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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP.
Sandra Sofia, brasileira, portadora da cédula de identidade RG nº_______ e inscrita no CPF-MF sob o nº________, residente e domiciliada na_________, nº________, CEP______, São Paulo-SP, e-mail______, por suas advogadas e bastante procuradoras que esta subscrevem, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, propor: 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS 
em face de Concessionária X, pessoa jurídica______, inscrita no CNPJ/MF sob o nº______, sediada na Rua________,________ ,__________, CEP_______, e Xtronc, pessoa jurídica______, inscrita no CNPJ/MF sob o nº______, sediada na Rua________,________ ,__________, CEP_______, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos. 
DA COMPETÊNCIA:
Por se tratar de relação de consumo é competente o foro do endereço da autora.
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A requerente encontra-se em momento crítico financeiramente, não possuindo condições para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência (Doc. X), cópia da Carteira de Trabalho da requerente (Doc. X).
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pelo Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes.
III. DOS FATOS:
A autora adquiriu um veículo de marca Xtronc, modelo ST 36, e no ato da compra fora informada que tal veículo possuía tecnologia de última geração, inclusive freios que evitam a derrapagem do mesmo em freadas mais bruscas. Após quatro meses utilizando o mencionado veículo, a autora realizou uma viagem de São Paulo para Ribeirão Preto e no decurso desta viagem, precisou fazer uma freada brusca em razão de uma manobra irresponsável realizada por um motorista que trafegava à sua frente. Para a grande surpresa da condutora, no momento em que freou seu veículo teve súbito travamento das quatro rodas, derrapou, capotou e ocorreu a perda total do veículo.
Deste acidente, resultaram ferimentos graves na condutora, a qual demorou seis meses para se recuperar, sendo que durante este período não pôde realizar sua atividade profissional, perdeu clientes e teve que observar sua empresa passar por sérias dificuldades econômicas decorrentes de seu afastamento.
Ao levar o veículo para a oficina e após uma avaliação de um profissional competente, ficou constatado que o sistema de freio apresentou falha geral e que este fora o motivo da causa do acidente.
Uma vez solicitados esclarecimentos perante a ré, a mesma alegou desconhecer falhas no sistema, bem como se recusou a indenizar as perdas sofridas pela Sra. Sandra Sofia.
DO DIREITO:
DANOS MORAIS E MATERIAIS DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DO CONSUMIDOR:
Diante o exposto, há que se admitir que o litígio em apreciação tenha por causa de pedir uma relação de consumo, conforme previsto nos artigos 2º e 3º, §1º da Lei nº 8.078/90, Código do Consumidor.
Uma vez presentes os requisitos subjetivos (consumidor e fornecedor - artigos 2º e 3º da Lei) e objetivos (produtos e serviços - art. 3º, §§ 1º e 2º), são inteiramente aplicáveis ao caso às normas previstas na legislação consumerista, inclusive quanto à inversão do ônus da prova, conforme autoriza o art. 6º, VIII do CDC, as quais são de ordem pública e observância obrigatória, levando em consideração a verossimilhança das alegações ou/e a hipossuficiência técnica da parte autora segundo as regras ordinárias de experiência.
É notório que este Código tem como finalidade tornar efetiva uma garantia fundamental consagrada no artigo 5º, XXXII, da Constituição Federal, ou seja, a defesa do consumidor, que, em última análise, decorre dos próprios fundamentos do Estado Democrático de Direito. Neste sentido, o Código de Defesa do Consumidor reconheceu a vulnerabilidade deste e garantiu-lhe a proteção e o respeito à sua dignidade e honra.
 
O Código do Consumidor, dispõe em seu artigo 18, sobre a responsabilidade das Rés:
“Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. § 3ºº O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do§ 1ºº deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.”
Ademais, a falha apresentada pelo veículo passados apenas quatro meses de uso, caracteriza a típica hipótese de vício oculto. Logo, não há que se falar em decadência, tendo em vista que o art. 26, II, §3, do Condigo do Consumidor, informa que o prazo decadencial de 90 dias só começa a fluir quando constatado o defeito, tendo a autora imediatamente levado o veículo à oficina para reparo.
