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Lesão Medular Traumatismo Raquimedular -T.R.M Lesão Traumática da Medula DEFINIÇÃO • É uma agressão traumática à medula espinal que pode resultar em alterações da função motora, sensitiva, autonômica, visceral, sexual e trófica. • É uma síndrome incapacitante que acarreta alterações de motricidade, sensibilidade, distúrbios neurovegetativos, alterações esfincterianas, além do comprometimento psico-social. COLUNA VERTEBRAL MEDULA ESPINAL TORÁCICA INERVAÇÃO SENSITIVA INERVAÇÃO MOTORA DEFINIÇÃO Lesão Traumática da raqui(coluna) e medula espinal resultando algum grau de comprometimento temporário ou permanente das funções neurológicas ASIA – American Spinal Injury Association MEDULA ESPINHAL • Via de comunicação cérebro X restante do corpo • Centro regulador de funções nobres ESTRUTURA INTERNA DA MEDULA • substância branca = externa = axônios condutores de impulsos para cima e para baixo (mielina) • substância cinzenta = interna = corpos celulares (ausência quase total de mielina) MEDULA ESPINAL LESÃO MEDULAR ALTERAÇÕES : MOTORAS SENSITIVAS AUTONÔMICAS EMOCIONAIS INCIDÊNCIA • 7.000 a 10.000 casos a cada ano U.S.A: • 46% Acidente automobilístico • 16% quedas • 12%FAF, FAB • 10% mergulho • Alta em adultos jovens, 80% - 40 anos / 82% sexo masculino /18% feminino. • Maior causa : acidente de trânsito – 50% • Homem jovem 25 a 35 anos • Brasil - 70 a 90 casos/100.000 hab. • Mortalidade – 30% no local ; 10% 1° ano; 50% tetraplégicos EPIDEMIOLOGIA • No Brasil não há estudos epidemiológicos, porém há aumento de incidência de lesão medular nos grandes centros urbanos. • Primeira causa: acidente automobilístico; • Segunda causa: ferimento por arma de fogo; • Outras: quedas, esportes, acidentes de trabalho. ETIOLOGIA •Lesões Traumáticas •Lesões Não Traumáticas Lesões Traumáticas • Fraturas/Luxações -Acidentes de trânsito -Esportes -Quedas -Acidentes de trabalho • Ferimentos -Ferimentos por arma de fogo -Ferimentos por arma branca TRAUMÁTICA: • fraturas de coluna • luxações de vértebras • compressão medular Mecanismos de trauma • Os traumas fechados geralmente são uma combinação de forças de contusão, compressão, rotação e tração • Locais mais comuns – C5-6-7 e T11- 12 e L1 • Cervicais altas, torácicas puras e lombares são menos freqüentes TRM – Traumatismo Raqui-Medular •TRAUMA FECHADO –Fratura cervical •Angulação aguda do pescoço por flexão e extensão violenta. • Acidente automobilístico e mergulho FISIOPATOLOGIA •TRAUMA FECHADO –Fratura Torácica •Rara devido proteção de caixa torácica –Tóraco Lombar •Comum. Quedas com impacto dos pés e região glútea –Lombar baixa •Os traumas produzem ruptura de discos FISIOPATOLOGIA As lesões ocorrem por: -Flexão, extensão, rotação, compressão por impacto axial ou combinação desses mecanismos. -Achatamento -Fratura cominutiva -Fratura luxação – articulação intervertebral e pedículos Mecanismo de Trauma Raqui-Medular com fratura FRATURA COMPRESSÃO TORÁCICA BAIXA Mecanismo de Trauma Raqui-Medular sem fratura • Extrusão de disco – Vetor de força axial. Queda vertical de pé ou sobre glúteos – Clínica – Secção de medula • Sub-luxação – Grau variável. Geralmente sem lesão medular grave • Luxação completa – rara, por ruptura ligamentar, Instabilidade, grave déficit medular apesar dos ossos já terem retornado ao lugar FRATURA COM LUXAÇÃO COMPLETA – TORÁCICA BAIXA LESÕES - COLUNA • Perfuração da coluna (arma branca, tiro ou estilhaço de