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Instalações Prediais de Águas Pluviais

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Instalações Hidrossanitárias Prediais 1 
4. INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUAS PLUVIAIS 
 
As instalações de águas pluviais devem ser projetadas de modo a obedecer às 
seguintes exigências: 
a) Recolher e conduzir a vazão de projeto até locais permitidos pelos dispositivos legais. 
b) Ser estanques. 
c) Permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da instalação. 
d) Absorver os esforços provocados pelas variações térmicas a que estão submetidas. 
e) Quando passivas de choques mecânicos, ser constituída de materiais resistentes a 
estes choques. 
f) Nos componentes expostos, utilizar materiais resistentes às intempéries. 
g) Nos componentes em contato com outros materiais de construção, utilizar materiais 
compatíveis. 
h) Não provocar ruídos excessivos. 
i) Resistir às pressões a que podem estar sujeitas. 
j) Ser fixadas de maneira a assegurar resistência e durabilidade. 
 
A instalação predial de águas pluviais se destina exclusivamente ao recolhimento e 
condução das águas pluviais, não se admitindo quaisquer interligações com outras 
instalações prediais. 
O destino das águas pluviais pode ser: 
- escoamento superficial; 
- infiltração no solo por meio de poço absorvente; 
- disposição na sarjeta da rua ou por tubulação enterrada no passeio; pelo sistema 
público, as águas pluviais chegam a um córrego ou rio. 
- cisterna (reservatório inferior) de acumulação de água, para uso posterior. 
 
 
4.1 Terminologia (NBR 10844/1989) 
 
Altura pluviométrica: volume de água precipitada por unidade de área horizontal. 
 
Área de contribuição: soma das áreas das superfícies que, interceptando chuva, 
conduzem as águas para determinado ponto da instalação. 
 
Caixa de areia: caixa utilizada nos condutores horizontais destinados a recolher detritos 
por deposição. 
 
Calha: canal que recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a conduz a um 
ponto de destino. 
 
Condutor horizontal: canal ou tubulação horizontal destinada a recolher e conduzir 
águas pluviais até locais permitidos pelos dispositivos legais. 
 
Condutor vertical: tubulação vertical destinada a recolher águas de calhas, coberturas, 
terraços e similares e conduzi-las até a parte inferior do edifício. 
 
Duração de precipitação: intervalo de tempo de referência para a determinação de 
intensidades pluviométricas. 
 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 2 
Intensidade pluviométrica: quociente entre a altura pluviométrica precipitada num 
intervalo de tempo e este intervalo. 
 
Perímetro molhado: linha que limita a seção molhada junta as paredes e ao fundo do 
condutor ou calha. 
 
Período de retorno: número médio de anos em que, para a mesma duração de 
precipitação, uma determinada intensidade pluviométrica é igualada ou ultrapassada 
apenas uma vez. 
 
Ralo: caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a receber águas pluviais. 
 
Seção molhada: área útil de escoamento em uma seção transversal de um condutor ou 
calha. 
 
Tempo de concentração: intervalo de tempo decorrido entre o início da chuva e o 
momento em que toda a área de contribuição passa a contribuir para determinada seção 
transversal de um condutor ou calha. 
 
Vazão de projeto: vazão de referência para o dimensionamento de condutores e calhas. 
 
 
Figura 4.1. Partes constituintes da instalação. 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 3 
4.2 Materiais 
 
Nos telhados empregam-se calhas que podem ser de aço galvanizado, folhas-de-
flandres, cobre, aço inoxidável, alumínio, fibrocimento, PVC rígido, fibra de vidro, concreto 
ou alvenaria. 
Nos condutores verticais, devem ser empregados tubos e conexões de ferro 
fundido, fibrocimento, PVC rígido, aço galvanizado, cobre, chapas de aço galvanizado, 
folhas-de-flandres, chapas de cobre, aço inoxidável, alumínio ou fibra de vidro. 
Nos condutores horizontais, devem ser empregados tubos e conexões de ferro 
fundido, fibrocimento, PVC rígido, aço galvanizado, cerâmica vidrada, concreto, cobre, 
canais de concreto ou alvenaria. 
 
