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Responsabilidade Civil Exame da OAB 20180528 1525 prova responsabilidade civil 1 sem18

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Direito Civil 
Responsabilidade Civil 
1. Ato Ilícito 
 
Ato Ilícito está previsto no art. 186 CC. Podemos conceituá-lo como sendo o ato 
praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando, conseqüentemente, direito 
subjetivo individual. Praticado um ato ilícito e causando danos (patrimonial ou moral) a 
outrem, cria-se o dever de reparar estes prejuízos. Por isso o Ato Ilícito é considerado 
também como uma ―Fonte de Obrigaçãoǁ (art. 927 CC), pois praticado um Ato Ilícito a lei 
obriga a reparação dos danos. 
 
O Ato Ilícito é considerado como um Fato Jurídico (em sentido amplo). 
 
Podemos classificar o Ato Ilícito em: Civil, Penal ou Administrativo. 
 
a) Penal – violação de um dever tipificado como crime, pressupondo um prejuízo causado à 
sociedade; desrespeitado, compromete-se a ordem social (norma de ordem pública); a 
sanção é pessoal, ou seja é a pessoa do infrator imputável que irá responder pela conduta 
(não se transmite a responsabilidade a terceiros). 
b) Administrativo – violação de um dever que se tem para com a Administração; a sanção 
também é pessoal. 
c) Civil – violação de um dever obrigação contratual ou legal, pressupondo um dano a 
terceiro; a sanção é patrimonial, ou seja, atinge o patrimônio do lesante (como regra). 
 
2. Responsabilidade Civil 
 
A responsabilidade civil surge em face do descumprimento obrigacional, pela 
desobediência de uma regra estabelecida em um contrato, ou por deixar, determinada 
pessoa, de observar um preceito normativo que regula a vida. Nota-se então as duas 
espécies de responsabilidade civil: 
 
 
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1 - contratual e extracontratual : está situada no âmbito da inexecução obrigacional. Como 
se sabe, as cláusulas contratuais devem ser respeitadas, sob pena de responsabilidade 
daquele que as descumprir. O contrato traz em seu conteúdo uma obrigação assumida, 
podendo o seu descumprimento gerar perdas e danos. Os principais fundamentos jurídicos 
dessa modalidade de responsabilidade civil estão dispostos no art. 389 do Código Civil, 
quando a obrigação assumida for positiva. E no art. 390 do Código Civil, quando se tem 
uma obrigação negativa. 
 
2 – Já a responsabilidade civil extracontratual (ou aquiliana): relaciona-se ao 
desrespeito ao direito alheio e às normas que regram a conduta, representando qualquer 
inobservância de um preceito legal. 
A conseqüência da infração ao dever contratual e/ou ao dever legal (extracontratual) é a 
mesma → obrigação de ressarcir o prejuízo causado. A diferença está no ônus da prova. 
Quando não se cumpre uma cláusula do contrato há uma presunção (relativa) de que a 
culpa é de quem não cumpriu com o contrato. Em tese o lesado só precisa provar que o 
contrato não foi cumprido. É a outra parte quem deve provar sua inocência (caso fortuito, 
força maior). Se não houver esta prova, ele terá que indenizar. 
No entanto se a responsabilidade é extracontratual, como regra, não existe esta presunção 
de culpa, sendo que é a vítima quem deve provar a culpa do transgressor. 
 
3. Teorias da Responsabilidade Civil 
 
a) Teoria da Responsabilidade Subjetiva 
Segundo esta teoria, haverá responsabilidade por indenização somente se houver 
culpa do agente. Como veremos, foi a regra acolhida pelo Direito Civil brasileiro, que adotou 
a Teoria da Culpa. A Teoria da Culpa se refere a culpa em sentido amplo, que abrange o 
dolo e a culpa em sentido estrito. Assim Culpa (em sentido amplo) é o gênero. E as 
espécies são Dolo e Culpa (em sentido estrito). Assim, quando alguém fala em culpa em 
sentido amplo, está se referindo ao dolo e à culpa propriamente dita. 
Portanto, pela Teoria da Responsabilidade Subjetiva, haverá indenização toda vez que o 
agente tenha praticado o ato danoso porque o conhecia e o quis (dolo direto) ou assumiu o 
risco do resultado (dolo eventual). Mas também quando o agente, embora não o 
 
 
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conhecesse e não o quisesse, tenha agido por negligência ou imprudência ou violado 
norma que podia ou devia conhecer e acatar (culpa em sentido estrito). Prevalece a teoria 
da previsibilidade. Se o ato era previsível (para a pessoa diligente, prudente e conhecedora 
da norma), então haverá culpa para o agente. 
Classificação da Culpabilidade (em sentido amplo – ou lato sensu) 
A principal classificação acerca da culpabilidade é: 
 
