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PRF 2014 1 ETICA E MORAL

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Aula 01
Ética no serviço Público p/ PRF - Policial - 2014/ 2015 (Com videoaulas)
Professor: Daniel Mesquita
Ética no Serviço Público p/ Policial (2014/2015) 
da PRF. Teoria e exercícios comentados 
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AULA 01: Ética, moral e democracia. 
 
SUMÁRIO 
1. APRESENTAÇÃO 2 
2. CRONOGRAMA 4 
3. INTRODUÇÃO À AULA INAUGURAL 4 
4. ÉTICA E MORAL 5 
4.1 PRINCÍPIOS 12 
4.2 VALORES ÉTICOS 14 
4.3 ÉTICA COMO FILOSOFIA MORAL 19 
4.4 RELATIVISMO CULTURAL E MORAL 19 
5. ÉTICA E DEMOCRACIA 21 
6. ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA 24 
7. RESUMO DA AULA 26 
8. QUESTÕES COMENTADAS 32 
9. REFERÊNCIAS 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ética no Serviço Público p/ Policial (2014/2015) 
da PRF. Teoria e exercícios comentados 
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1. Apresentação 
 
Bem vindos ao curso de Ética no Serviço Público para Policial 
(2014/2015) da PRF! 
Pessoal, o concurso da PRF está previsto ainda para esse ano!! 
A Polícia Rodoviária Federal solicitou novo concurso com 1,5 mil 
vagas. 
Salário inicial da carreira é de R$ 6.418,25. 
E isso não está muito longe pra você não, meu amigo, tenha isso 
em mente: SE VOCÊ ESTUDAR, VOCÊ VAI PASSAR E SE VOCÊ PASSAR, 
VOCÊ VAI SER CHAMADO! 
Hoje eu estou aqui desse lado, tentando passar o caminho das 
pedras pra você, mas lembre-se de que eu já estive aí, onde você está 
agora. 
Pra você me conhecer melhor, vou falar um pouco de mim. 
Meu nome é Daniel Mesquita, sou formado em Direito pela 
Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em direito público. A 
minha vida no mundo dos concursos teve início em 2005, quando me 
preparei para o concurso de técnico administrativo ± área judiciária ± do 
Superior Tribunal de Justiça. Já nesse concurso, obtive êxito e trabalhei 
por dois anos no Tribunal, na assessoria de Ministro da 1ª Turma. 
Em seguida, passei para o concurso de analista do Tribunal 
Superior Eleitoral (CESPE/UnB), na quarta colocação. 
A partir daí, meu estudo foi focado para as provas de advogado 
público (AGU, procuradorias estaduais, defensorias públicas etc.), pois 
sempre tive como objetivo a carreira de Procurador de Estado ou do 
Distrito Federal. 
Nem tudo na vida são louros. Nessa fase obtive muitas derrotas 
e reprovações nos concursos. Desanimei por algumas vezes, mas 
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continuei firme em meu objetivo, pois só não passa em concurso quem 
pára de estudar! 
E essa atitude rendeu frutos, logo fui aprovado no concurso de 
Procurador Federal ± AGU. 
Continuei estudando, pois ainda faltava mais um degrau: 
Procuradoria de Estado ou do Distrito Federal. 
Foi então que todo o suor, dedicação, disciplina, renúncia e 
privações deram o resultado esperado, logrei aprovação no concurso de 
Procurador do Distrito Federal. Tomei posse em 2009 e exerço essa 
função até hoje. 
Não posso deixar de mencionar também a minha experiência 
como membro de bancas de concursos públicos. A participação na 
elaboração de diversas provas de concursos, inclusive para tribunais, 
me fez perceber o nível de cobrança do conteúdo nas provas, as 
matérias mais recorrentes e os erros mais comuns dos candidatos. 
Espero que a minha experiência possa ajudá-lo no estudo do 
direito administrativo. 
Vamos tomar cuidado com os erros mais comuns, aprofundar 
nos conteúdos mais recorrentes e dar a matéria na medida certa, assim 
como um bom médico prescreve um medicamento. 
Para que esse medicamento seja suficiente, ele deve atacar 
todos os sintomas e, ao mesmo tempo, deve ser eficiente contra o foco 
da doença. Isso quer dizer que não podemos deixar nenhum ponto do 
edital para trás. 
Além disso, buscarei usar muitos recursos visuais para que a 
apreensão do conteúdo venha mais facilmente. 
Para reforçar a aprendizagem, resumirei o conteúdo 
apresentado ao final de cada aula e apresentarei as questões 
mencionadas ao longo da aula em tópico separado, para que você possa 
resolvê-las na véspera da prova. 
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Todos esses instrumentos você terá a sua disposição para 
encarar a batalha. 
 
2. Cronograma 
 
Num concurso com muitos inscritos como esse, você não pode 
perder tempo e deve lutar com as armas certas. A principal arma para 
você vencer essa batalha é o planejamento. 
Nesse curso serão ministradas 02 aulas de direito administrativo, 
cada uma com os seguintes temas, de acordo com os pontos previstos 
no edital: 
 
Aula 01 (14/06/2014) 
1 Ética e moral. 2 Ética, princípios e valores. 3 Ética e 
democracia: exercício da cidadania. 4 Ética e função pública. 
 
Aula 02 (15/07/2014) 
5 Ética no Setor Público. 5.1 Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de 
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal). 
 
3. Introdução à aula Inaugural 
 
Nessa nossa Aula 01 estudaremos: ³1 Ética e moral. 2 Ética, 
princípios e valores. 3 Ética e democracia: exercício da cidadania. 4 
Ética e função pública.´ 
Sem mais delongas, vamos à luta! Rumo à aprovação! 
 