4.3 Dimensionamento 
 
4.3.1 Fatores meteorológicos 
A determinação da intensidade pluviométrica “I”, para fins de projeto, deve ser feita 
a partir da fixação de valores adequados para a duração de precipitação e o período de 
retorno. Tomam-se como base dados pluviométricos locais. 
O período de retorno deve ser fixado segundo as características da área a ser 
drenada, obedecendo ao estabelecido a seguir: 
- T = 1 ano, para áreas pavimentadas, onde empoçamentos possam ser tolerados; 
- T = 5 anos, para coberturas e/ou terraços; 
- T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamento ou extravasamento não 
possa ser tolerado. 
A duração de precipitação deve ser fixada em t = 5min. 
Para construção até 100m2 de área de projeção horizontal, salvo casos especiais, 
pode-se adotar: I = 150mm/h. Para as demais construções utilizar a Tabela 4.1. 
 
Tabela 4.1. Chuvas intensas no Brasil (Duração – 5 min). 
Intensidade Pluviométrica (mm/h) 
Período de Retorno (anos) Local no RS 
1 5 25 
Alegrete 174 238 313 (17) 
Bagé 126 204 234 (10) 
Caxias do Sul 120 127 218 
Cruz Alta 204 246 347 (14) 
Encruzilhada 106 126 158 (17) 
Irai 120 198 228 (16) 
Passo Fundo 110 125 180 
Porto Alegre 118 146 167 (21) 
Rio Grande 121 204 222 (20) 
Santa Maria 114 122 145 (16) 
Santa Vitória do Palmar 120 126 152 (18) 
São Luiz Gonzaga 158 209 253 (21) 
Uruguaiana 120 142 161 (17) 
Viamão 114 126 152 (15) 
 
 
 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 4 
Nota: 
- Para locais não mencionados na Tabela 5 da NBR 10844/1989 (Tabela 4.1), deve-se 
procurar correlação com dados dos postos mais próximos que tenha condições 
meteorológicas semelhantes às do local em questão. 
- Os valores entre parênteses indicam os períodos de retorno, a que se referem as 
intensidades pluviométricas, em vez de 5 ou 25 anos. 
- Para Santa Maria utilizar a equação de chuva proposta por Belinazo e Paiva (1991): 
0280,0
*742,0
1443,0
)67,5(
*801,807
−
+
=
TRt
TRI
 Equação 4.1 
onde: I=intensidade pluviométrica (mm/h); t=duração (min); TR=período de retorno (anos). 
 
A ação dos ventos deve ser levada em conta através da adoção de um ângulo de 
inclinação da chuva em relação à horizontal igual a arc tg²θ, para o cálculo da quantidade 
de chuva a ser interceptada por superfícies inclinadas ou verticais. O vento deve ser 
considerado na direção que ocasionar maior quantidade de chuva interceptada pelas 
superfícies consideradas (Figura 4.2). 
 
 
Figura 4.2. Influência do vento na inclinação da chuva. 
 
 
4.3.2 Área de contribuição 
No cálculo da área de contribuição, devem-se considerar os incrementos devidos à 
inclinação da cobertura e às paredes que interceptem água de chuva que também deva 
ser drenada pela cobertura (Figura 4.3). 
 