• Culpa Contratual: resulta da violação de um dever inerente a um contrato. Este 
descumprimento contratual gera responsabilidade de indenizar as perdas e danos (art. 389 
CC). 
• Culpa Extracontratual ou Aquiliana : resulta da violação de um dever fundado em 
princípios gerais do direito, como o respeito às pessoas e aos bens alheios; deriva de 
infração ao dever de conduta imposto pela lei (dever legal) 
 
b) Teoria da Responsabilidade Objetiva 
Por esta teoria não é necessário verificar a existência de culpa do agente. Fundada na 
Teoria do Risco, a responsabilidade objetiva independe da culpa; esta não é discutida. 
Verifica-se somente a existência de uma conduta, do dano e a relação de causalidade entre 
eles, decorrendo daí a obrigação de indenizar. 
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos (concessionárias e permissionárias) têm responsabilidade civil, ou seja, 
respondem pelos danos causados pela atividade administrativa, independentemente de 
culpa de seus funcionários, inclusive no que se refere à culpa anônima ou do serviço (isto 
está previsto no art. 37, § 6o da Constituição Federal). Trata-se de responsabilidade de 
ressarcimento de danos, do tipo objetiva, isto é, não é necessário provar se houve culpa do 
funcionário. Basta provar que houve a conduta da administração e a lesão ao direito de um 
particular (sem que tenha havido culpa exclusiva deste particular). Há que se provar a 
conduta positiva (ação) ou negativa (omissão), a lesão e o nexo causal. Provadas estas 
situações, deve- se indenizar. 
Elementos da Teoria Objetiva 
• existência de uma conduta positiva (ação) ou negativa (omissão); 
• dano patrimonial ou moral (extrapatrimonial); 
• nexo causal (relação de causalidade) entre a conduta e o dano. 
 
 
 
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c) Teoria adotada pelo Código Civil 
Nosso Código Civil adotou, como regra, a Teoria da Responsabilidade Subjetiva , 
prevendo em seu artigo 186: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete 
ato ilícito”. 
No entanto, apesar desta regra, devemos tomar muito cuidado porque há diversas 
exceções, conforme veremos logo adiante. Isto é, há casos em que o próprio Código Civil 
(que adotou a teoria da responsabilidade subjetiva) admite a aplicação da responsabilidade 
objetiva. E há algumas leis especiais que também reconhecem outras hipóteses de 
Responsabilidade Objetiva no Direito Civil. 
 
4. Elementos Indispensáveis 
1 – CONDUTA (é o fato lesivo): a conduta pode ser causada por uma ação (conduta 
positiva) ou por uma omissão (conduta negativa). Além disso, pode servoluntária (dolo) ou 
causada por uma negligência ou imprudência (que são modalidades da culpa). 
Na responsabilidade subjetiva, a conduta compreende: 
 
a) Dolo : violação intencional (ação ou omissão), voluntária (observem que o Código Civil 
utiliza essa última palavra), do dever jurídico; o agente quer o resultado (dolo direto) ou 
assume o risco de produzi-lo (dolo eventual). 
b) Culpa : não há deliberação, intenção de violar o dever jurídico, mas este acaba sendo 
violado por ter ocorrido uma: 
 
• Imprudência : é a prática de um fato considerado perigoso 
• Negligência: é a transgressão ao preceito que exige atenção; é a ausência de precaução 
ou indiferença em relação ao ato realizado; é a falta de uma cautela ordinária que se exige 
em face de uma situação 
• Imperícia: é a ignorância, falta de experiência ou inabilidade com relação às regras para a 
prática de determinado ato; é a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. 
Embora a expressão ―imperícia não esteja prevista expressamente no art. 186 CC, ela 
também é uma modalidade da culpa. 
 
 
 
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2 – DANO (eventus damni) : para que haja pagamento de uma indenização, além da prova 
de culpa ou dolo na conduta (seja ela positiva ou negativa), é necessário comprovar 
também a ocorrência de um dano patrimonial ou extrapatrimonial (que é o dano moral). Se 
não houve dano não haverá responsabilidade. 
 
a) Dano Patrimonial (material): é o que atinge os bens da pessoa. Compreende (art. 402 
CC): 
 
b) Danos Emergentes (também chamados de danos positivos) – é a efetiva diminuição 
do patrimônio da vítima; são os prejuízos efetivamente suportados, o que a vítima realmente 
perdeu com a conduta do agente. 
 
c) Lucros Cessante (também chamados de lucros frustrados ou danos negativos) – é 
aquilo que a vítima razoavelmente deixou de ganhar em razão da conduta do agente 
(ausência de acréscimo patrimonial). 
 
d) Dano Moral (ou extrapatrimonial): é o que ofende, não o patrimônio da pessoa, mas 
sim os direitos da personalidade. Não implica em alteração de patrimônio, resumindo-se em 
uma perturbação injustamente feita as condições de ânimo do lesado. 
 