bomba na coluna) • Lesão medular completa ou incompleta, associada ou não a lesão dos nervos espinhais e/ou tronco dos plexos nervosos. • Quadro neurológico é variável. Mecanismo de Trauma Raqui-Medular Penetrante Gravidade do trauma • DEPENDE SE A MEDULA É ATINGIDA • Lesão medular cervical é a mais comum – 2/3 • C4 a C7 – mais vulnerável a lesão • Torácica - proteção de costelas • Toracolombar – T11, T12 e L1 • Lesão estável ou instável – Difícil de avaliar no pré hospitalar. – Considerar toda lesão instável até se prove o contrario Sintomas Imediatos • Dor • Formigamento, amortecimento ou fraqueza • Dor com movimentação • Dificuldade de respirar Sinais Imediatos • Deformidade • Inchaço • Laceração ou contusão • Paralisia ou anestesia • Incontinência COMPRESSÃO MEDULAR NÃO TRAUMÁTICA: • Fisiopatologia • Processos patológicos ou estruturais diminuem a condução nervosa por compressão Lesões Não Traumáticas • Tumorais - Extradurais - Intradurais • Vasculares - Trombose, Embolia • Degenerativas - Esclerose Múltipla • Malformações - Mielomeningocele • Outros: Hérnia de Disco, Estenose de Canal CAUSAS NÃO TRAUMÁTICAS TUMOR ÓSSEO TUMOR MEDULAR CAUSAS NÃO TRAUMÁTICAS TUMOR VASCULAR HERNIA de DISCO QUADRO CLÍNICO • O quadro clínico varia de acordo com o nível e o grau da lesão medular, além da causa da doença. • É realmente avaliada depois que o paciente passa da fase de “choque medular”, que consiste no retorno do reflexo bulbo cavernoso. ● Nível Neurológico Principal segmento caudal da medula espinal com funções motora e sensitiva normal em ambos os lados do corpo. ● Nível sensitivo principal segmento caudal da medula espinal com função sensitiva normal para ambos os lados. ● Nível motor principal segmento caudal da medula espinal com função motora normal para ambos os lados. A maioria dos músculos é inervada por mais de um segmento (raiz) nervoso, e quando há ausência de inervação de um desses segmento resulta em um músculo debilitado. ● Nível esquelético Nível com maior dano vertebral observado radiologicamente ● ASIA American Spinal Injury Association ● 1992 Recebeu endosso da Sociedade Médica Internacional de Paraplegia (IMSOP) Padrões Internacionais para a Classificação Neurológica e Funcional Das Lesões da Medula Espinal (ISCSI – 92) Classificação • Na tentativa de homogeneizar as seqüelas deixadas pela lesão medular, a ASIA criou uma forma de pesquisar a amplitude da lesão quanto ao nível e o grau, através de exame físico de força e a sensibilidade. • A força é graduada de 0 a 5 nos músculos chaves das raízes de C5 a S1. O nível de força é aquele em que o músculo mais caudal tem grau 3 e o antecessor, 5. • Já o nível de sensibilidade é avaliado pelo nível mais caudal que apresenta dermátomo tátil e doloroso preservado. • Tetraplégico: nível de lesão acima de T1. • Paraplégico: nível de lesão abaixo de T1. MIÓTOMO e DERMÁTOMO • MIÓTOMOS: grupo de fibras musculares inervadas pelos axônios motores dentro de cada nervo segmentar. • DERMÁTOMOS: área da pele inervada por axônios dentro de cada nervo segmentar DERMÁTOMOS: AMERICAN SPINAL INJURY ASSOCIATION (ASIA – 1992) C2 = protuberância occipital C3 = fossa supraclavicular C4 = borda superior da articulação acrômio-clavicular C5 = borda lateral da fossa antecubital C6 = polegar C7 = dedo médio C8 = dedomínimo T1 = borda medial (ulnar) da fossa antecubital T2 = ápice da axila T3 = 3º EIC T4 = 4º EIC (mamilos) T5 = 5º EIC T6 = 6º EIC (processo xifóide) T7 = 