 
4.3.3 Vazão de projeto 
A vazão de projeto deve ser calcula pela Equação 4.1: 
60
AIQ ⋅=
 Equação 4.2 
onde: Q = vazão de projeto (L/min); I = intensidade pluviométrica (mm/h); A = área de 
contribuição (m²). 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 5 
 
 
 
 
Figura 4.3. Indicações para cálculos da área de contribuição. 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais6 
 
4.3.4 Calhas 
 
A inclinação das calhas de beiral e platibanda deve ser uniforme, com valor mínimo 
de 0,5%. As calhas de água-furtada têm inclinação de acordo com o projeto da cobertura. 
Quando não se pode tolerar nenhum transbordamento ao longo da calha, 
extravasores podem ser previstos como medida adicional de segurança. Nestes casos, 
eles devem descarregar em locais adequados. 
Em calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos de 4 m de uma 
mudança de direção, a Vazão de projeto deve ser multiplicada pelos coeficientes da 
Tabela 4.2. 
 
Tabela 4.2. Coeficientes multiplicativos da vazão de projeto. 
 
Tipo de Curva 
Curva a menos 
de 2 m da saída 
da calha 
Curva entre 2 e 4 m 
da saída da calha 
Canto reto 1,2 1,1 
 
Canto 
arredondado 1,1 1,05 
 
 
O dimensionamento das calhas deve ser feito através da fórmula de Manning-
Strickler, indicada a seguir, ou de qualquer outra fórmula equivalente: 
2/13/2 iR
n
SKQ H=
 Equação 4.3 
 
onde: Q = vazão de projeto (L/min); S = área da seção molhada (m²); n = coeficiente de 
rugosidade (Tabela 4.3); RH = raio hidráulico (m); i = declividade da calha (m/m); K = 
60.000. 
 
Tabela 4.3. Coeficientes de rugosidade 
Material n 
PVC, fibrocimento, aço, metais não ferroso 0,011 
Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012 
Cerâmico, concreto não alisado 0,013 
Alvenaria de tijolos não revestida 0,015 
 
A figura 4.4 ilustra uma calha de seção retangular. O cálculo do raio hidráulico é 
obtido dividindo-se a área molhada pelo perímetro molhado. 
ab
baRH 2+
⋅
=
 Equação 4.4 
A seção retangular mais favorável ao escoamento ocorre quando a base é o dobro 
da altura d’água no canal, isto é, para valores de b = 2a. 
 
 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 7 
 
Figura 4.4 – Calha de seção retangular 
 
A Tabela 4.4 fornece as capacidades de calhas semicirculares, usando coeficiente 
de rugosidade n = 0,011 para alguns valores de declividade. Os valores foram calculados 
utilizando a fórmula de Manning-Strickler, com lâmina de água igual à metade do diâmetro 
interno. 
 
Tabela 4.4. Capacidades de calhas semicirculares com n = 0,011. 
Vazões (L/min) 
Declividade Diâmetro Interno (mm) 0,5 % 1,0 % 2,0 % 
100 130 183 256 
125 236 333 466 
150 384 541 757 
200 829 1167 1634 
 
4.3.5 Condutores verticais 
Podem ser colocados externa e internamente ao edifício, dependendo de 
considerações de projeto, do uso e da ocupação do edifício e do material dos condutores. 
Os condutores verticais podem ser ligados na sua extremidade superior a uma calha 
(casa com telhado) ou receber um ralo quando se trata de terraços ou calhas largas. 
Devem ser projetados, sempre que possível, em uma só prumada. Quando houver 
necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de 90º de raio longo ou curvas de 45º e 
devem ser previstas peças de inspeção. 
O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de seção circular é 70 mm. 
Como os condutores são verticais, seu dimensionamento não pode ser feito pelas 
fórmulas do escoamento em canal. A NBR 10844/89 apresenta ábacos específicos para o 
dimensionamento dos condutores verticais a partir dos seguintes dados: 
- Q = Vazão de projeto, em L/min 
- H = altura da lâmina de água na calha, em mm 
- L = comprimento do condutor vertical, em m 
Para calhas com saída em aresta viva ou com funil de saída, deve-se utilizar, 
respectivamente, o ábaco (a) ou (b), Figura 4.5. 
Procedimento: 
1. Levantar uma vertical por Q até interceptar as curvas de H e L correspondentes. 
2. Se não haver curvas dos valores de H e L, interpolar entre as curvas existentes. 
3. Transportar a interseção mais alta até o eixo D. 
4. Adotar o diâmetro nominal cujo diâmetro interno seja superior ou igual ao valor 
encontrado. 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 8 
 
 
Figura 4.5. Ábacos para a determinação de diâmetros de condutores verticais. 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 9 
O dimensionamento dos condutores verticais também pode ser feito com emprego 
da tabela 4.5 que fornece o diâmetro do condutor e o valor máximo da área de telhado 
drenada pelo tubo. 
 
