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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL e SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Abiassafe Rodenbergue Araujo Lima Relatório de metalografia executado em amostra de aço Marabá-PA 2017 1 Abiassafe Rodenbergue Araujo Lima Relatório de metalografia executado em amostra de aço Relatório técnico apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Metalografia, na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, sob a responsabilidade da Prof. Dra. Giselle Barata Costa. Marabá-PA 2017 2 RESUMO A metalografia estuda a organização interna das fases presente das ligas metálicas e metais, bem como que o processo pode ser executado por meio da macrográfia ou micrográfia de uma amostra. No procedimento experimental foi executado um estudo da metalografia microscópica de uma amostra de aço SAE 1020, no qual foi possível observar as propriedades mecânicas e fases da mesma. Além disso, executou-se uma análise microscópica da secção da amostra atacada com reagente Picral. No ataque, com o auxílio do microscópico óptico, observou-se que as regiões claras são ás maiores concentração de ferrita. Por fim, por meio de pesquisas na literatura, concluiu-se que a microestrutura da amostra é de aço hipoeutetóide, constituída de ferrita e perlita. Palavras-chave: Metalografia, lixamento, amostra, aço SAE 1020. 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ………………………………………................................................04 2. OBJETIVOS………………………………………….................................................05 2.1 OBJETIVO GERAL ……………………………………...........................................05 2.1.1 Objetivos específicos …………………………….............................................05 3. METODOLOGIA …………………………………….................................................05 3.1 MICROSCOPIA ……………………………............................................................05 3.2 Corte …………………………………….................................................................06 3.3 Lixamento……......................................................................................................07 3.4 Polimento……......................................................................................................08 3.5 Ataque químico …….............................................................................................08 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL …………......................................................09 4.1 O EXPERIMENTO ……………….........................................................................09 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ……………………............................................10 6. CONCLUSÃO ……………………..........................................................................14 7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...........................................................................15 4 1 INTRODUÇÃO O avanço de novas técnicas na área da metalurgia, abrange a preparação e a melhoria das mais diversas formas de minérios e tem incrementado o desenvolvimento das inúmeras sociedades ao longo do tempo. A conscientização sobre como trabalhar com os metais, permitiu que sociedades conseguissem evoluir de tal forma que determinou o início de uma era que ficou conhecida como idade do bronze e o término da idade da pedra. Com a modernização, a metalurgia garantiu a necessidade dos entendimentos mais específicos que pudesse quantificar a mais variada classificação de metais, quanto a sua estrutura, quantidade de elementos e as fases existentes. E é nessa percepção que surge a metalografia, ou seja, ciência que estuda a morfologia e estrutura dos metais. Através de análises micrográficas e macrográficas é possível determinar diversas características do material, inclusive informar a causa de algumas fraturas, desgastes prematuros e outros tipos de discordâncias que podem surgir na estrutura da peça. (COUTINHO,1980). A análise por meio da metalografia torna-se um meio muito proveitoso para antever ou demonstrar as propriedades e o comportamento de uma amostra metálica, uma vez que possibilita conhecer o arranjo da estrutura do metal. Este relatório tem em vista analisar uma amostra de aço SAE 1020 por meio da metalografia microscópica, para que possa ser definida as estruturas constituintes na amostra de metal. Esta análise é essencial para que se possa conhecer a estrutura do material examinado, tendo em vista que as propriedades mecânicas do metal dependem de sua composição química. 