3 – NEXO DE CAUSALIDADE : Trata-se da relação ou vinculação de causa-efeito entre a 
conduta (ação ou omissão) e os danos. Não há responsabilidade civil sem a relação de 
causalidade entre o dano e a conduta ilícita do agente. Se houve dano, mas sua causa não 
está relacionada com o comportamento do agente, inexiste a relação de causalidade, não 
havendo a obrigação de indenizar. E também não haverá esse nexo se o evento se deu por 
culpa exclusiva da vítima. 
5. Responsabilidade Objetiva no Código Civil 
Conforme dissemos acima, embora o Código Civil tenha adotado, como regra, a 
teoria subjetiva para a responsabilização, possui diversos dispositivos em que a 
responsabilidade é do tipo objetiva. 
 
 
 
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Assim, haverá obrigação de reparar o dano (independentemente de culpa) nos 
casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do 
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
6. Obrigação de Indenizar 
O autor de um ato ilícito terá a responsabilidade pelo prejuízo que causou, devendo 
indenizá-lo. Como já vimos, assim determina o art. 927, caput CC: Aquele que, por ato ilícito 
(arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. A obrigação de indenizar 
decorre da inobservância do dever geral de não causar danos a outrem. 
 
Os bens dos responsáveis pela ofensa ou violação do direito de outrem, ficarão 
sujeitos à reparação do dano patrimonial ou moral causado. Trata-se de uma norma de 
ordem pública. Se a ofensa tiver mais de um autor todos responderão solidariamente pela 
reparação (art. 942 CC). Acrescente-se que o dever de reparar o dano é transmissível aos 
herdeiros, conforme veremos. 
7. Abuso de Direito 
O Código Civil atual adotou, em seu artigo 187, a Teoria do Abuso de Direito como 
Ato Ilícito. Trata-se do exercício irregular de um direito. Ampliou-se a noção de Ato Ilícito, 
para se considerar como objeto da responsabilidade civil também aquele ato praticado com 
abuso de direito, em que a pessoa, ao exercer um direito, excede determinadas limitações 
legais, lesando outrem. Por isso, traz como conseqüência, o dever de indenizar. 
 
8. Responsabilidade Solidária e Subsidiária 
Na responsabilidade solidária passiva temos um credor de um lado e por lado uma 
pluralidade de devedores. E o credor pode exigir a obrigação por inteiro de qualquer um dos 
coobrigados. É como se todos os devedores fossem apenas um. Segundo o Código Civil 
(art. 235) a solidariedade não se presume. Ela decorre da lei ou da vontade das partes 
(contrato). Assim pode o credor, a sua escolha, acionar todos ou apenas o devedor que 
possui melhores condições para honrar o compromisso. 
 
 
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Já na responsabilidade subsidiária existe uma relação principal entre credor e 
devedor. O credor deve acionar o devedor para o cumprimento da obrigação. Caso este 
assim não proceda, o credor poderá acionar o terceiro, que é o responsável subsidiário, o 
mero garantidor a obrigação. 
 
9. Responsabilidade por Atos de Terceiros 
 
Há casos em que uma pessoa pode responder por danos provocados ou causados 
por outra pessoa. Nesta hipótese o ato é praticado por uma pessoa, mas será outra pessoa 
quem irá indenizar. O art. 932 CC arrola diversas hipóteses de responsabilidade civil por 
atos praticados por terceiros (responsabilidade indireta). 
 
As pessoas apontadas no art. 932, CC, ainda que não haja culpa de sua parte 
(portanto, responsabilidade objetiva) responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali 
referidos (art. 933, CC). E aquela pessoa que ressarciu o dano causado por outrem pode 
reaver o que pagou, por meio de uma ação regressiva contra quem realmente praticou o 
ilícito, salvo se o causador do dano for seu descendente, absolutamente ou relativamente 
incapaz (art. 934 CC). 
 
10. Exclusão de Ilicitude 
Podem ocorrer casos em que uma pessoa pratica uma conduta. Esta conduta 
causou uma lesão a terceiros. E mesmo assim ela não praticou ato ilícito (e, por conta 
disso, não será responsabilizado). Isto porque a própria norma jurídica, em casos especiais, 
retira a qualificação de ilícito. 
 