Tabela 4.5. Área de cobertura para condutores verticais de seção circular 
Diâmetro (mm) Vazão (L/s) Área de cobertura (m2) 
50 0,57 17 
75 1,76 53 
100 3,78 114 
125 7,00 212 
150 11,53 348 
200 25,18 760 
Fonte: Adaptado de BOTELHO & RIBEIRO Jr. (1998). 
 
4.3.6 Condutores horizontais 
 
Os condutores horizontais devem ser projetados, sempre que possível, com 
declividade uniforme, com valor mínimo de 0,5%. 
O dimensionamento dos condutores horizontais de seção circular deve ser feito 
para escoamento com lâmina de altura igual a 2/3 do diâmetro interno (D) do tubo. As 
vazões para tubos de vários materiais e inclinações usuais estão indicadas na Tabela 4.6. 
 
Tabela 4.6. Capacidade de condutores horizontais de seção circular. 
Vazão (L/min) 
n = 0,011 n = 0,012 n = 0,013 D 
(mm) 0,5 
% 
1,0 
% 
2,0 
% 4,0 % 
0,5 
% 
1,0 
% 
2,0 
% 
4,0 
% 
0,5 
% 
1,0 
% 
2,0 
% 
4,0 
% 
50 32 45 64 90 29 41 59 83 27 38 54 76 
75 95 133 188 267 87 122 172 245 80 113 159 226 
100 204 287 405 575 187 264 372 527 173 243 343 486 
125 370 521 735 1040 339 478 674 956 313 441 622 882 
150 602 847 1190 1690 552 777 1100 1550 509 717 1010 1430 
200 1300 1820 2570 3650 1190 1670 2360 3350 1100 1540 2180 3040 
250 2350 3310 4660 6620 2150 3030 4280 6070 1990 2800 3950 5600 
300 3820 5380 7590 10800 3500 4930 6960 9870 3230 4550 6420 9110 
 
 
4.3.7 Ralos 
 
Nos locais de onde se pretende esgotar águas pluviais, usam-se ralos que coletam 
a água de áreas cobertas ou de calhas, canaletas e sarjetas, permitindo sua entrada em 
condutores e coletores. O ralo compreende duas partes: 
a) caixa, e 
b) grelha (ralo propriamente dito). As grelhas podem ser planas ou 
hemisféricas (também chamadas “cogumelo” ou “abacaxi”). 
 
 
 
 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 10 
Exercício 4.1: Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado na figura 
abaixo, sendo dados: 
 casa de dois pavimentos 
 intensidade pluviométrica : I = 160 mm/h 
 material empregado : PVC 
 
 
 
 
 
 
 
4.3.8 Caixa de areia e de inspeção 
 
Nas tubulações aparentes, devem ser previstas inspeções sempre que houver 
conexões com outra tubulação, mudança de declividade, mudança de direção e ainda a 
cada trecho de 20 m nos percursos retilíneos. 
Nas tubulações enterradas, devem ser previstas caixas de areia sempre que 
houver conexões com outra tubulação, mudança de declividade, mudança de direção e 
ainda a cada trecho de 20 m nos percursos retilíneos. 
A ligação entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por curva de 
raio longo, com inspeção ou caixa de areia, estando o condutor horizontal aparente ou 
enterrado. 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 11 
 
Figura 4.6. Exemplo de caixa de areia (planta baixa e corte). 
 