 
 
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4. Ética e Moral 
 
 
Não pense você que ética é algo novo, recente. Não! Muito pelo 
contrário a ética vem do grego ³ETHOS´ que significa modo de ser, o 
caráter. 
Na Grécia, Aristóteles identificou a ética com o bem pessoal, o 
agir bem. Esse bem, segundo ele é determinado por dois fatores: 1) a 
natureza humana e 2) o conjunto de circunstâncias concretas (ocasião). 
Para Aristóteles, enquanto a política tem como finalidade o bem coletivo 
a ética tem por finalidade o bem pessoal. 
4XDQGR�RV�URPDQRV�IL]HUDP�D�WUDGXomR�GR�³HWKRV´�SDUD�R� ODWLP�
³PRV´�� TXH� VLJQLILFD� FRVWXPH, a ética tornou-se indissociável do 
costume. 
O estudo da ética vem desde os séculos VII e VI a.C. Mas ainda 
hoje é um tema atual, tendo em vista que a ética é inerente ao ser 
humano, não podendo de forma alguma ser dissociada da moral. 
 
 
ÉTICA 
 
MODO DE SER 
 
BEM 
 
COSTUME 
 
MORAL 
 
Dessa forma, podemos entender que o ser humano é 
responsável pela ética na Administração Pública, tendo em vista que a 
ética é indissociável do seu ser. Para dar eficácia a esse conceito, a 
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Administração Pública instituiu normas, códigos que orientam o 
exercício da ética no Serviço Público. 
Professor tem como sintetizar o que vem a ser a ética? 
De forma bem sucinta, podemos definir: 
 
 
 
 
Ética e moral são termos bem semelhantes, tanto que na definição 
de ética apresentada, a moral é um dos valores do comportamento 
humano que devem atuar para o bem do indivíduo e da sociedade. 
Porém, moral e ética não se confundem, tendo em vista que a ética 
estuda todo o modo de agir voltado para o bem do ser humano e não 
somente a sua moral. 
A moral é um elemento inserido na sociedade, mas é um elemento 
social individual. São aqueles valores encontrados dentro de cada um 
de nós. São regras abstratas, mas de efeito psicológico, é o que se 
espera que cada pessoa faça conforme a sua consciência. 
Por ser um valor interno do ser humano, a moral não nasce da lei, 
ela é moldada com a educação do indivíduo. 
Atualmente, se aceita a definição de moral como ³D� FLrQFLD� GR�
GHYHU´. 
Comparando o conceito atual de moral com o conceito antigo, 
percebemos que hoje a moral indica uma linha de conduta. Contudo, na 
Grécia antiga, a moral jamais era concebida como uma idéia de norma, 
mas sim de valor interno do indivíduo. 
Brochard afirma que ³QRVVR� HVStULWR� PRGHUQR� QmR� FRQFHEH� GH�
modo algum uma moral que não indicasse a cada um sua linha de 
conduta, que não lhe formulasse certos preceitos aos quais ele devesse 
obedecer. Entretanto, se olharmos bem e prestarmos atenção, esta 
ideia está totalmente ausente da moral antiga. Ela é tão estranha ao 
ÉTICA: Representa os valores do comportamento humano que atuam para o bem 
do indivíduo e da sociedade, como a moral, justiça, transparência, retidão, entre 
outros valores que mostram uma boa conduta social. 
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espírito grego que, tanto em grego como em latim, não existe palavra 
para exprimi-la. Os antigos jamais conceberam o ideal moral sob a 
forma de uma lei ou de um mandamento. Nem em grego nem em latim 
encontra-VH�XPD�H[SUHVVmR�TXH�SRVVDPRV�WUDGX]LU�SRU�³OHL�PRUDO´��H�VH��
às vezes, encontra-se nos escritos dos filósofos antigos a expressão: 
³OHL�QmR�HVFULWD´��QRPRV�DJUDSKRV��RX��³OHL�LQDWD´��EDVWD�OHU�DWHQWDPHQWH�
os textos para perceber que o termo nomos é tomado no sentido 
FRPXP�GH�³FRVWXPH´�H�GH�³XVR´�´ 
A moral caracteriza-se por não gerar sanção ao infrator, porém 
pode gerar o remorso. A moral pode ser comum a mais de um 
indivíduo, ultrapassando barreiras quanto a localidades e identidades. 
Assim, enquanto a moral está limitada aos valores internos que 
pautam o comportamento de cada indivíduo, a ética tem o campo de 
abrangência mais amplo, pois além de representar os valores do 
comportamento humano em sua dimensão individual, também aborda 
os reflexos desses valores na sociedade. Além disso, a ética também se 
ocupa com a análise de conceitos relacionados à justiça, à 
transparência, à retidão, entre outros valores. 
Constata-se que o estudo da ética também é abrangente quando 
se verifica que ele não se limita à filosofia. O estudo da ética abrange o 
estudo científico e em vários momentos até mesmo a teologia. 
Por falar nisso, importante observar que, para fins de estudos, a 
teoria da ética é dividida didaticamente em dois campos, conforme 
Álvaro L. M. Valls: 
™ Os problemas gerais e fundamentais (como liberdade, 
consciência, bem, valor, lei e outros); 
™ Os problemas específicos, de aplicação concreta, como os 
problemas da ética profissional, da ética política, de ética sexual, de 
ética matrimonial, de bioética, etc. 
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Dessa forma, no primeiro estudo, a ética aborda os valores 
humanos. No segundo, o estudo é voltado para a aplicação concreta 
da ética, como a ética pública ± objeto mais detalhado de nossa aula. 
No estudo da ética, o homem estuda o seu próprio comportamento 
e costumes que estão em constante mutação, dessa forma, não existe 
uma ³OLVWD� GH� FRQYHQo}HV´� D� VHU� VHJXLGD� Ge forma imutável e que se 
aplique em âmbito mundial, concorda? 
Até mesmo o conceito de ética gira em torno das modificações dos 
comportamentos ao longo do tempo, definidos pelas condutas morais 
vigentes. 
Mas, de maneira geral, é possível estabelecer condutas que 
possuem caráter correto ou errado, bem e mal. 
E como é feito a determinação desse padrão, ou seja, como se 
define, em uma sociedade, o que é certo ou errado? 
Isso é feito através da axiologia, que é definida como a ciência de 
valores. O principal elemento da axiologia para determinar esse padrão 
é a máxima da regra cristã segundo a qual "não se deve fazer a outrem 
o que não quer que lhe façam". Dessa forma, a ética permanece plena e 
soberana acima da moral, da cidadania e do direito, cumprindo sua 
vocação em harmonia com os mesmos objetivos dos demais ramos. 
Ainda quanto ao conceito de ética, vale a pena observar o 
entendimento de Max Weber, que distinguiu a ética da convicção da 
ética da responsabilidade. 
A ética da convicção é, para Weber, o conjunto de normas e 
valores que orientam o comportamento do indivíduo, em uma esfera 
individual. Na ética da convicção seguimos valores ou princípios 
absolutos ± tais como não matar, não roubar, não mentir. Neste caso, a 
intenção é sempre mais importante do que o resultado concreto das 
nossas ações. É a ética da moralidade do indivíduo. 
A ética da responsabilidade, por outro lado, se usa para julgar 
ações de grupo ou de um indivíduo em nome e por conta do grupo. Ela 
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representa o conjunto de normas e valores que orientam as decisões a 
serem tomadas, conforme as suas possíveis consequências. Se as 
consequências são boas, o comportamento do político ou do 
representante foi bom. Por outro lado, se os resultados dos atos do 
representante foram nefastos, não se poderá colocar a culpa em outros, 
mas na ação do próprio agente público. 
Nesse ponto introdutório de nossa aula é relevante, ainda, informar 
que as decisões éticas podem ser guiadas usando uma abordagem 
normativa, isto é, usando um conjunto de normas e valores explícitos 
ou implícitos. Diante de um problema, a decisão ética pode ser tomada 
sob uma abordagem utilitarista, individualista, dos direitos morais e da 
justiça: 
a) Utilitarismo: Basicamente, significa tomar a decisão que 
traga o maior bem para o maior número de pessoas, ou seja, 
para a coletividade. 
b) Individualismo: considera que as ações são morais quando 
promovemos interesses individuais a longo tempo e, em 
última instância, o maior bem. 
c) Direitos Morais: Os indivíduos têm direitos e liberdades 
fundamentais, que não podem ser retiradas por uma decisão: 
livre consentimento, privacidade, liberdade de consciência, 
liberdade de expressão, direito a tratamento imparcial e justo 
e direito à vida e segurança. 
d) Justiça: pauta-se estritamente por princípios de justiça, 
sendo um conceito ético de que as decisões morais são 
pautadas pela verdade e pela lei, com integridade, equidade, 
impessoalidade e imparcialidade. 
 