7º EIC DERMÁTOMOS: AMERICAN SPINAL INJURY ASSOCIATION (ASIA – 1992) T8 = 8º EIC (últimas costelas fixas) T9 = 9º EIC T10 = 10º EIC (cicatriz umbilical) T11 = 11º EIC T12 = ponto médio do ligamento inguinal L1 = entre T12 e L2 L2 = 1/3 médio anterior da coxa L3 = côndilo femoral interno (medial) L4 = maléolo interno (medial) L5 = dorso do pé (3ª MTF) S1 = borda externa do calcâneo S2 = linha média da fossa poplítea S3 = tuberosidade isquiática S4 / S5 = região perianal MIÓTOMOS (ASIA) C4 = deltóide / diafragma C5 = bíceps braquial C6 = Extensor radial longo e curto do carpo C7 = tríceps braquial C8 = flexores profundos dos dedos T1 = abdutores do dedo mínimo L2 = iliopsoas L3 = quadríceps L4 = tibial anterior L5 = extensor longo do hálux S1 = tríceps sural QUADRO CLÍNICO As manifestações clínicas dependem dos efeitos fisiopatológicos que são considerados sobre os seguintes aspectos: a) Nivel de Lesão medular b) Grau de Lesão Medular no Plano Transverso c) Grau de Lesão Medular no Plano Longitudinal d) Tempo de Instalação da Lesão Medular a) Nível de Lesão Medular • Acima de T1 - Tetraplegia • Abaixo de T1 - Paraplegia • O nível de lesão é determinado pelo último seguimento sensitivo e / ou motor preservado. Quanto mais alta é a lesão, maior é a perda das funções motoras, sensitiva e autónoma, sendo maiores as alterações metabólicas do organismo. Nível de Lesão Segmentos cervicais TETRAPLEGIA Segmentos torácicos lombares sacrais PARAPLEGIA Classificação Funcional • Tetraplegia = Paralisia parcial ou completa dos quatro membros e do tronco, incluindo os músculos respiratórios sendo resultante de lesões da medula cervical. • Paraplegia = Refere-se à paralisia parcial ou completa do tronco, ou parte do tronco e MMII) sendo resultante de lesões da medula espinal, torácica, ou lombar ou das raízes sacrais. CLASSIFICAÇÃO PERSONALIZADA PELA AMERICAN SPINAL INJURY ASSOCIATION MMSS Raiz Músculo Chave C5 Deltóide /Bíceps braquial C6 Extensor Radial do punho C7 Tríceps braquial C8 Flexor profundo dos dedos T1 Intrínsecos da mão MMII Raiz Músculo chave L2 Iliopsoas L3 Quadríceps L4 Tibial anterior L5 Ext.longo do hálux S1 Tríceps sural NÍVEL de LESÃO : TETRAPLEGIA C 4 C 5 C 6 C 7 LESÃO CERVICAL C4 Paralisia diafragma Óbito C5 C6 C7 Paralisia Tetraplegia flácida T1 Paresia MMSS Paresia de MMSS Paralisia de mãos Abdução e flexãoMMS Pronação MMSS Pequenos músculos da mão C1 C2 Processo odontoide Fratura do enforcado Óbito Óbito NÍVEL de LESÃO : PARAPLEGIA T 6 T 12 L 4 T 1 b)Grau de Lesão • O grau de lesão é determinado pela Escala de Frankel, onde se classifica se a lesão foi completa ou incompleta: b)Grau de Lesão Medular no Plano Transverso • 1. Lesão Completa: compromete todas as estruturas no plano horizontal com perda (síndrome medular transversa completa) sensitiva e motora abaixo de um nível segmentar. • 2. Lesão Incompleta: compromete somente alguns feixes longitudinais e/ou substância cinzenta. Grande variedade de síndromes transversas incompletas COMPLETA INCOMPLETA GRAU de LESÃO COMPLETA INCOMPLETA GRAU de LESÃO ESCALA DE DEFICIÊNCIA DA ASIA MODIFICADA DE FRANKEL • A= completa; não há função motora ou sensitiva preservada nos segmentos sacros S4-S5. • B = incompleta; função sensitiva e ausência de função motora nos segmentos sacros. • C = incompleta; função motora preservada abaixo do nível neurológico e a maioria dos mm.-chaves abaixo do nível neurológico tem FM com grau inferior a 3. • D = incompleta; função motora preservada abaixo do nível neurológico e a maioria dos mm.