 
4.4 Utilização de águas pluviais para uso doméstico 
 
O aproveitamento de água de chuva em residências pode contribuir com a 
conservação de mananciais, com a redução de enchentes nas cidades e com a 
diminuiçãoda utilização de energia e insumos na captação, adução, tratamento e 
distribuição de água potável. 
Em zonas rurais e regiões onde há carência de água podem ser utilizadas 
reservatórios (cisternas) construídos com o objetivo de acumular água durante período de 
precipitações pluviométricas, para utilização na época de estiagem. 
A água de chuva armazenada sem tratamento adequado pode ser utilizada apenas 
para consumo não potável. A água de chuva tem potencial para utilização na descarga de 
vasos sanitários, lavagem de roupas, irrigação de jardins, na lavagem de carros, em 
sistemas de ar-condicionado e em sistemas de combate de incêndios, entre outros. 
Um sistema de aproveitamento de água de chuva possui, em geral, os seguintes 
componentes (figura 4.7): 
a) Área de coleta: local onde a chuva precipita a fim de ser captada. É importante 
no dimensionamento do volume de reservação, pois quanto mais for à área de captação 
maior será o volume de água de chuva capturado e armazenado. A área de captação 
deve suprir a demanda de consumo de água. 
b) Calhas e condutores: Condutos que levam a água captada até o reservatório. 
As calhas são dispostas na horizontal e os condutos na vertical. Os dimensionamentos 
desses componentes devem seguir a NBR 10844. 
c) Dispositivo de descarte das “primeiras águas”: componente utilizado para 
descartar a água que lava a área de captação, local onde se acumula poeira, fuligem e 
outros contaminantes atmosféricos que podem alterar a qualidade da água. Para este 
descarte pode-se dispor de desvio manual da água ou dispositivos instalados em bóias de 
tanques intermediários. 
d) Separador de materiais grosseiros: dispositivo utilizado para a separação de 
galhos, folhas e outros materiais que podem ser depositados na área de captação. 
Existem no mercado filtros produzidos para esta função, podendo também ser fabricados. 
e) Armazenamento: sistema composto por dois reservatórios. Um inferior, 
enterrado com o objetivo armazenar a água coletada e compensar a variação da 
precipitação de chuva, e um reservatório superior para distribuição por gravidade até os 
pontos de utilização. 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 12 
f) Sistema de recalque: composto por bomba, tubulações e conexões. 
Responsável pelo transporte de água do reservatório inferior para o reservatório superior. 
g) Sistema de distribuição: responsável pelo abastecimento de água de chuva 
nos pontos de utilização (ex.: bacias sanitárias). Composto por barrilete, colunas, ramais e 
sub-ramais de distribuição. 
 
 
Figura 4.7. Esquema do sistema de aproveitamento de água de chuva. 
(RAMOS; QUADROS; COUTINHO & MACHADO, 2006). 
 
 
Figura 4.8. Detalhe do sistema de aproveitamento de água de chuva. 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 13 
DIMENSIONAMENTO 
 
a) Previsão do consumo de água não potável 
Para o dimensionamento do sistema é necessário que primeiramente seja 
estimado o consumo de água a ser utilizado. Na ausência de dados locais podem ser 
utilizados dados da literatura, como os dados da tabela 4.7 ou da tabela 4.8. 
 
Tabela 4.7. – Demanda de água não potável em uma residência. 
Demanda Unidade Faixa 
Uso interno 
Vaso Sanitário – Volume L/descarga 6 a 15 
Vaso Sanitário – Freqüência Descarga/hab/dia 3 a 6 
Lavagem de roupas – Volume L/ciclo 108 a 189 
Lavagem de roupas – Freqüência Carga/hab/dia 0,2 a 0,37 
Uso externo 
Gramado ou Jardim – Volume L/dia/m² 2 
Gramado ou Jardim – Freqüência Lavagem/mês 8 a 12 
Lavagem de carro – Volume L/lavagem/carro 80 a 150 
Lavagem de carro – Freqüência Lavagem/mês 1 a 4 
Lavagem de área impermeável – Volume L/lavagem/carro 80 a 150 
Lavagem de área impermeável – Freqüência Lavagem/mês 1 a 4 
Manutenção de piscinas L/dia/m² 3 
Fonte: Adaptado de TOMAZ, 2003. 
 