5 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Conhecer o funcionamento da metalografia, ter domínio pleno da aplicação nos diferentes metais para poder o identificar corretamente, através das técnicas laboratoriais e interpretar os resultados obtidos. 2.1.1 Objetivos específicos Realizar o procedimento de metalografia; Identificar as fases da amostra. Definir as propriedades químicas. Definir o material analisado. Verificar se a amostra passou por algum tratamento térmico. 3. METODOLOGIA Para realizar a análise micrografica é necessário que a amostra tenha passado por alguns processos que facilitam a identificação das fases existentes. 3.1 MICROSCOPIA A microscopia é uma análise feita por meio de um microscópio óptico (Figura 1), que apresenta dois sistemas de lentes convergentes; a objetiva e a ocular, que proporciona o aumento das imagens através do contraste com a luz, que logo após refletir-se sobre a amostra de metal passa por um conjunto de lentes objetivas (que formam a imagem) e oculares que aumentam a imagem. A amostra previamente deverá passar pelos seguintes processos: lixamento, polimento e ataque químico. Esses procedimentos facilitam a visualização das fases. 6 Fonte: O autor. 3.2 Corte A amostra antes de ser analisada, precisa ser cortada cuidadosamente no equipamento de corte (Figura 2), para não sofrer alterações que possam influenciar nas fases. O corte que frequentemente é efetuado no laboratório no qual foi feito a micrografia, utiliza-se uma máquina poli corte com disco abrasivo com sistema de resfriamento a água ou outro liquido refrigerante afim de dissipar o calor gerado pelo atrito entre o disco e a amostra. Em seguida a amostra foi seccionada transversalmente em três partes (Figura 3), uma para cada membro do grupo. Fonte: O autor. Fonte: O autor. Figura 1: Microscópio óptico. Figura 2: Equipamento de corte. Figura 3: Amostra de aço 1020. Figura 3: Amostra F 7 3.3 Lixamento Para o um resultado satisfatório é necessário de um bom acabamento na superfície da amostra metalográfica, tornando essencial que cada etapa de preparação necessite um esmero. Dessa maneira, na etapa de lixamento que requer maior disponibilidade de tempo no processo de preparação da amostra, utilizou-se lixas de diversas granulometria. O lixamento é um processo que pode ser executado de duas formas, manual (úmido ou seco) e automático, neste caso, optou-se pelo lixamento automático. O lixamento automático consiste em lixar a amostra sucessivamente com lixas de granulometria cada vez menor, mudando-se de direção (90º) em cada lixa subsequente até desaparecem os traços da lixa anterior, ( Rohde, R, A, 2010). Nessa etapa utilizou-se as seguintes lixas de granulometria: 100, 220, 380, 600, 800, 1000, 1200 e 1500, na lixadeira e politriz (Figura 4), com um tempo médio de 10 minutos para a alteração de cada lixa. Fonte: O autor. 3.4 Polimento O polimento é uma etapa que é efetuada pós lixamento que visa um acabamento superficial livre de marcas, neste processo utilizou-se pasta de Figura 4: Lixadeira e politriz modelo PLF. 8 diamante (Figura 5) como material abrasivo sobre o pano de polimento (Figura 5). Depois a amostra necessitou ser lavada, a substancia ideal para a lavagem e um liquido com baixo ponto de ebulição (álcool), recomenda-se ainda que a amostra passe por processo de secagem com ar quente, para que elimine todos os resquícios de água que possam estar armazenados na amostra e que venha passar por um processo de corrosão. Fonte: O autor. 3.5 Ataque químico O objetivo do ataque químico é permitir a visualização dos contornos de grão e as diferentes fases da microestrutura presente na amostra, essa etapa é realizada por meio da aplicação de um reagente acido que é colocado em contato com a superfície da amostra por um tempo, o reagente causa um ataque químico na superfície destacando as fases existente. O reagente utilizado foi Picral na composição: 4g de ácido pícrico, 100 ml de álcool 5 gotas de cloreto de zephiran. O Picral é indicado para todos os graus de aços carbono, recozido, normalizado, temperado e esferoidizado. Ele revela detalhadamente perita, martensita, martensita revenida e bainita, faz distinção entre bainita e