risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente de doença animal não existente no país e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de alimentos. Alguns exemplos: Vírus da cólera suína, Vírus da doença de Borna, Vírus da doença de New Castle (amostras asiáticas), Vírus da doença de Teschen, Vírus da doença de Wesselbron, Vírus da influenza A aviária (amostras de epizootias), Vírus da peste aviária, Vírus da peste bovina (BRASIL, 2004).
5.2. Níveis de Biossegurança 
Os laboratórios são divididos respeitando os níveis de biossegurança (NB) em que se enquadram, denominados NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4. Tais níveis estão relacionados aos requisitos crescentes de segurança para o manuseio dos agentes biológicos, terminando no maior grau de contenção e de complexidade do nível de proteção. O NB exigido para um ensaio será determinado pelo agente biológico de maior classe de risco envolvido no ensaio (PENNA et. al, 2010). 
	Segundo à Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os níveis de biossegurança são classificados em: 
Nível de Biossegurança 1 (NB-1) É o nível necessário ao trabalho que envolva agentes biológicos da classe de risco 1. Representa um nível básico de contenção, que se fundamenta na aplicação das BPLs, na utilização de equipamentos de proteção e na adequação das instalações. O trabalho é conduzido, em geral, em bancada. 
Nível de Biossegurança 2 (NB-2) É o nível exigido para o trabalho com agentes biológicos da classe de risco 2. O acesso ao laboratório deve ser restrito a profissionais da área, mediante autorização do profissional responsável. 
Nível de Biossegurança 3 (NB-3) Este nível é aplicável aos locais onde forem desenvolvidos trabalhos com agentes biológicos da classe de risco 3.
 Nível de Biossegurança 4 (NB-4) Este nível é necessário a trabalhos que envolvam agentes biológicos da classe de risco 4 e agentes biológicos especiais. Nesse tipo de laboratório o acesso dos profissionais deve ser controlado por sistema de segurança rigoroso.
6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO – EPIs e EPCs 
6.1 EPIs
	EPI é todo o dispositivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. A sua regulamentação está descrita na Norma Regulamentadora nº 06 (NR-06) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). EPC, por sua vez, é todo o dispositivo que proporciona proteção a todos os profissionais expostos aos riscos no ambiente laboral (SAGIONE et. al, 2013). 
	A legislação trabalhista prevê que é obrigação do trabalhador: usar e conservar os EPI’s e quem falhar nestas obrigações poderá ser responsabilizado; assim como o empregador poderá responder na área criminal ou cível, além de ser multado pelo Ministério do Trabalho (CHAVES, 2016). 
	Tais dispositivos individuais para Molinaro (2009) apud Chaves (2016), no livro conceitos e métodos para a formação de profissionais em laboratórios de Saúde, são: 
Protetores faciais - Oferecem uma proteção à face do trabalhador contra risco de impactos (partículas sólidas, quentes ou frias), de substâncias nocivas (poeiras, líquidos e vapores), como também das radiações (raios infravermelho e ultravioleta, etc.). Figura 2: Protetor Facial 
Fonte: Chaves,
2016. 
Protetores oculares - Servem para proteger os olhos contra impactos, respingos e aerossóis. É importante que sejam de qualidade comprovada, a fim de proporcionar ao usuário visão transparente, sem distorções e opacidade. Protetores respiratórios - São utilizados para proteger o aparelho respiratório. Existem vários tipos de respiradores, que devem ser selecionados conforme o risco inerente à atividade a ser desenvolvida. Os respiradores com filtros mecânicos, por exemplo, destinam-se à proteção contra partículas suspensas no ar, os com filtros químicos protegem contra gases e vapores orgânicos. Figura 3: Protetor ocular
Fonte: Chaves, 2016. 
Protetores auditivos - Usados para prevenir a perda auditiva provocada por ruídos. Devem ser utilizados em situações em que os níveis de ruído sejam considerados prejudiciais ou nocivos em longa exposição. 