Citamos o posicionamento da Jurisprudência em casos análogos:
“APELAÇÃO CÍVEL. DEFEITOS DE FABRICAÇÃO EM VEÍCULO AUTOMOTOR ZERO QUILÔMETRO ADQUIRIDO. IDAS E VINDAS À CONCESSIONÁRIA.DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA. A responsabilidade do fornecedor e do fabricante, nos casos em que comprovado o vício do produto, é solidária. Precedentes (STJ, AgRg no AREsp533.426/RJ). Fato inconteste é que a Requerente comprovou o fato de ter adquirido um veículo zero, com problemas de fabricação, constatado pela Fabricante, ou seja, o produto fornecido continha vício de qualidade. Demonstrado o vício do produto, o consumidor tem direito à rescisão contratual e restituição integral, além da indenização por danos morais e materiais. Apelo conhecido, mas desprovido.(Apelação nº 06371364020138040001, Segunda Câmara Cível, Relator: Wellington José de Araújo, Julgado em 25 de Janeiro de 2016).”
“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. ACIDENTE AUTOMOILÍSTICO. DEFEITO NA FABRICAÇÃO DO VEÍCULO. DESPRENDIMENTO DA RODA. CAUSA DETERMINANTE DO ACIDENTE. DANO MORAL CONFIGURADO. PRETENSÃO DE MAJORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO DEDUZIDA EM CONTRARRAZÕES. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1. Nos termos do artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor, a montadora do veículo responde objetivamente pelos defeitos na fabricação de seus produtos, que geram danos aos consumidores. 2. O defeito de fabricação do veículo, em face do desprendimento da roda do automóvel, que foi a causa determinante do acidente automobilístico, gera para a fabricante a obrigação de reparar os danos materiais e morais experimentados pelas vítimas do sinistro. 3.Incabível o exame de pretensão de majoração de indenização por danos morais deduzida em contrarrazões, ante a inadequação da via eleita. 4. Recurso de Apelação conhecido e não provido.(TJ-DF - APC: 20100310264456, Relator: NÍDIA CORRÊA LIMA, Data de Julgamento: 01/07'/2015, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 20/07/2015 . Pág.: 118)”
Além disso, é inadmissível que um veículo novo, com tecnologia de última geração e com freios que evitam a derrapagem do mesmo em freadas mais bruscas, apresente o problema como se verificou, tendo a requerente não sofrido apenas danos morais, materiais mas físicos e financeiros também!
É eivado de defeito “o produto quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera” (CDC § 1º do Art. 12), como no caso narrado. Não se pode olvidar ser a hipótese de responsabilidade objetiva, sendo desinfluente para o deslinde da presente demanda a caracterização da culpa das Rés na produção do evento danoso, consoante o disposto no artigo 18 do CDC.
Assim, como as Rés não logram êxito em solucionaradequadamente, e em tempo hábil, os defeitos no carro, ou culpa exclusiva do usuário, é responsável perante a consumidora que faz jus às prerrogativas do art. 18, § 1º, I, II e III e § 3º do CDC.
É fato inconteste que, de acordo com os documentos acostados, as rés efetivamente venderam um bem defeituoso (vício oculto) e não foram capazes de solucionar o defeito até o momento.
Além disso, como decorre da dogmática do CDC, que consagra a presunção de boa-fé do consumidor e o dever de informar por parte do fornecedor de produtos e serviços, é imperioso que os fatos narrados na inicial sejam presumidos como verdadeiros, verificando-se, assim, o vício na qualidade do produto. Verifica-se que os fatos narrados na inicial evidenciam a abusividade da conduta das rés.
Restou, portanto, caracterizado o vício de vício na qualidade do produto, estando demonstrado o nexo causal pelo que deve a empresa prestadora, responder pelos prejuízos causados a autora.
DO VÍCIO REDIBITÓRIO:
Indubitavelmente, o defeito apresentado no veículo preexistia desde quando o mesmo fora adquirido, bem como vieram desde sua fabricação pela 2
ª ré, colocando de fato a vida da autora em risco.
Os vícios ocultos só são percebidos após o objeto ser colocado em funcionamento em suas atividades rotineiras, e presentes os requisitos básicos o Código do Consumidor, em seu artigo 18, §1 e seus incisos c/c com o §3º do artigo 26 do mesmo Código, informa que:
 “Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
        § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
        II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
        III - o abatimento proporcional do preço.”
“Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
        I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
        II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
        § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
        § 2° Obstam a decadência:
        I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
        II - (Vetado).
        III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.”
É necessário frisar que o carro ainda encontra-se acobertado pela cláusula de garantia de 12 (doze) meses, que abrange defeitos de material e fabricação, conforme artigo 446 do Código Civil.	
Ademais, o Código Civil em sua leitura vigente consagrou a boa-fé como marco das relações obrigacionais, o que se sobressai no art. 422, in verbis: “os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”.
Significa dizer que a responsabilidade do fabricante por vícios ocultos é objetiva, mesmo que esteja de boa-fé, muito se aproximando do art. 18 da Lei Consumerista, como preleciona o Prof. Sílvio Rodrigues:
“É princípio informador do direito contratual que os negócios devem se processar em clima de boa-fé. Daí decorre que ao vendedor cumpre fazer boa a coisa vendida. Ou seja, ele responde pela coisa que aliena, a qual deve corresponder à justa expectativa do comprador. Evidentemente, a coisa pode ser portadora de defeitos... O comprador não pode esperar que o objeto comprado apresente um defeito oculto, que o torne inútil a seu fim, ou lhe diminua sensivelmente o valor. De modo que a lei confere ação ao prejudicado para defender-se, visto que responsabiliza o alienante”(Direito Civil, Saraiva, 22ª. Ed., vol.3, p.105)
Subsidiariamente lembre-se que a legislação civil no mesmo ritmo da lei consumerista avançou no tratamento da responsabilidade objetiva ao dispor no art. 931 que “os empresários individuais e as empresas são responsáveis pelos danos causados pelos produtos que colocam em circulação, independentemente de culpa”. Essa é a clássica definição da responsabilidade objetiva.
Comenta MARIA HELENA DINIZ que o art. 931 “terá aplicação nas hipóteses que não configurarem relação de consumo. Assim, esse dispositivo consagra a responsabilidade civil objetiva de empresa ou empresário pelo risco advindo da atividade empresarial, p. Ex., a terceiro, lesado pelo seu produto posto em circulação” (Código Civil Anotado, Saraiva, 9ª. Ed., p.583).
Portanto, é direito inarredável da Autora pleitear a rescisão do contrato de compra e venda ou requerer o abatimento do preço pago (CC, art. 445), valendo-se das teorias da boa-fé e da responsabilidade dos fabricantes que regulam tanto o Código de Defesa do Consumidor quanto o Código Civil (CC, art. 931), atrelado à aplicação primária do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90, arts. 12 e 18).
 CARACTERIZAÇÃO DO DANO MORAL – PESSOA JURÍDICA
De fato, a Autora permaneceu em recuperação no período de 06 (seis) meses, não podendo honrar com seus compromissos profissionais junto a seus clientes. Portanto, não há que se negar que a autora sofreu perdas imensuráveis financeiramente.
Ainda na seara civil, o Código em seu artigo 186, estabelece que:
“ Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Da análise do supramencionado dispositivo da legislação civil, se extrai que:
Que os consequentes prejuízos, a frustação causada, bem como a perda de clientes e credibilidade no mercado de trabalho da autora, caracterizam a ocorrência do dano moral.
Segundo o ilustre Desembargador Sérgio Cavalieri Filho:
“o dano moral é lesão de bem integrante da personalidade, tal como a honra, a liberdade, a saúde, a integridade psicológica, causando dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação à vítima[2].´
O Superior Tribunal de Justiça já editou súmula onde reconhece a ofensa a honra objetiva das pessoas jurídicas:
“Súmula 227 – STJ “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
O ministro WALDEMAR ZVEITER, da Terceira Turma do STJ no julgamento do REsp161739 PB, julgado em 16/06/1998, DJ 19/10/1998) que precedeu a supracitada súmula, citando Rui Stoco, in 'Responsabilidade Civil e sua interpretação Jurisprudencial', editora Forense, Rio, 3ª edição, n. 272, assim se pronuncia:
“A Constituição Federal, ao garantir indenização por dano moral não fez qualquer distinção entre pessoas físicas ou jurídicas, não se podendo deslembrar da parêmia no sentido de que onde a lei não distingue não cabe ao intérprete distinguir. E mais, deixou a Carta Magna palmar no artigo 5º, inciso U e X, que a ofensa moral está intimamente ligada às agressões e danos causados à intimidade, à vida privada, à honra, à imagem das pessoas e outras hipóteses. Não de pode negar que a honra e a imagem estilo intimamente ligadas ao bom nome das pessoas (sejam físicas ou jurídicas); ao conceito que projetam exteriormente. Do que se conclui que não se protegeu a dor ou os danos da alma. A verdadeira questão não está em adrede incluir ou excluir pessoas jurídicas da reparação por dano moral mas verificar, caso a caso, os efeitos e consequências dessa ofensa.”