 
 
 
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Considere ainda alguns valores que podem cair na sua prova: 
™ ÉTICA: ter como padrão de conduta ações que busquem a 
verdade dos fatos, amparadas em honestidade, moralidade, coerência e 
probidade administrativa. 
™ EFETIVIDADE: atuar orientado para resultados que 
assegurem o cumprimento da missão e a excelência da imagem 
institucional. 
™ INDEPENDÊNCIA: atuar com imparcialidade, liberdade e 
autonomia, de forma a rejeitar a interveniência de qualquer interesse 
que não o público. 
™ PROFISSIONALISMO: atuar de forma ética, competente, 
responsável, imparcial, coerente e objetiva, e estar comprometido com 
a missão institucional. 
 
 
 
 
1. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Superior) No contexto da 
ação pública, ética e moral são considerados termos sinônimos, visto 
que ambos dizem respeito a um conjunto de normas, princípios, 
Questões de 
concurso 
 
TOMADAS 
DE 
DECISÕES 
UTILITÁRIA 
INDIVIDUALISTA 
DIREITOS 
MORAIS 
JUSTIÇA 
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preceitos e valores que norteiam o comportamento de indivíduos e 
grupos, na distinção entre o bem e o mal, o legal e o ilegal. 
Pessoal, ficou claro que ética e moral NÃO SÃO SINÔNIMOS! Afinal, 
a ética e moral são termos bem semelhantes, mas a ética, como vimos, 
é muito mais ampla que a moral. 
Gabarito: Errado 
 
2. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio) De acordo com a ética 
individualista, as ações são consideradas morais quando promovem os 
interesses individuais ao longo do tempo. 
Como acabamos de estudar, o individualismo considera que as 
ações são morais quando promovem os interesses individuais a longo 
tempo e, em última instância, o maior bem. 
Gabarito: certo. 
 
3. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio) De acordo com a 
abordagem utilitária, ética diz respeito ao cuidado do servidor público 
com a sua conduta, de modo a considerar sempre os efeitos desta na 
realização dos próprios interesses. 
Na ética utilitária o interesse coletivo é o primordial, pois as 
decisões são tomadas de forma que traga o maior bem para o maior 
número de pessoas, ou seja, para a coletividade. 
Gabarito: errado. 
 
4. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio) Os dirigentes de 
organizações públicas que estabelecem regras claramente explicitadas, 
consistentes e que sejam imparcialmente executadas manifestam 
conduta ética baseada nos princípios de justiça, equidade e 
imparcialidade. 
Observe que a abordagem de ética nessa questão foi quanto a 
justiça que, como vimos, pauta-se estritamente por princípios de 
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justiça, pela verdade e pela lei, com integridade, equidade, 
impessoalidade e imparcialidade. 
Gabarito: Certo. 
5. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Quando as 
decisões morais são baseadas nos padrões de equidade, justiça e 
imparcialidade, a ética pode diferenciar substantivamente as pessoas 
em relação às suas características particulares, mediante a explicitação 
clara de regras de conduta. 
Questão correta, conforme vimos nas tomadas de decisões e os 
valores abordados. 
Gabarito: Certo. 
 
6. (CESPE - 2013 - INPI - Todos os Cargos - Conhecimentos 
Básicos - Cargo 25 e 26) Ética é a parte da filosofia que estuda os 
fundamentos da moral e os princípios ideais da conduta humana. 
Isso mesmo, amigos. A Ética é a ciência que se ocupa com o 
estudo da moral, a conduta o humana, seus motivos e a ordem 
valorativa. Resposta: Correto. 
 