 Luvas - Previnem a contaminação das mãos do trabalhador ao manipular, por exemplo, material biológico potencialmente patogênico e produtos químicos. Figura 4: Luvas 
Fonte: Chaves, 2016. 
Jalecos - São de uso obrigatório para todos que trabalham nos ambientes laboratoriais onde ocorra a manipulação de microrganismos patogênicos, manejo de animais, lavagem de material, esterilização, manipulação de produtos químicos (devem ser impermeáveis) e de mangas compridas, cobrindo os braços, o dorso, as costas e a parte superior das pernas. 
Calçados de segurança - São destinados à proteção dos pés contra umidade, respingos, derramamentos e impactos de objetos diversos, não sendo permitido o uso de tamancos, sandálias e chinelos em laboratórios. Figura 5: Calçado de proteção
Fonte: Chaves, 2016. 
Luvas, calças e capotes em Câmara fria – Devem ser usados toda vez que for entrar nestes ambientes e obedecer a NR29 de acordo com tabela abaixo:
Figura 6: Medidas estabelecidas pela Norma da NR29
Fonte: Chaves, 2016. 
6.2 EPCs
Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) têm a função de proteger o ambiente e a saúde dos laboratoristas, além da integridade dos mesmos. São eles as cabines de segurança biológicas, capelas de exaustão química, extintores de incêndio, chuveiro de emergência e lava-olhos (CHAVES, 2016).
Capelas e Exaustores Funcionam como um sistema de exaustão de gases que, utilizada de forma adequada, evita a inalação ou exposição do operador as substâncias manipuladas, que representam riscos a saúde. Ao usar a capela mantenha sempre o frasco do reagente na parte de dentro e em hipótese alguma ponha a cabeça dentro da capela para examinar o andamento de uma reação. Não use o local para a estocagem de reagentes, a não ser aqueles que estejam sendo usados, e nunca utilize capelas comuns para ácido perclórico, somente em capelas revestidas com aço inoxidável. O sistema de exaustão da capela deve ser desligado após 10 a 15 minutos do fim dos trabalhos (MAGALHÃES, 2006 apud FERNANDES et. al, 2015).
Chuveiro de emergência e lava olhos: estes equipamentos devem ser usados em caso de respingo de reagente sobre o corpo ou o rosto. Eles devem ser examinados periodicamente e seu acesso nunca deve estar bloqueado. Segundo o CRQ-VI (Conselho Regional de Química VI Região), “O chuveiro de emergência deve ter o crivo de aproximadamente 30 centímetros de diâmetro e seu acionamento ser por meio de alavancas (acionadas pelas mãos) ou pelo sistema de plataforma”(2007, pag.17). O sistema conjugado também não deve ter degraus e sua água tem que ser de boa qualidade (MAGALHÃES, 2006 apud FERNANDES et. al, 2015).
Extintores de incêndio: é preciso identificar bem o incêndio que se vai combater antes de escolher o extintor ou outro equipamento de combate ao fogo. São classificados em:
Classe A: Incêndios em materiais sólidos fibrosos, como madeira, papel, tecido, etc.
 Classe B: Incêndios em líquidos e gases inflamáveis, como a gasolina.
 Classe C: Incêndios que envolvem equipamentos elétricos como motores, cabos, etc. 
 Classe D: Incêndios em metais combustíveis, como magnésio, potássio, zinco, entre outros.
Os incêndios, em seu início, são muito fáceis de controlar, quanto mais rápida a ação, menos riscos à danos maiores (MAGALHÃES, 2006 apud FERNANDES et. al, 2015).
7. BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS 
	Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as boas práticas em laboratórios (BPL) objetiva avaliar o potencial de riscos e o nível de toxidade dos produtos visando a promoção a saúde humana, animal e meio ambiente. Portanto a não utilização de forma adequada das BPL, pode ocasionar riscos iminentes do âmbito laboratorial (CHAVES, 2016).