Mais adiante o ministro indica que o autor conclui:
Ninguém poderá negar que a ofensa se converteráem prejuízo econômico, na medida em que a imagem ruim se reflete não só nas vendas como no relacionamento com os fornecedores. A (REsp161739 PB, Rel. Ministro WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/06/1998, DJ 19/10/1998).
Portanto, não se pode negar a possibilidade de ocorrer ofensa ao nome da empresa, a sua reputação, que, nas relações comerciais, alcançam acentuadas proporções em razão da influência que o conceito da empresa exerce.
É certo, que, além disso, o dano à reputação da pessoa jurídica pode causar-lhe dano patrimonial, através do abalo de crédito, perda efetiva de chances de negócios e de celebração de contratos, diminuição de clientela, etc., donde conclui-se que as duas espécies de danos podem ser cumulativas, não excludentes.
Pelo exposto, não restam dúvidas que deve-se assegurar a Autora ampla indenização por danos morais, devendo-se impor a devida e inevitável condenação.
Do Quantum pelo Dano Moral:
A compensação pelos danos morais deve se ater ao princípio da proporcionalidade, pois o montante não pode ser excessivo, nem representar enriquecimento indevido, bem como deve considerar o caráter reparador, punitivo e pedagógico da responsabilidade civil, a gravidade e extensão do dano, a culpabilidade do agente, a condição financeira das partes envolvidas, o valor do negócio e as peculiaridades do caso concreto.
Tais critérios, por evidente, revestem-se de inegável grau de subjetividade na fixação da importância indenizatória justa, hábil a desencorajar a reiteração do ato ilícito sem provocar o enriquecimento indevido da vítima.
Neste diapasão entende-se que, atentando para condições financeiras das partes, a reprovabilidade da conduta, o valor do bem, as circunstancias fáticas que causaram a autora/vítima abalo em sua honra objetiva que nas relações comerciais alcançam acentuadas proporções em razão da influência do conceito que exerce razoável a quantia mínima de R$xxxx.000,00 (xxxx mil reais). 
DO PEDIDO:
Ante ao exposto a autora requer a Vossa Excelência:
a) Deferimento do pedido a fim de que seja concedida a JUSTIÇA GRATUITA, ante a comprovação pelo Requerente de que faz jus ao benefício, consoante os arts. 99 e seguintes do NPCP e a Lei nº 1.060/50;
b) o julgamento procedente da ação, para que ocorra restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
c) a condenação solidária das rés ao pagamento de indenização por danos morais a ser prudentemente arbitrado por Vossa Excelência, em valor não inferior a quantia de R$XXXX,XX.
d) a condenação das rés ao pagamento de indenização por danos materiais sofridos pelo autora até o momento no valor de R$xxxx xxxxxx reais e vinte e cinco centavos), (conforme as pedidos/vendas canceladas em anexo) assim como os lucros cessantes a serem averidos em sentença, por documentação superveniente.
e) a condenação solidária das rés no pagamento de custas e honorários advocatícios, sendo os honorários no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o quantum total da condenação;
f) a citação das rés para que se defendam na presente ação, nos endereços registrados no preâmbulo, com a observação do art. 285 do Código de Processo Civil, para, querendo, contestar, sob pena de revelia;
g) a produção de todos os meios de prova em Direito admitidos;
h) a aplicação das normas do Código de Defesa do Consumidor, inclusive com a inversão do ônus da prova.
Dá-se à causa o valor de R$XXX,XX.
Nesses termos, pede deferimento.
São Paulo 31 de Maio de 2017.
Beatriz Caetano
OAB-SP Nº
Larissa Alves
OAB-SP Nº
Monica Torri
OAB-SP Nº

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