-chaves abaixo do nível neurológico tem FM equivalente ou superior a 3. • E = normal; funções sensitivas e motoras preservadas. Lesões Incompletas • Lesões incompletas se caracterizam pela preservação de alguma função sensitiva ou motora abaixo do nível de lesão. • O quadro clínico destas lesões é imprevisível, há uma mescla de funções sensitivas e motoras abaixo do nível da lesão com padrões variáveis de recuperação. • Síndromes medulares (6) 1-Síndrome de Brown - Sequard • hemisecção da medula maior perda motora e proprioceptiva ipsilateral e perda da sensibilidade, dor e da temperatura contralateral . 2- Síndrome Medular Anterior • Síndrome anterior da medula: perda da função motora e da sensibilidade térmica e dolorosa, preservando a propriocepção. 3-Síndrome Medular Central • Síndrome centro-medular: + na região cervical, preservação da sensibilidade sacra e maior debilidade dos MMSS 4-Síndrome Medular Posterior • Rara, devido a lesões das colunas posteriores há preservação da função motora e sensações de dor. Há perda de propriocepção e das sensações epicríticas( Tátil e vibratória) 5-Sacro Preservado • Lesão incompleta onde os tratos sacrais são preservados. • Sinais clínicos: sensação perianal, contração do esfíncter retal, sensação cutânea na área de sela e contração ativa dos flexores dos dedos dos pés. • SINDROME DO CONE MEDULAR 6-Lesões de Cauda Equina • São freqüentemente incompletas devido ao grande número de raízes nervosas envolvidas • Síndrome da cauda eqüina: lesão das raízes lombossacras dentro do canal neural, resultando em arreflexia de bexiga, intestino e MMII. c) Grau de Lesão Medular do Plano Longitudinal Comprometimento de vários ou todos os segmentos abaixo do nível da lesão Hematomielia Necrose isquêmica Geralmente, paralisia flácida independente do nível d)Tempo de instalação da Lesão Medular • O quadro clínico inicial será tanto mais grave quanto mais rápida seja sua instalação. • Quanto mais tempo transcorre a lesão sem o aparecimento de sinais de recuperação sensitiva e/ou motora, maior é a probabilidade de ser uma interrupção anatômica completa. • O paciente passa por três etapas bem definidas: Fases de Recuperação • 1ª FASE = CHOQUE MEDULAR • 2ª FASE = RETORNO DA ATIVIDADE MEDULAR REFLEXA • 3ª FASE = AJUSTAMENTO 1ª Etapa - Fase de Choque Medular Anestesia superficial e profunda Paralisia completa flácida Arreflexia superficial e profunda Arreflexia vesical Atonia intestinal Alterações sexuais: sexo masculino - ausência de ereção e ejaculação; sexo feminino: ausência de ereção clitoriana e lubrificação vaginal, amenorréia. 2ª Etapa — Retorno da Atividade Medular reflexa • Inicia-se a reorganização das estruturas medulares abaixo do nível de lesão. • Surge os automatismos medulares. Sinais clínicos: • Lesão do Neurônio Motor Inferior - Flacidez « Lesão do Neurônio Motor Superior - hipertonia, hiperreflexia • Bexiga Neurogêníca - L.N.M.I autônoma / - LN.M.S não inibida; • Reinicia a atividade reflexa do peristaltismo • Reinicio do controle vasomotor • Alterações sexuais -L.N. M.S. +ereção –ejaculação / L.N.M.I. -ereção+ejaculação. • Fertilidade prejudicadano sexo masculino e no sexo feminino após a amenorréia os ciclos menstruais se reiniciam e se torna apta à gravidez. FASE DE RETORNO DA ATIVIDADE MEDULAR REFLEXA LESÃO DE NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR: Paralisia Espasticidade