4.1 Princípios 
 
Na definição de Humberto Ávila, ³RV� SULQFtSLRV� VmR� QRUPDV�
imediatamente finalísticas, primariamente prospectivas e com 
pretensão de complementaridade e de parcialidade, para cuja aplicação 
se demanda uma avaliação da correlação entre o estado de coisas a ser 
promovido e os efeitos decorrentes da conduta havida como necessária 
j�VXD�SURPRomR´� 
Como se vê, os princípios apenas apresentam um norte 
ILQDOtVWLFR�� LQIRUPDP� RQGH� VH� SUHWHQGH� FKHJDU�� PDV� QmR� R� ³FRPR´� VH�
chegar. 
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Na realidade da Administração Pública, para que o administrador 
guie um ato administrativo para a consecução de um princípio, ele tem 
uma margem de discricionariedade, ou seja, um âmbito de atuação no 
qual ele poderá tomar decisões que, no seu ponto de vista, lhe pareçam 
mais oportunas ou adequadas para se atingir o interesse público e se 
preencher o comando daquele princípio. Sempre deve estar guiado por 
uma atuação serena e pautada pela busca do bem comum. 
O importante é que você saiba que não há hierarquia entre os 
princípios, deve-se analisar a aplicação de cada um no caso concreto. 
No âmbito da ética no serviço público, além dos princípios 
basilares da Administração (LIMPE = Legalidade, Impessoalidade, 
Moralidade, Publicidade e Eficiência), temos: 
 
x Dignidade 
x Decoro 
x Zelo 
x Eficácia 
x Consciência dos princípios morais 
 
 
 
 
7. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Técnico Judiciário-modificada) A 
dignidade é o principal valor que norteia a ética do servidor público. 
Aqui temos que observar dois aspectos. Primeiro, de acordo com 
o Código de Ética dos Servidores, temos como princípios morais: 
 
 
 
 
 
I - A Dignidade, o Decoro, o Zelo, a Eficácia e a Consciência dos 
princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, 
seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da 
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão 
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. 
 
Questão de 
concurso 
 
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E ainda como disse em aula, não há hierarquia entre os 
princípios, dessa forma a dignidade não é o principal valor que norteia a 
Administração. 
Gabarito: Errado. 
 
8. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo - 
Conhecimentos Básicos) Caso determinado servidor do Ministério da 
Justiça tenha dúvidas a respeito de qual opção escolher entre as 
disponíveis, a lei estabelece que, com base no seu senso de justiça e 
acuidade, deverá optar pela que se apresente mais razoável. 
Essa aqui foi uma pegadinha das mais cruéis. Mas, se você 
errou, não se preocupe pois não errará na sua prova. Todos nós 
estudam o princípio da razoabilidade e, ao lermos o item, tendemos a 
marca-lo como correto. O CESPE, que tende a seguir a letra da lei, 
considerou errada, pois o Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal assim dispõe: 
 
 
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: 
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, 
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais 
vantajosa para o bem comum; 
 
Ou seja, a questão está errada pois não é caso de almejar a 
UD]RDELOLGDGH��PDV�VLP�R�³EHP�FRPXP´�� 
Resposta: Errado. 
 
4.2 Valores éticos 
 
No contexto de servidor público, temos como parâmetro de 
valores éticos, nos termos do Decreto nº 1.171/94, que aprova o 
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Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo 
Federal: 
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos 
princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor 
público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que 
refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, 
comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da 
honra e da tradição dos serviços públicos. 
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento 
ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal 
e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o 
oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o 
desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da 
Constituição Federal. 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à 
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o 
fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a 
finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a 
moralidade do ato administrativo. 
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos 
pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso 
se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se 
integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de 
sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator de legalidade. 
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a 
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-
estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse 
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. 
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, 
portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, 
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os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada 
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. 
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações 
policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a 
serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos 
termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui 
requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão 
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a 
negar. 
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode 
omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria 
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode 
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da 
opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade 
humana quanto mais a de uma Nação. 
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao 
serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma 
pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-
lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem 
pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má 
vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às 
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que 
dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços 
para construí-los. 
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de 
solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo 
a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na 
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou 
ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos 
usuários dos serviços públicos. 
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XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais 
de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, 
assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o 
acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e 
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função 
pública. 
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de 
trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase 
sempre conduz à desordem nas relações humanas. 
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura 
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e 
de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a 
grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da 
Nação. 
 
 
 
 
9. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Cargos de Nível Superior) No 
âmbito da administração pública, a moralidade no comportamento do 
servidor limita-se ao discernimento do certo e do errado, do bem e do 
mal. 
Como acabamos de estudar, a moralidade da Administração Pública 
não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da 
ideia de que o fim é sempre o bem comum. 
Gabarito: Errado. 
10. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio - Conhecimentos 
Básicos) O servidor público que escolhe agir de acordo com os 
interesses coletivos e procura orientar seus esforços para a otimização 
da satisfação do maiornúmero de pessoas manifesta conduta ética 
baseada na moral e nos direitos. 
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Pessoal, por lei, é dever do servidor público agir de acordo com 
os interesses coletivo. Deve orientar seus eforços para consecução do 
EHP� FRPXP�� RX� VHMD�� LVVR� QmR� p� XPD� IDFXOGDGH�� D� SDODYUD� ³HVFROKH´�
não foi bem colocada na frase, pois denota margem de opção, de 
escolha, facultatividade. 
Resposta: Errado. 
 
11. (CESPE- 2013 ± TJDFT- Analista) A qualidade dos serviços 
públicos depende fortemente da moralidade administrativa e do 
profissionalismo de servidores públicos. 
Pessoal, esta é uma questão simples. Mais uma vez uma questão 
de moralidade! 
Quanto a moralidade você aprendeu: O equilíbrio entre a 
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá 
consolidar a moralidade do ato administrativo. 
Em outras palavras o servidor que tem a moralidade 
consolidada em seu serviço, atua com eficiência, o que nos remete ao 
trabalho de qualidade. 
Gabarito: Certo. 
12. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) O servidor público 
deve adotar um comportamento de colaboração com seus colegas 
quando perceber que, em sua organização, os deveres e os papéis são 
desempenhados adequadamente e em conformidade com a lei. 
Tenham em mente que o servidor que trabalha em harmonia 
com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada 
concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois 
sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o 
engrandecimento da Nação. 
É óbvio que o servidor só deverá coloborar com aquelas 
atividades legais, abstendo-se se contribuições com as atividades em 
desconformidade com a lei. 
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Gabarito: Certo. 
 
