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1º TÓPICO - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DOC

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DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES – 2014-2– 1º TÓPICO
Divisão do Código Civil Brasileiro:
PARTE GERAL
Livro I – Das pessoas
Livro II – Dos bens
Livro III – Dos fatos jurídicos
PARTE ESPECIAL
Livro I – Do direito das obrigações
	Título I – Das modalidades das obrigações
	Título II – Da transmissão das obrigações
	Título III – Do adimplemento e extinção das obrigações
	Título IV – Do inadimplemento das obrigações
Livro II – Do direito de empresa
Livro III – Do direito das coisas
Livro IV – Do direito de família
Livro V – Do direito das sucessões
Objeto da nossa disciplina: Títulos I a IV do Livro I da parte especial do CC, abrangendo os artigos 233 a 420.
 O direito pode ser dividido em dois grandes ramos:
1. Direitos não patrimoniais – referentes à pessoa humana, à vida, à liberdade, ao nome, personalidade...
2. Direitos patrimoniais – os que tem valor econômico e podem ser:
2.1. Direitos reais – direito das coisas; recai sobre a coisa, direta e imediatamente, vinculando-a ao seu titular e conferindo-lhe o jus persequendi (direito de seqüela) e o jus praeferendi (direito de preferência), podendo ser exercido contra todos (erga omnes). 
2.2. Direitos obrigacionais – direito das obrigações (direitos pessoais ou de crédito). Confere ao credor o direito de exigir do devedor determinada prestação.
Conceito de obrigação
	O direito das obrigações tem por objeto determinadas relações jurídicas também denominadas de direito de crédito, direito pessoal ou obrigacional.
	A palavra obrigação pode comportar vários sentidos. Em primeiro lugar, exprime um vínculo, uma sujeição da pessoa, seja no campo religioso, moral ou jurídico. O que há de comum é a submissão a uma regra de conduta, onde há uma autoridade reconhecida ou que se impõe.
	Obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de uma determinada prestação. É o patrimônio do devedor que responde pelas suas obrigações. É com esse patrimônio que o credor conta para garantir o seu crédito (art. 391 CC).
As obrigações no CC/1916 e no CC/2002 
	 O CC/2002 busca três grandes paradigmas: a socialidade, a eticidade e a operabilidade
Princípio da socialidade
O direito subjetivo é o poder de agir do indivíduo; é uma expressão de liberdade. Nos dois últimos séculos, com o positivismo jurídico e o individualismo liberal, os juristas defendiam que a satisfação de um interesse próprio, significava a busca pelo bem individual, pois a soma do bem de cada um consagraria o bem comum da sociedade.
	Após a segunda guerra mundial, percebeu-se que a cada direito subjetivo deverá corresponder uma função social. Juridicamente, o termo função significa finalidade. A lei concede um direito subjetivo para que satisfaça um interesse próprio, mas com a condição de que essa satisfação individual não lese as expectativas coletivas que lhe rodeiam.
Portanto, a solidariedade é a expressão mais profunda da socialidade, ou seja, a lei maior determina que haja uma ajuda mútua, mantendo nossa humanidade, em busca do bem comum. É o exemplo da orquestra: cada músico, com seu instrumento, com sua finalidade; o maestro vai reger sem querer se sobressair. Portanto, o Estado está a serviço da pessoa..
O artigo 5º da LICC assim dispõe: “a lei atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum”.
Com relação as obrigações, o CC/2002 considera que a obrigação é um processo que nasce, transforma-se e extingue-se a partir de uma série de atos coordenados que possuam uma finalidade: o adimplemento.
Portanto, na relação obrigacional deve-se levar em conta que as partes de uma relação jurídica estão em pé de igualdade e valor. O bem comum se manifestará no adimplemento da obrigação ao credor, da forma mais satisfativa e da forma menos gravosa e onerosa ao executado.
Princípio da eticidade
	O CC/1916 não abordou questionamentos éticos, influenciado pelo formalismo jurídico da Europa do século XIX.
	Influenciado pela Teoria Pura do Direito de Kelsen, não se buscava aos questionamentos éticos e axiológicos (valores), por serem estranhos à ciência. O direito era restrito àquilo que o legislador prescreveu. Os códigos positivistas não admitiam delinear o que era justo ou injusto. O que valia era a norma emanada por uma autoridade competente, dentro da técnica legislativa.
Por isso que o CC/1916 era fechado, não admitindo entrada de valores sociológicos e filosóficos. A neutralidade da norma diante dos valores gerou um atentado à dignidade humana.
Começam a surgir as constituições e códigos voltados para a natureza humana, percebendo que existem valores. O valor justiça deverá determinar o conteúdo de qualquer ordenamento jurídico. O direito vale e obriga não pela sua ligação com a forma, mas pela justiça do seu conteúdo. 
Portanto, entre o direito-técnica e o direito-ética, deverá prevalecer a força do direito sobre o direito força, porque o direito é uma técnica a serviço de uma ética.
Princípio da operabilidade
	Como já mencionado, o CC/1916 adotou uma ideologia individualista.
	Já o CC/2002 está afinado com a centralidade do ser humano no ordenamento jurídico constitucional, tanto que inseriu, acertadamente, no seu artigo 1º: “toda a pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”, ao passo que no CC/1916 assim constava: “todo o homem é capaz de direitos e obrigações”.
	O objetivo atual é alcançar a pessoa como destinatária direta da norma. É um direito mais próximo, mais prático.
Evolução histórica do direito das obrigações
Na antiga Grécia Aristóteles dividiu as obrigações em dois grupos:
>> Voluntárias, decorrentes de um acordo entre as partes;
>>Involuntárias, resultantes de um fato do qual nasce uma obrigação, observando se o ato ilícito era cometido às escondidas ou com violência;
No Direito Romano tinha a figura do nexum, correspondente à obrigação, que era uma espécie de empréstimo, conferindo ao credor o poder de exigir do devedor o cumprimento de uma determinada prestação, sob pena de responder com o seu próprio corpo, podendo ser reduzido a escravo e ser vendido. Tinha uma idéia de vínculo, que leva ao conceito de prisão ou cadeia, de subordinação pessoal do devedor à pessoa do credor.
O inadimplemento de uma obrigação era sancionado com a própria condução do devedor à escravidão, punição corporal ou mesmo à morte. O credor passava a ter poder sobre o corpo do devedor.
Havia o concurso creditório, onde o devedor era levado além do rio Tibre, era morto e tinha o seu corpo dividido entre os credores.
Com a edição da Lex Poetelia Papiria, em 428 a.C., foi abolida a sanção pessoal, substituindo-a pela patrimonialidade da sanção ao inadimplemento.
O Código de Napoleão de 1804 em seu artigo 2.093 estabelecia que, no patrimônio do devedor, os credores encontrariam as garantias para o caso de inadimplemento.
Houve uma substituição da pessoalidade para a patrimonialidade das obrigações .
O fundamento para o qual duas pessoas submetem-se a uma obrigação é o livre-arbítrio de optar por seus caminhos que denominados de autonomia privada.
Importante salientar que não podemos confundir a noção de patrimonialidade com uma idéia de patrimonialização das obrigações. O que ocorre é que o patrimônio do devedor é que garante a obrigação inadimplida. Por outro lado, no Direito Privado o ser humano ocupa o papel mais importante, o centro do sistema civil-constitucional.
O formalismo e positivismo do CC/1916 cedeu à consagração do princípio ético da boa-fé objetiva (arts. 113 e 421 CC), condenação irrestrita ao abuso do direito (art. 187 CC), imposição de um sistema genérico de enriquecimento sem causa (art. 884 CC), possibilidade de resolução contratual pela alteração anormal de circunstâncias vigentes ao tempo de sua celebração, pela onerosidade excessiva (art. 478 CC).
Não existe mais relação de subordinação, mas sim de cooperação, a fim de que o adimplementoocorra da forma mais satisfatória ao credor e menos gravosa ao devedor (art. 620 do CPC).
Portanto, credor e devedor são detentores de direitos fundamentais e, portanto, devem instalar uma situação de proteção, cooperação e informação, preservando-se o princípio constitucional da solidariedade (art. 3º, I, da CF) e também da dignidade humana. 
Elementos constitutivos da obrigação
	A obrigação compõe-se de três elementos essenciais:
a) Subjetivo – relativo aos sujeitos ativo e passivo (credor e devedor) – os sujeitos podem ser pessoa física ou jurídica.
b) Vínculo jurídico existente entre eles. Resulta de diversas fontes e obriga o devedor a uma determinada prestação em favor do credor. Pode ser obrigação natural (gorjetas, dívida prescrita, dívida de jogo cumprimento por dever moral) e obrigação civil (cria todos os efeitos jurídicos).
c) Objeto - é sempre uma conduta humana (dar, fazer, não fazer). Tem que ser lícito, possível, determinado ou determinável (art. 104, II, do CC) e que seja economicamente apreciável. 
>> Lícito – que não contraria a lei, moral e bons costumes;
>> Possível – a impossibilidade pode ser física( quando a prestação ultrapassar as forças humanas) ou jurídica ( quando for contra a lei: alienação de herança de pessoa viva ou bens públicos – arts. 100 e 426 CC). Tem que ser real e absoluta; não pode ser mera dificuldade.
>> Determinado ou determinável – (art. 104, II,CC) Em caso de coisa incerta, o contrato deverá, pelo menos, indicar o gênero e quantidade (art. 243 CC). É o caso da safra futura (arts. 458/459 CC).
 
