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Alegações Preliminares Aula 03

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DO ESTADO XXXX.
(10 linhas)
Processo n.º 
Autor: Ministério Público do Estado XXXX
Denunciado: MATEUS
	MATEUS, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu procurador ao final subscrito, vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos dos artigos 396 e 396-A, do Código de Processo Penal, apresentar
		 ALEGAÇÕES PRELIMINARES
em face da denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas, passando a expor
I – DOS FATOS.
 Trata-se de ação penal pública incondicionada promovida pelo Ministério Público do Estado XXXX, em face de MATEUS pela suposta prática do crime previsto no artigo 217-A, §1º, c/c artigo 234-A, III, ambos do Código Penal.
 Relata o parquet, que no mês de agosto de 2016, o ora denunciado teria se dirigido a casa da vítima para assistir televisão, tendo aproveitado a oportunidade que estava a sós com a mesma, constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato este que ocasionou a gravidez da vítima.
	 	Alega ainda, que embora não tivesse ocorrido violência real ou grave ameaça o denunciado aproveitou-se do fato da vítima ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos, assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que a vítima é deficiente mental, sendo incapaz de reger a si mesma.
II – DA DENÚNCIA
Inicialmente o Ministério Público imputa ao Réu, a conduta da prática de estupro de vulnerável, pela deficiência mental da vítima, com aumento de pena quando o crime resulta em gravidez.
	Porém, a pretensão punitiva estatal carece de fundamentos, pois segundo o artigo 41 do CPP, a denúncia deverá contar com a exposição do fato criminoso, bem como, a qualificação do agente, além das circunstâncias em que o crime ocorrera.
Desta forma, ao analisarmos os autos verifica-se que a denúncia carece de pressupostos essenciais, que são a base para o seu recebimento. Pois, não consta nos autos laudo médico que comprove que a vítima era incapaz, o que por sua vez ocasiona a perda de objeto da ação penal.
Neste sentido, não temos como aferir se a vítima é realmente incapaz de discernir tais atos descritos na inicial acusatória, o que por sua vez prejudica todos os outros requisitos já que o crime segundo o membro do Ministério Público, não ocorreu mediante violência ou grave ameaça e sim pelo fato da vítima ser incapaz.
Por fim, verifica-se flagrante nulidade processual ao dar início a Ação Penal sem o referido Laudo de constatação, que provaria o estado de incapacidade da vítima, devendo o magistrado de primeiro grau absolver o acusado, por ausência de pressuposto essencial a deflagração da ação penal.
III – DA ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO
	A titularidade da Ação Penal Pública Incondicionada é exclusiva do Ministério Público, ou seja, somente este pode dar início a referida ação, sendo esta indisponível.
	Neste contexto, ocorreu nos autos do processo uma injustiça, uma vez que o acusado foi denunciado no artigo 217-A, §1º do Código Penal com causa de aumento por resultado de gravidez, prevista no artigo 234-A, III, do mesmo diploma legal.
	Pois, o caput do artigo 217-A, estabelece que se o estupro de vulnerável for praticado com menor de 14 (quatorze anos), será para estes casos, a ação penal pública incondicionada, proposta pelo membro do Ministério Público. 
	Assim, percebe-se que o caso concreto não se enquadra aos moldes do artigo 217-A, pois a vítima possuía 19 (dezenove) anos de idade, perdendo assim o seu objeto, uma vez que o artigo 225 do Código Penal estabelece que para crimes cometidos contra vítimas maiores de 18 (dezoito) anos, a ação penal será pública condicionada à representação da vítima.
	Desta forma, o Ministério Público não poderá agir de ofício, porque não houve representação da vítima contra o acusado, sendo vedada a atuação deste sem estes pressupostos essenciais.
IV – DO ERRO DE PROÍBIÇÃO 
	Em análise ao caso concreto, verifica-se a incidência do erro de proibição, na qual recai sobre a ilicitude do fato.
	Desta forma, a doutrina nos ensina que o erro de proibição ocorre quando o erro do agente vem a recair sobre o conteúdo proibitivo de uma norma penal.
	Neste sentido, o erro de proibição configura-se por erro inevitável, realiza uma conduta proibida, ou por desconhecer a norma proibitiva, ou por conhecê-la mal, ou por não compreender seu verdadeiro âmbito de incidência.
	Assim, o acusado não tinha o real conhecimento sobre a ilicitude do fato, por desconhecer que a vítima era incapaz de discernir sobre a prática de tais atos, em outras palavras, não havia conhecimento do acusado que a vítima era deficiente mental.
	Por fim, deverá ser afastada a ilicitude do fato típico uma vez que estão ausentes os pressupostos que pudessem condicionar a culpa ao acusado, devendo este ser absolvido.
V – DOS PEDIDOS
	 Ante o exposto, vem ao D. juízo para requerer:
O recebimento e o processamento destas Alegações Preliminares.
Que o acusado seja absolvido pelo erro de proibição previsto no artigo 21, caput, do Código Penal c/c artigo 386, VI, do Código Processo Penal.
A Absolvição sumária do Réu, com fundamento no artigo 397, Inciso III, do Código de Processo Penal, em virtude da excludente de ilicitude do fato.
Se vossa excelência entender por bem não acatar a matéria de mérito aqui sustentada, pede-se a produção de provas admitidas em direito, inclusive testemunhal, arrolando se para oitiva, em caráter de imprescindibilidade.
				Neste termos,	Pede Deferimento.
Cidade, 28 de novembro de 2016.
 Advogado/OAB nº
				
				Rol de Testemunhas
ALDA, portadora do RG, inscrita no CPF, residente e domiciliada.
OLINDA, portadora do RG, inscrita no CPF, residente e domiciliada.
MAÍSA portadora do RG, inscrita no CPF, residente e domiciliada.

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