4.3 Ética como filosofia moral 
 
No contexto de filosofia moral, podemos entender a ética como 
ação moral nas atidudades e decisões dos seres humanos. 
A ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto, 
um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as 
condutas humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a um 
conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu 
exercício profissional, como exemplo, temos o Código de ética do 
servidor público. 
Mas saiba que não é possível padronizar o comportamento 
humano através da lei. O ser humano é algo muito mais complexo do 
que um código de normas vindo do mundo exterior. Fatores ínsitos ao 
indivíduo e o seu meio, como a cultura, o conhecimento, os valores 
morais são elemenos que compõem a individualidade do cidadão. 
 
4.4 Relativismo Cultural e Moral 
 
Antes de estudar o relativismo cultural e o moral, você deve ter 
em mente a existência de duas ramificações principais, no que diz 
respeito ao estudo da ética: a ética filosófica e a ética científica 
(Srour,1998). 
A ética filosófica é aquela que tenta estabelecer princípios 
constantes e universais para a boa conduta da vida em sociedade, 
em suma, tenta estabelecer uma moral universal, a qual os homens 
deveriam seguir independentemente das contingências de lugar e de 
tempo. 
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Por outro lado, a ética científica constata o relativismo 
cultural e o adota como pressuposto. Qualifica o bem e o mal, assim 
como a virtude e o vício, a partir de seus fundamentos sociais e 
históricos. Na investigação da ética científica, a pluralidade, a 
diversidade cultural e a dinâmica da sociedade são relevantes. 
Com se percebe, o relativismo cultural é relevante apenas na 
ética científica. 
Para que você se situe e entenda o conceito do relativismo 
cultural, você deve saber que ele se refere ao enfoque que se dá para 
se avaliar se determinada conduta é correta ou não. Por exemplo, se 
um jovem verifica que a lixeira está cheia e deixa sua lada de 
refrigerante no chão, mas no pé da lixeira, essa conduta é moralmente 
aceita ou não? 
Para que possamos responder a essa pergunta, segundo o 
relativismo cultural, devemos indagar se essa conduta é aprovada 
socialmente. 
No Brasil, provavelmente essa conduta seria correta sob o ponto 
de vista moral, uma vez que é relativamente comum, no Brasil, deixar o 
lixo ao lado da lixeira quando ela está totalmente cheia. 
Na Coreia do Sul, contudo, essa conduta estaria completamente 
errada, uma vez que nesse país não há sequer cestos de lixo nas ruas. 
Cada cidadão guarda seu lixo consigo dentro de sua mochila ou de sua 
sacola e o joga fora quando chega em casa. 
Assim, no relativismo cultural, a correção dos juízos e das 
normas morais é sempre relativa a uma dada sociedade e à cultura que 
nela existe. 
O mesmo se aplica ao relativismo moral. A moral é variável em 
cada sociedade, de acordo com cada cultura, sendo impensável se falar 
em normas absolutas, ou seja, um padrão a ser seguido em qualquer 
lugar do mundo. 
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O relativismo moral afirma que moralidade não é baseada em 
TXDOTXHU�SDGUmR�DEVROXWR��$R�FRQWUiULR��³YHUGDGHV�pWLFDV´ dependem da 
situação, cultura, sentimentos, etc. 
O relativismo moral se contrapõe ao absolutismo moral, em que 
a moralidade depende de princípios universais (lei natural, consciência) 
e imutáveis em qualquer ambiente ou cultura. 
 
 
 
 
13. (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) A ética, 
enquanto filosofia da moral, constata o relativismo cultural e o adota 
como pressuposto de análise da conduta humana no contexto público. 
 
Vimos que a ética filosófica não acolhe como o relativismo 
cultural. Além disso, se partirmos da análise da ética da 
responsabilidade ± que é a usada para avaliar atos de um indivíduo em 
nome de um grupo, como a que ocorre no contexto público ± não são 
relevantes as circunstânias culturais, mas apenas os resultados. 
Gabarito: Errado. 
 
5. Ética e democracia 
 
 
Nesse ponto da aula estudaremos a ética e a democracia com foco 
no exercício da cidadania. 
Já abordamos bem o que é a ética. Agora vamos falar um pouco 
sobre a democracia. 
A origem etimológica da palavra já nos dá uma boa noção: 
 
 
 
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 Demo cracia demos (povo) + kratos (poder). 
 
 
Democracia não é outra coisa senão o regime político em que o 
poder é exercido pelo povo, é o povo quem governa para o próprio 
povo. A sociedade é livre para decidir, fazendo com que o Estado seja 
guiado pela soberania popular. 
A Constituição de 1988 é expressa ao afirmar que a República 
Federativa do Brasil constitui-se em um Estado Democrático de Direito 
e que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
Isso quer dizer que o Brasil tem: 
x como forma de governo a república; 
x como forma de estado o federalismo; 
x como sistema de governo o presidencialismo; e 
x como regime político a democracia. 
Entremos agora na análise de nossa Constituição, a regra máxima 
de nossa República. 
Da leitura do parágrafo único do art. 1º da Constituição, você 
percebe que a cidadania, bem como a dignidade são princípios 
fundamentais da República do Brasil. Ambos os conceitos estão 
diretamente ligados ao exercício da democracia e da ética. 
Na definição de José Afonso da Silva, cidadania é a denominação 
que se dá aos que participam da vida política do Estado, ativa (votando) 
ou passivamente (sendo votado). 
Para o estudo da ética se relacione com a cidadania considerar 
todos os fatos e acontecimentos ao longo da história. Tendo em vista 
que são diversas as interpretações dadas ao desenvolvimento da 
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cidadania se considerados os aspectos econômicos, sociais, políticas, 
culturais e etc. 
 Professor e de onde vem a cidadania? O ser humano não nasce 
com a cidadania, mas, com o decorrer do tempo e conhecimento que 
passa a adquirir, desenvolve relacionamento com os demais seres, o 
que é algo natural da própria espécie humana, o acúmulo de conceitos 
morais vindos de familiares e da própria sociedade e pouco a pouco 
cada um questiona os seus ideais. 
Dessa forma a cidadania pode ser entendida como um 
procedimento, que teve início com a origem da humanidade e não 
parou por aí, mas trata-se de uma continuidade de conquistas de 
direitos e grantias, uma verdadeira construção. 
e� IDWR� TXH� VH� D� VRFLHGDGH� VH� PRELOL]DVVH� H[HUFHQGR� D� ³FXOWXUD�
FLGDGm´�� VHULD� SRVVtYHO� FULDU� XPD� EDUUHLUD� SDUD� R� DEXVR� GH� SRGHU. 
Conforme vimos à cidadania existe, mas é desenvolvida com o tempo, a 
partir de descobertas, da devida aprendizagem. 
Assim entende-se que a evolução da cidadania surge a partir do 
momento que o cidadão passa a possuir o chamado status, ou seja, 
quando passa a ter direitos sociais. 
Através dessa evolução cidadã, através de processos de lutas por 
seus direitos, o cidadão passa a ter um padrão de vida mais decente, 
assim sendo o cidadão jamais deve admitir que o Estado atenue os 
impulsos sociais. 
 
