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MECÂNICA DOS FLUIDOS I Curso: Engenharia Mecânica Tema: Análise Diferencial do Movimento dos Fluidos Professor: Alex Luz Salgado, MSc (alex.salgado@uvv.br) EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE CONSERVAÇÃO DE MASSA As equações na forma diferencial, diferente da forma integral, aplicam-se quando: • Estamos interessados no comportamento detalhado de um campo de escoamento, ponto a ponto, e • Desejamos determinar realmente as quantidades integrais procuradas; através da determinação detalhada das distribuições que entram nos integrandos das leis fundamentais na forma integral as equações básicas para um volume de controle EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE CONSERVAÇÃO DE MASSA Para a dedução das equações diferencias das leis básicas, são utilizadas as seguintes considerações • Hipótese do Contínuo: segundo a qual o fluido pode ser tratado como tendo distribuição contínua de matéria, o que leva diretamente a uma representação de campo das propriedades de um fluido • Conceito de Campo: quando uma variável dependente depende de mais de uma variável independente, isto é 𝑉 𝑥, 𝑦 é 𝑢𝑚 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑃 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡 é 𝑢𝑚 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE CONSERVAÇÃO DE MASSA Volume de controle elementar, cartesiano e fixo que mostra as vazões em massa de entrada e de saída nas faces, x. EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE CONSERVAÇÃO DE MASSA Para o volume de controle, como o escoamento em cada lado é aproximadamente unidimensional, a relação de conservação de massa é: Como o elemento é muito pequeno: EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE CONSERVAÇÃO DE MASSA O fluxo apresentado anteriormente, ocorre em todas as seis faces (três entradas e três saídas) Usando o conceito de contínuo, visto anteriormente (onde todas as propriedades do fluido são consideradas como variando uniformemente em funções de tempo e posição), temos: 𝜌 = 𝑥, 𝑦, 𝑥, 𝑡 Se temos a temperatura T na face esquerda do elemento, a face direita terá um pequena diferença de temperatura descrita por: 𝑇 + 𝜕𝑇 𝜕𝑥 𝑑𝑥 . Para o caso de conservação da massa, se 𝜌𝑢 é conhecido na face esquerda, o valor deste produto, na face direita, será: ρ𝑢 + 𝜕𝜌𝑢 𝜕𝑥 𝑑𝑥 𝜌u → ρ𝑢 + 𝜕𝜌𝑢 𝜕𝑥 𝑑𝑥 Face Esquerda Face Direita EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE CONSERVAÇÃO DE MASSA A tabela abaixo apresenta os fluxos de massa entrando e saindo nas três faces: Face Fluxo de Massa na Entrada Fluxo de Massa na Saída X 𝜌𝑢 𝑑𝑦 𝑑𝑧 𝜌𝑢 + 𝜕 𝜕𝑥 𝜌𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 Y 𝜌𝑣 𝑑𝑥 𝑑𝑧 𝜌𝑣 + 𝜕 𝜕𝑦 𝜌𝑣 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑧 z 𝜌𝑤 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝜌𝑤 + 𝜕 𝜕𝑧 𝜌𝑤 𝑑𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦 EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE CONSERVAÇÃO DE MASSA Substituindo na lei de conservação de massa: 𝜕𝜌 𝜕𝑡 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 + 𝜕 𝜕𝑥 𝜌𝑢 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 + 𝜕 𝜕𝑦 𝜌𝑣 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 + 𝜕 𝜕𝑧 𝜌𝑤 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 0 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE 𝜕𝜌 𝜕𝑡 + 𝜕 𝜕𝑥 𝜌𝑢 + 𝜕 𝜕𝑦 𝜌𝑣 + 𝜕 𝜕𝑧 𝜌𝑤 = 0 Esta é a equação da “conservação da massa para um volume de controle infinitesimal”. Conhecida também como: EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE (pois requer assumir que a massa específica e a velocidade atendem a Hipótese do Contínuo). Para este caso o fluxo pode ser em regime permanente ou não, com efeitos de viscosidade ou não, compressível ou incompressível. EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE O vetor gradiente é dado por: 𝛻 = 𝑖 𝜕 𝜕𝑥 + 𝑗 𝜕 𝜕𝑦 + 𝑘 𝜕 𝜕𝑧 Ele nos permite escrever a equação da continuidade de uma maneira mais compacta: 𝜕 𝜕𝑥 𝜌𝑢 + 𝜕 𝜕𝑦 𝜌𝑣 + 𝜕 𝜕𝑧 𝜌𝑤 ≡ 𝛻. 