Hiperreflexia Automatismos Anestesia FASE DE RETORNO DA ATIVIDADE MEDULAR REFLEXA - LESÃO DE NEURÔNIO MOTOR INFERIOR: Paralisia Flacidez Arreflexia Atrofia muscular Anestesia 3ª Etapa – fase de ajustamento • Fase de ajuste à nova condição motora. • Alterações clinicas • 1. Hiperatividade Reflexa Medular • É o aumento do Tônus muscular (espasticidade) e movimentos automáticos seguindo um padrão flexor ou extensor decorrente de lesão medular total ou parcial. • Tratamento: Cinesioterapia – Exercícios passivos ,Treino das atividades ,Ortostatismo ,Posicionamento adequado. • Farmacoterapia - Diazepam • Baclofen • Bloqueios Químicos – Fenol Botox COMPLICAÇÕES DAS LESÕES MEDULARES ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS • Lesão acima de C4 há paralisia de diafragma necessitando de ventilação mecânica constante. • Em lesões cervicais ou torácicas altas, há paralisia ou paresia da musculatura respiratória, podendo levar a insuficiência respiratória restritiva. ALTERAÇÕES INTESTINAIS • Pode ocorrer diminuição do peristaltismo intestinal, havendo tendência a retenção fecal, que pode levar a infecções intestinais. ALTERAÇÕES VESICAIS • Mau funcionamento vesical pode levar a complicações como infecção urinária, cálculos vesicais, fistulas, refluxos, podendo ter até perda de função renal. »Na fase aguda, do “choque medular”, há atonia dos músculos da bexiga, necessitando de cateterismo vesical. • O funcionamento se comporta: a) Motoneurônio inferior: cone medular tendo bexiga flácida, e cauda eqüina, podendo ter o desejo miccional presente, porém sem o controle motor; b) Motoneurônio superior: completa, tendo o reflexo cutâneo-anal presente, e incompleta, tendo reflexo e desejo miccional presentes. DISFUNÇÃO NEUROGÊNICA DE BEXIGA: NMS: Completa = bexiga reflexa Incompleta = bexiga não inibida NMI: Bexiga autônoma ou flácida Alterações Vasculares • Trombose venosa profunda e embolia pulmonar • Hipotensão ortostática • Crise autonômica hipertensiva ALTERAÇÕES VASCULARES • Tetraplégicos em repouso prolongado tem tendência a hipercoagulabilidade com vasoplegia, podendo levar a trombose venosa profunda. O problema é a falta de sintoma, havendo necessidade de procurar por sinais como edemas assimétricos • Lesão cervical e torácica alta pode ter funcionamento inadequado de SNA, tendo hipotensão ortostática por perda do tônus vascular, e crise autonômica hipertensiva desencadeada por estímulos nociceptivos (distenção de víscera oca que leva à rubor e sudorese facial, bradicardia, cefaléia e hipertensão súbita). Inervação do SNA pela Medula Espinal ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO SEXUAL • Sexualidade e desejo sexual estão preservados. • Nos homens com lesão de MNS completa há ereção reflexa, de MNI há ereção psicogênica, e nas incompletas há ereção dos dois tipos e não há deficiência ejaculatória, ao contrário das outras. • Nas mulheres pode haver amenorréia temporária com fertilidade preservada. ALTERAÇÕES SEXUAIS: Sexo masculino : disfunção erétil ejaculação retrógrada infertilidade Sexo feminino : alterações da lubrificação vaginal fertilidade preservada ESPASTICIDADE • Acontece em lesão de motoneurônio superior, ou seja, acima do cone medular. • Apresenta hiperreflexia e hipertonia elástica, já que o córtex não possui mais controle sobre o MTN alfa e gama (excitação permanente). Alterações Metabólicas • Calcificações Heterotópica ou Ossificações Pararticulares • Ocorre um aumento de