 
 
14. (CESPE - 2010 - MPS - Agente Administrativo) A evolução 
ética surge quando o cidadão atinge o status de ter direitos sociais, no 
qual lhe é garantido um padrão de vida mais decente. 
Vimos que, a Comissão de Ética entende que a evolução da 
cidadania surge a partir do momento que o cidadão passa a possuir o 
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chamado status, ou seja, quando passa a ter direitos sociais e com as 
conquistas dessa evolução o cidadão passa a ter um padrão de vida 
mais decente. 
Gabarito: Certo. 
 
6. Ética e função pública 
 
Ao relacionarmos a ética à função pública pode ser que você pense 
em coisas ruins como corrupção, desvio de verbas públicas e muitas 
vezes até em morosidade e falta de eficiência no serviço público. 
Mas a relação que deve ser feita diante de tudo o que estudamos 
é: Qual o padrão ÉTICO de serviço público que os servidores devem 
seguir? 
O posicionamento das atuais Comissões de Ética é de que os 
padrões éticos dos servidores públicos estão dentro do próprio servidor, 
da forma com que este se relaciona com o público. 
Cabe lembrar novamente o elo entre os princípios fundamentais e a 
ética pública. No Direito, tais princípios também são conhecidos como 
normas fundamentais, por se tratar de hipóteses e ideologias que 
devem orientar o comportamento humano e o convívio com a 
sociedade. 
A doutrina traz a importância de tal relação com a Constituição 
Federal. O texto constitucional brasileiro é fundado no princípio da 
dignidade da pessoa humana e da isonomia. Ele ampara os valores 
morais da boa conduta, a boa fé e a ética como pilares do equilíbrio 
entre o cidadão e a sociedade. Tal entendimento era conhecido pelos 
gregos como o bem viver. 
Aproveito a oportunidade para estabelecer que, numa visão ética, a 
imparcialidade no funcionalismo público poderá ser vista como sinônimo 
de igualdade. 
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Como assim professor? 
Tendo em vista que todos são iguais perante a lei, o atendimento 
deve ser imparcial para todos. Devendo o servidor público separar o seu 
interesse pessoal e privado do interesse público. 
Assim como a educação e a cultura é interessante que a ética na 
Administração pública se desenvolva e impulsione as mudanças que o 
contribuinte quer ver dentro da Administração Pública, através de 
rapidez e qualidade nos serviços públicos, através do elo entre o 
cidadão e a atitude dos funcionários públicos. 
 
 
 
15. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Superior) A garantia de 
direitos fundamentais, estabelecida na CF, é uma forma de promover a 
conduta ética do Estado e de seu povo. 
Bem clara a questão, a prática dos direitos fundamentais é algo 
extremamente ético do Estado em face do cidadão, uma vez que esses 
direitos são pautados na dignidade da pessoa humana. 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. Resumo da aula 
 
 
O estudo da ética vem desde os séculos VII e VI a.C. Mas ainda 
hoje é um tema atual, tendo em vista que a ética é inerente ao ser 
humano, não podendo de forma alguma ser dissociada da moral. 
 
 
ÉTICA 
 
MODO DE SER 
 
BEM 
 
COSTUME 
 
MORAL 
 
De forma bem sucinta, podemos definir: 
 
 
 