𝜌𝑉 𝜕𝜌 𝜕𝑡 + 𝛻. 𝜌𝑉 = 0 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Casos particulares: • Para um fluido incompressível, ρ = constante; • Massa específica não é função nem das coordenadas espaciais nem do tempo. • Neste caso, a eq. da continuidade é simplificada para: 𝜕𝑢 𝜕𝑥 + 𝜕𝑣 𝜕𝑦 + 𝜕𝑤 𝜕𝑧 = 𝛻. 𝑉 = 0 • O campo de velocidade 𝑉 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡 para escoamento incompressível deve satisfazer: 𝛻. 𝑉 = 0 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Casos particulares: • Para escoamento permanente, todas as propriedades dos fluidos são, por definição, independentes do tempo: 𝜕𝜌 𝜕𝑡 = 0 𝜌 = 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝛻. 𝜌𝑉 = 0 EXERCÍCIOS Para um escoamento bidimensional no plano xy, a componente x da velocidade é dada por u = Ax. Determine uma possível componente y para escoamento incompressível. Quantas componentes y são possíveis para satisfazer a equação da continuidade? Sob que condições o campo de velocidade em que a1, b1,... = cte., representa um escoamento incompressível que conserva a massa? Um campo de velocidade incompressível é dado por u = a(x² – y²) , v desconhecida, w = b, em que a e b são constantes. Qual deve ser a forma do componente v da velocidade? EXERCÍCIOS Um amortecedor a gás na suspensão de um automóvel comporta-se como um dispositivo pistão-cilindro. No instante em que o pistão está L = 0,15 m afastado da extremidade fechada do cilindro, a massa específica do gás é uniforme em ρ = 18 kg/m3 e o pistão começa a se mover, afastando-se da extremidade fechada do cilindro com V = 12 m/s. Considere como modelo simples que a velocidade do gás é unidimensional e proporcional à distância em relação à extremidade fechada; ela varia linearmente de zero, na extremidade, a u = V no pistão. Encontre a taxa de variação da massa específica do gás nesse instante. Obtenha uma expressão para a massa específica média como uma função do tempo. COORDENADAS CILÍNDRICAS POLARES Uma alternativa ao sistema cartesiano é o sistema de coordenadas cilíndricas polares. COORDENADAS CILÍNDRICAS POLARES Foi levado e consideração um ponto arbitrário P. • Distante “z” ao longo do eixo • Distante “r” na direção radial • Ângulo de rotação θ ao redor do eixo Assim sendo, tenho três componentes independentes de velocidade 𝑣𝑧 → 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑥𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑣𝑟 → 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑣𝜃 → 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 (positivo no sentido anti − horário. Ou seja, no sentido de aumento de θ) COORDENADAS CILÍNDRICAS POLARES Em geral, todos os componentes, assim como a pressão, a massa específica e outras propriedades, são funções contínuas de 𝑟, 𝜃, 𝑧 𝑒 𝑡. O divergente de qualquer vetor função 𝐴 = 𝑟, 𝜃, 𝑧, 𝑡 é apresentado da maneira a seguir, sem demonstração: 𝛻. 𝐴 = 1 𝑟 𝜕 𝜕𝑟 𝑟𝐴𝑟 + 1 𝑟 𝜕 𝜕𝜃 𝐴𝜃 + 𝜕 𝜕𝑧 𝐴𝑧 COORDENADAS CILÍNDRICAS POLARES A equação da continuidade em coordenadas polares cilíndricas é, portanto: 𝜕𝜌 𝜕𝑡 + 1 𝑟 𝜕 𝜕𝑟 𝑟𝜌𝑣𝑟 + 1 𝑟 𝜕 𝜕𝜃 𝜌𝑣𝜃 + 𝜕 𝜕𝑧 𝜌𝑣𝑧 = 0 COORDENADAS CILÍNDRICAS POLARES Casos particulares: • Para um fluido incompressível, ρ = constante; • Massa específica não é função nem das coordenadas espaciais nem do tempo. • Neste caso, a eq. da continuidade é simplificada para: 1 𝑟 𝜕 𝜕𝑟 𝑟𝑣𝑟 + 1 𝑟 𝜕 𝜕𝜃 𝑣𝜃 + 𝜕 𝜕𝑧 𝑣𝑧 = 0 𝛻. 