	Todos os trabalhadores que atuam em laboratório com agentes ou material biológicos deverão estar cientes dos riscos pertinentes as atividades exercidas pelos mesmos, e deverá conhecer os procedimentos para minimização do risco de contaminação (CHAVES, 2016).
O manual de Biossegurança da Fiocruz (2005) apud Chaves (2016) descreve como regra básica para o trabalho em laboratório, considerar todo material biológico como infeccioso, trabalhar com atenção e sem tensão, sinalizar o risco do agente na entrada do laboratório e notificar os acidentes e imediato cuidado médico.
Os métodos de segurança que são utilizados durante a manipulação de materiais infecciosos dentro de laboratório, são descrito como “contenção”, tendo como objetivo principal a redução ou minimização de exposição a riscos dos profissionais que atuam no ambiente quanto aos que trabalham próximos, seja na bancada ou com o que faz a limpeza do local. Para isso, torna-se necessária uma análise dos riscos e das atividades a serem desenvolvidas no espaço, isto é, os agentes químicos e biológicos a serem manipulados (CHAVES, 2016). 
Com o intuito de garantir a aplicação dos princípios das BPL, um dos instrumentos utilizados nos laboratórios são os Procedimentos Operacionais Padrão (POP), para Molinaro (2009) apud Chaves (2016), trata-se de um documento visando padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução das atividades e garantir a qualidade do serviço prestado. 
Ainda na perspectiva da proteção do profissional que atua em laboratórios físico-químico e bacteriológico, é importante salientar sobre o armazenamento de forma adequada dos materiais, e assim algumas regras devem se estabelecer e cumpridas de maneira fidedigna, garantindo assim a integridade desse profissional. Cada material deve haver um local especifico e identificado para armazenagem e ainda estabelecer um sistema de identificação e codificação de cada produto (CHAVES, 2016).
Os laboratórios devem ser devidamente sinalizados com instruções claras e objetivas, indicando as áreas de risco, rotas de evacuação em caso de emergência, telefones de interesse, locais de extintores de incêndio, etc. Os símbolos devem ser colocados somente nos locais onde existe o risco. Quando a fonte desse risco for removida o símbolo deve ser retirado. Todos os trabalhadores devem ser instruídos sobre esses símbolos e sobre as devidas precauções que devem ser tomadas (LACEN, 2007). 
Segundo o Laboratório de Central de Saúde Pública – LACEN, os laboratórios devem ter as seguintes sinalizações:
Sinalização de Alerta ou de Aviso
 • forma triangular 
 • pictograrna sobre fundo amarelo, bordado de preto
Figura 7: Alerta de radiação
Fonte: www.google.com.br
Sinalização de Comando ou Obrigação 
• forma arredondada
• pictograma branco sobre fundo azul
Figura 8: Proteção obrigatório dos olhos
Fonte: www.google.com.br
Sinalização de Proibição ou Interdição 
• forma arredondada. 
• pictograma sobre fundo branco, bordado com uma tarja vermelha e uma diagonal também vermelha. Figura 9: Proibição de fumar
Fonte: www.google.com.br
	Sinalização de Segurança ou Emergência 
	• forma retangular ou quadrada 
	• pictograma branco sobre fundo verde. Figura 10: Saída de Emergência 
	
	Fonte: www.google.com.br
	
Sinalização de Combate a Incêndio 
	• forma retangular
ou quadrada
	• pictograma branco sobre fundo vermelhoFigura 11: Combate a Incêndio
Fonte: www.google.com.br
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	O uso correto dos equipamentos de proteção é essencial para uma boa qualidade de trabalho tanto individual quanto coletiva. É importante que o trabalhador saiba sobre os riscos que estão presentes em seu local de trabalho, para que assim possa mudar seu comportamento e evitar riscos desnecessários. 
	Então o próprio trabalhador/empregado deverá fazer as devidas exigências para a sua segurança. Há muitas perdas em acidentes por negligência que nenhum processo ou indenização repõe o dano causado ao empregado. Muitos trabalhadores fazem uso dos equipamentos de proteção individual apenas por exigência das empresas para que a mesma não sofra multa ou penas de um órgão de fiscalização. 