1 – Legítima Defesa: uso moderado de meios necessários para repelir injusta agressão, 
atual ou iminente, a direito seu (legítima defesa própria) ou de outrem (legítima defesa de 
terceiros). Faltando apenas um destes elementos, deixa de existir a legítima defesa. 
 
 
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2 – Exercício Regular de um Direito Reconhecido : se alguém no uso normal de um 
direito lesar outrem não terá qualquer responsabilidade por eventuais danos, pois se trata 
de um procedimento realizado em conformidade com o estabelecido no sistema jurídico. 
3 – Estado de Necessidade: deterioração ou destruição de coisa alheia, ou a lesão àpessoa, a fim de remover perigo iminente, quando as circunstâncias a tornarem 
absolutamente necessária e não se exceder os limites do indispensável para a remoção do 
perigo. Trata-se de uma situação em que a pessoa entende que uma coisa sua pode sofrer 
um dano; para removê-lo ou evitá-lo, sacrifica a coisa alheia. 
4 – Ausência de Nexo de Causalidade: não há responsabilidade se não houver uma 
relação de causa e efeito entre o dano e a conduta (ação ou omissão) do agente. 
5 – Culpa Exclusiva da Vítima: também não haverá responsabilidade se o evento ocorreu 
por culpa exclusiva da vítima. Se a culpa da vítima foi concorrente (ou seja, tanto o agente 
como a vítima tiveram culpa) a indenização será cabível, mas ela será reduzida 
proporcionalmente. Portanto, havendo culpa concorrente, haverá responsabilidade e 
indenização, porém de uma forma reduzida. 
6 – Caso Fortuito ou Força Maior : Ambos estão ligados a uma imprevisibilidade e 
inevitabilidade do evento, além da ausência de culpa pelo ocorrido. 
 
11. Efeitos Civis da Decisão Proferida no Juízo Criminal 
Prevê nosso Código que a responsabilidade civil é independente da criminal (art. 
935 CC). Como vimos uma pessoa que comete um ato ilícito pode sofrer dois processos 
(um civil para reparação do dano e outro penal, se a conduta for típica). Às vezes até três 
processos (acrescente-se o administrativo). E a regra é que as decisões tomadas em um 
processo não vinculam as dos outros. Porém, como veremos, esta não é uma regra 
absoluta. Assim, havendo responsabilidade criminal, poderá haver repercussão na esfera 
civil: 
 
a) Sentença penal condenatória (apreciou o fato e a sua autoria) – vincula → condena-se 
também no cível. Discute-se apenas o valor da indenização. 
b) Sentença penal absolutória (negatória do fato e/ou autoria, legítima defesa, exercício 
regular de um direito, etc.) – vincula → absolve-se também no cível. 
 
 
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c) Sentença penal absolutória por falta de provas (non liquet) – não vincula → o juiz cível 
pode condenar ou absolver, dependendo do que foi apurado no processo civil. 
 
12. Transmissibilidade 
Em caso de responsabilidade civil, vindo a falecer o responsável pela indenização (o 
lesante), seus direitos e obrigações passam a seus herdeiros. Estes, dentro das forças da 
herança, deverão reparar o dano (patrimonial e/ou moral) ao ofendido (art. 943 CC).Desta 
forma os sucessores não respondem com seu patrimônio pessoal, mas sim apenas com o 
que receberam com o produto da partilha do acervo do de cujus. 
 
13. Prazo 
O atual Código estabelece prazo prescricional de 03 (três) anos para a propositura 
da ação de reparação de danos (art. 206, §3º, inciso V do CC). Esse é um dos principais 
prazos prescricionais. 
 
14. Indenização (arts. 944 a 954 CC) 
Indenização significa reparar o dano causado à vítima. A indenização pode ocorrer 
com a restauração da mesma ao estado anterior à ocorrência do ato ilícito (reparação 
específica) ou pelo pagamento em dinheiro do equivalente. Ela será medida pela extensão 
do prejuízo causado; deve ser proporcional ao dano causado. Se houver excessiva 
desproporção entre a gravidade da culpa do lesante e o dano sofrido pelo lesado, poderá o 
Juiz promover a redução eqüitativa do montante indenizatório. 
 
Se a vítima concorreu (cuidado para não confundir quando a vítima age com culpa 
exclusiva), culposamente, para a ocorrência do evento danoso, a indenização será fixada 
levando-se em conta a gravidade de sua culpa em relação à do lesante. Assim, neste caso 
também haverá uma redução proporcional na indenização. 
 
 
 
 
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