𝑉 = 0 COORDENADAS CILÍNDRICAS POLARES Casos particulares: • Para escoamento permanente, todas as propriedades dos fluidos são, por definição, independentes do tempo: 𝜕𝜌 𝜕𝑡 = 0 𝜌 = 𝜌(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝛻. 𝜌𝑉 = 0 1 𝑟 𝜕 𝜕𝑟 𝑟𝜌𝑣𝑟 + 1 𝑟 𝜕 𝜕𝜃 𝜌𝑣𝜃 + 𝜕 𝜕𝑧 𝜌𝑣𝑧 = 0 EXERCÍCIO Considere um escoamento radial e unidimensional, no plano rθ, caracterizado por Vr = f(r) e Vθ= 0. determine as condições sobre f(r) necessáriaspara que o escoamento seja incompressível Métodos para o estudo da cinemática dos fluidos Método de Lagrange Método de Euler MÉTODO DE LAGRANGE Descreve o movimento de cada partícula acompanhando-a em sua trajetória real; Apresenta grande dificuldade nas aplicações práticas; Para a engenharia normalmente não interessa o comportamento individual da partícula e sim o comportamento do conjunto de partículas no processo de escoamento. MÉTODO DE EULER Consiste em adotar um intervalo de tempo, escolher uma seção ou volume de controle no espaço e considerar todas as partículas que passem por este local; Método preferencial para estudar o movimento dos fluidos: praticidade. Euleriano: O movimento do fluido é descrito pela especificação completa das propriedades necessárias (pressão, densidade, velocidade) em função das coordenadas espaciais e temporais. Obtemos informações do escoamento em função do que acontece em pontos fixos do espaço. Lagrangiano: Envolve seguir as partículas fluidas e determinar como as propriedades da partícula variam em função do tempo. Medição da temperatura Euleriano Lagrangiano Se temos muitos dados, podemos obter informações Eulerianas a partir de informações Lagrangianas, ou vice-versa. Métodos Eulerianos são muito usados em experimentos e análises — um probe colocado em um ponto do escoamento. Métodos Lagrangianos podem ser usados se queremos “etiquetar” partículas de fluido no escoamento. CAMPO DE VELOCIDADE – EULERIANO x LAGRANGIANO CAMPO DE ACELERAÇÃO DE UM FLUIDO Como já apresentado anteriormente, a forma de um campo de velocidades é dado por: 𝑉 = 𝑉 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡 𝑉 = 𝑢(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) 𝑖 + 𝑣(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) 𝑗 + 𝑤(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) 𝑘 Essa é a mais importante variável em mecânica dos fluidos. Sabendo o vetor velocidade, é quase que o equivalente à “resolver” um problema de escoamento de fluido. CAMPO DE ACELERAÇÃO DE UM FLUIDO Considerando um sistema referencial Euleriano, que considera as coordenadas fixas no espaço (e a gente observa o fluido passando por este ponto), temos que o campo vetorial de aceleração “a” do escoamento: 𝑎 = 𝑑𝑉 𝑑𝑡 = 𝑑𝑢 𝑑𝑡 𝑖 + 𝑑𝑣 𝑑𝑡 𝑗 + 𝑑𝑤 𝑑𝑡 𝑘 Como cada componente escalar de velocidade (u, v, w) é um função de 4 variáveis (x, y, z, t), podemos usar a regra da cadeia para encontrar as derivadas parciais. CAMPO DE ACELERAÇÃO DE UM FLUIDO Por definição: CAMPO DE ACELERAÇÃO DE UM FLUIDO Fazendo exatamente a mesma coisa para v e w (para 𝑑𝑣 𝑑𝑡 𝑒 𝑑𝑤 𝑑𝑡 ), chegamos ao seguinte vetor: 𝑎 = 𝑑𝑉 𝑑𝑡 = 𝜕𝑉 𝜕𝑡 + 𝑢 𝜕𝑉 𝜕𝑥 + 𝑣 𝜕𝑉 𝜕𝑦 + 𝑤 𝜕𝑉 𝜕𝑧 = 𝜕𝑉 𝜕𝑡 + 𝑉. 𝛻 𝑉 “Aceleração local” (se o escoamento for em regime permanente, sabemos que a mesma será zero) “Aceleração convectiva”. Aparece quando a partícula se desloca por regiões com velocidade variável no espaço como em um bocal ou difusor CAMPO DE ACELERAÇÃO DE UM FLUIDO Observe que: 𝑉. 