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, A. C.; SANNA, M. C. Ensino de Biossegurança na Graduação em Enfermagem: uma revisão da literatura. Rev Bras de Enferm-REBEN, Brasília, 2007 set-out; 60 (5): 569-72. Disponível em: <http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/07-58-03-artigo.pdf>. Acesso em 16 de Maio de 2016. 
ARAUJO, E. M.; VASCONCELOS, S. D. Biossegurança em Laboratórios Universitários: um Estudo de Caso na Universidade Federal de Pernambuco. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, 29 (110): 33-40, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbso/v29n110/05.pdf>. Acesso em: 17 de Maio de 2016.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança e Controle no Laboratório de Microbiologia Clínica (Módulo II). Brasília, 2004. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia/mod_2_2004.pdf>. Acesso em 15 de Maio de 2016. 
BRASIL. Vigilância Epidemiológica. Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia. Brasília, out. 2001. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/802ba4804798d25d9f4ebf11eefca640/Biosseguranca_em_laboratorios_biomedicos_e_de_microbiologia.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 18 de Maio de 2016. 
CHAVES, M. J. F. Manual de Biossegurança e Boas Práticas Laboratoriais. Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do Instituto do Coração. Fevereiro de 2016. Disponível em:<http://genetica.incor.usp.br/wp-content/uploads/2014/12/Manual-debiosseguran%C3%A7a-e-Boas-Pr%C3%A1ticas-Laboratoriais1.pdf>. Acesso em: 17 de Maio de 2016. 
DAVID, C. L. et al. Biossegurança para Laboratórios de Ensino e Pesquisa. IMS/CAT-UFBA/Programa, Permanecer Disponível em: <http://www.ims.ufba.br/wp-content/uploads/downloads/2012/09/Livro-biosseguranca-IMS1.pdf>. Acesso em 18 de Maio de 2106. 
FERNANDES, et al. Segurança no Laboratório de Química. Centro Universitário Amparense. Disponível em: < http://unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/gestao_foco/artigos/ano2015/seguranca_labquimica.pdf>. Acesso em: 18 de Maio de 2016. 
HIRATA, M. H.; FILHO, J. M. Manual de Biossegurança. 1ª edição – São Paulo, 2002. Editora: Manole. 
LACEN. Manual de Biossegurança. Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN/SC. Disponível em: <http://lacen.saude.sc.gov.br/arquivos/MBS01.pdf>. Acesso em 19 de Maio de 2016. 
PENNA, et al. Biossegurança: Uma Revisão. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.3, p.555-465, jul./set., 2010. <http://www.biologico.sp.gov.br/docs/arq/v77_3/penna.pdf>. Acesso em: 17 de Maio de 2016.
PINTO, J. E. S. L. et al. Elaboração de um Mapa de Risco de um Laboratório de Ensino de Química: Praticando o Conhecimento Aprendido em Sala de Aula. IFRN – CONGIC. Disponível em: <http://www2.ifrn.edu.br/ocs/index.php/congic/ix/paper/viewFile/1396/164>. Acesso em: 19 de Maio de 2016. 
ROCHA, S. S. Universidade Federal da Bahia/Programa de Pós-Graduação em Educação. Biossegurança, um novo Desafio na Formação do Profissional de Saúde Pública: Avaliação da Implementação do Programa Nacional de Capacitação em Biossegurança Laboratorial na Bahia. Salvador, 2003. Disponível em: <http://www.proac.uff.br/biosseguranca/sites/default/files/Biosseguranca_um_novo_desafio_na_formacao_do_profissional_de_Saude_Publica.pdf>. Acesso em: 16 de Maio de 2016. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Biossegurança em Laboratórios. Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho. São Luís – MA. Disponível em: <http://www.ufma.br/portalUFMA/arquivo/3c85c88c4fc6e33.pdf>. Acesso em: < 19 de Maio de 2016.

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