volume da região periarticular, caracterizado por um edema frio e endurecimento dos tecidos moles subjacentes, levando a diminuição da amplitude articular até atingir a anquilose, secundária à ossificação de fáscias, ligamentos, e músculos que evolvem a articulação. • OSSIFICAÇÃO HETEROTÓPICA • Em geral, ocorre do primeiro mês ao primeiro ano, sendo pico no quarto mês após lesão. • Fisiopatologia obscura, sendo provável migração de células mesenquimais para articulações gerando tecido ósseo. • Articulações mais acometidas são quadril, cotovelos e joelhos, com grande perda de ADM e bloqueio articular. Ulceras de Pressão • Pressão contínua de proeminências ósseas nos músculos, fáscias, gordura, subcutânea e pele que levam a um déficit circulatório e esta isquemia evolui para necrose, com conseqüente formação de uma úlcera. • Tratamento Preventivo: • Mudanças periódicas de decúbito, • colchão de água, higienização da pele. • Estimular cicatrização ÚLCERAS DE PRESSÃO: - FATORES PREDISPONENTES - Imobilidade Falta de sensibilidade Distúrbios esfincterianos Deformidades Estado nutricional Grau I = epiderme Grau II = da derme ao subcutâneo Grau III = músculo Grau IV = todos os planos, inclusive osso “Fechada” = fistulizada ÚLCERAS DE PRESSÃO - CLASSIFICAÇÃO - ÚLCERAS DE PRESSÃO • Alta morbidade. • Ocorrem em casos sem sensibilidade preservada e muito tempo em mesma posição. • As proeminências ósseas comprimem pele prejudicando circulação, levando a isquemia e necrose de pele adjacente. • Graus 1,2,3,4 e úlceras fechadas. Articulações mais acometidas Alterações músculoesqueléticas • Deformidades • Encurtamentos • Retrações • Tratamento: prevenção, cinesioterapia, posicionamento órteses e cirurgias Osteoporose Fraturas COMPLICAÇÕES OSTEO-ARTICULARES COMPLICAÇÕES OSTEO-ARTICULARES: Deformidades REPERCUSSÕES PSICOLÓGICAS • Sempre dependente do perfil psicológicos prévio e dos antecedentes sócio-culturais do paciente. • Modelo de comportamento é composto de quatro fases: 1) Fase de choque; 2) Fase negação; 3) Fase de reconhecimento; 4) Fase de adaptação. Restabelecimento e conservação do equilíbrio vital Prevenir complicações secundárias: 1.Aporte nutricional 2.Cuidados posturais 3.Manutenção de posições funcionais TRATAMENTO -FASE AGUDA TRATAMENTO: - FASE AGUDA (cont.) - 4. Cinesioterapia 5. Fisioterapia respiratória 6.Vigilância dos esfíncteres 7.Treino para aquisição de posturas mais altas 8.Suporte psicológico 9.Orientação à família TRATAMENTO: - FASE AGUDA - TRATAMENTO: - FASE DE REABILITAÇÃO Quadro clínico estável Incapacidades estabelecidas Treino das capacidades residuais Fisioterapia Objetivos: • Melhora da qualidade de vida • • Ganho de independência • • Manutenção e/ou ganho de ADM • • Fortalecimento da musculatura preservada • • Estímulo as AVDs • • Prevenir encurtamentos e deformidades • • Prevenir complicações • • Melhora no controle de tronco e equilíbrio • • Orientação familiar • • Quando possível: ortostatismo • treino de marchaProcedimentos: • Posicionamentos • • Mobilização passiva • • ''Estiramentos”suaves (alongamentos musculares) • • Fortalecimento da musculatura preservada • • Condicionamento físico • • Treinamento de atividades motoras (de acordo com o de lesão): Rolar, Gato, Ajoelhado, Sentado • • Estímulo as AVDs • • Transferências • • Vestuário • • Treino de propulsão na cadeira de rodas • • Treino de equilíbrio e controle de tronco • • Treino de Push - Up • Ortostatismo - Prancha