𝛻 = 𝑢 𝜕 𝜕𝑥 + 𝑣 𝜕 𝜕𝑦 + 𝑤 𝜕 𝜕𝑧 𝛻. 𝑉 = 𝜕𝑢 𝜕𝑥 + 𝜕𝑣 𝜕𝑦 + 𝜕𝑤 𝜕𝑧 Exercício Dado o campo de velocidade euleriano 𝑉 = 3𝑡𝑖 + 𝑥𝑧𝑗 + 𝑡𝑦2𝑘 Encontre a aceleração da partícula. CAMPO DE ACELERAÇÃO DE UM FLUIDO Em coordenadas cilíndricas CAMPO DE ACELERAÇÃO DE UM FLUIDO Escoamento Bidimensional Escoamento Unidimensional Escoamento Permanente em três dimensões EXERCÍCIO Considere o escoamento bidimensional, permanente e incompressível através do canal plano convergente mostrado. A velocidade sobre a linha de centro horizontal (eixo x) é dada por Determine uma expressão para a aceleração de uma partícula movendo-se ao longo da linha de centro. Use (a) o método euleriano e (b) o método lagrangiano aceleração quando a partícula está no início e no final do canal. 𝑉 = 𝑉1 1 + 𝑥 𝐿 𝑖 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO Aplicando a segunda lei de Newton a uma partícula fluida infinitesimal de massa dm. Para um sistema: onde a quantidade de movimento, 𝑃, do sistema é dada por EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO Para um sistema infinitesimal de massa dm, a segunda lei de Newton pode ser escrita Introduzindo a expressão para a aceleração de um elemento de fluido de massa dm em movimento num campo de velocidade, a lei de Newton pode ser escrita na seguinte forma vetorial EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO Consideremos a componente x da força atuando sobre um elemento diferencial de massa dm e volume dV=dxdydz. Somente aquelas tensões que atuam na direção x darão origem a forças de superfície na direção x. Se as tensões no centro do elemento diferencial forem tomadas como σxx, τyx e τzx, então as tensões atuando na direção x em cada face do elemento (obtidas por uma expansão por série de Taylor em torno do centro do elemento) serão conforme mostrado na figura. EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO Para obter a força de superfície resultante na direção x, dFSx, devemos somar as forças nessa direção. EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO Quando a força da gravidade é a única força de corpo atuante, a força de corpo por unidade de massa é igual a 𝑔. A força resultante na direção x, dFx, é dada por Similarmente para as componentes da força nas direções y e z: EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO Se substituirmos as expressões para as componentes dFx, dFy e dFz, da força dF atuando sobre o elemento de massa dm, nas componentes x, y e z da força na equação da segunda lei de Newton: Obteremos as equações diferenciais do movimento (satisfazendo a hipótese do contínuo): EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES As equações de Navier Stokes são equações diferenciais que descrevem o escoamento de fluidos Permitem determinar os campos de velocidade e de pressão num escoamento Claude-Louis Navier e George Gabriel Stokes EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Estas equações estabelecem que mudanças no momento e aceleração de uma partícula fluida são simplesmente o produto (resultado) das mudanças na pressão e forças viscosas dissipativas (similar a fricção) atuando no fluido Úteis conjuntos de equações: descrevem a física de um grande número de fenômenos de interesse econômico e acadêmico, inclusive em diversos ramos da engenharia. EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES São usadas para: - Modelar o clima - Modelar correntes oceânicas - Modelar fluxos da água em oceanos, estuários, lagos e rios - Modelar movimentos das estrelas dentro e fora da galáxia - Modelar fluxo ao redor de aerofólios (asas) de automóveis e de aviões - Modelar propagação de fumaça em incêndios e em chaminés industriais EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES São usadas para: - Projetos de aeronaves e carros - Estudos do fluxo sanguíneo (hemodinâmica) - Projeto de usinas hidrelétricas - Projetos de hidráulica marítima - Análise dos efeitos da poluição hídrica em rios, mares, lagos, oceanos e da dispersão da poluição atmosférica. EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Diferentemente das equações algébricas, não procuram estabelecer uma relação entre as variáveis de interesse (por exemplo: velocidade e pressão). Em vez disto, elas estabelecem relações entre as taxas de variação ou fluxos destas quantidades (suas derivadas). Para o caso mais simples de um fluido ideal com viscosidade zero, estabelecem que a aceleração (a razão de variação da velocidade)é proporcional a derivada da pressão interna. EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Para situações mais complexas, tais como um sistema de clima global como o El Niño ou a sustentação em uma asa, as soluções para a equação de Navier- Stokes frequentemente devem ser encontradas com a ajuda de computadores. Este é um campo da ciência conhecido como CFD, sigla do inglês Computational Fluid Dynamics ou Dinâmica dos Fluidos Computacional. EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Embora estas equações foram escritas no século 19, ainda não foi comprovado que, em três dimensões existem sempre soluções, ou que, se elas existem, então não contêm qualquer singularidade (ou infinito ou descontinuidade). EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES A equação de Navier Stokes estão entre os 7 problemas de matemática mais difíceis do mundo Hipótese de Poincaré - resolvido em 2010 Hipótese de Riemann P = NP Equações de Navier-Stokes Conjectura de Hodge Teoria de Yang-Mills Conjectura de Birch e Swinnerton-Dyer EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Entender o movimento dos fluidos nunca foi uma tarefa fácil. Claude Navier e George Stokes, no século 19, bem que tentaram, mas as equações deixadas por eles só confundem ainda mais os pesquisadores. O desafio que vale US$ 1 milhão, afirma o Instituto Clay, é fazer progressos substanciais em direção a uma teoria matemática que irá desvendar os segredos escondidos nas equações de Navier-Stokes, que tentam explicar as ondas de um lago e as correntes de ar ao redor de um avião. EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Suposições acerca dos fluidos: • Fluido é um meio continuo • Todas as variáveis de interesse tais como pressão, velocidade, densidade, temperatura, etc., são diferenciáveis Equações obtidas a partir de princípios básicos de conservação da massa, momento, e energia. Considerar um volume arbitrário finito, chamado volume de controle. O volume de controle permanece fixo no espaço ou pode mover-se como o fluido. Volume elementar, suficientemente pequeno para que no seu seio as propriedades do fluido sejam relativamente homogêneas, quase como se tratasse de uma partícula homogênea. EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Sabemos que para um escoamento newtoniano, unidimensional e laminar, a tensão de cisalhamento é proporcional à taxa de deformação angular: 𝜏𝑦𝑥 ∝ 𝑑𝑢 𝑑𝑦 Para um escoamento tridimensional, a situação é mais complicada. Necessitamos usar expressões mais complexas para a taxa de deformação angular. EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES As tensões podem ser expressas em termos de gradientes de velocidade e de propriedades dos fluidos, em coordenadas