Diferenças básicas entre os direitos reais e os obrigacionais
Quanto ao objeto:
Reais – incidem sobre uma coisa;
Obrigacionais – exigem o cumprimento de uma prestação.
Quanto ao sujeito:
Reais – o sujeito passivo é indeterminado (erga omnes);
Obrigacionais – o sujeito passivo é determinado ou determinável.
Quanto à duração:
Reais – são perpétuos, não se extinguem pelo não-uso; somente nos casos expressos em lei (desapropriação, usucapião);
Obrigacionais – são transitórios e se extinguem pelo cumprimento ou por outro meio;
Quanto á formação:
Reais – só podem ser criados pela lei, com número limitado (numerus clausus);
Obrigacionais – podem resultar da vontade das partes, sendo ilimitado o número de contratos (numerus apertus).
Quanto ao exercício:
Reais – são exercidos diretamente sobre a coisa, sem necessidade da existência de um sujeito passivo;
Obrigacionais - exige uma figura intermediária que é o devedor.
Quanto à ação:
Reais – pode ser exercida contra quem quer que detenha a coisa;
Obrigacionais – é dirigida somente contra quem figura na relação jurídica como sujeito passivo.
Direito real - poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. É aquele que afeta a coisa direta e imediatamente e a segue em poder de quem quer que a detenha. Os elementos são: o sujeito ativo, a coisa e a relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio. Os direitos reais estão previstos no artigo 1.225 do CC.
Direito obrigacional ou pessoal – é um vínculo jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. É uma relação de pessoa a pessoa e tem como elementos o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação.

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