perlita fina, detecta carbornetos não dissolvidos na martensita e revela partículas de carbonetos no contorno dos grãos de aço de baixo teor de carbono. Pasta de diamante Pano de polimento Figura 5: Pasta de diamante e pano de polimento 9 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1 O EXPERIMENTO O processo experimental iniciou-se na preparação da amostra no laboratório do IFPA (Instituto Federal do Pará – Campus Marabá). A amostra foi submetida ao processo de usinagem conhecido como faceamento, com a finalidade de planificar a superfície da amostra. Em seguida a amostra foi levada para o laboratório de preparação de amostra nas dependências da UNIFESSPA (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará). No laboratório de preparação de amostra iniciou-se o processo de lixamento, por onde foi requerido maior disponibilidade de tempo, haja vista quer, se faz necessário um tempo medido de aproximadamente 10 min para a mudança de lixa com granulometrias que foram de 100 até 1500. É necessário ressaltar que durante esse processo alguns cuidados foram obedecidos entre este estão, o operador não pode exercer uma força excessiva sob a amostro durante o lixamento e a cada mudança de granulometria da lixa a amostra deve ser girada em (90º) da posição anterior, após essa etapa a amostra pode ser levada para o polimento. O polimento tem como finalidade dar a amostra um acabamento mais requintado “espelhado”, proporcionando a amostra um espelhamento na superfície a ser alisada e livre de quaisquer riscos advindo das ultimas lixas, o polimento foi realizado em um pano (Figura 5), para melhor visualização durante essa etapa, pode -se acrescentar ao pano uma pasta de diamante (Figura 5), que são abrasivos utilizados para esse fim, no termino a essa etapa a amostra foi submetida ao ataque químico. O ataque químico é a etapa da metalografia que se utiliza um reagente que causa a corrosão sob a superficial da amostra, com intuído de destacando algumas áreas da amostra que possa facilita a identificação no microscópio, neste experimento foi utilizado como reagente o Picral. O tempo de exposição da amostra ao reagente foi de aproximadamente 1 minuto, depois de se imergido no reagente, a 10 amostra foi lavada com álcool e também se recomenda ainda que a amostra passe por um processo de secagem com ar quente, para que elimine todos os resquícios de água que possam ter ficado após a evaporação do álcool. A amostra em seguida pode ser levada ao microscópico para ser realizada a metalografia de fato. A visualização da superfície da amostra no microscópio foi feita em todas as lentes e também registrada com fotos todas as posições, no entanto só utilizaremos as imagens que foi possível identificar regiões que comportava inclusões, pontos de corrosão e fase, é conveniente evitar que sujeiras que se acumularam nas marcas das lixas possam ser confundidas com fases, orienta-se ainda que realizem fotos com campos claros e campos escuros, aumentando assim a assertividade quanto a composição da amostra. 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES O resultado obtido na amostra foi dividido em duas partes. A primeira parte consiste na analise antes do tratamento térmico, que visou identificar as fases existente na amostra. Executado essa análise preliminar notou-se que a amostra já tinha passado por um tratamento térmico de recozimento, devido a uniformidade dos grãos e apresentou microestrutura de ferrita e perlita. Logo abaixo temos a imagem de um aço 1020 que foi atacado com nital (Figura 6), ao lado temos a imagem da amostra usada nesse experimento, que apresentou a fase de perlita e ferrita, com a ampliação do microscópio em 100 vezes (Figura 7). As imagens foram realizadas por meio de uma câmera fotográfica do celular junto a lente ocular do microscópio. 11 .Fonte: Introdução a metalógrafia dos aços carbono, Fonte: O autor (UNICAMP) As imagens (Figura 9 e 10) abaixo mostram outras posições (Figura 8) em que foram retiradas as fotografias da amostra (1) esquerda e (2) direita. Fonte: O autor 1 2 Figura 6 : Aço 1020, atacado com nital 125x Figura 7: amostra de aço 1020, ampliada 100x Figura 8: Amostra de aço 1020 12 Fonte: O autor Fonte: O autor A segunda parte realizou-se a analise após o tratamento por têmpera. Os resultamos é notório, haja vista que houve a visualização de uma nova fase na superfície de bainita conforme imagens abaixo (Figura 11, 12 e 13). Fonte: O autor Fonte: O autor Bainita Perlita (cor escura) Ferrita (cor clara) Fonte: O autor Figura 9: Amostra de aço 1020, ampliada 100x Figura 10: Amostra de aço 1020, ampliada 100x Figura 11: Amostra de aço 1020, ampliada 100x, atacada por Picral. Figura 12: Amostra de aço 1020, ampliada 200x, atacada por picral Figura 13: Amostra de aço 1020, ampliada 100x, atacada por Picral. 