 
 Ética e moral são termos bem semelhantes, tanto que na definição 
de ética apresentada, a moral é um dos valores do comportamento 
humano que devem atuar para o bem do indivíduo e da sociedade. 
Porém, moral e éticanão se confundem, tendo em vista que a ética 
estuda todo o modo de agir voltado para o bem do ser humano e não 
somente a sua moral. 
A moral é um elemento inserido na sociedade, mas é um elemento 
social individual. São aqueles valores encontrados dentro de cada um 
ÉTICA: Representa os valores do comportamento humano que atuam para o bem 
do indivíduo e da sociedade, como a moral, justiça, transparência, retidão, entre 
outros valores que mostram uma boa conduta social. 
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de nós. São regras abstratas, mas de efeito psicológico, é o que se 
espera que cada pessoa faça conforme a sua consciência. 
Por falar nisso, importante observar que, para fins de estudos, a 
teoria da ética é dividida didaticamente em dois campos, conforme 
Álvaro L. M. Valls: 
™ Os problemas gerais e fundamentais (como liberdade, 
consciência, bem, valor, lei e outros); 
™ Os problemas específicos, de aplicação concreta, como os 
problemas da ética profissional, da ética política, de ética sexual, de 
ética matrimonial, de bioética, etc. 
Dessa forma, no primeiro estudo, a ética aborda os valores 
humanos. No segundo, o estudo é voltado para a aplicação concreta 
da ética, como a ética pública ± objeto mais detalhado de nossa aula. 
No estudo da ética, o homem estuda o seu próprio comportamento 
e costumes que estão em constante mutação, dessa forma, não existe 
uma ³OLVWD� GH� FRQYHQo}HV´� D� VHU� VHJXLGD� GH� IRUPD� LPXWiYHO� H� TXH� VH�
aplique em âmbito mundial, concorda? 
Até mesmo o conceito de ética gira em torno das modificações dos 
comportamentos ao longo do tempo, definidos pelas condutas morais 
vigentes. 
Mas, de maneira geral, é possível estabelecer condutas que 
possuem caráter correto ou errado, bem e mal. 
Ainda quanto ao conceito de ética, vale a pena observar o 
entendimento de Max Weber, que distinguiu a ética da convicção da 
ética da responsabilidade. 
A ética da convicção é, para Weber, o conjunto de normas e 
valores que orientam o comportamento do indivíduo, em uma esfera 
individual. Na ética da convicção seguimos valores ou princípios 
absolutos ± tais como não matar, não roubar, não mentir. Neste caso, a 
intenção é sempre mais importante do que o resultado concreto das 
nossas ações. É a ética da moralidade do indivíduo. 
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A ética da responsabilidade, por outro lado, se usa para julgar 
ações de grupo ou de um indivíduo em nome e por conta do grupo. Ela 
representa o conjunto de normas e valores que orientam as decisões a 
serem tomadas, conforme as suas possíveis consequências. Se as 
consequências são boas, o comportamento do político ou do 
representante foi bom. Por outro lado, se os resultados dos atos do 
representante foram nefastos, não se poderá colocar a culpa em outros, 
mas na ação do próprio agente público. 
 As decisões éticas podem ser guiadas usando uma abordagem 
normativa, isto é, usando um conjunto de normas e valores explícitos 
ou implícitos. Diante de um problema, a decisão ética pode ser tomada 
sob uma abordagem utilitarista, individualista, dos direitos morais e da 
justiça: 
a) Utilitarismo: Basicamente, significa tomar a decisão que traga o 
maior bem para o maior número de pessoas, ou seja, para a 
coletividade. 
b) Individualismo: considera que as ações são morais quando 
promovem os interesses individuais a longo tempo e, em última 
instância, o maior bem. 
c) Direitos Morais: Os indivíduos têm direitos e liberdades 
fundamentais, que não podem ser retiradas por uma decisão: livre 
consentimento, privacidade, liberdade de consciência, liberdade de 
expressão, direito a tratamento imparcial e justo e direito à vida e 
segurança. 
d) Justiça: pauta-se estritamente por princípios de justiça, pela 
verdade e pela lei, com integridade, equidade, impessoalidade e 
imparcialidade. 
No âmbito da ética no serviço público, além dos princípios 
basilares da Administração (LIMPE = Legalidade, Impessoalidade, 
Moralidade, Publicidade e Eficiência), temos: 
 
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x Dignidade 
x Decoro 
x Zelo 
x Eficácia 
x Consciência dos princípios morais 
No contexto de filosofia moral, podemos entender a ética como 
ação moral nas atidudades e decisões dos seres humanos. 
A ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto, 
um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as 
condutas humanas. Em outro sentido, ética pode referir-se a um 
conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu 
exercício profissional, como exemplo, temos o Código de ética do 
servidor público. 
Mas saiba que não é possível padronizar o comportamento 
humano através da lei. O ser humano é algo muito mais complexo do 
que um código de normas vindo do mundo exterior. Fatores ínsitos ao 
indivíduo e o seu meio, como a cultura, o conhecimento, os valores 
morais são elemenos que compõem a individualidade do cidadão. 
A ética filosófica é aquela que tenta estabelecer princípios 
constantes e universais para a boa conduta da vida em sociedade, 
em suma, tenta estabelecer uma moral universal, a qual os homens 
deveriam seguir independentemente das contingências de lugar e de 
tempo. 
Por outro lado, a ética científica constata o relativismo 
cultural e o adota como pressuposto. Qualifica o bem e o mal, assim 
como a virtude e o vício, a partir de seus fundamentos sociais e 
históricos. Na investigação da ética científica, a pluralidade, a 
diversidade cultural e a dinâmica da sociedade são relevantes. 
O relativismo moral afirma que moralidade não é baseada em 
TXDOTXHU�SDGUmR�DEVROXWR��$R�FRQWUiULR��³YHUGDGHV�pWLFDV´�GHSHQGHP�GD�
situação, cultura, sentimentos, etc. 
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O relativismo moral se contrapõe ao absolutismo moral, em que 
a moralidade depende de princípios universais (lei natural, consciência) 
e imutáveis em qualquer ambiente ou cultura. 
Nesse ponto da aula estudaremos a ética e a democracia com foco 
no exercício da cidadania. 
Já abordamos bem o que é a ética. Agora vamos falar um pouco 
sobre a democracia. 
A origem etimológica da palavra já nos dá uma boa noção: 
 
 
 
 Demo cracia demos (povo) + kratos (poder). 
 