ortostática Talas de lona Stand in table Cadeira stand Barras paralelas • Deambulação (marcha) • Terapêutica • Domiciliar • De curtas distâncias FISIOTERAPIA • Enfoque multiprofissional. • Espasticidade: avaliar, já que em algumas situações podem ajudam em função, como prender objetos, e em outras atrapalham, levando a deformidades (?). • Respiratória: manter vias aéreas pérvias, função pulmonar adequada com ou sem auxílio, força de mm. Respiratórios e postura adequada (tronco alinhado) ; • Vesical: uso de ortostatismo, evitar manobra de valsalva e exercícios isométricos; • Intestinal: uso de ortostatismo e de manobras para desobstrução; • Vascular: uso de ortostatismo, exercícios passivos na região abaixo do nível da lesão; • Sexual: encaminhamento para especialista; • Dor: avaliação e uso de medicamentos; • Ossificação heterotópica: trabalhar alongamentos e mobilizações suaves e lentas de todos os grupos musculares e articulares acometidos; • Escaras: mudanças de decúbitos a cada 2 horas, uso de coxins nas proeminências ósseas, hidratação da pele, nutrição adequada. Mudanças de Decúbito MIF – Medida de Independência Funcional Aplicada pelo mesmo membro da equipe Necessário no mínimo e registros 2 registros : até 72 horas da admissão e na alta. Avaliados 18 itens, nas seguintes áreas : autocuidado, controle de esfíncteres, mobilidade e transferência, locomoção, comunicação e cognição social Pontuação mínima de 18 e máxima de 126. AVALIAÇÕES MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL (MIF) • INDEPENDENTE: 7= completa independência 6= independência modificada • DEPENDENTE: 5= supervisão 4= assistência com mínimo contato 3= assistência moderada 2= assistência máxima 1= assistência total META FUNCIONAL C4 • Musculatura chave preservada: diafragma; pescoço; esternocleidomastóideo; trapézio. • Potencial de reabilitação: cadeira de rodas motorizada, com controle cefálico ou oral; dependente para AVD e transferências. Cadeira de rodas motorizada D em AVDs D em transferências Ortostatismo em prancha META FUNCIONAL C5 • Musculatura chave preservada: ombro; flexores de cotovelo (força diminuída). • Potencial de reabilitação: cadeira de rodas motorizada com adaptação para controle manual; semi-independente para AVD (com adaptações); dependente para transferências. Cadeira de rodas motorizada Semi-D em AVDs (com adaptações) D em transferências Ortostatismo em ‘stand-in table’ META FUNCIONAL C6 • Musculatura chave preservada: supinação de antebraço; extensão radial de punho. • Potencial de reabilitação: cadeira de rodas monitorizada ou comum com adaptações (com pinos no sobrearo); semi-independente para AVD (adaptações) e transferências Cadeira de rodas com pinos em planos Semi-I nas AVDs (com adaptações) Semi-D em transferências Ortostatismo em ‘stand-in table’ META FUNCIONAL C7 • Musculatura chave preservada: extensão de cotovelo, punho e pronação de antebraço. • Potencial de reabilitação: cadeira de rodas com adaptações (pinos no sobrearo); independente para AVD (adaptações) e transferências (com tábua). Cadeira de rodas com pinos I nas AVDs (com adaptações) I em transferências (com tábua) Ortostatismo em ‘stand-in table’ META FUNCIONAL C8 • Musculatura chave preservada: extensão de cotovelo; flexão de dedos e intrínsecos da mão (força diminuída). • Potencial de reabilitação: cadeira de rodas; independente para AVD e transferências; dirige carro com controle manual. Cadeira de rodas I nas AVDs I em