13 Segundo Colpaert, 1974. A ferrita é uma solução sólida no ferro alta, e se origina na zona crítica, durante o esfriamento por transformação do ferro gama. A bainita é uma dispersão de carbetos submicroscópicos em uma matriz α altamente deformada e que contém mais de 0,02%C[10]. A perlita é formada por ferrita e cementita e que ocorre abaixo de 723º C nas ligas de ferro carbono. A perlita quando atacada com reagente químico apresenta-se como grãos pretos. (Colpaert, 1974) As ligas de metais de aços SAE 1020 é um dos aços mais utilizados, devido ter um excelente forjabilidade, fácil usinagem e baixo custo. É um aço tenaz, particularmente indicado para peças que devam receber tratamento superficial para aumento da dureza, eixos, engrenagens entre outros. A sua composição química é de: carbono: 0,15-0,20% ; Fosforo : 0,04% ; Silicio : 0,15-0,35%; magnésio:0,30- 0,60%; enxofre: 0,05%. Composição mecânica do aço SAE 1020, limite de elasticidade :170 GPa ; limite de escoamento: 210 MPa e limite de resistência a tração: 380 MPa (catálogo Gerdau, 2013). O diagrama TTT (Figura 14) deixa claro porque o tratamento realizado não é o mais indicado, haja vista que a amostra só possui 0,20%C, sendo assim considerado um “ferro doce”. Fonte: CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia mecânica Figura 14: Diagrama TTT do aço 1020, 14 CONCLUSÃO A metalografia é um estudo que analisa a macroestrutura e a microestrutura das matérias, propriedades que cada material ganha ou pede ao ser submetido ao um tratamento térmico, por isso é de grande valia, e de grande importância que um engenheiro mecânico tenha o domínio sob o assunto. Com base nas imagens analisadas, artigos estudados e livros lidos, podemos concluir que a amostra analisada neste relatório se constitui em um aço SAE 1020 que supostamente foi submetido algum tratamento térmico, em virtude da uniformidade dos grãos por se tratar de um aço hipoeutetóide, esse aços possui características de baixo porcentagem de carbono e forma geralmente ferrita e perlita. Segundo Colpaert, os resultados obtidos nesse experimento, foram satisfatórios. Tendo em vista, que uma análise de micrografia considerada ideal, deve se capaz de determinar após o ataque químico, o teor de carbono pela quantidade de ferrita, perlita ou cementita presente na amostra. 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] COLPAERT; Hubertus. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns, 3a Edição, Editora Edgarg Blücher Ltda, São Paulo – 1974. [2] COUTINHO, Telmo de Azevedo. Metalografia de Não-Ferrosos, Editora Edgard Blücher Ltda, São Paulo – 1980. [3] LEMM Laboratório de Ensaios Mecânicos e de Materiais. Metalografia e Preparação de amostras – uma abordagem prática. Regis Almir Rohde [4] Inclusões metálicas em aços. Origem das inclusões. Disponível em : www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo-ler.php?codConteudo=226. Acessado 13 de dezembro de 2017. [5] Acos longos especiais. Aço SAE 1020. Disponivel em https://www.gerdau.com/pt/produtos/gerdau-1020#ad-image-0. Acessado 12 de dezembro de 2017 [6] CALLISTER, William D.; SOARES, Sérgio Murilo Stamile. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 7ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2008. [7] ASM HANDBOOK, Vol. 09 Metallography and Microstructures, ASM International The Materials Information Company, 2004. [8] ASM HANDBOOK, Vol. 04 Metallography and Microstructures, ASM International The Materials Information Company, 1991 [9] CHIAVERINI, Vicente. Acos e ferros fundidos: característicos gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 5ª ed. ampl. e rev. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração – ABM, 1982. [10] Estruturas Longe das Condições de Equilíbrio. Disponivel em https: http://www.cienciadosmateriais.org/index.php?acao=exibir&cap=13&top=281 . Acessado 15 de dezembro de 2017
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