 
Democracia não é outra coisa senão o regime político em que o 
poder é exercido pelo povo, é o povo quem governa para o próprio 
povo. A sociedade é livre para decidir, fazendo com que o Estado seja 
guiado pela soberania popular. 
A Constituiçãode 1988 é expressa ao afirmar que a República 
Federativa do Brasil constitui-se em um Estado Democrático de Direito 
e que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
Isso quer dizer que o Brasil tem: 
x como forma de governo a república; 
x como forma de estado o federalismo; 
x como sistema de governo o presidencialismo; e 
x como regime político a democracia. 
Entremos agora na análise de nossa Constituição, a regra máxima 
de nossa República. 
Da leitura do parágrafo único do art. 1º da Constituição, você 
percebe que a cidadania, bem como a dignidade são princípios 
Ética no Serviço Público p/ Policial (2014/2015) 
da PRF. Teoria e exercícios comentados 
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fundamentais da República do Brasil. Ambos os conceitos estão 
diretamente ligados ao exercício da democracia e da ética. 
Na definição de José Afonso da Silva, cidadania é a denominação 
que se dá aos que participam da vida política do Estado, ativa (votando) 
ou passivamente (sendo votado). 
Para o estudo da ética se relacione com a cidadania considerar 
todos os fatos e acontecimentos ao longo da história. Tendo em vista 
que são diversas as interpretações dadas ao desenvolvimento da 
cidadania se considerados os aspectos econômicos, sociais, políticas, 
culturais e etc. 
 Professor e de onde vem a cidadania? O ser humano não nasce 
com a cidadania, mas, com o decorrer do tempo e conhecimento que 
passa a adquirir, desenvolve relacionamento com os demais seres, o 
que é algo natural da própria espécie humana, o acúmulo de conceitos 
morais vindos de familiares e da própria sociedade e pouco a pouco 
cada um questiona os seus ideais. 
Dessa forma a cidadania pode ser entendida como um 
procedimento, que teve início com a origem da humanidade e não 
parou por aí, mas trata-se de uma continuidade de conquistas de 
direitos e grantias, uma verdadeira construção. 
Ao relacionarmos a ética à função pública pode ser que você pense 
em coisas ruins como corrupção, desvio de verbas públicas e muitas 
vezes até em morosidade e falta de eficiência no serviço público. 
Cabe lembrar novamente o elo entre os princípios fundamentais e a 
ética pública. No Direito, tais princípios também são conhecidos como 
normas fundamentais, por se tratar de hipóteses e ideologias que 
devem orientar o comportamento humano e o convívio com a 
sociedade. 
Aproveito a oportunidade para estabelecer que, numa visão ética, a 
imparcialidade no funcionalismo público poderá ser vista como sinônimo 
de igualdade. 
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Como assim professor? 
Tendo em vista que todos são iguais perante a lei, o atendimento 
deve ser imparcial para todos. Devendo o servidor público separar o seu 
interesse pessoal e privado do interesse público. 
Assim como a educação e a cultura é interessante que a ética na 
Administração pública se desenvolva e impulsione as mudanças que o 
contribuinte quer ver dentro da Administração Pública, através de 
rapidez e qualidade nos serviços públicos, através do elo entre o 
cidadão e a atitude dos funcionários públicos. 
 
 
 
 
8. Questões comentadas 
 
 
 
1. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Superior) No contexto da 
ação pública, ética e moral são considerados termos sinônimos, visto 
que ambos dizem respeito a um conjunto de normas, princípios, 
preceitos e valores que norteiam o comportamento de indivíduos e 
grupos, na distinção entre o bem e o mal, o legal e o ilegal. 
2. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio) De acordo com a ética 
individualista, as ações são consideradas morais quando promovem os 
interesses individuais ao longo do tempo. 
3. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio) De acordo com a 
abordagem utilitária, ética diz respeito ao cuidado do servidor público 
com a sua conduta, de modo a considerar sempre os efeitos desta na 
realização dos próprios interesses. 
4. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio) Os dirigentes de 
organizações públicas que estabelecem regras claramente explicitadas, 
consistentes e que sejam imparcialmente executadas manifestam 
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conduta ética baseada nos princípios de justiça, equidade e 
imparcialidade. 
5. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Quando as 
decisões morais são baseadas nos padrões de equidade, justiça e 
imparcialidade, a ética pode diferenciar substantivamente as pessoas 
em relação às suas características particulares, mediante a explicitação 
clara de regras de conduta. 
6. (CESPE - 2013 - INPI - Todos os Cargos - Conhecimentos 
Básicos - Cargo 25 e 26) Ética é a parte da filosofia que estuda os 
fundamentos da moral e os princípios ideais da conduta humana. 
7. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Técnico Judiciário-modificada) A 
dignidade é o principal valor que norteia a ética do servidor público. 
8. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo - 
Conhecimentos Básicos) Caso determinado servidor do Ministério da 
Justiça tenha dúvidas a respeito de qual opção escolher entre as 
disponíveis, a lei estabelece que, com base no seu senso de justiça e 
acuidade, deverá optar pela que se apresente mais razoável. 
9. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Cargos de Nível Superior) No 
âmbito da administração pública, a moralidade no comportamento do 
servidor limita-se ao discernimento do certo e do errado, do bem e do 
mal. 
10. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Médio - Conhecimentos 
Básicos) O servidor público que escolhe agir de acordo com os 
interesses coletivos e procura orientar seus esforços para a otimização 
da satisfação do maior número de pessoas manifesta conduta ética 
baseada na moral e nos direitos. 
11. (CESPE- 2013 ± TJDFT- Analista) A qualidade dos serviços 
públicos depende fortemente da moralidade administrativa e do 
profissionalismo de servidores públicos. 
12. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) O servidor público 
deve adotar um comportamento de colaboração com seus colegas 
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quando perceber que, em sua organização, os deveres e os papéis são 
desempenhados adequadamente e em conformidade com a lei. 
13. (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) A ética, 
enquanto filosofia da moral, constata o relativismo cultural e o adota 
como pressuposto de análise da conduta humana no contexto público. 
 
14. (CESPE - 2010 - MPS - Agente Administrativo) A evolução 
ética surge quando o cidadão atinge o status de ter direitos sociais, no 
qual lhe é garantido um padrão de vida mais decente. 
 
15.(CESPE - 2012 - TJ-RR - Nível Superior) A garantia de 
direitos fundamentais, estabelecida na CF, é uma forma de promover a 
conduta ética do Estado e de seu povo. 
 
Gabarito: 
 
1) E 
2) C 
3) E 
4) C 
5) C 
6) C 
7) E 
8) E 
9) E 
10) E 
11) C 
12) C 
13) E 
14) C 
15) C 
 
9. Referências 
 
AVILA, Humberto. Teoria dos Princípios, 4ª edição, São Paulo, 
Malheiros Editores, 2005, p. 70. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua 
Portuguesa. 1ª ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira 1988. 
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VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1994. 
Brochard, V. Cadernos de Ética e Filosofia Política 8, 1/2006, p. 
133-146. 
VIEIRA, Ribas José. A cidadania sua complexidade teórica e o 
Direito. Revista de Informação Legislativa. jul./set. 1997. Disponível em 
www.cgu.gov.br 
Artigos e periódicos do Tribunal de Contas da União, 
www.tcu.gov.br, e do Ministério da Educação, em www.mec.gov.br.

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