retangulares, como segue EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Onde p é a pressão termodinâmica local. A pressão termodinâmica está relacionada com a massa específica e com a temperatura por meio de relações termodinâmicas usualmente chamadas de equações de estado. Introduzindo essas expressões para as tensões nas equações diferenciais do movimento, obtemos: EQUAÇÕES DE NAVIER-STOKES EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES 𝑣 EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES As equações anteriores, quando aplicadas ao escoamento incompressível com viscosidade constante, se reduzem a: EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Em notação vetorial, as equações de Navier-Stokes assumem a seguinte forma: EQUAÇÃO DE NAVIER STOKES Estas equações, juntamente com a equação da continuidade, a equação de estado, a equação da energia e conhecendo-se a lei empírica da viscosidade e as condições de contorno e condições iniciais, determinam completamente a pressão, densidade, temperatura, viscosidade e componentes da velocidade em um escoamento de um fluido. EXERCÍCIOS Um líquido escoa para baixo sobre uma superfície plana inclinada em um filme laminar, permanente, completamente desenvolvido e de espessura h. Simplifique as equações da continuidade e de Navier-Stokes para modelar esse campo de escoamento. Obtenha expressões para o perfil de velocidades do líquido, a distribuição de tensões de cisalhamento, a vazão volumétrica e a velocidade média. Relacione a espessura do filme de líquido com a vazão volumétrica por unidade de profundidade da superfície normal ao escoamento. Calcule a vazão volumétrica em um filme de água com espessura de h= 1 mm, escoando sobre uma superfície de largura b = 1 m, inclinada de θ = 15° em relação à horizontal. EXERCÍCIOS Questões: a) Equações simplificadas da continuidade e de Navier- Stokes para modelar esse campo de escoamento b) O perfil de velocidades c) A distribuição da tensão de cisalhamento d) A vazão volumétrica por unidade de profundidade da superfície normal ao diagrama e) A velocidade média de escoamento f) A espessura do filme em termos da vazão volumétrica por unidade de profundidade da superfície normal ao diagrama g) A vazão volumétrica em um filme de água de 1mm de espessura sobre uma superfície de 1m de largura, inclinada de 15° em relação à horizontal. EXERCÍCIOS Redução das equações de Navier-Stokes para equações mais simples Uso das condições de contorno para completar a solução Com o campo de velocidade, podemos calcular outras quantidades úteis (tensão de cisalhamento, vazão volumétrica) Mesmo para problemas relativamente simples, os resultados podem ser complicados: a profundidade do escoamento depende de forma não linear da vazão (ℎ ∝ 𝑄 1 3) EXERCÍCIOS (z para cima). Considere um fluxo de um fluido newtoniano em regime permanente, em duas dimensões, incompressível com o seguinte campo de velocidade: u = –2xy, v = y2 – x2 e w = 0 (a)O escoamento satisfaz a conservação da massa? (b)Encontre o campo de pressão p(x, y) se a pressão no ponto (x=0, y=0) é igual a pa EXERCÍCIOS Se z está para cima, quais são as condições para as constante a e b serem exatamente a solução para a continuidade e encontre o campo de pressão através das equações de Navier-Stokes para fluxo incompressível e em regime permanente? Campo de velocidade: u = ay, v = bx, w = 0. MECÂNICA DOS FLUIDOS I Curso: Engenharia Mecânica Tema: Análise Diferencial do Movimento dos Fluidos Professor: Alex Luz Salgado, MSc (alex.salgado@uvv.br)
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