transferências Ortostatismo em ‘stand-in table’ Dirige carro adaptado META FUNCIONAL T1-T8 • Musculatura chave preservada: completa de membros superiores. • Potencial de reabilitação: cadeira de rodas; independente para AVD e transferências; dirige carro com controle manual; órtese longa + cinto pélvico para ortostatismo. Cadeira de rodas I nas AVDs e transferências Dirige carro adaptado Órtese longa com cinto= ortostatismo META FUNCIONAL T9-T12 • Musculatura chave preservada: bom controle de tronco. • Potencial de reabilitação: cadeira de rodas; independente para AVD e transferências; dirige carro com controle manual; órtese longa +cinto pélvico + muletas para marcha (pouco funcional – muito gasto energético). Órtese longa com cinto + muletas= marcha pouco funcional META FUNCIONAL L1-L2 • Musculatura chave preservada: boa estabilidade pélvica. • Potencial de reabilitação: órtese longa bilateral + muletas para marcha para curtas e médias distâncias (grande gasto energético). Órtese longa com apoio isquiático + muletas = marcha para curtas e médias distâncias META FUNCIONAL L3-L4 • Musculatura chave preservada: extensão de joelho. • Potencial de reabilitação: órtese curta bilateral + muletas ou bengalas: marcha funcional Órtese curta bilateral + muletas = marcha funcional META FUNCIONAL L5-S1 • Musculatura chave preservada: toda musculatura preservada. • Potencial de reabilitação: marcha sem órteses (com ou sem ajuda de muletas ou bengalas em ambientes externos). Marcha sem órteses, com muleta ou bengala em ambiente externo PROGNÓTICO X METAS: AVDs Transferências Locomoção Indicação de órteses, suportes para marcha, cadeira de rodas, adaptações, etc Treino esfincteriano Readaptação escolar/profissional Reinserção social, esportes, lazer PROGNÓTICO X METAS: PROGNÓTICO X METAS: Atividades motoras Rolar Utilizado para independência nas mudanças de decúbito e mudanças posturais Sentar Facilita a execução das AVDs e Treino de Equilíbrio Gato e Ajoelhado Preparação para o em pé Treino de Equilíbrio Push up Fortalecimento Muscular • Fortalecimento de MMSS • Preparação da cintura escapular • Prevenção das alterações osteomioarticulares • Melhora do aporte sangüíneo • Melhora do desempenho nas AVDs e deambulação • Melhora a auto-estima do paciente Avaliação Muscular Localizada • Determinação de Carga Máxima 12 ou 15 repetições Boa postura, pouca isometria e sem fadiga Trabalho de Resistência • 50% CM 1ªsemana • 55% CM 2ª semana • 60% CM 3ª semana (Carga Máxima) • 3 séries de 15 repetições • Treinamento 3 vezes por semana Trabalho de Força • 100% da CM • 3 séries de 8 repetições • Treinamento 3 vezes por semana Ortostatismo Benefícios • Otimização das funções viscerais • Alongamento muscular ( espasticidadee prevenção de deformidades) • Efeitos psicológicos positivos Recursos Prancha Ortostática Recursos Stand-in-table Recursos Parapódium Recursos Cadeira-stand Recursos Órteses Atividades de Vida Diária na Lesão Medular Treino de AVD • PRÁTICA: – conhecer limitações e potencialidades – permitir adaptação gradual – evitar frustração – conduzir ao sucesso Exercícios iniciais Treino de Equilíbrio Exercícios iniciais Push ups Deslocamentos Transferência • Transferências: mesmo plano planos + baixos planos + altos Locomoção de cadeira de rodas • Manejo de CR Terrenos planos Terrenos acidentados Rampas Auto Cuidados •Vestuário de membros inferiores Colocação de órteses
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