Tabela 4.8. – Estimativas médias de consumo de água não potável em uma residência. 
Aparelho/uso % do Consumo 
Descargas nas bacias sanitárias 14 a 41% 
Chuveiros e banheiras 24 a 47% 
Máquinas de lavar roupas 8 a 9% 
Tanque 4 a 18% 
Jardins 0 a 3% 
Outros 0 a 7% 
Fonte: Adaptado de ZANCHETTA & LINDNER, 2006. 
 
Segundo Mota (2006), o consumo mínimo diário de água é de 14 L/pessoa.dia. 
O volume de água a armazenar pode ser calculado pela expressão: 
Vmín = k * N * Cu * D Equação 4.5 
Onde: 
Vmín = volume mínimo para o reservatório (L) 
k = coeficiente correspondente às perdas 
N = número de consumidores 
Cu = consumo unitário de água (L/pessoa.dia) 
D = número de dias de armazenamento de água 
 
b) Volume do reservatório 
Para determinação do volume de reservação deve ser calculado o volume 
precipitado em função de dados meteorológicos de precipitação da região. Para efeito de 
cálculo, o volume de água que pode ser aproveitado não é o mesmo que o precipitado. 
Para isto usa-se um coeficiente de escoamento superficial chamado de coeficiente de 
 
Instalações Hidrossanitárias Prediais 14 
runoff (C), que depende do tipo de superfície, TOMAZ (2003) recomenda adotar C=0,8. O 
volume captado por uma superfície é dado pela expressão: 
Vc = A * P * C Equação 4.6 
Onde: 
Vc = volume mensal ou anual captado (L) 
A = área de contribuição (m2) 
P = precipitação média mensal ou anual (mm) 
C = coeficiente de escoamento 
O volume mínimo de água necessário (Vmín) deve ser menor ou igual ao volume 
captado (Vc) para atender a demanda de água. 
 
Exercício 4.2: Dimensione as unidades do sistema de captação de água de chuva para 
uma residência com 5 pessoas. A área do telhado é de 200 m2 e a área do jardim de 100 
m2 O uso será para fins não potáveis como descargas de vasos sanitários, lavagem de 
roupas e irrigação de jardim. Considere a precipitação média mensal = 160 mm e o 
número de dias de armazenamento de água = 20 dias. 
 
Referências bibliográficas 
ABNT (1998). NBR 5626 – Instalação predial de água fria. 
ABNT (1989). NBR 10844 – Instalações prediais de águas pluviais. 
BOTELHO, M. H. C. & RIBEIRO Jr., G. de A. (1998). Instalações Hidráulicas Prediais 
Feitas para Durar. Usando Tubos de PVC. São Paulo: ProEditores, 230p. il. 
CREDER, H. (2006). Instalações hidráulicas e sanitárias. Rio de Janeiro: LTC - Livros 
Técnicos e Científicos Editora, 6ª Edição. 423p. il. 
FENDRICH, R. & OLIYNIK, R. (2002) Manual de utilização de águas pluviais – 100 
Maneiras práticas. 1 ed. – Curitiba: Livraria do Chain Editora. 190 p. 
MACINTYRE, A.J. (1990) Manual de instalações hidráulicas e sanitárias. Ed. Guanabara. 
MOTA, S. (2006) Sistemas de Saneamento. In: Introdução à engenharia ambiental. 4 ed. 
Rio de Janeiro: ABES. 
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Instalações Hidrossanitárias Prediais 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS

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